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NÁPOLES, ITÁLIA (FOLHAPRESS) – A melhoria da gestão do SUS foi apontada como prioridade por especialistas ouvidos em uma pesquisa promovida pelo Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) em parceria com o Observatório de Oncologia.

Os resultados foram divulgados na abertura do 10º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, promovido anualmente pela instituição, nesta terça-feira (26), em São Paulo.

Com mediação do jornalista Rodrigo Bocardi, especialistas e autoridades em saúde pública discutiram os desafios e as perspectivas para o tratamento da doença no país.

Segundo Catherine Moura, membro do conselho estratégico do TJCC, é preciso superar a discussão de que apenas com mais investimento é possível melhorar o sistema. Nem ela nem os especialistas ouvidos no levantamento negam que a injeção de recursos seja importante, mas defendem a otimização do uso da infraestrutura já existente.

Ana Maria Malik, médica e professora da FGV, concorda. Segundo ela, “nunca vai haver dinheiro para tudo na saúde”, mas é possível explorar alternativas no cuidado por meio do acompanhamento, das teleconsultas e de um modelo de transição de cuidados que comece na atenção primária não especializada até a adoção de medidas como os cuidados paliativos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que o câncer é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo e deve continuar sendo nas próximas décadas.

Sozinho, foi responsável por 9 milhões de mortes em 2018. Até 2030 o número de casos deve aumentar em 60%, atingindo cerca de 24 milhões de pessoas. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), no Brasil, a cada ano são identificados 700 mil casos.

André Medici, economista de saúde sênior do Banco Mundial, explica que a tendência de aumento é influenciada por fatores complexos e interrelacionados, como o envelhecimento da população, o diagnóstico tardio, o estilo de vida, a desigualdade no acesso à saúde, os fatores ambientais e a exposição química, a falta de conscientização e as melhorias no registro de dados, que ampliam o acesso de algumas famílias aos diagnósticos.

Para o especialista, o combate à doença depende da colaboração internacional. “Os países desenvolvidos estão de alguma forma se articulando em centros de pesquisa internacionais. Mas é necessário que a gente também tenha políticas ajustadas aos sistemas e necessidades específicas de cada país”, afirma.

Na América, a enfermidade já é a segunda maior causa de mortes, segundo Jarbas Barbosa, diretor da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). O professor destaca a necessidade de combater os fatores de risco -como obesidade, tabagismo, hipertensão e diabetes- para evitar o surgimento da doença. Ele destaca também a importância da cooperação internacional no desenho de estratégias para mitigar os números.

O Brasil é um país com políticas públicas que servem de modelo para o sistema internacional. É o caso do projeto Útero é Vida, para a detecção do HPV. O papilomavírus é uma infecção sexualmente transmissível e causador do câncer do colo do útero, um dos mais recorrentes entre as mulheres brasileiras, que pode ser evitada com vacinação.

Fernando Maia, coordenador-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, reforça a necessidade de combate ao vírus. “Não é possível que em 2023 nós tenhamos mulheres morrendo por câncer de colo de útero, que é rastreável, prevenível e tratável”, diz.

O governo espera lançar, no próximo ano, uma estratégia para a prevenção da doença.

Entre as ações do governo, a deputada federal Silvia Cristina (PL-RO), presidente da Comissão Especial de Combate ao Câncer, que participou por videoconferência, acrescenta que o Plano Nacional de Combate ao Câncer, fruto de discussões no colegiado, já tem relatoria e deve ser apresentado em breve.

Apesar das novas diretrizes, o SUS enfrenta obstáculos para implementar as decisões. Luiz Antonio Santini, ex-diretor geral do Inca e pesquisador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, afirma que a pandemia foi um tsunami que invadiu a rede e desestruturou a sua organização interna.

Será preciso, acrescenta, esforços para garantir na prática o funcionamento de novas políticas públicas.

Nelson Teich, ex-ministro da Saúde, concorda. “Tudo que não acontece na prática não serve para nada.”

Ele acrescenta a importância de superar as desigualdades regionais brasileiras. “É preciso ter dados regionalizados. O PIB per capita varia 120 vezes entre os municípios brasileiros, enquanto a renda per capita varia 300 vezes.”

“Gestão não é intuição. Gestão é dado, técnica, informação”, conclui.

Pascoal Marracini, presidente da Associação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer, destaca a vontade de outras organizações de ajudar no combate, mas critica as limitações do sistema. “Nós, enquanto filantropos, queremos ajudar, mas precisamos ser ouvidos. Somos limitados pelos problemas dos tetos físicos e financeiros. Queremos trabalhar, deixem-nos trabalhar.”

O 10º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer acontece nos dias 26, 27 e 28 de setembro, em São Paulo, nas modalidades online e presencial. Serão, ao todo, cerca de 200 palestrantes, entre docentes, pacientes e autoridades.

