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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com colares no pescoço e um vestido amarelo composto por uma estrutura de rede, franjas e texturas variadas, a mulher caminha pela passarela com um seio à mostra e usando nos pés o tênis Converse All-Star de cano e solado altos.

A cena do desfile da Souje, marca do artista plástico baiano homônimo, remete aos fazeres manuais que são passados de geração a geração e a uma alegria da juventude. É a síntese da Casa de Criadores, o evento paulistano de moda realizado há 26 anos que chega à sua 52ª edição.

Conhecida por ser um celeiro de talentos, a Casa de Criadores busca descortinar para a sociedade conceitos estéticos e corpos marginalizados –negros, indígenas, transgênero–, afirma o criador do evento, André Hidalgo.

Ele diz que a edição deste ano é especial por ser a primeira com desfiles ao vivo no Centro Cultural São Paulo. Durante a pandemia, o evento gravou desfiles em vídeo no espaço para serem transmitidos pela internet.

“Nós já fizemos desfiles até embaixo do viaduto do Chá e em galpões desativados. A Casa conversa com São Paulo e o Centro Cultural tem uma arquitetura brutalista que lembra muito a cidade”, diz.

O evento ocupa quase todo o local, inclusive a biblioteca e uma sala subterrânea que servia como depósito de lixo. O clima underground do local, que tem aparência escura e rústica, também traduz o espírito da Casa de Criadores.

Outro diferencial do ano é o contexto político –é a primeira edição do evento no Brasil pós-Bolsonaro e pós-pandemia. Foram quatro anos difíceis em que a cultura brasileira foi quase asfixiada, diz Hidalgo.

“Nós precisamos de patrocínios da iniciativa privada e durante o governo Bolsonaro foi muito difícil captá-los. Foram trevas, mas somos um ponto de resistência e estamos vivos”, afirma.

O que se viu nas passarelas no primeiro dia do evento foi a fala de Hidalgo, de maneira visual e tátil. A Souje apresentou looks coloridos, lúdicos e com bastante pele à mostra –prova de que muitos brasileiros estão dispostos a brincar com a própria libido em praça pública por meio do vestuário. Peças como macacões e vestidos foram trajadas por modelos cheios de marra. Uma delas rebolou generosamente.

A UMS 458 – LL, de Lucas Lyra, fez o público voltar à Alemanha Oriental ao mostrar uma coleção austera e dark, que aludiu ao punk e ao metal. Ninguém melhor para abrir o desfile, portanto, do que o cantor Supla, que vestiu um sobretudo adornado com anéis metálicos e ostentou sua cabeleira amarela toda espetada.

Se a Souje alegrou a noite, a UMS 458 – LL quis mostrar que são tempos de revisionismo e se rebelou diante de mais uma crise econômica à espreita. Ao som de um tecno gélido e acelerado, os modelos, de cara fechada, mostraram peças de tricô, sobretudos, maquiagem e saias com mochilas costuradas no tecido.

A Ken-gá se arriscou ao unir o sertanejo com funk e a estética do agro –algo em alta nas telenovelas da Globo– em um desfile de fluxo por vezes desorganizado, com modelos quase se trombando várias vezes. Peças feitas de jeans, couro e adornadas com fivelas e estampas de oncinha integraram o show.

A NotEqual apostou em alfaiataria com uma coleção de excessos pontuais, enquanto a Plataforma Açu mostrou estampas com paisagens, bolinhas e xadrez em uma profusão de cores. Os looks às vezes eram inusitados. Uma modelo arrastou uma saia imensa com o mapa do Brasil estampado, enquanto outros ostentaram colares adornados com isqueiros que eles acendiam.

Um dos ápices da noite foi a Nalimo, marca indígena que mostrou uma coleção suave e elegante, composta por alfaiataria e cores majoritariamente neutras. O clima de protesto chegou ao ápice quando indígenas tocaram tambores, cantaram e exigiram demarcação de terras para já.

CASA DE CRIADORES

Quando: Até 16 de julho

Onde: Centro Cultural São Paulo – r. Vergueiro, 1.000, São Paulo

Telefone: (11) 3397-4002

Link: https://www.casadecriadores.com.br/

CAIO DELCOLLI / Folhapress

Casa de Criadores mostra moda politizada e Supla em edição pós-Bolsonaro

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com colares no pescoço e um vestido amarelo composto por uma estrutura de rede, franjas e texturas variadas, a mulher caminha pela passarela com um seio à mostra e usando nos pés o tênis Converse All-Star de cano e solado altos.

