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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dia após a surpreendente mudança de posição e a aprovação da entrada da Suécia na Otan, a Turquia começou a apresentar nesta terça (11) sua fatura pelo ato, que pode salvar a imagem da cúpula da aliança militar em Vilnius (Lituânia).

Segundo o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, o governo Joe Biden irá encaminhar com o Congresso a autorização para a exportação de novos caças F-16 para Ancara. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, apressou-se em dizer que isso em nada tinha a ver com a decisão do turco Recep Tayyip Erdogan da véspera.

Não é fato, claro. Os EUA têm segurado o pedido turco de revitalizar sua frota de 252 F-16 desde que Ancara apresentou dificuldades ao pleito sueco, feito em conjunto com a Finlândia em maio do ano passado.

Também resta a ver se os suecos apertarão o cerco a exilados curdos, opositores de Erdogan tachados de terroristas na Tuquia, em seu país. Isso e os constantes protestos que incluem queimas do Alcorão na Suécia sempre foram pontos centrais das objeções turcas.

Mais difícil, contudo, é ver a demanda apresentada publicamente apenas ontem por Erdogan para a aprovação, de que a União Europeia reabra negociações paradas desde o golpe contra o turco em 2016 para a entrada do país no bloco de 27 membros.

Historicamente, nações como a França resistem à entrada turca por considerar que o país, muçulmano, mais pobre e autoritário, pode acabar por gerar um fluxo imigratório indesejado. Ancara vê apenas xenofobia nisso. Há outros problemas, como a rixa histórica com a Grécia, de resto parceira na Otan.

A relação turca com a Otan, que precisa de sua posição geográfica inestimável, ligando Europa ao Oriente Médio e ameaçando o flanco sul russo, sempre foi turbulenta desde sua adesão, em 1952 justamente com a rival Grécia.

Ambos os países se enfrentaram na partilha de Chipre, e hoje disputam áreas petrolíferas em volta da ilha no Mediterrâneo. Com efeito, Paris fez um acordo militar para armar Atenas com caças modernos, entre outros equipamentos, o que piorou ainda mais a relação com Erdogan.

Mas o nó sempre foram os EUA, fornecedores primários de armamentos aos turcos. Após o golpe fracassado de 2016, Erdogan exigiu a extradição de um clérigo acusado de chefiar o movimento, o que o então presidente Donald Trump negou.

Então o turco aproximou-se ainda mais de Valdimir Putin, com quem tem boa relação e negócios. Comprou sofisticadas baterias antiaéreas S-400, o que irritou os americanos, que viram nisso um risco de vazamento de segredos sobre o desempenho de seu caça furtivo F-35 —construído por um consórcio multinacional integrado pela Turquia.

Resultado, expulsaram Ancara do programa do F-35. Isso levou a uma maior cooperação militar entre os rivais históricos russos e turcos, que têm apoiam adversários distintos nas guerras civis da Síria e da Líbia, por exemplo. O processo só foi interrompido pela Guerra da Ucrânia, na qual, até por ser da Otan, Erdogan ficou do lado ucraniano.

Mas é um apoio equilibrado, já que a boa relação com Putin prossegue, ainda que com ruídos como a libertação de comandantes de uma unidade neonazista ucraniana que estavam exilados na Turquia. Eles foram de volta a Kiev com Zelenski, que visitou Erdogan no fim de semana, irritando Moscou.

Ao mesmo tempo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou “compreender” a posição turca na Otan. Afirmou, contudo, que Erdogan não deve ter ilusões quanto à admissão na União Europeia. “Ninguém quer ver a Turquia na Europa, eu digo, os europeus. E sobre isso nossos parceiros turcos não deve usar lentes róseas”, afirmou..

Ambos os países nórdicos deixaram a histórica neutralidade (200 anos no caso sueco, 70 no finlandês) devido à invasão russa da Ucrânia, que fez a dupla crer estar sob risco de ataque por Moscou. Para entrar no clube, todos os países têm de aprovar isso no Parlamento, e é o que Erdogan prometeu fazer. A seu reboque, assim como no caso finlandês, está a iliberal Hungria, que já disse que seguirá Ancara.

A confirmação da Suécia por turcos e húngaros criará uma situação estratégica nova para a Rússia. O mar Báltico será todo margeado por adversários de Moscou, virando assim um “lago da Otan”, como gostam de dizer diplomatas. A Rússia tem uma saída histórica para a região pelo golfo da Finlândia e detém o encrave de Kaliningrado, base de sua Frota do Báltico.

