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Solidão, sentimentos de auto reprovação, insuficiência e culpa. Embora esses temas sejam pouco comentados, essa é a realidade para muitas mulheres que vivenciam a maternidade. E debater à Saúde Mental Materna, que tem seu dia celebrado todos os anos na primeira quarta-feira de maio, é fundamental.

Segundo o para o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Norte (CRP-RN), pouca ou nenhuma atenção tem sido dada aos fatores que contribuem para o sofrimento mental das mães frente as crescentes demandas sociais e culturais da maternidade, o que as leva a vivenciar os sentimentos de forma negativa.

Pammella Lyenne Barbosa de Carvalho, psicóloga perinatal, mestre em Ciências sociais e humanas e Conselheira CRP, explica que em todo o mundo, a depressão materna tem se apresentado como a complicação de saúde mais séria e comum da maternidade. “Dados da Global Alliance for Maternal Mental Health mostram que uma em cada cinco mulheres experimenta algum transtorno mental perinatal durante a gravidez ou após o nascimento de uma criança”, diz.

Outro dado alarmante diz respeito ao número de suicídios, considerado como uma das principais causas de morte materna durante o primeiro ano de vida do bebê. Estudos apontam 3,7 suicídios maternos para cada 100.000 nascidos vivos.

Análise

De acordo com a psicóloga, as expectativas sociais para um modo certo de exercer a maternidade, as cobranças de conciliar vários papéis, a ausência de rede de apoio, a sobrecarga mental, são fatores de risco para o desenvolvimento de adoecimentos mentais nas mães.
A profissional enfatiza que os cuidados com a saúde mental materna devem começar ainda no período de planejamento familiar.

“Consideramos que é possível prevenir adoecimentos mentais no ciclo gravídico-puerperal com medidas simples, como o pré-natal psicológico, que enfatiza a preparação do casal para a experiência de gestar, dar à luz e tornar-se mãe e pai. Mas não apenas isso, o foco precisa estar na mudança de uma cultura que responsabiliza as mães pelo cuidado das crianças, é preciso estimular a parentalidade compartilhada, a ampliação das redes de apoio e as políticas públicas em prol da maternidade”, afirma.

Humanização do parto

Existem diversos fatores que interferem na saúde mental das mães e gestantes, o momento do parto é um deles. Pamella Carvalho explica que o parto é um momento extremamente significativo para a transição do gestar e maternar, e um momento em que a mulher precisa se sentir segura, com seus direitos e vontades respeitados.

“No entanto, é no momento do parto em que ocorrem muitas violências obstétricas, desde a utilização de procedimentos sem evidências científicas como a episiotomia, a manobra de Khristeller; como a indicação de cesáreas eletivas; até as tentativas de silenciamento e impedimento dos movimentos das mulheres durante o trabalho de parto”, enfatiza. A psicóloga explica que a violência obstétrica na cena do parto deixa marcas profundas e é considerada um fator de risco para os adoecimentos puerperais.

“A possibilidade de ter um parto respeitoso e humanizado é fator protetivo para a saúde mental das mães e dos bebês”, diz.

Hora de pedir ajuda

Psicólogo durante atendimento e paciente no divã – Foto: Dmitriy Shironosov/Depositphotos/Agência Câmara de Notícias

Estar atenta aos sinais como irritabilidade, tristeza, oscilação emocional, desesperança e desejo de interagir é importante para entender qual o momento certo de pedir ajuda. A Conselheira do CPR-RN explica que é comum a presença desses sentimentos nas primeiras semanas após o nascimento de um bebê, chamado de blues puerperal.

“Tais sentimentos não comprometem as atividades cotidianas e o cuidado com o bebê. Mas, se houver grandes prejuízos no desempenho das atividades cotidianas e/ou nível de disponibilidade para cuidar do bebê e de si própria é preciso procurar ajuda”, alerta.

A psicóloga enfatiza que mulheres com histórico de ansiedade, transtorno bipolar e depressão maior também podem ter suas condições agravadas durante o ciclo gravídico-puerperal e por isso necessitam de maior atenção e cuidados específicos. “A depressão pós-parto pode ser prevenida com um bom acompanhamento psicológico pré-natal, em que há o rastreio de fatores de risco para os adoecimentos puerperais. Além da preparação emocional da gestante e da família para a chegada do bebê”.

A família, aliás, desempenha um papel importante. Contar com a participação do parceiro no compartilhamento de tarefas e no cuidado com o bebê, e contar com uma ampla rede de apoio é fator protetivo. “A rede de apoio contribui para a diminuição da sobrecarga e do sentimento de solidão, tão presente no puerpério”, diz Pamella.

Ajuda profissional

Os profissionais da saúde também podem contribuir com os cuidados da saúde mental materna ao alertar o paciente sobre o tema, que tem sido considerado um tabu, já que se espera que as gestantes e mães estejam pelos e felizes com a chegada de um bebê, realidade que nem sempre é encontrada. “Falar sobre o assunto, desmistificar o amor materno, e humanizar o papel da mãe são urgentes”.

As psicólogas, por sua vez, podem ampliar o olhar sobre a maternidade. “Muito tem sido estudado e discutido na perspectiva do desenvolvimento infantil, e pouco com foco na produção de cuidado e prevenção da saúde mental das mães. É necessária capacitação profissional para atender essas demandas”.

Além disso, a conselheira diz que é necessário mais políticas públicas de proteção a gestantes e mães. “Há muita insegurança nas leis trabalhistas para mulheres gestantes, pouco incentivo às empresas para contratação de gestantes e mães, é preciso flexibilização de horários, salas de apoio à amamentação, por exemplo. Faz-se necessário ampliação da licença-maternidade nas empresas privadas, ampliação da licença-paternidade”.

