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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O pintor e escultor colombiano Fernando Botero, conhecido internacionalmente por suas figuras gordas que desafiaram os padrões de beleza, morreu aos 91 anos nesta sexta-feira (15), em um hospital em Mônaco, onde vivia.

“Morreu Fernando Botero, o pintor das nossas tradições e imperfeições, o pintor das nossas virtudes. O pintor da nossa violência e da paz”, escreveu Gustavo Petro, o presidente da Colômbia, na rede social X, o antigo Twitter, ao anunciar a morte do artista.

Em entrevista à uma rádio, Lina Botero, a filha do artista, disse que Botero morreu de pneumonia e que ele estava com a saúde muito debilitada. “Ele teve uma vida extraordinária e se foi na hora certa”, afirmou ela.

Segundo Mauricio Vallejo, sócio da galeria Art of the World, em Houston, e amigo próximo do artista, Botero também tinha Parkinson. A cidade de Medellín, onde Botero nasceu, decretou sete dias de luto.

“Muitas vezes penso na morte e sinto pena de deixar este mundo e não poder mais trabalhar, porque tenho um grande prazer em trabalhar”, disse o artista à agência de notícias AFP durante uma entrevista quando completou 80 anos. Uma década mais tarde, afirmou à revista Diners que adoraria morrer sem perceber. “De avião seria o ideal.”

Botero foi um dos artistas latino-americanos mais influentes do século 20 e um dos pintores mais ricos do mundo. Suas esculturas decoraram a Champs-Élysées em Paris, a Park Avenue em Nova York e o Paseo de Recoletos de Madri, entre outras ruas renomadas de capitais do mundo.

Apaixonado pelo Renascimento italiano, proclamou-se acima de tudo um “defensor do volume” na arte moderna e criou emblemáticas figuras rechonchudas, uma estética que ficou conhecida como boterismo.

Suas telas e esculturas tinham apelo sensual, voluptuoso, e clima de fantasia, mas o artista também abordou temas sombrios, em trabalhos inspirados em acontecimentos atuais, como a violência das drogas na Colômbia, o que levou cenas de guerrilhas, ataques e massacres para as suas obras.

Em 1995, a explosão de uma bomba no centro de Medellín matou 23 pessoas e destruiu parcialmente uma de suas esculturas, “El Pájaro”, da qual os restos permanecem no local. Afirmou que a política “não é trabalho de um pintor”, mas mesmo assim pintou uma série sobre os detentos da prisão americana de Abu Ghraib, no Iraque.

Botero nasceu em 1932, filho de David, um comerciante e condutor de mulas que morreu quando o artista tinha apenas quatro anos, e de Flora Angulo, uma mulher dedicada à família.

Segundo biografias, o primeiro contato de Botero com a arte foi pela religião, muito presente na sociedade da época, dado que em Medellín havia mais igrejas com vitrais e altares do que museus. Atualmente, o museu Antioquia, o mais importante da cidade, tem boa parte de seu acervo dedicado a Botero.

Quando ele tinha 15 anos, treinava para ser toureiro e lhe ocorreu vender desenhos numa praça em Bogotá. Botero era fascinado pelo cartazista mexicano Carlos Ruano Llopis –que pintava touradas– e começou a imitá-lo. Depois de vender uma dessas obras por um valor irrisório, começou a pensar em abandonar as touradas e tornar-se artista.

A mudança não foi difícil porque, segundo seu filho Juan Carlos em um livro sobre sua vida, a fantasia de ser toureiro terminou quando numa tourada ele enfrentou “a fera negra cuspindo fogo”. Mesmo assim, o universo das touradas o marcou e estaria presente em sua obra.

“Quando comecei, essa era uma profissão exótica na Colômbia, não era aceita e nem eu tinha perspectiva. Quando contei para minha família que iria me dedicar à pintura, eles responderam: ‘Bem, está tudo bem, mas nós não podemos te dar apoio.’ Fiz isto mesmo assim e felizmente”, disse o artista.

Após uma primeira exposição em Bogotá na década de 1950, partiu para a Europa, passando por Espanha, França e Itália, onde descobriu a arte clássica. Seu trabalho também foi influenciado pela arte mural do México, onde mais tarde se estabeleceria.

Mas foi na década de 1970 que sua carreira decolou, após conhecer o diretor do museu alemão de Nova York, Dietrich Malov, com quem organizou exposições de sucesso. “Passei de um completo desconhecido, que nem tinha galeria em Nova York, a ser contatado pelos maiores galeristas do mundo”, disse Botero.

Artista latino-americano mais vendido durante sua vida, Botero quebrou seu próprio recorde em 2022, quando sua escultura “Homem a Cavalo” alcançou US$ 4,3 milhões em um leilão da Christie’s, pouco mais de R$ 20 milhões.

Ele também foi um importante patrono, com doações estimadas em mais de US$ 200 milhões, cerca de R$ 973 milhões. O artista doou muitas de suas obras aos museus de Medellín e Bogotá, que em 2012 foram declarados bens de interesse cultural pelo governo.

Casado três vezes e viúvo da última mulher, a escultora grega Sophia Vari, que morreu em maio, Botero sofreu o luto pela perda de um dos filhos, de apenas quatro anos, após um acidente de trânsito. Mais tarde, viu o envolvimento de outro filho num escândalo de corrupção.

Seu legado inclui mais de 3.000 pinturas e 300 esculturas. Nos últimos anos, trabalhou dez horas por dia, febrilmente. A mera ideia de desistir dos pinceis “me aterroriza mais do que a morte”, disse ele.

