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SANTOS, SP (FOLHAPRESS) – A persistente ressaca dos últimos dias no litoral sul paulista destruiu quiosques e derrubou árvores na Ilha do Cardoso, em Cananeia, e desenterrou baleias mortas, já em estado de decomposição, em Ilha Comprida.

As baleias já sem vida encontradas em agosto foram desenterradas pela ressaca entre o fim do mês passado e começo deste mês. Uma terceira carcaça também foi registrada no início deste mês e enterrada novamente.

“Foram dois quiosques que vieram abaixo na maré alta, além de árvores da restinga na transição para a mata que caíram”, diz Sérgio Carlos Neves, morador desde que nasceu, há 48 anos, na comunidade Pereirinha/Itacuruçá da Ilha do Cardoso.

Neves também é monitor do IPeC (Instituto de Pesquisas Cananeia) e tio dos donos dos quiosques atingidos. Foram ao menos dois afetados na praia de Itacuruçá.

“Meus pais contavam que, antigamente, ocorria uma ressaca dessas a cada sete anos. Até chamavam de ‘ressaca-preguiça'”, lembra ele. “Hoje temos de três a cinco anualmente. Essa última durou uma semana entre o final de setembro até começo de outubro”.

“Em 15 minutos foi tudo”, conta Tiago das Neves, dono de um dos quiosques. “Nem tivemos tempo de desmontar para aproveitar a madeira depois. O que conseguimos foi tirar a geladeira.”

É o quarto quiosque que Neves diz perder para a violência das águas -dessa vez, na ressaca que começou sob neblina e se prolongou a partir da madrugada de 27 de setembro. Outros dois foram destruídos também em 2023 e o primeiro há alguns anos.

O jeito foi montar um restaurante no quintal de casa. O problema é que já existe o temor de as águas também atingirem a residência no futuro.

“Fiz agora barreira de contenção com galhos e sacos de areia. Não posso usar tijolo por causa da nossa lei de conservação ambiental. Só que cada ressaca está ‘comendo’ uns 12 metros de areia. A maré, inclusive, continua chegando no barranco”, diz.

A casa onde ele vive com a mulher e três filhos estava a cerca 200 metros da beira d’água, mas o mar já avançou. “Agora, são só 30 metros de distância. Atrás é manguezal e rio. Não tenho para onde ir e, daqui uns três anos, minha casa também já era”.

O primo de Tiago, Vitor Fernandes Neves, segue sem seu comércio. “O quiosque era minha única fonte de renda”, lamenta ele, que é casado e pai de dois filhos. Toda a estrutura do Quiosque Porto Açaí ruiu. “Isso é a vida da gente.”

Ele, que mora na localidade desde o nascimento, há 29 anos, conhece as instabilidades do tempo e diz acreditar que uma nova ressaca forte ainda virá em outubro -a depender da atração gravitacional exercida pela Lua na maré. Vitor, porém, não espera de braços cruzados: começará a erguer um quiosque mais longe do alcance da água.

“Estou tendo alguns apoios para levantar entre R$ 10 mil ou R$ 15 mil e recomeçar”, comenta. “A intenção é atender já em novembro para pegar toda a temporada de verão dos turistas.”

A Prefeitura de Cananeia informa que não foi acionada para intervenções recentes na Ilha do Cardoso, mas que monitora a situação e compartilha alertas da Defesa Civil com a população.

Jubartes e mais chuva

Em Ilha Comprida, o mar agitado desenterrou três baleias da espécie jubarte que haviam aparecido mortas em meados de agosto (nas praias de São Januário e Ubatuba) e em 3 de outubro (na praia de Pedrinhas).

Todas tinham sido enterradas pela prefeitura para completar a etapa de decomposição –procedimento novamente realizado na semana passada. Em razão do peso de até 40 toneladas e do comprimento de até 16 metros, animais desse tipo não são removidos.

Segundo o IPeC, houve quatro encalhes em 2022 e cinco em 2023, todos em Ilha Comprida.

Os motivos das mortes não puderam ser detectados pelo instituto devido ao avançado estado de decomposição, o que prejudica coletas e análises de material orgânico. Causas naturais e ingestão de lixo costumam estar entre os fatores mais comuns.

Jubartes têm comportamento migratório: durante o verão se alimentam nas áreas polares e, no inverno, chegam ao litoral brasileiro para reprodução. De acordo com o projeto Baleia Jubarte, que realiza censo aéreo a respeito, a população brasileira da espécie é de cerca de 25 mil animais.

A previsão da empresa de serviços meteorológicos Climatempo para Cananeia e Ilha Comprida é de chuva no decorrer desta semana, inclusive, com temporal no feriado desta quinta-feira (12), o que pode contribuir para uma nova elevação do mar.

