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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Antes de tudo, um alerta. O terceiro álbum da quadrinista Alison Bechdel não é uma HQ de autoajuda nem um guia prático para ficar bombado. Aliás, se você quer uma resposta rápida para o mistério presente no título, “O Segredo da Força Sobre-Humana”, a autora não se importa com spoilers.

“O verdadeiro segredo da força sobre-humana é entender que o bem individual é o bem coletivo”, diz a autora dos clássicos “Fun Home: Uma Tragicomédia em Família” e “Você é Minha Mãe? Um Drama em Quadrinhos” em entrevista.

“Encarar o fato de que você é apenas um dos 7,6 bilhões de outros eus no planeta e que, como todos eles, você vai morrer, não é tão ruim assim. Há uma grande libertação nisso. Há exuberância, até alegria. E esses são sentimentos melhores do que ficar preso na cela de seu eu imaginário e musculoso”, afirma.

Depois de explorar a relação com o pai e com a mãe nas HQs anteriores, em “O Segredo” ela aborda sua relação com o próprio corpo e a prática de exercícios físicos. Mas não só. Com cada um dos seis capítulos dedicados a uma das décadas da vida da autora, ela retoma os empenhos presentes nas obras prévias em busca da compreensão e aceitação de sua mortalidade.

Bechdel parte de seus esforços precoces em prol de músculos e invulnerabilidade nos anos 1960 e constrói uma grande reflexão sobre a presença e as dinâmicas de valores progressistas e conservadores ao longo de seus 62 anos.

“As coisas sobre as quais estou escrevendo -abraçar a mudança, superar o narcisismo, reconhecer o outro, encarar nossa mortalidade- são inerentemente progressivas. A ideia de força e poder que era tão atraente para mim quando criança, a atração de não depender de mais ninguém, de negar a mortalidade, esse é um valor conservador”.

Bechdel entende esse choque de valores. Também autora da série “Dykes to Watch Out For” (publicada no Brasil na coletânea “O Essencial de Perigosas Sapatas”, ela é celebrada por suas obras girando em torno de temáticas LGBTQIA+, mas viu seus trabalhos virando alvo de políticos e entidades reacionárias.

“Fun Home” ficou na 31ª posição da lista da American Library Association, a associação de bibliotecas dos Estados Unidos, de títulos com maiores tentativas de censura e banimento ao longo da década de 2010. No ano passado, a HQ ocupou a quinta posição do mesmo ranking no estado da Califórnia.

“Não tenho certeza se as coisas melhoraram qualitativamente desde Trump. Ele mudou a natureza da política conservadora e os legisladores estaduais estão tentando ser ainda mais radicais do que ele”, diz Bechdel. “Eles se concentram em proibições de livros e legislação anti-LGBT, eliminando o acesso ao aborto, tornando mais difícil para as pessoas votarem”.

“Estou lutando para ser otimista”, diz a autora. “É frustrante que todos estejamos envolvidos nessas lutas políticas desnecessárias enquanto ignoramos o terrível problema da mudança climática. Acho que é por isso que todo mundo está flertando com o autoritarismo. O estresse de perder nosso habitat está levando as pessoas à loucura”.

Apesar disso, Bechdel apresenta uma obra mais leve em “O Segredo da Força Sobre-Humana”. É bem-humorada ao retratar seus vícios em álcool e ginástica, seus relacionamentos e o impacto da idade em seu corpo.

Também conta a colorização do álbum, assinada pela artista plástica Holly Rae Taylor, companheira da quadrinista. “A exuberância da cor parecia importante para um livro que fala tanto sobre vida, vitalidade e natureza. Costumo evitar cores em meu trabalho, em parte porque é muito trabalhoso”, diz.

“O Segredo” foi produzido ao longo de nove anos, um teste de resistência, na avaliação de Bechdel. Ela vê paralelo entre a criação da HQ e suas práticas de exercícios físicos, principalmente em relação ao ganho de ritmo e ao fluxo nos finalmentes de uma atividade.

A grande diferença está na expectativa por inovação e criatividade de sua vida profissional. “Com o exercício, fazer a mesma coisa todos os dias é uma coisa boa. Mas com o trabalho criativo você tem que continuar fazendo coisas novas e diferentes, o que parece ficar mais difícil com o tempo”.

