Nos últimos anos, a Covid-19, foi a principal doença destacada nos noticiários e na procura por cura e vacina. No entanto, tem outra enfermidade que requer atenção redobrada: as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). No Guarujá, o alerta é porque durante o estado de pandemia, houve queda na procura por diagnóstico de HIV em 35%. Ele é o responsável pelas ocorrências de Aids.
A informação foi revelada durante o 15º Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), em Florianópolis, Santa Catarina. O evento contou com a presença das enfermeiras do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTAPT) da Prefeitura, Lais Maessaka Araújo e Márcia Helena Rodrigues, coordenadora do Programa de Infecções Sexuais Transmissíveis (ISTs), Aids e Hepatites Virais.
Também participaram do encontro, profissionais dos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido, Argentina, Paraguai, Uruguai, Centers for Disease Control and Prevention – Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC Brasil), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) etc.
“O que nos motivou a realizar esta pesquisa foi dar concluir que as pessoas pararam de buscar os locais disponíveis para testagem e, por isso, o número de testes diminuiu tanto. E, ao saber que reduziram assim, hoje a gente faz um trabalho para que esse número (de testes) volte a crescer equivalente a antes da pandemia ou maior”, disse Lais.
Já Márcia Helena falou da oportunidade de atualizar o conhecimento. “Participamos todos os dias, foi muito bom para adquirir conhecimentos, participar de oficinas e conhecer o trabalho de diversas localidades”, contou ela.
A pesquisa
Na pesquisa, elas concluíram que houve uma queda de 35% na busca pelos testes de HIV entre 2019 e 2020, devido às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) pelo isolamento social. Foram 1.257 testes realizados em 2019, contra 819 em 2020. A partir da vacinação e o fim do período de isolamento, houve o retorno da procura pela testagem. Em 2021 foram 1.010 testes e no ano passado, 1.033 testes.
Outro dado importante que consta no documento é a redução dos diagnósticos reagentes (ou seja, quando o corpo possui anticorpos contra o HIV), sendo 21 em 2019 e 12 em 2020, ou seja, 43% a menos.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica do Município, Guarujá registrou 68 casos de HIV positivo em 2019, caindo para 36 em 2020. Em 2021 voltou a atingir 68 e, em 2022, após a flexibilização das medidas restritivas, 76. Neste ano, são 48 casos de HIV registrados.