JOÃO PEDRO FEZA / Folhapress

Ressaca do mar desenterra baleias e afeta quiosques no litoral

SANTOS, SP (FOLHAPRESS) – A persistente ressaca dos últimos dias no litoral sul paulista destruiu quiosques e derrubou árvores na Ilha do Cardoso, em Cananeia, e desenterrou baleias mortas, já em estado de decomposição, em Ilha Comprida.

As baleias já sem vida encontradas em agosto foram desenterradas pela ressaca entre o fim do mês passado e começo deste mês. Uma terceira carcaça também foi registrada no início deste mês e enterrada novamente.

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“Foram dois quiosques que vieram abaixo na maré alta, além de árvores da restinga na transição para a mata que caíram”, diz Sérgio Carlos Neves, morador desde que nasceu, há 48 anos, na comunidade Pereirinha/Itacuruçá da Ilha do Cardoso.

Neves também é monitor do IPeC (Instituto de Pesquisas Cananeia) e tio dos donos dos quiosques atingidos. Foram ao menos dois afetados na praia de Itacuruçá.

“Meus pais contavam que, antigamente, ocorria uma ressaca dessas a cada sete anos. Até chamavam de ‘ressaca-preguiça'”, lembra ele. “Hoje temos de três a cinco anualmente. Essa última durou uma semana entre o final de setembro até começo de outubro”.

“Em 15 minutos foi tudo”, conta Tiago das Neves, dono de um dos quiosques. “Nem tivemos tempo de desmontar para aproveitar a madeira depois. O que conseguimos foi tirar a geladeira.”

É o quarto quiosque que Neves diz perder para a violência das águas -dessa vez, na ressaca que começou sob neblina e se prolongou a partir da madrugada de 27 de setembro. Outros dois foram destruídos também em 2023 e o primeiro há alguns anos.

O jeito foi montar um restaurante no quintal de casa. O problema é que já existe o temor de as águas também atingirem a residência no futuro.

“Fiz agora barreira de contenção com galhos e sacos de areia. Não posso usar tijolo por causa da nossa lei de conservação ambiental. Só que cada ressaca está ‘comendo’ uns 12 metros de areia. A maré, inclusive, continua chegando no barranco”, diz.

A casa onde ele vive com a mulher e três filhos estava a cerca 200 metros da beira d’água, mas o mar já avançou. “Agora, são só 30 metros de distância. Atrás é manguezal e rio. Não tenho para onde ir e, daqui uns três anos, minha casa também já era”.

O primo de Tiago, Vitor Fernandes Neves, segue sem seu comércio. “O quiosque era minha única fonte de renda”, lamenta ele, que é casado e pai de dois filhos. Toda a estrutura do Quiosque Porto Açaí ruiu. “Isso é a vida da gente.”

Ele, que mora na localidade desde o nascimento, há 29 anos, conhece as instabilidades do tempo e diz acreditar que uma nova ressaca forte ainda virá em outubro -a depender da atração gravitacional exercida pela Lua na maré. Vitor, porém, não espera de braços cruzados: começará a erguer um quiosque mais longe do alcance da água.

“Estou tendo alguns apoios para levantar entre R$ 10 mil ou R$ 15 mil e recomeçar”, comenta. “A intenção é atender já em novembro para pegar toda a temporada de verão dos turistas.”

A Prefeitura de Cananeia informa que não foi acionada para intervenções recentes na Ilha do Cardoso, mas que monitora a situação e compartilha alertas da Defesa Civil com a população.

Jubartes e mais chuva

Em Ilha Comprida, o mar agitado desenterrou três baleias da espécie jubarte que haviam aparecido mortas em meados de agosto (nas praias de São Januário e Ubatuba) e em 3 de outubro (na praia de Pedrinhas).

Todas tinham sido enterradas pela prefeitura para completar a etapa de decomposição –procedimento novamente realizado na semana passada. Em razão do peso de até 40 toneladas e do comprimento de até 16 metros, animais desse tipo não são removidos.

Segundo o IPeC, houve quatro encalhes em 2022 e cinco em 2023, todos em Ilha Comprida.

Os motivos das mortes não puderam ser detectados pelo instituto devido ao avançado estado de decomposição, o que prejudica coletas e análises de material orgânico. Causas naturais e ingestão de lixo costumam estar entre os fatores mais comuns.

Jubartes têm comportamento migratório: durante o verão se alimentam nas áreas polares e, no inverno, chegam ao litoral brasileiro para reprodução. De acordo com o projeto Baleia Jubarte, que realiza censo aéreo a respeito, a população brasileira da espécie é de cerca de 25 mil animais.

A previsão da empresa de serviços meteorológicos Climatempo para Cananeia e Ilha Comprida é de chuva no decorrer desta semana, inclusive, com temporal no feriado desta quinta-feira (12), o que pode contribuir para uma nova elevação do mar.

JOÃO PEDRO FEZA / Folhapress

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