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RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Mais importante evento do segmento sertanejo no país, a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, no interior de São Paulo, completa 30 anos de realização do rodeio internacional, um divisor de águas nas montarias em touro no país.

O evento começa nesta quinta-feira (17) no Parque do Peão de Barretos (a 427 km de São Paulo) com previsão de receber 900 mil visitantes e distribuir cerca de R$ 1 milhão em premiação em todas as provas disputadas no estádio projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012).

As montarias em touro foram introduzidas no país em 1979, impulsionadas pelo ex-peão Tião Procópio, que inspirou Tião Higino, personagem de Murilo Benício na icônica novela “América”.

Mas eram vistas inicialmente com desdém pelo público, que considerava a novidade como uma espécie de atração circense e estava acostumado às clássicas montarias em cavalos, modalidade genuinamente nacional. Tanto que o prêmio que Procópio levou, ao vencer o rodeio de Barretos em 1980, foi uma TV de 14 polegadas.

Hoje o cenário é totalmente diferente. Há festas de peão que nem têm mais montarias em cavalos e dezenas de brasileiros, assim como ocorre no futebol, deixaram o país em busca de fama e dinheiro nos Estados Unidos. Numa temporada, peões chegam a faturar mais de US$ 1 milhão.

De 30 mundiais da PBR (Professional Bull Riders) disputados, peões brasileiros conquistaram 13 títulos, 3 nos últimos 4 anos, com José Vitor Leme (2020 e 2021) e Rafael José de Brito, atual campeão.

“Eu assumi a presidência da festa e falei ‘cara, preciso fazer uma coisa diferente’. Muito havia se falado sobre como era o rodeio nos Estados Unidos, e resolvemos descobrir isso. Marquei com o Adriano [Moraes, que viria a ser tricampeão da PBR], que morava lá, em maio de 1993, e ele também não conhecia todos os peões, mas ele foi em quem conhecia e nos apresentando. Levamos material da festa, na época fita de videocassete e panfletos, e fomos mostrando o que era Barretos e perguntando se gostariam de montar aqui”, disse Mauri Abud Wohnrath, ex-presidente de Os Independentes, associação que organiza a festa.

Segundo ele, o surgimento da disputa mudou a história do rodeio brasileiro e também do norte-americano, que no ano seguinte criou o circuito mundial da PBR com peões de Estados Unidos, Brasil, México, Canadá e Austrália, principais países em que a modalidade é praticada.

“Mandamos para lá mais caubóis para montar desde então e começamos a fazer esse intercâmbio.”

A primeira edição da fase internacional foi realizada de forma paralela à disputa tradicional no rodeio barretense. Até então, em muitas provas, mesmo que o peão caísse antes dos oito segundos necessários para a montaria ser considerada válida recebia nota, o que não ocorria na disputa norte-americana, por exemplo.

O peão dos EUA Tuff Hedeman, no formato inovador, foi o melhor e levou um prêmio de US$ 12 mil, superando o brasileiro Moraes.

Ídolo dos peões brasileiros, Moraes não conseguiu vencer em Barretos em sua carreira, mas obteve três campeonatos mundiais competindo nos EUA.

O brasileiro Mozart Rodrigues Junior, de Campo Grande, foi o campeão da disputa “tradicional” daquela temporada.

Ao lado da inauguração do estádio de rodeios de Barretos, na década de 1980, a internacionalização das montarias é vista pelo segmento como os os momentos mais importantes na história do rodeio brasileiro.

‘O QUE TEM NO BRASIL?’

Irmão de Wohnrath e diretor de rodeios da festa, função que exercia no ano da internacionalização, Marcos Abud disse que o convite gerou um diálogo inesperado com os peões norte-americanos.

“Encontraram os peões, fizeram a proposta [de virem para o Brasil] e eles questionaram: ‘Brasil, mas o que tem lá, onça? Tem rodeio?’ Nunca tinham ouvido falar.” Dos cinco competidores estrangeiros iniciais, o contingente subiu para 12 no ano seguinte e ganhou tração na segunda metade dos anos 90, período considerado por ele como o auge da modalidade no país.

