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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) fez gestos políticos e liberou verbas bilionárias nos seis primeiros meses de gestão para tentar afagar integrantes do agronegócio, militares e evangélicos, os três setores que representam os pilares de sustentação de Jair Bolsonaro (PL).

O ex-presidente foi eleito em 2018 e concorreu à reeleição com discurso voltado para esses segmentos da sociedade, que em sua maioria se opuseram ao petista durante toda a campanha.

Após a oposição sofrida na campanha, Lula tem feito articulações e utilizado a máquina pública para avançar no eleitorado bolsonarista e esvaziar a força política de seu principal oposicionista —movimento que se soma à negociação de cargos com partidos do centrão para ampliar a base de apoio no Congresso.

Em uma frente, Lula lançou, no fim de junho, o Plano Safra 2023/2024 com R$ 364,22 bilhões para o financiamento da atividade agropecuária de médio e grandes produtores. O valor, conforme antecipou a Folha, é recorde.

A expectativa, segundo integrantes do governo, é que o total fique entre R$ 420 bilhões e R$ 430 bilhões ao somar também os valores para agricultura familiar –o que representaria um forte aumento em relação ao pacote anterior, os R$ 340,9 bilhões lançados por Bolsonaro para a safra 2022/2023.

O presidente da bancada ruralista, deputado Pedro Lupion (PP-PR), afirma que há entendimento com o Executivo quando o assunto é técnico.

“O governo faz sua parte. Safra foi bom, claro, assim como outras coisas que estamos negociando. No Carf [o órgão administrativo final de análise de litígios tributários], conseguimos colocar algumas demandas da agricultura, como royalties para sementes, tudo com negociação e conversa. Se a gente não tivesse 380 membros na bancada, ninguém falava com a gente”, disse.

Lupion, entretanto, rechaça se tratar de gestos do governo. “Não são. Faz porque é Executivo, governo, é obrigação. Vai falar que Bolsonaro quando atendeu a um assentamento foi gesto para a esquerda?”, disse.

Lula sempre diz que sua obrigação é dialogar com todos os setores da sociedade, inclusive os que fazem oposição ao seu governo. Se por um lado há essa busca de uma atuação pragmática, por outro o petista por vezes derrapa nas palavras e repete discurso de campanha.

Líderes ruralistas lembram que, durante a campanha eleitoral, Lula se referiu a parte do setor como “fascista e direitista”.

Em junho deste ano, ele disse que o problema do agronegócio com a sua gestão é “ideológico”, e não ligado a questões econômicas.

“Tenho noção do que nós fizemos [para o agronegócio]. O problema deles conosco é ideológico, não é problema de dinheiro a mais no Plano Safra. Não quero saber se produtor rural gosta de mim ou não”, afirmou na época.

Importantes setores do agronegócio apoiaram Bolsonaro em peso. No desfile de 7 de Setembro do ano passado, por exemplo, em que foram convocadas manifestações de teor golpista, Bolsonaro determinou a inclusão de tratores no desfile militar, como um gesto ao setor.

Em meio ao esforço para equilibrar as contas públicas e incrementar os cofres da União, o governo Lula também abriu mão de dinheiro para agradar os evangélicos.

O governo apoiou na negociação da reforma tributária a ampliação da imunidade tributária das igrejas contra a cobrança de impostos federais, estaduais e municipais (incluindo IPTU).

O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), que já foi líder da bancada evangélica e vinha fazendo críticas à postura do presidente em relação aos fiéis, afirma que o apoio do governo à emenda da reforma é uma sinalização importante.

“Eu tenho que ser justo. De fato, o governo não parecia querer aproximação conosco, mas fez demonstração muito grande nesta semana e estamos na expectativa de que o Executivo de fato faça ações para que o Brasil entenda que o Lula está voltando a ser o Lula paz e amor”, diz.

A redação atual da Constituição fala em “templos de qualquer culto”. A Câmara aprovou uma alteração no texto para incluir também entidades religiosas e organizações assistenciais e beneficentes ligadas a essas entidades.

Segundo explicação de técnicos, a imunidade atual só alcança o templo propriamente dito, e a mudança estende o benefício “para além dos muros da igreja”.