IGOR GIELOW / Folhapress

Fatura do apoio turco à Suécia na Otan começa a aparecer

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dia após a surpreendente mudança de posição e a aprovação da entrada da Suécia na Otan, a Turquia começou a apresentar nesta terça (11) sua fatura pelo ato, que pode salvar a imagem da cúpula da aliança militar em Vilnius (Lituânia).

Segundo o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, o governo Joe Biden irá encaminhar com o Congresso a autorização para a exportação de novos caças F-16 para Ancara. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, apressou-se em dizer que isso em nada tinha a ver com a decisão do turco Recep Tayyip Erdogan da véspera.

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Não é fato, claro. Os EUA têm segurado o pedido turco de revitalizar sua frota de 252 F-16 desde que Ancara apresentou dificuldades ao pleito sueco, feito em conjunto com a Finlândia em maio do ano passado.

Também resta a ver se os suecos apertarão o cerco a exilados curdos, opositores de Erdogan tachados de terroristas na Tuquia, em seu país. Isso e os constantes protestos que incluem queimas do Alcorão na Suécia sempre foram pontos centrais das objeções turcas.

Mais difícil, contudo, é ver a demanda apresentada publicamente apenas ontem por Erdogan para a aprovação, de que a União Europeia reabra negociações paradas desde o golpe contra o turco em 2016 para a entrada do país no bloco de 27 membros.

Historicamente, nações como a França resistem à entrada turca por considerar que o país, muçulmano, mais pobre e autoritário, pode acabar por gerar um fluxo imigratório indesejado. Ancara vê apenas xenofobia nisso. Há outros problemas, como a rixa histórica com a Grécia, de resto parceira na Otan.

A relação turca com a Otan, que precisa de sua posição geográfica inestimável, ligando Europa ao Oriente Médio e ameaçando o flanco sul russo, sempre foi turbulenta desde sua adesão, em 1952 justamente com a rival Grécia.

Ambos os países se enfrentaram na partilha de Chipre, e hoje disputam áreas petrolíferas em volta da ilha no Mediterrâneo. Com efeito, Paris fez um acordo militar para armar Atenas com caças modernos, entre outros equipamentos, o que piorou ainda mais a relação com Erdogan.

Mas o nó sempre foram os EUA, fornecedores primários de armamentos aos turcos. Após o golpe fracassado de 2016, Erdogan exigiu a extradição de um clérigo acusado de chefiar o movimento, o que o então presidente Donald Trump negou.

Então o turco aproximou-se ainda mais de Valdimir Putin, com quem tem boa relação e negócios. Comprou sofisticadas baterias antiaéreas S-400, o que irritou os americanos, que viram nisso um risco de vazamento de segredos sobre o desempenho de seu caça furtivo F-35 —construído por um consórcio multinacional integrado pela Turquia.

Resultado, expulsaram Ancara do programa do F-35. Isso levou a uma maior cooperação militar entre os rivais históricos russos e turcos, que têm apoiam adversários distintos nas guerras civis da Síria e da Líbia, por exemplo. O processo só foi interrompido pela Guerra da Ucrânia, na qual, até por ser da Otan, Erdogan ficou do lado ucraniano.

Mas é um apoio equilibrado, já que a boa relação com Putin prossegue, ainda que com ruídos como a libertação de comandantes de uma unidade neonazista ucraniana que estavam exilados na Turquia. Eles foram de volta a Kiev com Zelenski, que visitou Erdogan no fim de semana, irritando Moscou.

Ao mesmo tempo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou “compreender” a posição turca na Otan. Afirmou, contudo, que Erdogan não deve ter ilusões quanto à admissão na União Europeia. “Ninguém quer ver a Turquia na Europa, eu digo, os europeus. E sobre isso nossos parceiros turcos não deve usar lentes róseas”, afirmou..

Ambos os países nórdicos deixaram a histórica neutralidade (200 anos no caso sueco, 70 no finlandês) devido à invasão russa da Ucrânia, que fez a dupla crer estar sob risco de ataque por Moscou. Para entrar no clube, todos os países têm de aprovar isso no Parlamento, e é o que Erdogan prometeu fazer. A seu reboque, assim como no caso finlandês, está a iliberal Hungria, que já disse que seguirá Ancara.

A confirmação da Suécia por turcos e húngaros criará uma situação estratégica nova para a Rússia. O mar Báltico será todo margeado por adversários de Moscou, virando assim um “lago da Otan”, como gostam de dizer diplomatas. A Rússia tem uma saída histórica para a região pelo golfo da Finlândia e detém o encrave de Kaliningrado, base de sua Frota do Báltico.

IGOR GIELOW / Folhapress

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