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FOLHAPRESS – Não deve ter sido fácil ser Miúcha: a filha de Sérgio Buarque de Holanda, a irmã de Chico Buarque, a mulher de João Gilberto. Não bastasse tudo isso, estudar em um colégio de freiras, educando-se para ser uma boa mãe de família.

O que não faltou foram sombras para superar. No entanto, o que nos mostra “Miúcha: A Voz da Bossa Nova” é outra coisa. Antes mesmo da voz vem o sorriso, presente durante a maioria do tempo neste documentário em que Daniel Zarvos e Liliane Mutti trazem uma pessoa em que a suavidade é o que dá o tom mais visível.

Não é um documentário inovador, nada disso. Talvez nem viesse ao caso. Mas extremamente aplicado na busca dos materiais. Filmes, fotos, aquarelas. E cartas.

As cartas narram o filme, e se há uma coisa certa aqui é que a boa formação valeu para que escrevesse belas cartas -com bela caligrafia, por sinal- que uma de suas irmãs lê ao longo do documentário, em que se expõe com uma clareza e uma delicadeza bem à altura de sua voz.

O mais é isso: as amizades e parcerias, Vinícius, Toquinho, Tom Jobim, naturalmente. O encontro musical num apartamento, bem à maneira da bossa nova, ou o show, no Brasil ou fora do Brasil. Um momento e um lugar (Rio de Janeiro, zona Sul) onde tudo poderia acontecer. Bastava chegar e, parece, sua carreira ia em frente. Miúcha se pergunta se isso aconteceria com ela.

É claro, o capítulo mais esperado diz respeito ao encontro com João Gilberto, o romance, o casamento. Um momento em que João Gilberto aparece particularmente feliz. Miúcha também, mas nela o riso é fácil. No marido, nem tanto. Um belo documento: uma espécie de carta de apresentação escrita por Jorge Amado ao amigo Sérgio, o pai da moça, apresentando e recomendando o noivo.

Ao casamento sucedem o nascimento de Isabel, a futura Bebel Gilberto, e os voos solo da cantora e uma parceria que, para ela, foi particularmente atroz. Sua figura, quando trabalha ao lado de João, se transforma: mais do que tensa, parece insegura.

O resultado do trabalho pode ter sido ótimo para a música, não para o casamento. Feita a separação, parece haver uma reconciliação com o mundo. Eis então Miúcha novamente aberta ao mundo, livre, ao que parece, entregue à filha, às amizades -com João Gilberto, inclusive-, à música.

Dela, Miúcha não se tornará um mito. Talvez tenha chegado depois de muita gente, inclusive de Astrud, primeira mulher de João. Isso parece nunca tê-la incomodado.

Essa leveza -assim ao menos é como aparece no canto, nas cartas e até nos desenhos- ela ao que parece carregará para sempre. E traz para dentro do documentário. Modesto também, e contente consigo mesmo. Prefere não brilhar, mas expor seu objeto da maneira mais extensa possível.

MIÚCHA: A VOZ DA BOSSA NOVA

Avaliação Muito Bom

Quando Sáb. (17), às 20h30, no Cinesesc; qua. (21), no CCSP; sex. (23), às 20h, na Cinemateca Brasileira

Classificação Não indicada

Produção Brasil, França, 2022

Direção Liliane Mutti e Daniel Zarvos

INÁCIO ARAUJO / Folhapress

Sorriso de Miúcha eleva filme que destaca amor e tensão com João Gilberto

FOLHAPRESS – Não deve ter sido fácil ser Miúcha: a filha de Sérgio Buarque de Holanda, a irmã de Chico Buarque, a mulher de João Gilberto. Não bastasse tudo isso, estudar em um colégio de freiras, educando-se para ser uma boa mãe de família.

O que não faltou foram sombras para superar. No entanto, o que nos mostra “Miúcha: A Voz da Bossa Nova” é outra coisa. Antes mesmo da voz vem o sorriso, presente durante a maioria do tempo neste documentário em que Daniel Zarvos e Liliane Mutti trazem uma pessoa em que a suavidade é o que dá o tom mais visível.

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Não é um documentário inovador, nada disso. Talvez nem viesse ao caso. Mas extremamente aplicado na busca dos materiais. Filmes, fotos, aquarelas. E cartas.

As cartas narram o filme, e se há uma coisa certa aqui é que a boa formação valeu para que escrevesse belas cartas -com bela caligrafia, por sinal- que uma de suas irmãs lê ao longo do documentário, em que se expõe com uma clareza e uma delicadeza bem à altura de sua voz.

O mais é isso: as amizades e parcerias, Vinícius, Toquinho, Tom Jobim, naturalmente. O encontro musical num apartamento, bem à maneira da bossa nova, ou o show, no Brasil ou fora do Brasil. Um momento e um lugar (Rio de Janeiro, zona Sul) onde tudo poderia acontecer. Bastava chegar e, parece, sua carreira ia em frente. Miúcha se pergunta se isso aconteceria com ela.

É claro, o capítulo mais esperado diz respeito ao encontro com João Gilberto, o romance, o casamento. Um momento em que João Gilberto aparece particularmente feliz. Miúcha também, mas nela o riso é fácil. No marido, nem tanto. Um belo documento: uma espécie de carta de apresentação escrita por Jorge Amado ao amigo Sérgio, o pai da moça, apresentando e recomendando o noivo.

Ao casamento sucedem o nascimento de Isabel, a futura Bebel Gilberto, e os voos solo da cantora e uma parceria que, para ela, foi particularmente atroz. Sua figura, quando trabalha ao lado de João, se transforma: mais do que tensa, parece insegura.

O resultado do trabalho pode ter sido ótimo para a música, não para o casamento. Feita a separação, parece haver uma reconciliação com o mundo. Eis então Miúcha novamente aberta ao mundo, livre, ao que parece, entregue à filha, às amizades -com João Gilberto, inclusive-, à música.

Dela, Miúcha não se tornará um mito. Talvez tenha chegado depois de muita gente, inclusive de Astrud, primeira mulher de João. Isso parece nunca tê-la incomodado.

Essa leveza -assim ao menos é como aparece no canto, nas cartas e até nos desenhos- ela ao que parece carregará para sempre. E traz para dentro do documentário. Modesto também, e contente consigo mesmo. Prefere não brilhar, mas expor seu objeto da maneira mais extensa possível.

MIÚCHA: A VOZ DA BOSSA NOVA

Avaliação Muito Bom

Quando Sáb. (17), às 20h30, no Cinesesc; qua. (21), no CCSP; sex. (23), às 20h, na Cinemateca Brasileira

Classificação Não indicada

Produção Brasil, França, 2022

Direção Liliane Mutti e Daniel Zarvos

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