Redação / Folhapress

Morre Fernando Botero, pintor de figuras gordas que desafiou padrões de beleza

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O pintor e escultor colombiano Fernando Botero, conhecido internacionalmente por suas figuras gordas que desafiaram os padrões de beleza, morreu aos 91 anos nesta sexta-feira (15), em um hospital em Mônaco, onde vivia.

“Morreu Fernando Botero, o pintor das nossas tradições e imperfeições, o pintor das nossas virtudes. O pintor da nossa violência e da paz”, escreveu Gustavo Petro, o presidente da Colômbia, na rede social X, o antigo Twitter, ao anunciar a morte do artista.

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Em entrevista à uma rádio, Lina Botero, a filha do artista, disse que Botero morreu de pneumonia e que ele estava com a saúde muito debilitada. “Ele teve uma vida extraordinária e se foi na hora certa”, afirmou ela.

Segundo Mauricio Vallejo, sócio da galeria Art of the World, em Houston, e amigo próximo do artista, Botero também tinha Parkinson. A cidade de Medellín, onde Botero nasceu, decretou sete dias de luto.

“Muitas vezes penso na morte e sinto pena de deixar este mundo e não poder mais trabalhar, porque tenho um grande prazer em trabalhar”, disse o artista à agência de notícias AFP durante uma entrevista quando completou 80 anos. Uma década mais tarde, afirmou à revista Diners que adoraria morrer sem perceber. “De avião seria o ideal.”

Botero foi um dos artistas latino-americanos mais influentes do século 20 e um dos pintores mais ricos do mundo. Suas esculturas decoraram a Champs-Élysées em Paris, a Park Avenue em Nova York e o Paseo de Recoletos de Madri, entre outras ruas renomadas de capitais do mundo.

Apaixonado pelo Renascimento italiano, proclamou-se acima de tudo um “defensor do volume” na arte moderna e criou emblemáticas figuras rechonchudas, uma estética que ficou conhecida como boterismo.

Suas telas e esculturas tinham apelo sensual, voluptuoso, e clima de fantasia, mas o artista também abordou temas sombrios, em trabalhos inspirados em acontecimentos atuais, como a violência das drogas na Colômbia, o que levou cenas de guerrilhas, ataques e massacres para as suas obras.

Em 1995, a explosão de uma bomba no centro de Medellín matou 23 pessoas e destruiu parcialmente uma de suas esculturas, “El Pájaro”, da qual os restos permanecem no local. Afirmou que a política “não é trabalho de um pintor”, mas mesmo assim pintou uma série sobre os detentos da prisão americana de Abu Ghraib, no Iraque.

Botero nasceu em 1932, filho de David, um comerciante e condutor de mulas que morreu quando o artista tinha apenas quatro anos, e de Flora Angulo, uma mulher dedicada à família.

Segundo biografias, o primeiro contato de Botero com a arte foi pela religião, muito presente na sociedade da época, dado que em Medellín havia mais igrejas com vitrais e altares do que museus. Atualmente, o museu Antioquia, o mais importante da cidade, tem boa parte de seu acervo dedicado a Botero.

Quando ele tinha 15 anos, treinava para ser toureiro e lhe ocorreu vender desenhos numa praça em Bogotá. Botero era fascinado pelo cartazista mexicano Carlos Ruano Llopis –que pintava touradas– e começou a imitá-lo. Depois de vender uma dessas obras por um valor irrisório, começou a pensar em abandonar as touradas e tornar-se artista.

A mudança não foi difícil porque, segundo seu filho Juan Carlos em um livro sobre sua vida, a fantasia de ser toureiro terminou quando numa tourada ele enfrentou “a fera negra cuspindo fogo”. Mesmo assim, o universo das touradas o marcou e estaria presente em sua obra.

“Quando comecei, essa era uma profissão exótica na Colômbia, não era aceita e nem eu tinha perspectiva. Quando contei para minha família que iria me dedicar à pintura, eles responderam: ‘Bem, está tudo bem, mas nós não podemos te dar apoio.’ Fiz isto mesmo assim e felizmente”, disse o artista.

Após uma primeira exposição em Bogotá na década de 1950, partiu para a Europa, passando por Espanha, França e Itália, onde descobriu a arte clássica. Seu trabalho também foi influenciado pela arte mural do México, onde mais tarde se estabeleceria.

Mas foi na década de 1970 que sua carreira decolou, após conhecer o diretor do museu alemão de Nova York, Dietrich Malov, com quem organizou exposições de sucesso. “Passei de um completo desconhecido, que nem tinha galeria em Nova York, a ser contatado pelos maiores galeristas do mundo”, disse Botero.

Artista latino-americano mais vendido durante sua vida, Botero quebrou seu próprio recorde em 2022, quando sua escultura “Homem a Cavalo” alcançou US$ 4,3 milhões em um leilão da Christie’s, pouco mais de R$ 20 milhões.

Ele também foi um importante patrono, com doações estimadas em mais de US$ 200 milhões, cerca de R$ 973 milhões. O artista doou muitas de suas obras aos museus de Medellín e Bogotá, que em 2012 foram declarados bens de interesse cultural pelo governo.

Casado três vezes e viúvo da última mulher, a escultora grega Sophia Vari, que morreu em maio, Botero sofreu o luto pela perda de um dos filhos, de apenas quatro anos, após um acidente de trânsito. Mais tarde, viu o envolvimento de outro filho num escândalo de corrupção.

Seu legado inclui mais de 3.000 pinturas e 300 esculturas. Nos últimos anos, trabalhou dez horas por dia, febrilmente. A mera ideia de desistir dos pinceis “me aterroriza mais do que a morte”, disse ele.

Redação / Folhapress

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