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RIO DE JANEIRO, RJ E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O crescimento cada vez menor da população brasileira deve reconfigurar as demandas da sociedade e a formatação de políticas públicas em áreas como saúde, economia e educação nas próximas décadas.

É o que apontam especialistas a partir dos primeiros dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta quarta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo a contagem, a população residente no país chegou a 203,1 milhões. Isso representa um crescimento médio de 0,52% ao ano em relação ao Censo de 2010 (190,8 milhões).

Trata-se do menor avanço já registrado na série histórica de 150 anos. A primeira operação censitária do Brasil ocorreu em 1872.

“O grande desafio é redimensionar todas as políticas econômicas do país em cima disso. Quando falo de política econômica, falo de saúde, de educação, do investimento que precisará ser feito observando as faixas etárias e o envelhecimento da população”, diz o ex-presidente do IBGE Roberto Olinto, pesquisador do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

“Isso tudo vai exigir que o governo tenha investimentos olhando para a nova realidade. Educação e saúde são fundamentais”, completa.

O crescimento anual da população brasileira alcançou 2,99% na passagem de 1950 para 1960, segundo os dados do Censo.

Esse percentual encolheu de forma consecutiva nas décadas seguintes, até atingir 1,17% em 2010 e 0,52% em 2022. É a primeira vez que o avanço fica abaixo de 1% em um Censo.

“A população está envelhecendo. Isso significa que haverá uma carga de pessoas mais velhas precisando de tratamento, de atendimento médico”, afirma o sociólogo Simon Schwartzman, também ex-presidente do IBGE.

“Ao mesmo tempo, vai ter menos gente trabalhando para sustentar uma população mais velha. Isso vai ter impacto sobre a Previdência Social, vai ter menos gente recolhendo dinheiro à Previdência e mais gente tendo de receber benefícios. Tem uma série de implicações que vão vir”, acrescenta.

O economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, lembra que a transição demográfica não é uma exclusividade do Brasil. Esse quadro, porém, é visto como um dos maiores desafios que o país terá pela frente, diz ele.

“Há uma tendência de pessoas que não querem ter filhos e também de menos pessoas em idade de trabalhar”, afirma. “Tem outras questões que vão se somando, a população está demandando cada vez mais serviços de saúde”, acrescenta.

Os dados divulgados pelo IBGE nesta quarta ainda não trazem detalhamentos sobre faixa etária, cor ou raça e gênero.

Questões como essas devem ser apresentadas nas próximas divulgações do Censo 2022. Especialistas aguardam os novos dados para entender melhor a dinâmica de crescimento da população nos últimos anos.

“Temos um fator importante a ser considerado que é a pandemia”, afirma a geógrafa Raquel Panke, professora da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e pós-doutoranda em desenvolvimento regional.

“Infelizmente, tivemos uma mortalidade acima do padrão e, além disso, muitas famílias que planejavam ter filhos esperaram. Isso [a pandemia] certamente se refletiu nos dados”, acrescenta.

O demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, pesquisador aposentado do IBGE, avalia que o crescimento menor da população encaminha o país para o fim do chamado bônus demográfico.

Isso traz desafios para a economia, já que a parcela da população em idade de trabalhar tende a diminuir, enquanto a de aposentados, a aumentar . Assim, o crescimento econômico tende a depender de avanços em produtividade -capacidade de produzir mais com menos.

Por outro lado, com menos filhos, as famílias podem investir mais na formação de uma mesma criança, e as mulheres podem encontrar menos dificuldades para entrada no mercado de trabalho, segundo Alves. “Essa transição traz uma oportunidade de empoderamento feminino.”

O economista Sérgio Besserman, ex-presidente do IBGE, também destaca que a tendência é de menos jovens sustentando o apoio a idosos, aposentados e inativos.

Ele, porém, vê que o quadro pode gerar uma espécie de bônus para o Brasil -desde que o país caminhe para a equidade de gênero e uma economia baseada no conhecimento.

“Gosto da ideia de redução da população mundial em geral, não só por razões de sustentabilidade, mas de uma vida mais digna e com mais bem-estar para todos. O que acontece no Brasil não é diferente da tendência global: nenhum país aumentou sua renda per capita com um crescimento populacional muito grande.”

Segundo ele, o resultado do Censo 2022 (203,1 milhões de habitantes) pode ter sido influenciado por fatores políticos e econômicos da última década no país.

“Tivemos período conturbado, com crise econômica e pandemia. Nessas situações de incerteza, os casais optam por postergar um pouco.”

