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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu três inquéritos para analisar os vídeos em que as influenciadoras Nancy Gonçalves e Kerollen Cunha, mãe e filha, presenteiam crianças negras com uma banana e um macaco de pelúcia. Em outra gravação, elas dizem que um motorista negro cheira mal.

A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital também apura o caso. Os vídeos viralizaram nas redes sociais no dia 30 de maio e, até esta segunda (12), a Ouvidoria do Ministério Público do Rio recebeu 1.083 comunicações sobre o episódio, com pedidos de providência.

Após a repercussão, os vídeos foram apagados pelas influenciadoras de suas redes. No TikTok, o perfil da dupla tem mais de 13 milhões de seguidores.

A defesa da dupla foi procurada, mas não respondeu às perguntas da reportagem.

Em nota divulgada no perfil do Instagram, a assessoria jurídica de Nancy e Kerollen afirma que mãe e filha “estão consternadas com as alegações que foram feitas e repudiam veementemente qualquer forma de discriminação racial”.

“Naquele contexto não havia intenção de fazer qualquer referência a temáticas raciais ou a discriminações de minorias. Nada disso estava em pauta”, diz a nota.

Em um dos vídeos, Nancy dá uma banana para um menino negro após ele escolher entre ganhar um presente surpresa ou R$ 10. Diante da cena, o garoto fica aborrecido. Na sequência, a mulher repete a pergunta a uma menina mais nova. Ao falar que prefere ser presenteada, ela ganha um macaco de pelúcia.

Em outro vídeo, mãe e filha dão uma carteira a uma vendedora ambulante sem explicar o que continha dentro. Ao abrir, a mulher descobre que as influenciadoras puseram banana amassada.

Há ainda uma terceira publicação feita pelas duas, dentro de um carro. No vídeo, elas dizem que o veículo está com “cheiro de bicho morto” e sugerem que o motivo é o cabelo do motorista, que é negro.

À polícia o motorista Evaldo Jesus Faria disse não se considerar vítima e afirmou que a cena foi combinada. Ele foi ouvido na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), onde Nancy e Kerollen também prestaram depoimento nesta segunda-feira.

“Em nenhum momento você é pego de surpresa, porque tudo é combinado antes. Elas não fazem conteúdo sem explicar os detalhes do que vai ser feito. Não me senti ofendido. Estava consciente, tanto é que dirijo para elas. Acho que é um mal-entendido da mídia”, disse à imprensa na saída da delegacia.

Racismo recreativo

Os vídeos de Nancy e Kerollen repercutiram após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar o caso em suas redes sociais. Em postagem no dia 30 de maio, ela classificou o caso como racismo recreativo -quando pessoas negras são constrangidas para fins de entretenimento.

A prática é um agravante dentro da Lei de Crime Racial. Pela legislação, quem comete racismo recreativo pode ter a pena aumentada em um terço -nesses casos, pode chegar a oito anos de reclusão.

“Alguém dar de presente para uma criança negra uma banana e um macaco é o cúmulo do absurdo e da barbárie. Ali, ela animaliza e desumaniza esses corpos. Ela remete àquela ideia falsa de que o negro é um animal”, disse Fayda.

YURI EIRAS / Folhapress

Influenciadoras que deram banana e macaco de pelúcia a crianças são alvo de 3 inquéritos

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu três inquéritos para analisar os vídeos em que as influenciadoras Nancy Gonçalves e Kerollen Cunha, mãe e filha, presenteiam crianças negras com uma banana e um macaco de pelúcia. Em outra gravação, elas dizem que um motorista negro cheira mal.

A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital também apura o caso. Os vídeos viralizaram nas redes sociais no dia 30 de maio e, até esta segunda (12), a Ouvidoria do Ministério Público do Rio recebeu 1.083 comunicações sobre o episódio, com pedidos de providência.

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Após a repercussão, os vídeos foram apagados pelas influenciadoras de suas redes. No TikTok, o perfil da dupla tem mais de 13 milhões de seguidores.

A defesa da dupla foi procurada, mas não respondeu às perguntas da reportagem.

Em nota divulgada no perfil do Instagram, a assessoria jurídica de Nancy e Kerollen afirma que mãe e filha “estão consternadas com as alegações que foram feitas e repudiam veementemente qualquer forma de discriminação racial”.

“Naquele contexto não havia intenção de fazer qualquer referência a temáticas raciais ou a discriminações de minorias. Nada disso estava em pauta”, diz a nota.

Em um dos vídeos, Nancy dá uma banana para um menino negro após ele escolher entre ganhar um presente surpresa ou R$ 10. Diante da cena, o garoto fica aborrecido. Na sequência, a mulher repete a pergunta a uma menina mais nova. Ao falar que prefere ser presenteada, ela ganha um macaco de pelúcia.

Em outro vídeo, mãe e filha dão uma carteira a uma vendedora ambulante sem explicar o que continha dentro. Ao abrir, a mulher descobre que as influenciadoras puseram banana amassada.

Há ainda uma terceira publicação feita pelas duas, dentro de um carro. No vídeo, elas dizem que o veículo está com “cheiro de bicho morto” e sugerem que o motivo é o cabelo do motorista, que é negro.

À polícia o motorista Evaldo Jesus Faria disse não se considerar vítima e afirmou que a cena foi combinada. Ele foi ouvido na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), onde Nancy e Kerollen também prestaram depoimento nesta segunda-feira.

“Em nenhum momento você é pego de surpresa, porque tudo é combinado antes. Elas não fazem conteúdo sem explicar os detalhes do que vai ser feito. Não me senti ofendido. Estava consciente, tanto é que dirijo para elas. Acho que é um mal-entendido da mídia”, disse à imprensa na saída da delegacia.

Racismo recreativo

Os vídeos de Nancy e Kerollen repercutiram após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar o caso em suas redes sociais. Em postagem no dia 30 de maio, ela classificou o caso como racismo recreativo -quando pessoas negras são constrangidas para fins de entretenimento.

A prática é um agravante dentro da Lei de Crime Racial. Pela legislação, quem comete racismo recreativo pode ter a pena aumentada em um terço -nesses casos, pode chegar a oito anos de reclusão.

“Alguém dar de presente para uma criança negra uma banana e um macaco é o cúmulo do absurdo e da barbárie. Ali, ela animaliza e desumaniza esses corpos. Ela remete àquela ideia falsa de que o negro é um animal”, disse Fayda.

YURI EIRAS / Folhapress

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