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RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – De um lado, um grupo liderado por um ruralista que hospedou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua fazenda, o acompanha em agendas e busca romper a hegemonia de uma família no comando de uma instituição. Do outro, um também produtor rural e filho do presidente de entidade ruralista desde 1975, que em 2022 declarou apoio à reeleição do ex-presidente.

Esse é o cenário desenhado até o momento para a eleição à direção da Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo), marcada para dezembro e que colocou em lados opostos o produtor rural Paulo Junqueira, presidente do Sindicato Rural de Ribeirão Preto, e Tirso Meirelles, vice-presidente da instituição e filho de Fábio Meirelles, 95, no cargo há 48 anos.

A disputa envolve superlativos. A Faesp é a entidade patronal da agricultura paulista, com 235 sindicatos rurais patronais filiados e 340 extensões de base que abrangem os 645 municípios paulistas. Além disso, embora minoritária, é uma das associações donas da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), principal feira do agronegócio brasileiro, realizada em Ribeirão e que gerou R$ 13,29 bilhões em intenções de negócios neste ano.

A entidade foi bancada historicamente pela contribuição sindical obrigatória. Com o fim da obrigatoriedade nos últimos anos, os recursos do tipo caíram, mas ainda assim acumularam mais de R$ 3 milhões em 2021. Em 2016, o repasse chegou a R$ 16 milhões (R$ 22,4 milhões, corrigidos pela inflação).

Com fortes críticas à atual gestão, Junqueira é tratado como pré-candidato desde março, quando o tema foi levantado num evento ruralista em Ribeirão, do qual também participou Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa na gestão Bolsonaro.

Ele afirma que a Faesp é um feudo, por ter um presidente há quase meio século e que agora busca eleger seu filho para o cargo, e não tem transparência em relação a investimentos e atos. Disse preocupar o que considera mistura do público e privado envolvendo a Faesp e filhos de Meirelles e que não vê retorno de viagens feitas por Tirso ao exterior para participar de eventos.

Reportagem da Folha em 2017 mostrou que a entidade era utilizada para atender aos interesses dos cinco filhos de Meirelles, que foi deputado federal pelo então PDS entre 1991 e 1995.

As afirmações são refutadas por Tirso, que disse que as críticas da oposição são infundadas e partem de uma minoria que busca tumultuar um processo democrático dentro da federação.

Desde o anúncio do interesse em disputar, Junqueira recebeu apoio de ruralistas de cidades como Araraquara, Araçatuba, Barretos, Batatais, São Carlos, Catanduva e Fernandópolis.

“Pretendo disputar juntamente com presidentes de outros sindicatos, diretores, que não estão satisfeitos com a atual gestão. A gente monta uma chapa, [mas] não sei se nós vamos conseguir, porque isso aí [Faesp] é um feudo, uma capitania hereditária, que tem um presidente há 48 anos, que foi diretor anteriormente, está lá há quase seis décadas dirigindo e presidindo a federação. Tem o filho como um dos vice-presidentes […], na realidade ele é o presidente de fato já há algum tempo, porque quem representa a federação em todo e qualquer evento, seja nacional ou internacional, não é mais o presidente de direito”, disse Junqueira, em relação a Tirso.

Ele afirmou que vai protocolar sua chapa “Nova Faesp, moralização e transparência na entidade” segunda-feira (9), quando vence o prazo de cinco dias para inscrições, conforme edital publicado quarta (4) pela Faesp no Diário Oficial de SP.

Junqueira criticou o prazo curto, reduzido pelos dias do final de semana, e disse que informações solicitadas são negadas, seja por telefone, e-mail ou ofícios, e que a disputa não é transparente. “Não sei quantos sindicatos estão aptos a votar. Para votar, o sindicato não pode, por exemplo, ter anuidade em atraso.”

Junqueira, também presidente da Assovale (Associação Rural Vale do Rio Pardo), é um bolsonarista raiz, de primeira hora, que acompanha o ex-presidente em eventos e o hospeda em sua fazenda, em Ribeirão Preto.

