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FOLHAPRESS – Quando se trata da cinebiografia de uma grande personalidade histórica, a escolha do elenco é determinante para o sucesso ou o fracasso do filme.

Uma estrela facilita o filme comercialmente, mas pode lhe tirar uma qualidade essencial, a originalidade. Uma figura desconhecida, vinda do teatro ou mesmo sem experiência profissional, pode dificultar apoios financeiros, embora a liberdade por vezes compense.

Se optarem pela estrela, há ainda que se escolher entre maquiá-la o bastante para a tornar parecida com a personalidade ou deixar que o rosto dessa estrela fique facilmente reconhecível pelo público, como Tony Ramos em “Getúlio”, por exemplo.

Em “Golda – A Mulher de uma Nação”, longa anglo-americano que mostra as decisões de Golda Meir, a antiga primeira-ministra de Israel, entre 1969 e 1974, durante a guerra do Yom Kippur, em outubro de 1973, escolheram Helen Mirren para interpretá-la.

A atriz britânica revelada nos anos 1960 já viveu ninguém menos que a rainha Elizabeth 2ª, em “A Rainha”, de Stephen Frears. Um filme que, por sinal, também prefere a opção de deixar a estrela ser reconhecida.

Mas o público dificilmente reconhece Helen Mirren por trás da comandante israelense. Optou-se por deixar a atriz com a cara e os trejeitos da verdadeira Golda Meir, no período em que iniciou um tratamento contra o câncer que causaria sua morte cinco anos depois.

Em outubro de 1973, durante as comemorações do Yom Kippur em Israel, Egito e Síria ocuparam, respectivamente, o Sinai e as Colinas de Golã, na tentativa de recuperar terras que perderam na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Israel contra-atacou, resultando numa das guerras mais marcantes de sua história.

O filme, contudo, não se encaixa bem na prateleira de guerra. Acompanhamos as reuniões dos militares e ministros com Golda Meir, as estratégias que eram apresentadas e as escolhas da comandante.

As batalhas ficam totalmente fora de quadro. Delas ouvimos geralmente os relatos dos soldados no front, os barulhos de bombas e tiros e as imagens vistas dos radares na sala de controle. Mais do que falar da guerra, o filme fala do efeito da guerra em Golda Meir.

Debilitada pelo câncer e pela idade, ela se mostra, ainda assim, uma mulher extremamente forte, com pulso para comandar uma nação, inteligência e sensibilidade mesmo na hora de escolher a estratégia mais arriscada para a guerra.

O diretor do filme é Guy Nattiv, israelense que deixa entrever sua visão crítica ao Estado de Israel e à posição política atual. No entanto, Nattiv está mais interessado na figura da primeira-ministra, em entendê-la enquanto ser humano, não apenas como líder.

Helen Mirren, mesmo quase irreconhecível, ajuda a nos mostrar quem foi Golda Meir em seus últimos anos de vida, de quem ela gostava e com quem partilhava seus medos e dúvidas.

O pedágio do cinema contemporâneo é duplamente computado quando o ministro da Defesa israelense, Moshe Dayan, vomita dentro do helicóptero ao ver suas tropas sendo massacradas por egípcios e sírios. É mais tarde seguido pelo vômito de Golda, este, sim, compreensível por ela enfrentar um câncer.

De todo modo, parece que todo filme atual precisa ter cena de vômito para ganhar o seu selo de contemporaneidade. É uma das pragas de nossos dias, e começou ainda antes do abjeto “Triângulo da Tristeza”, de 2022.

Apesar disso, há uma habilidade narrativa em “Golda”, e a condução precisa do elenco se encarrega de fazer com que não tiremos os olhos da tela. Nisso o longa lembra um telefilme brilhante de Roger Donaldson, “Treze Dias que Abalaram o Mundo”. Nos dois casos, acompanhamos decisões de políticos diante da guerra, ou da possibilidade de guerra.

O longa de Donaldson é claramente melhor, uma lição de como se fazer um filme centrado em diálogos e decisões. Mas este “Golda” tem seus acertos e não é para ser desprezado.

GOLDA: A MULHER DE UMA NAÇÃO

Avaliação Bom

Onde Estreia nesta quinta (30), nos cinemas

Classificação 12 anos

Elenco Helen Mirren, Zed Josef e Claudette Williams

Produção Reino Unido, EUA, 2022

Direção Guy Nattiv

SÉRGIO ALPENDRE / Folhapress

Filme sobre Golda Meir quer mais entendê-la do que falar de Israel

FOLHAPRESS – Quando se trata da cinebiografia de uma grande personalidade histórica, a escolha do elenco é determinante para o sucesso ou o fracasso do filme.