Lula ainda avalia nos bastidores se faz outro aceno importante aos evangélicos com a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o STF (Supremo Tribunal Federal) em outubro, na vaga da ministra Rosa Weber. Lula o enviou como representante para a Marcha para Jesus, no início de junho.

No caso dos militares, a relação que já era ruim na campanha do ano passado ficou ainda pior no começo de 2023 com a invasão às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro.

Os bolsonaristas que depredaram os palácios estavam reunidos em frente ao quartel de Brasília, assim como havia mobilizações iguais em outras cidades, desde o fim da eleição, pedindo uma intervenção contra a posse de Lula.

O petista disse que não aceitou editar um decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) porque disse que não teria o poder de volta.

Lula afirmou que seu compromisso com as Forças Armadas era de despolitizá-las e buscou restringi-las à atuação institucional, o que acabou agradando importantes setores da caserna, depois de anos de desgaste com a politização bolsonarista.

O primeiro gesto de Lula às Forças Armadas foi a escolha de um nome de fora do PT e sem histórico de militância na esquerda para o Ministério da Defesa, José Múcio.

Em outro momento, quando demitiu o então ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Gonçalves Dias, Lula resistiu à pressão de aliados para que acabasse de vez com o órgão da forma como é hoje —a pasta, por décadas, foi chamada de Casa Militar.

Outra demanda era para que, ao menos, o órgão fosse comandado por um militar, o que acabou ocorrendo.

Assumiu o general Marco Antônio Amaro dos Santos, que ganhou a queda de braço com a PF (Polícia Federal) na disputa sobre quem ficaria com o comando da segurança presidencial.

Além disso, o governo tem trabalhado para garantir recursos para a indústria de defesa. No Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que deve ser lançado neste mês, o Planalto incluiu investimentos na defesa como um dos eixos do programa, que é uma das vitrines do Lula 3.

A implementação dos projetos prioritários de Exército, Marinha e Aeronáutica ficaram a cargo do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e de Múcio.

MATHEUS TEIXEIRA E MARIANNA HOLANDA / Folhapress

Lula usa máquina para esvaziar base de Bolsonaro e se aproximar de evangélicos, militares e agro

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) fez gestos políticos e liberou verbas bilionárias nos seis primeiros meses de gestão para tentar afagar integrantes do agronegócio, militares e evangélicos, os três setores que representam os pilares de sustentação de Jair Bolsonaro (PL).

O ex-presidente foi eleito em 2018 e concorreu à reeleição com discurso voltado para esses segmentos da sociedade, que em sua maioria se opuseram ao petista durante toda a campanha.

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Após a oposição sofrida na campanha, Lula tem feito articulações e utilizado a máquina pública para avançar no eleitorado bolsonarista e esvaziar a força política de seu principal oposicionista —movimento que se soma à negociação de cargos com partidos do centrão para ampliar a base de apoio no Congresso.

Em uma frente, Lula lançou, no fim de junho, o Plano Safra 2023/2024 com R$ 364,22 bilhões para o financiamento da atividade agropecuária de médio e grandes produtores. O valor, conforme antecipou a Folha, é recorde.

A expectativa, segundo integrantes do governo, é que o total fique entre R$ 420 bilhões e R$ 430 bilhões ao somar também os valores para agricultura familiar –o que representaria um forte aumento em relação ao pacote anterior, os R$ 340,9 bilhões lançados por Bolsonaro para a safra 2022/2023.

O presidente da bancada ruralista, deputado Pedro Lupion (PP-PR), afirma que há entendimento com o Executivo quando o assunto é técnico.

“O governo faz sua parte. Safra foi bom, claro, assim como outras coisas que estamos negociando. No Carf [o órgão administrativo final de análise de litígios tributários], conseguimos colocar algumas demandas da agricultura, como royalties para sementes, tudo com negociação e conversa. Se a gente não tivesse 380 membros na bancada, ninguém falava com a gente”, disse.

Lupion, entretanto, rechaça se tratar de gestos do governo. “Não são. Faz porque é Executivo, governo, é obrigação. Vai falar que Bolsonaro quando atendeu a um assentamento foi gesto para a esquerda?”, disse.