A cena do desfile da Souje, marca do artista plástico baiano homônimo, remete aos fazeres manuais que são passados de geração a geração e a uma alegria da juventude. É a síntese da Casa de Criadores, o evento paulistano de moda realizado há 26 anos que chega à sua 52ª edição.

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Conhecida por ser um celeiro de talentos, a Casa de Criadores busca descortinar para a sociedade conceitos estéticos e corpos marginalizados –negros, indígenas, transgênero–, afirma o criador do evento, André Hidalgo.

Ele diz que a edição deste ano é especial por ser a primeira com desfiles ao vivo no Centro Cultural São Paulo. Durante a pandemia, o evento gravou desfiles em vídeo no espaço para serem transmitidos pela internet.

“Nós já fizemos desfiles até embaixo do viaduto do Chá e em galpões desativados. A Casa conversa com São Paulo e o Centro Cultural tem uma arquitetura brutalista que lembra muito a cidade”, diz.

O evento ocupa quase todo o local, inclusive a biblioteca e uma sala subterrânea que servia como depósito de lixo. O clima underground do local, que tem aparência escura e rústica, também traduz o espírito da Casa de Criadores.

Outro diferencial do ano é o contexto político –é a primeira edição do evento no Brasil pós-Bolsonaro e pós-pandemia. Foram quatro anos difíceis em que a cultura brasileira foi quase asfixiada, diz Hidalgo.

“Nós precisamos de patrocínios da iniciativa privada e durante o governo Bolsonaro foi muito difícil captá-los. Foram trevas, mas somos um ponto de resistência e estamos vivos”, afirma.

O que se viu nas passarelas no primeiro dia do evento foi a fala de Hidalgo, de maneira visual e tátil. A Souje apresentou looks coloridos, lúdicos e com bastante pele à mostra –prova de que muitos brasileiros estão dispostos a brincar com a própria libido em praça pública por meio do vestuário. Peças como macacões e vestidos foram trajadas por modelos cheios de marra. Uma delas rebolou generosamente.

A UMS 458 – LL, de Lucas Lyra, fez o público voltar à Alemanha Oriental ao mostrar uma coleção austera e dark, que aludiu ao punk e ao metal. Ninguém melhor para abrir o desfile, portanto, do que o cantor Supla, que vestiu um sobretudo adornado com anéis metálicos e ostentou sua cabeleira amarela toda espetada.

Se a Souje alegrou a noite, a UMS 458 – LL quis mostrar que são tempos de revisionismo e se rebelou diante de mais uma crise econômica à espreita. Ao som de um tecno gélido e acelerado, os modelos, de cara fechada, mostraram peças de tricô, sobretudos, maquiagem e saias com mochilas costuradas no tecido.

A Ken-gá se arriscou ao unir o sertanejo com funk e a estética do agro –algo em alta nas telenovelas da Globo– em um desfile de fluxo por vezes desorganizado, com modelos quase se trombando várias vezes. Peças feitas de jeans, couro e adornadas com fivelas e estampas de oncinha integraram o show.

A NotEqual apostou em alfaiataria com uma coleção de excessos pontuais, enquanto a Plataforma Açu mostrou estampas com paisagens, bolinhas e xadrez em uma profusão de cores. Os looks às vezes eram inusitados. Uma modelo arrastou uma saia imensa com o mapa do Brasil estampado, enquanto outros ostentaram colares adornados com isqueiros que eles acendiam.

Um dos ápices da noite foi a Nalimo, marca indígena que mostrou uma coleção suave e elegante, composta por alfaiataria e cores majoritariamente neutras. O clima de protesto chegou ao ápice quando indígenas tocaram tambores, cantaram e exigiram demarcação de terras para já.

CASA DE CRIADORES

Quando: Até 16 de julho

Onde: Centro Cultural São Paulo – r. Vergueiro, 1.000, São Paulo

Telefone: (11) 3397-4002

Link: https://www.casadecriadores.com.br/

CAIO DELCOLLI / Folhapress

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