Uma estrela facilita o filme comercialmente, mas pode lhe tirar uma qualidade essencial, a originalidade. Uma figura desconhecida, vinda do teatro ou mesmo sem experiência profissional, pode dificultar apoios financeiros, embora a liberdade por vezes compense.

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Se optarem pela estrela, há ainda que se escolher entre maquiá-la o bastante para a tornar parecida com a personalidade ou deixar que o rosto dessa estrela fique facilmente reconhecível pelo público, como Tony Ramos em “Getúlio”, por exemplo.

Em “Golda – A Mulher de uma Nação”, longa anglo-americano que mostra as decisões de Golda Meir, a antiga primeira-ministra de Israel, entre 1969 e 1974, durante a guerra do Yom Kippur, em outubro de 1973, escolheram Helen Mirren para interpretá-la.

A atriz britânica revelada nos anos 1960 já viveu ninguém menos que a rainha Elizabeth 2ª, em “A Rainha”, de Stephen Frears. Um filme que, por sinal, também prefere a opção de deixar a estrela ser reconhecida.

Mas o público dificilmente reconhece Helen Mirren por trás da comandante israelense. Optou-se por deixar a atriz com a cara e os trejeitos da verdadeira Golda Meir, no período em que iniciou um tratamento contra o câncer que causaria sua morte cinco anos depois.

Em outubro de 1973, durante as comemorações do Yom Kippur em Israel, Egito e Síria ocuparam, respectivamente, o Sinai e as Colinas de Golã, na tentativa de recuperar terras que perderam na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Israel contra-atacou, resultando numa das guerras mais marcantes de sua história.

O filme, contudo, não se encaixa bem na prateleira de guerra. Acompanhamos as reuniões dos militares e ministros com Golda Meir, as estratégias que eram apresentadas e as escolhas da comandante.

As batalhas ficam totalmente fora de quadro. Delas ouvimos geralmente os relatos dos soldados no front, os barulhos de bombas e tiros e as imagens vistas dos radares na sala de controle. Mais do que falar da guerra, o filme fala do efeito da guerra em Golda Meir.

Debilitada pelo câncer e pela idade, ela se mostra, ainda assim, uma mulher extremamente forte, com pulso para comandar uma nação, inteligência e sensibilidade mesmo na hora de escolher a estratégia mais arriscada para a guerra.

O diretor do filme é Guy Nattiv, israelense que deixa entrever sua visão crítica ao Estado de Israel e à posição política atual. No entanto, Nattiv está mais interessado na figura da primeira-ministra, em entendê-la enquanto ser humano, não apenas como líder.

Helen Mirren, mesmo quase irreconhecível, ajuda a nos mostrar quem foi Golda Meir em seus últimos anos de vida, de quem ela gostava e com quem partilhava seus medos e dúvidas.

O pedágio do cinema contemporâneo é duplamente computado quando o ministro da Defesa israelense, Moshe Dayan, vomita dentro do helicóptero ao ver suas tropas sendo massacradas por egípcios e sírios. É mais tarde seguido pelo vômito de Golda, este, sim, compreensível por ela enfrentar um câncer.

De todo modo, parece que todo filme atual precisa ter cena de vômito para ganhar o seu selo de contemporaneidade. É uma das pragas de nossos dias, e começou ainda antes do abjeto “Triângulo da Tristeza”, de 2022.

Apesar disso, há uma habilidade narrativa em “Golda”, e a condução precisa do elenco se encarrega de fazer com que não tiremos os olhos da tela. Nisso o longa lembra um telefilme brilhante de Roger Donaldson, “Treze Dias que Abalaram o Mundo”. Nos dois casos, acompanhamos decisões de políticos diante da guerra, ou da possibilidade de guerra.

O longa de Donaldson é claramente melhor, uma lição de como se fazer um filme centrado em diálogos e decisões. Mas este “Golda” tem seus acertos e não é para ser desprezado.

GOLDA: A MULHER DE UMA NAÇÃO

Avaliação Bom

Onde Estreia nesta quinta (30), nos cinemas

Classificação 12 anos

Elenco Helen Mirren, Zed Josef e Claudette Williams

Produção Reino Unido, EUA, 2022

Direção Guy Nattiv

SÉRGIO ALPENDRE / Folhapress

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