O SEGREDO DA FORÇA SOBRE-HUMANA

Preço R$ 134,90 (240 páginas)

Autoria Alison Bechdel

Editora Todavia

Tradução Carol Bensimon

RAMON VITRAL / Folhapress

Alison Bechdel encara seu próprio corpo e a morte em HQ sobre exercícios físicos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Antes de tudo, um alerta. O terceiro álbum da quadrinista Alison Bechdel não é uma HQ de autoajuda nem um guia prático para ficar bombado. Aliás, se você quer uma resposta rápida para o mistério presente no título, “O Segredo da Força Sobre-Humana”, a autora não se importa com spoilers.

“O verdadeiro segredo da força sobre-humana é entender que o bem individual é o bem coletivo”, diz a autora dos clássicos “Fun Home: Uma Tragicomédia em Família” e “Você é Minha Mãe? Um Drama em Quadrinhos” em entrevista.

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“Encarar o fato de que você é apenas um dos 7,6 bilhões de outros eus no planeta e que, como todos eles, você vai morrer, não é tão ruim assim. Há uma grande libertação nisso. Há exuberância, até alegria. E esses são sentimentos melhores do que ficar preso na cela de seu eu imaginário e musculoso”, afirma.

Depois de explorar a relação com o pai e com a mãe nas HQs anteriores, em “O Segredo” ela aborda sua relação com o próprio corpo e a prática de exercícios físicos. Mas não só. Com cada um dos seis capítulos dedicados a uma das décadas da vida da autora, ela retoma os empenhos presentes nas obras prévias em busca da compreensão e aceitação de sua mortalidade.

Bechdel parte de seus esforços precoces em prol de músculos e invulnerabilidade nos anos 1960 e constrói uma grande reflexão sobre a presença e as dinâmicas de valores progressistas e conservadores ao longo de seus 62 anos.

“As coisas sobre as quais estou escrevendo -abraçar a mudança, superar o narcisismo, reconhecer o outro, encarar nossa mortalidade- são inerentemente progressivas. A ideia de força e poder que era tão atraente para mim quando criança, a atração de não depender de mais ninguém, de negar a mortalidade, esse é um valor conservador”.

Bechdel entende esse choque de valores. Também autora da série “Dykes to Watch Out For” (publicada no Brasil na coletânea “O Essencial de Perigosas Sapatas”, ela é celebrada por suas obras girando em torno de temáticas LGBTQIA+, mas viu seus trabalhos virando alvo de políticos e entidades reacionárias.

“Fun Home” ficou na 31ª posição da lista da American Library Association, a associação de bibliotecas dos Estados Unidos, de títulos com maiores tentativas de censura e banimento ao longo da década de 2010. No ano passado, a HQ ocupou a quinta posição do mesmo ranking no estado da Califórnia.

“Não tenho certeza se as coisas melhoraram qualitativamente desde Trump. Ele mudou a natureza da política conservadora e os legisladores estaduais estão tentando ser ainda mais radicais do que ele”, diz Bechdel. “Eles se concentram em proibições de livros e legislação anti-LGBT, eliminando o acesso ao aborto, tornando mais difícil para as pessoas votarem”.

“Estou lutando para ser otimista”, diz a autora. “É frustrante que todos estejamos envolvidos nessas lutas políticas desnecessárias enquanto ignoramos o terrível problema da mudança climática. Acho que é por isso que todo mundo está flertando com o autoritarismo. O estresse de perder nosso habitat está levando as pessoas à loucura”.

Apesar disso, Bechdel apresenta uma obra mais leve em “O Segredo da Força Sobre-Humana”. É bem-humorada ao retratar seus vícios em álcool e ginástica, seus relacionamentos e o impacto da idade em seu corpo.

Também conta a colorização do álbum, assinada pela artista plástica Holly Rae Taylor, companheira da quadrinista. “A exuberância da cor parecia importante para um livro que fala tanto sobre vida, vitalidade e natureza. Costumo evitar cores em meu trabalho, em parte porque é muito trabalhoso”, diz.

“O Segredo” foi produzido ao longo de nove anos, um teste de resistência, na avaliação de Bechdel. Ela vê paralelo entre a criação da HQ e suas práticas de exercícios físicos, principalmente em relação ao ganho de ritmo e ao fluxo nos finalmentes de uma atividade.

A grande diferença está na expectativa por inovação e criatividade de sua vida profissional. “Com o exercício, fazer a mesma coisa todos os dias é uma coisa boa. Mas com o trabalho criativo você tem que continuar fazendo coisas novas e diferentes, o que parece ficar mais difícil com o tempo”.

O SEGREDO DA FORÇA SOBRE-HUMANA

Preço R$ 134,90 (240 páginas)

Autoria Alison Bechdel

Editora Todavia

Tradução Carol Bensimon

RAMON VITRAL / Folhapress

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