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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – À moda de eleitores do americano Donald Trump e do brasileiro Jair Bolsonaro, apoiadores de Javier Milei também têm tentado atrelar um desempenho nas urnas aquém do esperado a uma suposta fraude eleitoral.

O volume de mensagens no X (ex-Twitter) e no Telegram sustentando essa tese, mesmo sem nenhuma evidência sólida, concentrou-se sobretudo no domingo (22) da eleição e na segunda-feira (23).

Um levantamento feito pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, em dez grupos de Telegram pró-Milei, detectou 710 posts endossando a hipótese. Metade de todo o conteúdo dessa natureza que circulou desde o 1º de janeiro de 2023 até o dia seguinte ao pleito.

O discurso sobre fraude nesses dois dias é maior do que dos 295 dias anteriores. Já no X, 53,7% dos 28.617 posts extraídos com a narrativa de pleito fraudulento foram compartilhados entre o encerramento da votação e as 23h59 do mesmo dia, “mostrando ágil mobilização e engajamento da tese de contestação às eleições”, diz o estudo.

Boa parte das publicações sugere que haveria uma orquestração maciça para inviabilizar o voto em Milei. Uma mensagem idêntica, replicada várias vezes por perfis diferentes, diz que não havia cédulas com a opção pelo ultraliberal à disposição do eleitor. O padrão indica o uso de bots, contas automatizadas que emulam pessoas reais por trás delas.

O roteiro, afirma Pablo Ortellado, professor de Gestão de Políticas Públicas na USP e um dos autores da pesquisa junto com Ergon Cugler de Moraes Silva, tem digitais similares às vistas nos EUA de 2020 e no Brasil de 2022, quando Trump e Bolsonaro também colocaram em suspeição a integridade do sistema eleitoral dos seus países.

Mesmo saindo na frente, aliás, Milei já tinha sacado a retórica da fraude, assim como Bolsonaro, que martelou o quanto pôde a falsa tese de que sua vitória sobre o petista Fernando Haddad em 2018 foi maior do que a concedida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Ele também apresentou a versão fantasiosa de que Aécio Neves (PSDB) teria vencido Dilma Rousseff (PT) em 2014, o que nem o tucano fala, e sugeriu que a apuração do primeiro turno do ano passado, quando ficou atrás de Lula (PT) por bem menos pontos do que o projetado em pesquisas, foi problemática.

No caso argentino, o presidenciável ultraliberal venceu as eleições primárias com um desempenho surpreendente, mas nem assim abdicou da alternativa de falcatrua eleitoral. Mais uma vez sem provas, estimou que perdeu até 5% dos votos nessa primeira etapa do pleito local.

A Justiça Eleitoral pediu ao partido de Milei, A Liberdade Avança, provas sobre a possibilidade de fraude. Não há registros de que a sigla o tenha feito.

Dias antes do pleito, um fiscal peronista, portanto favorável ao candidato Sergio Massa, foi gravado em vídeo supostamente instruindo militantes a roubar cédulas de Milei. Aconteceu numa cidade a quase mil quilômetros de Buenos Aires.

Casos pontuais como esse sempre fizeram parte do folclore eleitoral argentino, mas nunca se constatou um esquema mais amplo.

Os vizinhos latino-americanos escolhem entre cédulas que mostram cada candidato ou que reúnem aqueles de um grupo político de sua escolha, as chamadas boletas, e as depositam num envelope que deve ser inserido na urna.

A trupe bolsonarista se empolgou com a reprise do argumento de dolo nas urnas. Canais populares no grupo, como a Revista Oeste, fizeram circular a ideia.

Também veículos brasileiros à esquerda a abordaram, mas na forma de chiste, como o blog O Cafezinho, que questionou: “Direita argentina fala em ‘fraude’ nas eleições, será que vão pedir urnas eletrônicas por lá?”.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi à Argentina acompanhar o pleito. A família se entusiasmou com a candidatura de Milei, tantas vezes chamado de versão hermana do ex-presidente brasileiro.

O ultraliberal, encerrado o primeiro turno, não encampou a hipótese de adulterações na votação que o colocou atrás de Massa. “Esta é a dualidade”, diz Ortellado. “Publicamente não gritou fraude. Mas as redes mileístas foram tomadas por isso, inclusive com uso de bots.”