“Depois, o rodeio deu uma murchada, os shows tomaram proporção maior e invadiram as arenas, mas ultimamente isso está mudando e o público está ficando mais no rodeio, como era nos anos 90”, disse.

Presidente de Os Independentes, Hussein Gemha Júnior afirmou que Barretos receberá neste ano sete peões de México e Estados Unidos para as disputas de sela americana, bareback e montarias em touros, além de brasileiros como Brito.

“Só um peão conquistou a tríplice coroa nos Estados Unidos, e é um brasileiro”, disse, em relação a Brito, que foi o novato do ano, campeão da etapa final e campeão do circuito da PBR.

DISPUTAS QUESTIONADAS

As disputas realizadas na arena de rodeios, especialmente a de touros, são questionadas por associações de proteção animal, que afirmam existir maus-tratos nas arenas brasileiras.

As entidades afirmam que o sedém (cinta presa ao animal) e a espora machucam os animais e que há muitas lesões nos touros.

Barretos lançou nos últimos anos uma campanha com “verdades e mentiras” sobre o rodeio e alega que o sedém é de algodão e não causa lesão ou dor nos animais.

Procópio, o precursor, já disse à Folha que as críticas feitas aos rodeios só ocorrem pelo fato de a modalidade ter destaque e aparecer mais que outras atividades que envolvam animais e não são questionadas.

“Não só touro, com cavalo também [há críticas]. Mas há o usado em hipismo, três tambores, para corrida, polo, o da cavalaria e o do rodeio. Cada cavalo faz seu esporte. Por qual motivo o do rodeio é considerado maus-tratos e os outros não? Porque aparece mais”, disse.

A festa de Barretos neste ano terá mais de cem shows distribuídos em cinco palcos e três competições envolvendo touros. A previsão é receber 900 mil visitantes até o próximo dia 27, data em que será conhecido o novo campeão do Barretos International Rodeo –que levará para casa um prêmio de US$ 40 mil (cerca de R$ 200 mil).

MARCELO TOLEDO / Folhapress

Barretos completa 30 anos de rodeio internacional, que impulsionou prática no país

RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Mais importante evento do segmento sertanejo no país, a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, no interior de São Paulo, completa 30 anos de realização do rodeio internacional, um divisor de águas nas montarias em touro no país.

O evento começa nesta quinta-feira (17) no Parque do Peão de Barretos (a 427 km de São Paulo) com previsão de receber 900 mil visitantes e distribuir cerca de R$ 1 milhão em premiação em todas as provas disputadas no estádio projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012).

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As montarias em touro foram introduzidas no país em 1979, impulsionadas pelo ex-peão Tião Procópio, que inspirou Tião Higino, personagem de Murilo Benício na icônica novela “América”.

Mas eram vistas inicialmente com desdém pelo público, que considerava a novidade como uma espécie de atração circense e estava acostumado às clássicas montarias em cavalos, modalidade genuinamente nacional. Tanto que o prêmio que Procópio levou, ao vencer o rodeio de Barretos em 1980, foi uma TV de 14 polegadas.

Hoje o cenário é totalmente diferente. Há festas de peão que nem têm mais montarias em cavalos e dezenas de brasileiros, assim como ocorre no futebol, deixaram o país em busca de fama e dinheiro nos Estados Unidos. Numa temporada, peões chegam a faturar mais de US$ 1 milhão.

De 30 mundiais da PBR (Professional Bull Riders) disputados, peões brasileiros conquistaram 13 títulos, 3 nos últimos 4 anos, com José Vitor Leme (2020 e 2021) e Rafael José de Brito, atual campeão.

“Eu assumi a presidência da festa e falei ‘cara, preciso fazer uma coisa diferente’. Muito havia se falado sobre como era o rodeio nos Estados Unidos, e resolvemos descobrir isso. Marquei com o Adriano [Moraes, que viria a ser tricampeão da PBR], que morava lá, em maio de 1993, e ele também não conhecia todos os peões, mas ele foi em quem conhecia e nos apresentando. Levamos material da festa, na época fita de videocassete e panfletos, e fomos mostrando o que era Barretos e perguntando se gostariam de montar aqui”, disse Mauri Abud Wohnrath, ex-presidente de Os Independentes, associação que organiza a festa.

