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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Alvo de um ataque de um aluno de 13 de anos que matou uma professora e deixou outras cinco pessoas feridas, a escola estadual Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo, está diferente.

“Existe uma Thomazia antes do dia 27 [de março] e outra depois do dia 27”, diz a diretora Vanessa Lopes, que afirma que o colégio não está, por exemplo, com foco restrito no currículo e em busca de resultados relacionados às disciplinas. Hoje, o trabalho visa o fortalecimento socioemocional de todos os presentes na escola.

A diretora do colégio afirma que a comunidade escolar busca se apoiar no estilo “um cuida do outro”. Um mês após o ocorrido, ela admite que é um processo difícil e doloroso. “É um tipo de violência que não se supera, mas aprende a lidar porque temos que reconstruir a escola”, diz.

O autor do episódio foi levado para a Fundação Casa, as aulas foram suspensas por duas semanas e retomadas no dia 10 de abril com uma série de atividades planejadas em recuperar a saúde mental dos alunos, professores e funcionários.

Dentro das salas de aula, disciplinas trabalham com rodas de conversas e atividades que envolvam também vínculo socioemocional. “Uma pintura pode levar um aluno a externalizar um sentimento que está tendo ou um medo. Acreditamos na escola como um ambiente positivo em busca do bem-estar.”

Além das alterações dentro das classes, a diretora afirma que hoje há um esforço para que tanto ela quanto outros professores acompanhem momentos como almoço e intervalos. Vanessa Lopes afirma que um dos aprendizados extraídos da tragédia na escola onde ela trabalha desde o início deste ano é a atenção a todo e qualquer sinal que os estudantes possam passar no dia a dia.

Apesar desse acompanhamento, o medo ainda é presente entre os estudantes, famílias e funcionários. Vozes altas durante o intervalo, por exemplo, podem servir de gatilho para alguns. Os mais novos relataram à diretora sentir medo de ir ao banheiro. “Tento entender o porquê. Não podemos diminuir o medo dos alunos, temos que entender o motivo pelo qual eles está se sentindo assim. É preciso validar as emoções deles.”

Também comum que familiares de alunos telefonem à escola para perguntar se a polícia permanecerá na escola ou como a segurança será garantida. “É um processo doloroso porque foi um evento traumático, o que estamos tentando é retomar a rotina escolar.”

Sem especificar o número, a diretora afirma que a evasão de alunos após os ataques foi baixa e desde o dia 27 de março o colégio recebeu seis novos alunos. Ela também relata que, entre os 16 professores que dão aulas para os 259 alunos da rede estadual, nenhum pediu para sair até o momento.

Duas das professoras que foram alvos do ataque no dia 27 de março ainda estão afastadas, mas a expectativa é que retornem ao colégio no dia 2 de maio. Desde o retorno às aulas, equipes de psicólogos e psiquiatras se revezam no colégio para atender as demandas tanto dos alunos quanto aos funcionários.

“Tem quem esteja machucado por dentro e os que estão machucados fisicamente”, diz a diretora, que relata que antes do retorno dos alunos foi realizado um acolhimento especial para os professores. Se, durante a aula, algum deles não se sentir bem, já será encaminhado para uma equipe atendê-los.

O grupo, explica ela, trabalha na prevenção do adoecimento e cuidado com o trauma dos funcionários. Ou seja, tem professor que pode estar bem, mas ter uma recaída. Para a diretora, o episódio mostrou que ações de prevenção e resposta precisam se transformar em políticas públicas para a prevenção de toda a comunidade escolar, com acompanhamento constante e curso de formação para os professores e gestores.

A diretora ainda relata que a escola recebeu propostas dos próprios estudantes, como o grupo chamado “SOS”, uma espécie de canal de desabafo e escuta realizado por alunos para alunos. A ideia é que os líderes das turmas recebam relatos de quem está passando por alguma situação e possam buscar um mediador, que pode ser um professor, para ajudar cada um.

Mesmo após a tragédia, Vanessa diz que segue acreditando que a educação é transformadora. “Essa situação foi uma fatalidade na escola Thomazia, que merece nossa atenção para criar mecanismos que sejam mais eficazes. O ataque em si não pode ser superado, mas a nossa forma de lidar e prevenir a partir disso é o que está no nosso poder.”

