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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após o cancelamento de um evento de homenagem à escritora palestina Adania Shibli, a Feira do Livro de Frankfurt se vê alvo de manifestos públicos de autores de peso e desistências de diversas editoras e instituições, prestes a começar sua 75ª edição.

Um grupo de cerca de mil escritores e profissionais do livro divulgou uma carta aberta contra a decisão da Litprom, a associação alemã que organizava a premiação à autora e voltou atrás, de última hora, após o ataque do grupo terrorista Hamas a Israel.

O texto em protesto contra a decisão da maior feira mundial do mercado de livros foi assinado por três dos mais recentes premiados com o Nobel de Literatura, Annie Ernaux, Olga Tokarczuk e Abdulrazak Gurnah, além de outros autores renomados como Judith Butler, Eileen Myles e Colm Tóibin.

A carta afirma que Frankfurt tem “a responsabilidade, como uma feira internacional de grande porte, de criar espaços para que escritores palestinos dividam suas ideias, sentimentos e reflexões sobre a literatura nesses tempos cruéis e terríveis, em vez de calá-los”.

Shibli receberia uma distinção na feira pela tradução alemã de “Detalhe Menor”, obra que conta as fraturas da sociedade palestina a partir da agressão sexual e assassinato de uma garota árabe por militares israelenses, baseada num caso verdadeiro de 1949.

O romance, publicado originalmente em 2017, já foi acusado de antissemitismo, mas obteve amplo reconhecimento nos círculos literários. Foi finalista do National Book Award, nos Estados Unidos, e do Booker Internacional, o mais importante prêmio dedicado a livros traduzidos à língua inglesa.

Também foi o escolhido deste ano para receber o troféu da Litprom, que é uma organização financiada em parte pelo governo alemão e pela Feira de Frankfurt —a homenagem que acabou cancelada.

Ao justificar a decisão, na última sexta, a Litprom disse apenas ter optado por não realizar a cerimônia “devido à guerra começada pelo Hamas, sob a qual milhões de pessoas estão sofrendo em Israel e na Palestina”.

Afirmou ainda estar buscando “um formato e arranjo adequado para o evento em um momento posterior”, sugerindo que a decisão havia sido tomada em comum acordo com Shibli, o que representantes da escritora depois negaram. Ela não tem dado entrevistas.

Instituições que participariam do evento alemão voltaram atrás em protesto contra a decisão da Litprom, entre eles a Associação dos Editores Árabes, a Sharjah Book Authority e a PublisHer, rede voltada a promover a publicação de mulheres.

“Estamos muito decepcionados por aqueles que planejavam vir e não virão por conta da geopolítica”, afirmou o diretor da Feira de Frankfurt, Jürgen Boos, na coletiva de abertura do festival nesta terça. “É um completo desastre para nós.”

A editora americana de Shibli, New Directions, e a britânica Fitzcarraldo se manifestaram repudiando o cancelamento, assim como a casa brasileira da autora, a Todavia.

“A literatura estabelece pontes, não as destrói. Aproxima mundos, não os afasta”, escreveu a editora no Instagram. “Acreditamos que é papel da maior feira de livros do mundo ouvir e amplificar as vozes de autores e autoras que, como Shibli, encorajam o diálogo e servem de estímulo para melhor compreender sociedades e suas culturas.”

WALTER PORTO / Folhapress

Feira do Livro de Frankfurt vê ‘desastre’ após cancelar evento com autora palestina

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após o cancelamento de um evento de homenagem à escritora palestina Adania Shibli, a Feira do Livro de Frankfurt se vê alvo de manifestos públicos de autores de peso e desistências de diversas editoras e instituições, prestes a começar sua 75ª edição.

Um grupo de cerca de mil escritores e profissionais do livro divulgou uma carta aberta contra a decisão da Litprom, a associação alemã que organizava a premiação à autora e voltou atrás, de última hora, após o ataque do grupo terrorista Hamas a Israel.

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O texto em protesto contra a decisão da maior feira mundial do mercado de livros foi assinado por três dos mais recentes premiados com o Nobel de Literatura, Annie Ernaux, Olga Tokarczuk e Abdulrazak Gurnah, além de outros autores renomados como Judith Butler, Eileen Myles e Colm Tóibin.

A carta afirma que Frankfurt tem “a responsabilidade, como uma feira internacional de grande porte, de criar espaços para que escritores palestinos dividam suas ideias, sentimentos e reflexões sobre a literatura nesses tempos cruéis e terríveis, em vez de calá-los”.

Shibli receberia uma distinção na feira pela tradução alemã de “Detalhe Menor”, obra que conta as fraturas da sociedade palestina a partir da agressão sexual e assassinato de uma garota árabe por militares israelenses, baseada num caso verdadeiro de 1949.

O romance, publicado originalmente em 2017, já foi acusado de antissemitismo, mas obteve amplo reconhecimento nos círculos literários. Foi finalista do National Book Award, nos Estados Unidos, e do Booker Internacional, o mais importante prêmio dedicado a livros traduzidos à língua inglesa.

Também foi o escolhido deste ano para receber o troféu da Litprom, que é uma organização financiada em parte pelo governo alemão e pela Feira de Frankfurt —a homenagem que acabou cancelada.

Ao justificar a decisão, na última sexta, a Litprom disse apenas ter optado por não realizar a cerimônia “devido à guerra começada pelo Hamas, sob a qual milhões de pessoas estão sofrendo em Israel e na Palestina”.

Afirmou ainda estar buscando “um formato e arranjo adequado para o evento em um momento posterior”, sugerindo que a decisão havia sido tomada em comum acordo com Shibli, o que representantes da escritora depois negaram. Ela não tem dado entrevistas.

Instituições que participariam do evento alemão voltaram atrás em protesto contra a decisão da Litprom, entre eles a Associação dos Editores Árabes, a Sharjah Book Authority e a PublisHer, rede voltada a promover a publicação de mulheres.

“Estamos muito decepcionados por aqueles que planejavam vir e não virão por conta da geopolítica”, afirmou o diretor da Feira de Frankfurt, Jürgen Boos, na coletiva de abertura do festival nesta terça. “É um completo desastre para nós.”

A editora americana de Shibli, New Directions, e a britânica Fitzcarraldo se manifestaram repudiando o cancelamento, assim como a casa brasileira da autora, a Todavia.

“A literatura estabelece pontes, não as destrói. Aproxima mundos, não os afasta”, escreveu a editora no Instagram. “Acreditamos que é papel da maior feira de livros do mundo ouvir e amplificar as vozes de autores e autoras que, como Shibli, encorajam o diálogo e servem de estímulo para melhor compreender sociedades e suas culturas.”

WALTER PORTO / Folhapress

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