ACÁCIO MORAES / Folhapress

Melhoria da gestão do SUS é prioridade para o combate ao câncer, apontam especialistas

NÁPOLES, ITÁLIA (FOLHAPRESS) – A melhoria da gestão do SUS foi apontada como prioridade por especialistas ouvidos em uma pesquisa promovida pelo Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) em parceria com o Observatório de Oncologia.

Os resultados foram divulgados na abertura do 10º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, promovido anualmente pela instituição, nesta terça-feira (26), em São Paulo.

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Com mediação do jornalista Rodrigo Bocardi, especialistas e autoridades em saúde pública discutiram os desafios e as perspectivas para o tratamento da doença no país.

Segundo Catherine Moura, membro do conselho estratégico do TJCC, é preciso superar a discussão de que apenas com mais investimento é possível melhorar o sistema. Nem ela nem os especialistas ouvidos no levantamento negam que a injeção de recursos seja importante, mas defendem a otimização do uso da infraestrutura já existente.

Ana Maria Malik, médica e professora da FGV, concorda. Segundo ela, “nunca vai haver dinheiro para tudo na saúde”, mas é possível explorar alternativas no cuidado por meio do acompanhamento, das teleconsultas e de um modelo de transição de cuidados que comece na atenção primária não especializada até a adoção de medidas como os cuidados paliativos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que o câncer é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo e deve continuar sendo nas próximas décadas.

Sozinho, foi responsável por 9 milhões de mortes em 2018. Até 2030 o número de casos deve aumentar em 60%, atingindo cerca de 24 milhões de pessoas. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), no Brasil, a cada ano são identificados 700 mil casos.

André Medici, economista de saúde sênior do Banco Mundial, explica que a tendência de aumento é influenciada por fatores complexos e interrelacionados, como o envelhecimento da população, o diagnóstico tardio, o estilo de vida, a desigualdade no acesso à saúde, os fatores ambientais e a exposição química, a falta de conscientização e as melhorias no registro de dados, que ampliam o acesso de algumas famílias aos diagnósticos.

Para o especialista, o combate à doença depende da colaboração internacional. “Os países desenvolvidos estão de alguma forma se articulando em centros de pesquisa internacionais. Mas é necessário que a gente também tenha políticas ajustadas aos sistemas e necessidades específicas de cada país”, afirma.

Na América, a enfermidade já é a segunda maior causa de mortes, segundo Jarbas Barbosa, diretor da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). O professor destaca a necessidade de combater os fatores de risco -como obesidade, tabagismo, hipertensão e diabetes- para evitar o surgimento da doença. Ele destaca também a importância da cooperação internacional no desenho de estratégias para mitigar os números.

O Brasil é um país com políticas públicas que servem de modelo para o sistema internacional. É o caso do projeto Útero é Vida, para a detecção do HPV. O papilomavírus é uma infecção sexualmente transmissível e causador do câncer do colo do útero, um dos mais recorrentes entre as mulheres brasileiras, que pode ser evitada com vacinação.

Fernando Maia, coordenador-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, reforça a necessidade de combate ao vírus. “Não é possível que em 2023 nós tenhamos mulheres morrendo por câncer de colo de útero, que é rastreável, prevenível e tratável”, diz.

O governo espera lançar, no próximo ano, uma estratégia para a prevenção da doença.

Entre as ações do governo, a deputada federal Silvia Cristina (PL-RO), presidente da Comissão Especial de Combate ao Câncer, que participou por videoconferência, acrescenta que o Plano Nacional de Combate ao Câncer, fruto de discussões no colegiado, já tem relatoria e deve ser apresentado em breve.

Apesar das novas diretrizes, o SUS enfrenta obstáculos para implementar as decisões. Luiz Antonio Santini, ex-diretor geral do Inca e pesquisador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, afirma que a pandemia foi um tsunami que invadiu a rede e desestruturou a sua organização interna.

Será preciso, acrescenta, esforços para garantir na prática o funcionamento de novas políticas públicas.

Nelson Teich, ex-ministro da Saúde, concorda. “Tudo que não acontece na prática não serve para nada.”

Ele acrescenta a importância de superar as desigualdades regionais brasileiras. “É preciso ter dados regionalizados. O PIB per capita varia 120 vezes entre os municípios brasileiros, enquanto a renda per capita varia 300 vezes.”

“Gestão não é intuição. Gestão é dado, técnica, informação”, conclui.

Pascoal Marracini, presidente da Associação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer, destaca a vontade de outras organizações de ajudar no combate, mas critica as limitações do sistema. “Nós, enquanto filantropos, queremos ajudar, mas precisamos ser ouvidos. Somos limitados pelos problemas dos tetos físicos e financeiros. Queremos trabalhar, deixem-nos trabalhar.”

O 10º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer acontece nos dias 26, 27 e 28 de setembro, em São Paulo, nas modalidades online e presencial. Serão, ao todo, cerca de 200 palestrantes, entre docentes, pacientes e autoridades.

ACÁCIO MORAES / Folhapress

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