Ele divulgou carta de apoio a Bolsonaro durante a eleição de 2022, abrigou o ex-presidente nos dois últimos anos em visita a Ribeirão para participar da Agrishow e frequentemente grava vídeos de apoio, como quando pediu transferências bancárias via PIX para auxiliar na defesa de Bolsonaro.

Também esteve em Barretos em agosto, acompanhando o ex-presidente no palco da Festa do Peão de Boiadeiro no dia em que ele recebeu o título de cidadão honorário da cidade.

“Eu não sei se ele é meu amigo, mas eu sou amigo dele”, disse, em relação ao ex-presidente.

Questionado se buscou apoio de Bolsonaro para disputar a Faesp, disse que “não iria envolvê-lo nisso”. “Não iria pedir alguma coisa para ele, jamais. Acho inclusive isso um oportunismo. Não acho honestamente que o Bolsonaro tem de se envolver [numa eleição do tipo].”

Embora seja apontado como o nome de consenso do grupo oposicionista, ele disse que seu objetivo é participar de uma chapa para disputar a eleição e que não faz questão de ser indicado à presidência.

Liderar uma instituição como a Faesp dá muita visibilidade, pelo fato de São Paulo ser o maior produtor de cana-de-açúcar do país e ter a maior produção de laranjas do mundo, além de outras culturas importantes, como o café.

O caminho, porém, não será fácil para a oposição, a se levar em conta o cenário da última eleição, em dezembro de 2019, quando Meirelles foi reeleito com 98% dos votos -a votação é secreta.

‘ME SINTO À VONTADE’, DIZ TIRSO

Já Tirso, que acumula a vice-presidência do Sebrae-SP, esteve num jantar na capital com Bolsonaro durante a campanha do ano passado e, em agosto, recebeu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, na federação. Também defendeu a CPI do MST, dizendo temer invasões de terra.

A Faesp, como grande parte do agro, defendeu apoio à reeleição de Bolsonaro, citando numa nota que, “diferentemente de seu concorrente [Lula], ele [Bolsonaro] faz na prática o que diz em seu discurso, honrando seu comprometimento com o agro”.

Tirso disse, em respostas por escrito à Folha de S.Paulo, que as críticas feitas por Junqueira em relação à possibilidade de ele suceder seu pai no comando da Faesp são infundadas, que Meirelles sempre foi eleito pelos representantes do agro paulista e que a instituição é democrática.

“Essa crítica é infundada e parte de uma minoria que deseja desestabilizar e tumultuar o processo eleitoral interno com fake news […]. A Faesp é uma instituição democrática, e, por isso, me sinto à vontade e no direito de concorrer à presidência para continuar o trabalho da atual diretoria, em favor do produtor rural.”

Ele disse ainda que a federação sempre fez eleições diretas, transparentes e com votos secretos. “Os presidentes de sindicatos sempre poderão escolher a melhor opção para o comando da Faesp de forma democrática.”

Tirso disse ainda que o processo eleitoral já está sendo desenvolvido há meses, que a votação para a composição da diretoria é a etapa final desse ciclo e que “todos sabiam” que a eleição ocorreria no final do ano.

“Somos uma entidade transparente, e todo e qualquer questionamento feito à diretoria, desde que obedecidos os ritos internos, é respondido. Mentiras e calúnias não vão nos intimidar ou impedir que continuemos com nosso trabalho”, disse.

Sobre viagens ao exterior, Tirso afirmou que ocorreram porque a Faesp é respeitada não só no país e, por isso, é convidada para participar de eventos como conferências, seminários e palestras no exterior e que os eventos servem para apresentar as especialidades do agronegócio paulista e, muitas vezes, gerar negócios para o setor.

O atual vice-presidente disse também que, se eleito, tem como objetivo desenvolver mais o Centro de Excelência da Cana-de-Açúcar, em Ribeirão Preto, e a primeira Escola de Tecnologia e Big Data do agro paulista, em São Roque.