LEONARDO VIECELI E LUCAS LACERDA / Folhapress

Crescimento menor da população deve reconfigurar áreas como saúde e economia

RIO DE JANEIRO, RJ E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O crescimento cada vez menor da população brasileira deve reconfigurar as demandas da sociedade e a formatação de políticas públicas em áreas como saúde, economia e educação nas próximas décadas.

É o que apontam especialistas a partir dos primeiros dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta quarta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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Segundo a contagem, a população residente no país chegou a 203,1 milhões. Isso representa um crescimento médio de 0,52% ao ano em relação ao Censo de 2010 (190,8 milhões).

Trata-se do menor avanço já registrado na série histórica de 150 anos. A primeira operação censitária do Brasil ocorreu em 1872.

“O grande desafio é redimensionar todas as políticas econômicas do país em cima disso. Quando falo de política econômica, falo de saúde, de educação, do investimento que precisará ser feito observando as faixas etárias e o envelhecimento da população”, diz o ex-presidente do IBGE Roberto Olinto, pesquisador do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

“Isso tudo vai exigir que o governo tenha investimentos olhando para a nova realidade. Educação e saúde são fundamentais”, completa.

O crescimento anual da população brasileira alcançou 2,99% na passagem de 1950 para 1960, segundo os dados do Censo.

Esse percentual encolheu de forma consecutiva nas décadas seguintes, até atingir 1,17% em 2010 e 0,52% em 2022. É a primeira vez que o avanço fica abaixo de 1% em um Censo.

“A população está envelhecendo. Isso significa que haverá uma carga de pessoas mais velhas precisando de tratamento, de atendimento médico”, afirma o sociólogo Simon Schwartzman, também ex-presidente do IBGE.

“Ao mesmo tempo, vai ter menos gente trabalhando para sustentar uma população mais velha. Isso vai ter impacto sobre a Previdência Social, vai ter menos gente recolhendo dinheiro à Previdência e mais gente tendo de receber benefícios. Tem uma série de implicações que vão vir”, acrescenta.

O economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, lembra que a transição demográfica não é uma exclusividade do Brasil. Esse quadro, porém, é visto como um dos maiores desafios que o país terá pela frente, diz ele.

“Há uma tendência de pessoas que não querem ter filhos e também de menos pessoas em idade de trabalhar”, afirma. “Tem outras questões que vão se somando, a população está demandando cada vez mais serviços de saúde”, acrescenta.

Os dados divulgados pelo IBGE nesta quarta ainda não trazem detalhamentos sobre faixa etária, cor ou raça e gênero.

Questões como essas devem ser apresentadas nas próximas divulgações do Censo 2022. Especialistas aguardam os novos dados para entender melhor a dinâmica de crescimento da população nos últimos anos.

“Temos um fator importante a ser considerado que é a pandemia”, afirma a geógrafa Raquel Panke, professora da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e pós-doutoranda em desenvolvimento regional.

“Infelizmente, tivemos uma mortalidade acima do padrão e, além disso, muitas famílias que planejavam ter filhos esperaram. Isso [a pandemia] certamente se refletiu nos dados”, acrescenta.

O demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, pesquisador aposentado do IBGE, avalia que o crescimento menor da população encaminha o país para o fim do chamado bônus demográfico.

Isso traz desafios para a economia, já que a parcela da população em idade de trabalhar tende a diminuir, enquanto a de aposentados, a aumentar . Assim, o crescimento econômico tende a depender de avanços em produtividade -capacidade de produzir mais com menos.

Por outro lado, com menos filhos, as famílias podem investir mais na formação de uma mesma criança, e as mulheres podem encontrar menos dificuldades para entrada no mercado de trabalho, segundo Alves. “Essa transição traz uma oportunidade de empoderamento feminino.”

O economista Sérgio Besserman, ex-presidente do IBGE, também destaca que a tendência é de menos jovens sustentando o apoio a idosos, aposentados e inativos.

Ele, porém, vê que o quadro pode gerar uma espécie de bônus para o Brasil -desde que o país caminhe para a equidade de gênero e uma economia baseada no conhecimento.

“Gosto da ideia de redução da população mundial em geral, não só por razões de sustentabilidade, mas de uma vida mais digna e com mais bem-estar para todos. O que acontece no Brasil não é diferente da tendência global: nenhum país aumentou sua renda per capita com um crescimento populacional muito grande.”

Segundo ele, o resultado do Censo 2022 (203,1 milhões de habitantes) pode ter sido influenciado por fatores políticos e econômicos da última década no país.

“Tivemos período conturbado, com crise econômica e pandemia. Nessas situações de incerteza, os casais optam por postergar um pouco.”

LEONARDO VIECELI E LUCAS LACERDA / Folhapress

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