O mês de março de 2020 ficou marcado no Guarujá, em razão da tragédia provocada pelo temporal, que causou deslizamentos de terra, matando dezenas pessoas. Uma das vítimas fatais foi o mestre Rafael de Oliveira Rodrigues, que salvou diversas pessoas do desastre natural. Como reconhecimento do ato de heroísmo, a Prefeitura de Guarujá oficializou a nomeação do Complexo Cultural, Esportivo e Comercial da cidade.
Nesta terça-feira (22), um ato aconteceu no Paço Municipal de Guarujá e o imóvel, localizado no Morrinhos 2, recebeu o nome de Rafael, que foi o fundador do grupo Afro Ketu e mestre de capoeira. Ele faleceu enquanto salvava pessoas nos deslizamentos de terra no Morro da Bela Vista, também conhecido como Morro do Macaco Molhado.
O prefeito de Guarujá, Válter Suman, entregou à família do mestre a placa que será instalada no complexo. O chefe do Executivo também assinou a extensão do termo de permissão de uso do complexo ao grupo de dança afro-brasileira de Guarujá, fundada por Rafael, Afro Ketu. O grupo tem o complexo, que agora carrega o nome de seu fundador, como sede desde 2018.
“A nossa ação é um reconhecimento ao que Rafael semeou. Um homem de muitos méritos e, o maior deles, foi entregar a sua vida para salvar o próximo. Essa assinatura não é um favor, é o nosso dever. O Afro Ketu desenvolve um trabalho que contagia um universo de pessoas”, ressaltou o prefeito.
O secretário municipal de Comunicação e Relações Sociais, Tadeu Ferreira Junior, expressou orgulho em participar da homenagem. “É um momento que eterniza sentimento. Foi um compromisso que assumimos de dar honra a quem tem honra. É mais uma forma de eternizar o Mestre Rafael, que lutou por tantas causas e pessoas”, afirmou.
A família, amigos e ex-alunos do Mestre Rafael Rodrigues, além de líderes religiosos e mestres de capoeiras, marcaram presença. Ana Amélia Damião da Silva, que foi esposa de Rafael, se emocionou com a homenagem.
“Agradeço, na presença do prefeito, a honraria e confiança. O mestre será lembrado onde estivermos e, como ele dizia, a nossa raiz não está onde plantamos nossos pés, mas onde carregamos o respeito e dignidade”, afirmou Ana Amélia.