MARCELO TOLEDO / Folhapress

Oposição tenta desbancar clã Meirelles no comando da Faesp

RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – De um lado, um grupo liderado por um ruralista que hospedou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua fazenda, o acompanha em agendas e busca romper a hegemonia de uma família no comando de uma instituição. Do outro, um também produtor rural e filho do presidente de entidade ruralista desde 1975, que em 2022 declarou apoio à reeleição do ex-presidente.

Esse é o cenário desenhado até o momento para a eleição à direção da Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo), marcada para dezembro e que colocou em lados opostos o produtor rural Paulo Junqueira, presidente do Sindicato Rural de Ribeirão Preto, e Tirso Meirelles, vice-presidente da instituição e filho de Fábio Meirelles, 95, no cargo há 48 anos.

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A disputa envolve superlativos. A Faesp é a entidade patronal da agricultura paulista, com 235 sindicatos rurais patronais filiados e 340 extensões de base que abrangem os 645 municípios paulistas. Além disso, embora minoritária, é uma das associações donas da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), principal feira do agronegócio brasileiro, realizada em Ribeirão e que gerou R$ 13,29 bilhões em intenções de negócios neste ano.

A entidade foi bancada historicamente pela contribuição sindical obrigatória. Com o fim da obrigatoriedade nos últimos anos, os recursos do tipo caíram, mas ainda assim acumularam mais de R$ 3 milhões em 2021. Em 2016, o repasse chegou a R$ 16 milhões (R$ 22,4 milhões, corrigidos pela inflação).

Com fortes críticas à atual gestão, Junqueira é tratado como pré-candidato desde março, quando o tema foi levantado num evento ruralista em Ribeirão, do qual também participou Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa na gestão Bolsonaro.

Ele afirma que a Faesp é um feudo, por ter um presidente há quase meio século e que agora busca eleger seu filho para o cargo, e não tem transparência em relação a investimentos e atos. Disse preocupar o que considera mistura do público e privado envolvendo a Faesp e filhos de Meirelles e que não vê retorno de viagens feitas por Tirso ao exterior para participar de eventos.

Reportagem da Folha em 2017 mostrou que a entidade era utilizada para atender aos interesses dos cinco filhos de Meirelles, que foi deputado federal pelo então PDS entre 1991 e 1995.

As afirmações são refutadas por Tirso, que disse que as críticas da oposição são infundadas e partem de uma minoria que busca tumultuar um processo democrático dentro da federação.

Desde o anúncio do interesse em disputar, Junqueira recebeu apoio de ruralistas de cidades como Araraquara, Araçatuba, Barretos, Batatais, São Carlos, Catanduva e Fernandópolis.

“Pretendo disputar juntamente com presidentes de outros sindicatos, diretores, que não estão satisfeitos com a atual gestão. A gente monta uma chapa, [mas] não sei se nós vamos conseguir, porque isso aí [Faesp] é um feudo, uma capitania hereditária, que tem um presidente há 48 anos, que foi diretor anteriormente, está lá há quase seis décadas dirigindo e presidindo a federação. Tem o filho como um dos vice-presidentes […], na realidade ele é o presidente de fato já há algum tempo, porque quem representa a federação em todo e qualquer evento, seja nacional ou internacional, não é mais o presidente de direito”, disse Junqueira, em relação a Tirso.

Ele afirmou que vai protocolar sua chapa “Nova Faesp, moralização e transparência na entidade” segunda-feira (9), quando vence o prazo de cinco dias para inscrições, conforme edital publicado quarta (4) pela Faesp no Diário Oficial de SP.

Junqueira criticou o prazo curto, reduzido pelos dias do final de semana, e disse que informações solicitadas são negadas, seja por telefone, e-mail ou ofícios, e que a disputa não é transparente. “Não sei quantos sindicatos estão aptos a votar. Para votar, o sindicato não pode, por exemplo, ter anuidade em atraso.”

Junqueira, também presidente da Assovale (Associação Rural Vale do Rio Pardo), é um bolsonarista raiz, de primeira hora, que acompanha o ex-presidente em eventos e o hospeda em sua fazenda, em Ribeirão Preto.

