SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Comissão Arns de Direitos Humanos enviou ofício ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pedindo a anulação de homenagem ao coronel Erasmo Dias, expoente da ditadura militar, que dará nome a um trevo rodoviário em Paraguaçu Paulista, cidade onde nasceu.
Como adiantou a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, a homenagem, proposta pelo ex-deputado bolsonarista Frederico DAvila (PL), foi aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada por Tarcísio nesta quarta-feira (28).
“Adepto do uso da truculência contra a população civil, os estudantes e os militantes da resistência ao golpe militar, Erasmo Dias, falecido em 2010, ostenta um tenebroso currículo formado a partir das suas posições de comando, quando empreendeu ações de repressão, tortura e morte nos chamados anos de chumbo”, diz a carta a Tarcísio, assinada pelos ex-ministros Claudia Costin, José Carlos Dias, Paulo Vannuchi e Paulo Sérgio Pinheiro, além do ex-senador italiano José Luiz Del Roio.
Dias, que também foi deputado estadual, notabilizou-se pela invasão da PUC em 1977, quando era secretário da Segurança Pública de São Paulo. Na ocasião, centenas de estudantes foram presos. Participou ainda de outras atividades repressivas durante o regime militar.
“Certos de que o estado de São Paulo não merece ter esta mácula em sua história, pedimos a V. Exa que a vergonhosa honraria seja prontamente anulada”, diz a Comissão Arns.
FÁBIO ZANINI / Folhapress