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER / Folhapress

Apoiadores de Milei tentam disseminar tese falsa de fraude eleitoral

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – À moda de eleitores do americano Donald Trump e do brasileiro Jair Bolsonaro, apoiadores de Javier Milei também têm tentado atrelar um desempenho nas urnas aquém do esperado a uma suposta fraude eleitoral.

O volume de mensagens no X (ex-Twitter) e no Telegram sustentando essa tese, mesmo sem nenhuma evidência sólida, concentrou-se sobretudo no domingo (22) da eleição e na segunda-feira (23).

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Um levantamento feito pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, em dez grupos de Telegram pró-Milei, detectou 710 posts endossando a hipótese. Metade de todo o conteúdo dessa natureza que circulou desde o 1º de janeiro de 2023 até o dia seguinte ao pleito.

O discurso sobre fraude nesses dois dias é maior do que dos 295 dias anteriores. Já no X, 53,7% dos 28.617 posts extraídos com a narrativa de pleito fraudulento foram compartilhados entre o encerramento da votação e as 23h59 do mesmo dia, “mostrando ágil mobilização e engajamento da tese de contestação às eleições”, diz o estudo.

Boa parte das publicações sugere que haveria uma orquestração maciça para inviabilizar o voto em Milei. Uma mensagem idêntica, replicada várias vezes por perfis diferentes, diz que não havia cédulas com a opção pelo ultraliberal à disposição do eleitor. O padrão indica o uso de bots, contas automatizadas que emulam pessoas reais por trás delas.

O roteiro, afirma Pablo Ortellado, professor de Gestão de Políticas Públicas na USP e um dos autores da pesquisa junto com Ergon Cugler de Moraes Silva, tem digitais similares às vistas nos EUA de 2020 e no Brasil de 2022, quando Trump e Bolsonaro também colocaram em suspeição a integridade do sistema eleitoral dos seus países.

Mesmo saindo na frente, aliás, Milei já tinha sacado a retórica da fraude, assim como Bolsonaro, que martelou o quanto pôde a falsa tese de que sua vitória sobre o petista Fernando Haddad em 2018 foi maior do que a concedida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Ele também apresentou a versão fantasiosa de que Aécio Neves (PSDB) teria vencido Dilma Rousseff (PT) em 2014, o que nem o tucano fala, e sugeriu que a apuração do primeiro turno do ano passado, quando ficou atrás de Lula (PT) por bem menos pontos do que o projetado em pesquisas, foi problemática.

No caso argentino, o presidenciável ultraliberal venceu as eleições primárias com um desempenho surpreendente, mas nem assim abdicou da alternativa de falcatrua eleitoral. Mais uma vez sem provas, estimou que perdeu até 5% dos votos nessa primeira etapa do pleito local.

A Justiça Eleitoral pediu ao partido de Milei, A Liberdade Avança, provas sobre a possibilidade de fraude. Não há registros de que a sigla o tenha feito.

Dias antes do pleito, um fiscal peronista, portanto favorável ao candidato Sergio Massa, foi gravado em vídeo supostamente instruindo militantes a roubar cédulas de Milei. Aconteceu numa cidade a quase mil quilômetros de Buenos Aires.

Casos pontuais como esse sempre fizeram parte do folclore eleitoral argentino, mas nunca se constatou um esquema mais amplo.

Os vizinhos latino-americanos escolhem entre cédulas que mostram cada candidato ou que reúnem aqueles de um grupo político de sua escolha, as chamadas boletas, e as depositam num envelope que deve ser inserido na urna.

A trupe bolsonarista se empolgou com a reprise do argumento de dolo nas urnas. Canais populares no grupo, como a Revista Oeste, fizeram circular a ideia.

Também veículos brasileiros à esquerda a abordaram, mas na forma de chiste, como o blog O Cafezinho, que questionou: “Direita argentina fala em ‘fraude’ nas eleições, será que vão pedir urnas eletrônicas por lá?”.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi à Argentina acompanhar o pleito. A família se entusiasmou com a candidatura de Milei, tantas vezes chamado de versão hermana do ex-presidente brasileiro.

O ultraliberal, encerrado o primeiro turno, não encampou a hipótese de adulterações na votação que o colocou atrás de Massa. “Esta é a dualidade”, diz Ortellado. “Publicamente não gritou fraude. Mas as redes mileístas foram tomadas por isso, inclusive com uso de bots.”

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER / Folhapress

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