Ele divulgou carta de apoio a Bolsonaro durante a eleição de 2022, abrigou o ex-presidente nos dois últimos anos em visita a Ribeirão para participar da Agrishow e frequentemente grava vídeos de apoio, como quando pediu transferências bancárias via PIX para auxiliar na defesa de Bolsonaro.

Também esteve em Barretos em agosto, acompanhando o ex-presidente no palco da Festa do Peão de Boiadeiro no dia em que ele recebeu o título de cidadão honorário da cidade.

“Eu não sei se ele é meu amigo, mas eu sou amigo dele”, disse, em relação ao ex-presidente.

Questionado se buscou apoio de Bolsonaro para disputar a Faesp, disse que “não iria envolvê-lo nisso”. “Não iria pedir alguma coisa para ele, jamais. Acho inclusive isso um oportunismo. Não acho honestamente que o Bolsonaro tem de se envolver [numa eleição do tipo].”

Embora seja apontado como o nome de consenso do grupo oposicionista, ele disse que seu objetivo é participar de uma chapa para disputar a eleição e que não faz questão de ser indicado à presidência.

Liderar uma instituição como a Faesp dá muita visibilidade, pelo fato de São Paulo ser o maior produtor de cana-de-açúcar do país e ter a maior produção de laranjas do mundo, além de outras culturas importantes, como o café.

O caminho, porém, não será fácil para a oposição, a se levar em conta o cenário da última eleição, em dezembro de 2019, quando Meirelles foi reeleito com 98% dos votos -a votação é secreta.

‘ME SINTO À VONTADE’, DIZ TIRSO

Já Tirso, que acumula a vice-presidência do Sebrae-SP, esteve num jantar na capital com Bolsonaro durante a campanha do ano passado e, em agosto, recebeu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, na federação. Também defendeu a CPI do MST, dizendo temer invasões de terra.

A Faesp, como grande parte do agro, defendeu apoio à reeleição de Bolsonaro, citando numa nota que, “diferentemente de seu concorrente [Lula], ele [Bolsonaro] faz na prática o que diz em seu discurso, honrando seu comprometimento com o agro”.

Tirso disse, em respostas por escrito à Folha de S.Paulo, que as críticas feitas por Junqueira em relação à possibilidade de ele suceder seu pai no comando da Faesp são infundadas, que Meirelles sempre foi eleito pelos representantes do agro paulista e que a instituição é democrática.

“Essa crítica é infundada e parte de uma minoria que deseja desestabilizar e tumultuar o processo eleitoral interno com fake news […]. A Faesp é uma instituição democrática, e, por isso, me sinto à vontade e no direito de concorrer à presidência para continuar o trabalho da atual diretoria, em favor do produtor rural.”

Ele disse ainda que a federação sempre fez eleições diretas, transparentes e com votos secretos. “Os presidentes de sindicatos sempre poderão escolher a melhor opção para o comando da Faesp de forma democrática.”

Tirso disse ainda que o processo eleitoral já está sendo desenvolvido há meses, que a votação para a composição da diretoria é a etapa final desse ciclo e que “todos sabiam” que a eleição ocorreria no final do ano.

“Somos uma entidade transparente, e todo e qualquer questionamento feito à diretoria, desde que obedecidos os ritos internos, é respondido. Mentiras e calúnias não vão nos intimidar ou impedir que continuemos com nosso trabalho”, disse.

Sobre viagens ao exterior, Tirso afirmou que ocorreram porque a Faesp é respeitada não só no país e, por isso, é convidada para participar de eventos como conferências, seminários e palestras no exterior e que os eventos servem para apresentar as especialidades do agronegócio paulista e, muitas vezes, gerar negócios para o setor.

O atual vice-presidente disse também que, se eleito, tem como objetivo desenvolver mais o Centro de Excelência da Cana-de-Açúcar, em Ribeirão Preto, e a primeira Escola de Tecnologia e Big Data do agro paulista, em São Roque.

MARCELO TOLEDO / Folhapress

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