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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O engenheiro Luiz Eduardo Barata considera “surpreendente” e “inacreditável” que o dia tenha terminado sem que o Brasil saiba onde e como começou o apagão dessa terça-feira (15).

“Posso afirmar com certeza que, pelo seu nível tecnológico, ele já devia saber quais foram as linhas com problemas”, diz.

Barata é um dos profissionais mais experientes ainda na ativa no setor de energia elétrica. Foi secretário-executivo do MME (Ministério de Minas e Energia) e diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Segundo ele, os órgãos reguladores conseguem identificar a origem de um problema imediatamente após a sua ocorrência.

*

PERGUNTA – O ministro afirmou que houve mais de uma falha, mas não soube dizer o que houve. É normal essa falta de definição por tanto tempo?

LUIZ EDUARDO BARATA – Para um apagão desse tamanho, não pode ter ocorrido o que chamamos de contingência simples —a saída de uma única linha. Um distúrbio dessa magnitude costuma ocorrer quando há simultaneidade de eventos. Quais foram ainda não disseram, e isso é inacreditável.

P – Por quê?

LEB – Nunca ficamos tanto tempo sem saber. Passadas dez horas do distúrbio, não ouvimos do ONS, que é o responsável pela operação, exatamente o que ocorreu. Eu posso afirmar, com certeza que, pelo seu nível tecnológico, ele já devia saber quais foram as linhas com problemas. Infelizmente, a partir da entrevista do ministro [Alexandre Silveira], não se conseguiu precisar o que aconteceu. Concordamos que a situação energética do país é excepcional e não há qualquer tipo de risco no abastecimento. Mas os registradores mostram onde ocorre esse tipo de evento.

P – O que são registradores?

LEB – Os registradores são aparelhos no sistema que identificam o que houve. Eu saí do ONS há três anos. Ele estava muito bem aparelhado. É surpreendente que não se tenha o local do distúrbio até essa hora [a entrevista foi às 19h15]. Em todos os grandes distúrbios, imediatamente após o evento a gente sabe onde começou e o que aconteceu. Depois, óbvio, você vai ver o que aconteceu a mais, mas a causa você sabe imediatamente. Digo isso sem medo da errar. A preocupação do ministro foi falar da privatização da Eletrobras e não temos informações básicas até agora.

P – O fato de a Eletrobras estar privatizada compromete a análise técnica do sistema?

LEB – Não. De jeito nenhum. Vou dar um exemplo. Eu era responsável pela Operação no ONS no apagão de 2009. Levamos mais de dez horas para recompor o sistema. Passei a madrugada acordado. Mas na mesma hora que aconteceu, a gente sabia que o problema era em três linhas de Itaipu. Não consigo explicar o que estamos vendo hoje. Só posso dizer que estou triste.

ALEXA SALOMÃO / Folhapress

“Nunca ficamos tanto tempo sem saber a origem de um apagão”, diz ex-diretor-geral do ONS

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O engenheiro Luiz Eduardo Barata considera “surpreendente” e “inacreditável” que o dia tenha terminado sem que o Brasil saiba onde e como começou o apagão dessa terça-feira (15).

“Posso afirmar com certeza que, pelo seu nível tecnológico, ele já devia saber quais foram as linhas com problemas”, diz.

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Barata é um dos profissionais mais experientes ainda na ativa no setor de energia elétrica. Foi secretário-executivo do MME (Ministério de Minas e Energia) e diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Segundo ele, os órgãos reguladores conseguem identificar a origem de um problema imediatamente após a sua ocorrência.

*

PERGUNTA – O ministro afirmou que houve mais de uma falha, mas não soube dizer o que houve. É normal essa falta de definição por tanto tempo?

LUIZ EDUARDO BARATA – Para um apagão desse tamanho, não pode ter ocorrido o que chamamos de contingência simples —a saída de uma única linha. Um distúrbio dessa magnitude costuma ocorrer quando há simultaneidade de eventos. Quais foram ainda não disseram, e isso é inacreditável.

P – Por quê?

LEB – Nunca ficamos tanto tempo sem saber. Passadas dez horas do distúrbio, não ouvimos do ONS, que é o responsável pela operação, exatamente o que ocorreu. Eu posso afirmar, com certeza que, pelo seu nível tecnológico, ele já devia saber quais foram as linhas com problemas. Infelizmente, a partir da entrevista do ministro [Alexandre Silveira], não se conseguiu precisar o que aconteceu. Concordamos que a situação energética do país é excepcional e não há qualquer tipo de risco no abastecimento. Mas os registradores mostram onde ocorre esse tipo de evento.

P – O que são registradores?

LEB – Os registradores são aparelhos no sistema que identificam o que houve. Eu saí do ONS há três anos. Ele estava muito bem aparelhado. É surpreendente que não se tenha o local do distúrbio até essa hora [a entrevista foi às 19h15]. Em todos os grandes distúrbios, imediatamente após o evento a gente sabe onde começou e o que aconteceu. Depois, óbvio, você vai ver o que aconteceu a mais, mas a causa você sabe imediatamente. Digo isso sem medo da errar. A preocupação do ministro foi falar da privatização da Eletrobras e não temos informações básicas até agora.

P – O fato de a Eletrobras estar privatizada compromete a análise técnica do sistema?

LEB – Não. De jeito nenhum. Vou dar um exemplo. Eu era responsável pela Operação no ONS no apagão de 2009. Levamos mais de dez horas para recompor o sistema. Passei a madrugada acordado. Mas na mesma hora que aconteceu, a gente sabia que o problema era em três linhas de Itaipu. Não consigo explicar o que estamos vendo hoje. Só posso dizer que estou triste.

ALEXA SALOMÃO / Folhapress

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