Lula sempre diz que sua obrigação é dialogar com todos os setores da sociedade, inclusive os que fazem oposição ao seu governo. Se por um lado há essa busca de uma atuação pragmática, por outro o petista por vezes derrapa nas palavras e repete discurso de campanha.

Líderes ruralistas lembram que, durante a campanha eleitoral, Lula se referiu a parte do setor como “fascista e direitista”.

Em junho deste ano, ele disse que o problema do agronegócio com a sua gestão é “ideológico”, e não ligado a questões econômicas.

“Tenho noção do que nós fizemos [para o agronegócio]. O problema deles conosco é ideológico, não é problema de dinheiro a mais no Plano Safra. Não quero saber se produtor rural gosta de mim ou não”, afirmou na época.

Importantes setores do agronegócio apoiaram Bolsonaro em peso. No desfile de 7 de Setembro do ano passado, por exemplo, em que foram convocadas manifestações de teor golpista, Bolsonaro determinou a inclusão de tratores no desfile militar, como um gesto ao setor.

Em meio ao esforço para equilibrar as contas públicas e incrementar os cofres da União, o governo Lula também abriu mão de dinheiro para agradar os evangélicos.

O governo apoiou na negociação da reforma tributária a ampliação da imunidade tributária das igrejas contra a cobrança de impostos federais, estaduais e municipais (incluindo IPTU).

O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), que já foi líder da bancada evangélica e vinha fazendo críticas à postura do presidente em relação aos fiéis, afirma que o apoio do governo à emenda da reforma é uma sinalização importante.

“Eu tenho que ser justo. De fato, o governo não parecia querer aproximação conosco, mas fez demonstração muito grande nesta semana e estamos na expectativa de que o Executivo de fato faça ações para que o Brasil entenda que o Lula está voltando a ser o Lula paz e amor”, diz.

A redação atual da Constituição fala em “templos de qualquer culto”. A Câmara aprovou uma alteração no texto para incluir também entidades religiosas e organizações assistenciais e beneficentes ligadas a essas entidades.

Segundo explicação de técnicos, a imunidade atual só alcança o templo propriamente dito, e a mudança estende o benefício “para além dos muros da igreja”.

Lula ainda avalia nos bastidores se faz outro aceno importante aos evangélicos com a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o STF (Supremo Tribunal Federal) em outubro, na vaga da ministra Rosa Weber. Lula o enviou como representante para a Marcha para Jesus, no início de junho.

No caso dos militares, a relação que já era ruim na campanha do ano passado ficou ainda pior no começo de 2023 com a invasão às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro.

Os bolsonaristas que depredaram os palácios estavam reunidos em frente ao quartel de Brasília, assim como havia mobilizações iguais em outras cidades, desde o fim da eleição, pedindo uma intervenção contra a posse de Lula.

O petista disse que não aceitou editar um decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) porque disse que não teria o poder de volta.

Lula afirmou que seu compromisso com as Forças Armadas era de despolitizá-las e buscou restringi-las à atuação institucional, o que acabou agradando importantes setores da caserna, depois de anos de desgaste com a politização bolsonarista.

O primeiro gesto de Lula às Forças Armadas foi a escolha de um nome de fora do PT e sem histórico de militância na esquerda para o Ministério da Defesa, José Múcio.

Em outro momento, quando demitiu o então ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Gonçalves Dias, Lula resistiu à pressão de aliados para que acabasse de vez com o órgão da forma como é hoje —a pasta, por décadas, foi chamada de Casa Militar.

Outra demanda era para que, ao menos, o órgão fosse comandado por um militar, o que acabou ocorrendo.

Assumiu o general Marco Antônio Amaro dos Santos, que ganhou a queda de braço com a PF (Polícia Federal) na disputa sobre quem ficaria com o comando da segurança presidencial.

Além disso, o governo tem trabalhado para garantir recursos para a indústria de defesa. No Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que deve ser lançado neste mês, o Planalto incluiu investimentos na defesa como um dos eixos do programa, que é uma das vitrines do Lula 3.

A implementação dos projetos prioritários de Exército, Marinha e Aeronáutica ficaram a cargo do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e de Múcio.

MATHEUS TEIXEIRA E MARIANNA HOLANDA / Folhapress

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