Segundo ele, o surgimento da disputa mudou a história do rodeio brasileiro e também do norte-americano, que no ano seguinte criou o circuito mundial da PBR com peões de Estados Unidos, Brasil, México, Canadá e Austrália, principais países em que a modalidade é praticada.

“Mandamos para lá mais caubóis para montar desde então e começamos a fazer esse intercâmbio.”

A primeira edição da fase internacional foi realizada de forma paralela à disputa tradicional no rodeio barretense. Até então, em muitas provas, mesmo que o peão caísse antes dos oito segundos necessários para a montaria ser considerada válida recebia nota, o que não ocorria na disputa norte-americana, por exemplo.

O peão dos EUA Tuff Hedeman, no formato inovador, foi o melhor e levou um prêmio de US$ 12 mil, superando o brasileiro Moraes.

Ídolo dos peões brasileiros, Moraes não conseguiu vencer em Barretos em sua carreira, mas obteve três campeonatos mundiais competindo nos EUA.

O brasileiro Mozart Rodrigues Junior, de Campo Grande, foi o campeão da disputa “tradicional” daquela temporada.

Ao lado da inauguração do estádio de rodeios de Barretos, na década de 1980, a internacionalização das montarias é vista pelo segmento como os os momentos mais importantes na história do rodeio brasileiro.

‘O QUE TEM NO BRASIL?’

Irmão de Wohnrath e diretor de rodeios da festa, função que exercia no ano da internacionalização, Marcos Abud disse que o convite gerou um diálogo inesperado com os peões norte-americanos.

“Encontraram os peões, fizeram a proposta [de virem para o Brasil] e eles questionaram: ‘Brasil, mas o que tem lá, onça? Tem rodeio?’ Nunca tinham ouvido falar.” Dos cinco competidores estrangeiros iniciais, o contingente subiu para 12 no ano seguinte e ganhou tração na segunda metade dos anos 90, período considerado por ele como o auge da modalidade no país.

“Depois, o rodeio deu uma murchada, os shows tomaram proporção maior e invadiram as arenas, mas ultimamente isso está mudando e o público está ficando mais no rodeio, como era nos anos 90”, disse.

Presidente de Os Independentes, Hussein Gemha Júnior afirmou que Barretos receberá neste ano sete peões de México e Estados Unidos para as disputas de sela americana, bareback e montarias em touros, além de brasileiros como Brito.

“Só um peão conquistou a tríplice coroa nos Estados Unidos, e é um brasileiro”, disse, em relação a Brito, que foi o novato do ano, campeão da etapa final e campeão do circuito da PBR.

DISPUTAS QUESTIONADAS

As disputas realizadas na arena de rodeios, especialmente a de touros, são questionadas por associações de proteção animal, que afirmam existir maus-tratos nas arenas brasileiras.

As entidades afirmam que o sedém (cinta presa ao animal) e a espora machucam os animais e que há muitas lesões nos touros.

Barretos lançou nos últimos anos uma campanha com “verdades e mentiras” sobre o rodeio e alega que o sedém é de algodão e não causa lesão ou dor nos animais.

Procópio, o precursor, já disse à Folha que as críticas feitas aos rodeios só ocorrem pelo fato de a modalidade ter destaque e aparecer mais que outras atividades que envolvam animais e não são questionadas.

“Não só touro, com cavalo também [há críticas]. Mas há o usado em hipismo, três tambores, para corrida, polo, o da cavalaria e o do rodeio. Cada cavalo faz seu esporte. Por qual motivo o do rodeio é considerado maus-tratos e os outros não? Porque aparece mais”, disse.

A festa de Barretos neste ano terá mais de cem shows distribuídos em cinco palcos e três competições envolvendo touros. A previsão é receber 900 mil visitantes até o próximo dia 27, data em que será conhecido o novo campeão do Barretos International Rodeo –que levará para casa um prêmio de US$ 40 mil (cerca de R$ 200 mil).

MARCELO TOLEDO / Folhapress

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