ISABELLA MENON / Folhapress

Buscamos nos apoiar e cuidar um do outro, diz diretora de escola atacada em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Alvo de um ataque de um aluno de 13 de anos que matou uma professora e deixou outras cinco pessoas feridas, a escola estadual Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo, está diferente.

“Existe uma Thomazia antes do dia 27 [de março] e outra depois do dia 27”, diz a diretora Vanessa Lopes, que afirma que o colégio não está, por exemplo, com foco restrito no currículo e em busca de resultados relacionados às disciplinas. Hoje, o trabalho visa o fortalecimento socioemocional de todos os presentes na escola.

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A diretora do colégio afirma que a comunidade escolar busca se apoiar no estilo “um cuida do outro”. Um mês após o ocorrido, ela admite que é um processo difícil e doloroso. “É um tipo de violência que não se supera, mas aprende a lidar porque temos que reconstruir a escola”, diz.

O autor do episódio foi levado para a Fundação Casa, as aulas foram suspensas por duas semanas e retomadas no dia 10 de abril com uma série de atividades planejadas em recuperar a saúde mental dos alunos, professores e funcionários.

Dentro das salas de aula, disciplinas trabalham com rodas de conversas e atividades que envolvam também vínculo socioemocional. “Uma pintura pode levar um aluno a externalizar um sentimento que está tendo ou um medo. Acreditamos na escola como um ambiente positivo em busca do bem-estar.”

Além das alterações dentro das classes, a diretora afirma que hoje há um esforço para que tanto ela quanto outros professores acompanhem momentos como almoço e intervalos. Vanessa Lopes afirma que um dos aprendizados extraídos da tragédia na escola onde ela trabalha desde o início deste ano é a atenção a todo e qualquer sinal que os estudantes possam passar no dia a dia.

Apesar desse acompanhamento, o medo ainda é presente entre os estudantes, famílias e funcionários. Vozes altas durante o intervalo, por exemplo, podem servir de gatilho para alguns. Os mais novos relataram à diretora sentir medo de ir ao banheiro. “Tento entender o porquê. Não podemos diminuir o medo dos alunos, temos que entender o motivo pelo qual eles está se sentindo assim. É preciso validar as emoções deles.”

Também comum que familiares de alunos telefonem à escola para perguntar se a polícia permanecerá na escola ou como a segurança será garantida. “É um processo doloroso porque foi um evento traumático, o que estamos tentando é retomar a rotina escolar.”

Sem especificar o número, a diretora afirma que a evasão de alunos após os ataques foi baixa e desde o dia 27 de março o colégio recebeu seis novos alunos. Ela também relata que, entre os 16 professores que dão aulas para os 259 alunos da rede estadual, nenhum pediu para sair até o momento.

Duas das professoras que foram alvos do ataque no dia 27 de março ainda estão afastadas, mas a expectativa é que retornem ao colégio no dia 2 de maio. Desde o retorno às aulas, equipes de psicólogos e psiquiatras se revezam no colégio para atender as demandas tanto dos alunos quanto aos funcionários.

“Tem quem esteja machucado por dentro e os que estão machucados fisicamente”, diz a diretora, que relata que antes do retorno dos alunos foi realizado um acolhimento especial para os professores. Se, durante a aula, algum deles não se sentir bem, já será encaminhado para uma equipe atendê-los.

O grupo, explica ela, trabalha na prevenção do adoecimento e cuidado com o trauma dos funcionários. Ou seja, tem professor que pode estar bem, mas ter uma recaída. Para a diretora, o episódio mostrou que ações de prevenção e resposta precisam se transformar em políticas públicas para a prevenção de toda a comunidade escolar, com acompanhamento constante e curso de formação para os professores e gestores.

A diretora ainda relata que a escola recebeu propostas dos próprios estudantes, como o grupo chamado “SOS”, uma espécie de canal de desabafo e escuta realizado por alunos para alunos. A ideia é que os líderes das turmas recebam relatos de quem está passando por alguma situação e possam buscar um mediador, que pode ser um professor, para ajudar cada um.

Mesmo após a tragédia, Vanessa diz que segue acreditando que a educação é transformadora. “Essa situação foi uma fatalidade na escola Thomazia, que merece nossa atenção para criar mecanismos que sejam mais eficazes. O ataque em si não pode ser superado, mas a nossa forma de lidar e prevenir a partir disso é o que está no nosso poder.”

ISABELLA MENON / Folhapress

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