Para as mães e gestantes que precisam de ajuda, a indicação é procurar as unidades de saúde, aonde realizam o pré-natal. Há, ainda procura por psicólogos perinatais nas clínicas privadas.

Solidão, culpa, autoreprovação: Conselho de Psicologia alerta para importância de políticas públicas de proteção às gestantes e mães

Buscar ajuda é fundamental para garantir saúde mental da mãe; data alerta para cuidado com a saúde

Ministro Arthur Chioro lança a nova campanha de aleitamento materno. Participa da solenidade a madrinha da Semana Mundial de Amamentação (SMAM) de 2014, a atriz Nívea Stelmann, com sua filha Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Solidão, sentimentos de auto reprovação, insuficiência e culpa. Embora esses temas sejam pouco comentados, essa é a realidade para muitas mulheres que vivenciam a maternidade. E debater à Saúde Mental Materna, que tem seu dia celebrado todos os anos na primeira quarta-feira de maio, é fundamental.

Segundo o para o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Norte (CRP-RN), pouca ou nenhuma atenção tem sido dada aos fatores que contribuem para o sofrimento mental das mães frente as crescentes demandas sociais e culturais da maternidade, o que as leva a vivenciar os sentimentos de forma negativa.

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Pammella Lyenne Barbosa de Carvalho, psicóloga perinatal, mestre em Ciências sociais e humanas e Conselheira CRP, explica que em todo o mundo, a depressão materna tem se apresentado como a complicação de saúde mais séria e comum da maternidade. “Dados da Global Alliance for Maternal Mental Health mostram que uma em cada cinco mulheres experimenta algum transtorno mental perinatal durante a gravidez ou após o nascimento de uma criança”, diz.

Outro dado alarmante diz respeito ao número de suicídios, considerado como uma das principais causas de morte materna durante o primeiro ano de vida do bebê. Estudos apontam 3,7 suicídios maternos para cada 100.000 nascidos vivos.

Análise

De acordo com a psicóloga, as expectativas sociais para um modo certo de exercer a maternidade, as cobranças de conciliar vários papéis, a ausência de rede de apoio, a sobrecarga mental, são fatores de risco para o desenvolvimento de adoecimentos mentais nas mães.
A profissional enfatiza que os cuidados com a saúde mental materna devem começar ainda no período de planejamento familiar.

“Consideramos que é possível prevenir adoecimentos mentais no ciclo gravídico-puerperal com medidas simples, como o pré-natal psicológico, que enfatiza a preparação do casal para a experiência de gestar, dar à luz e tornar-se mãe e pai. Mas não apenas isso, o foco precisa estar na mudança de uma cultura que responsabiliza as mães pelo cuidado das crianças, é preciso estimular a parentalidade compartilhada, a ampliação das redes de apoio e as políticas públicas em prol da maternidade”, afirma.

Humanização do parto

Existem diversos fatores que interferem na saúde mental das mães e gestantes, o momento do parto é um deles. Pamella Carvalho explica que o parto é um momento extremamente significativo para a transição do gestar e maternar, e um momento em que a mulher precisa se sentir segura, com seus direitos e vontades respeitados.

“No entanto, é no momento do parto em que ocorrem muitas violências obstétricas, desde a utilização de procedimentos sem evidências científicas como a episiotomia, a manobra de Khristeller; como a indicação de cesáreas eletivas; até as tentativas de silenciamento e impedimento dos movimentos das mulheres durante o trabalho de parto”, enfatiza. A psicóloga explica que a violência obstétrica na cena do parto deixa marcas profundas e é considerada um fator de risco para os adoecimentos puerperais.

“A possibilidade de ter um parto respeitoso e humanizado é fator protetivo para a saúde mental das mães e dos bebês”, diz.

Hora de pedir ajuda

Psicólogo durante atendimento e paciente no divã – Foto: Dmitriy Shironosov/Depositphotos/Agência Câmara de Notícias

Estar atenta aos sinais como irritabilidade, tristeza, oscilação emocional, desesperança e desejo de interagir é importante para entender qual o momento certo de pedir ajuda. A Conselheira do CPR-RN explica que é comum a presença desses sentimentos nas primeiras semanas após o nascimento de um bebê, chamado de blues puerperal.

“Tais sentimentos não comprometem as atividades cotidianas e o cuidado com o bebê. Mas, se houver grandes prejuízos no desempenho das atividades cotidianas e/ou nível de disponibilidade para cuidar do bebê e de si própria é preciso procurar ajuda”, alerta.

A psicóloga enfatiza que mulheres com histórico de ansiedade, transtorno bipolar e depressão maior também podem ter suas condições agravadas durante o ciclo gravídico-puerperal e por isso necessitam de maior atenção e cuidados específicos. “A depressão pós-parto pode ser prevenida com um bom acompanhamento psicológico pré-natal, em que há o rastreio de fatores de risco para os adoecimentos puerperais. Além da preparação emocional da gestante e da família para a chegada do bebê”.

A família, aliás, desempenha um papel importante. Contar com a participação do parceiro no compartilhamento de tarefas e no cuidado com o bebê, e contar com uma ampla rede de apoio é fator protetivo. “A rede de apoio contribui para a diminuição da sobrecarga e do sentimento de solidão, tão presente no puerpério”, diz Pamella.

Ajuda profissional

Os profissionais da saúde também podem contribuir com os cuidados da saúde mental materna ao alertar o paciente sobre o tema, que tem sido considerado um tabu, já que se espera que as gestantes e mães estejam pelos e felizes com a chegada de um bebê, realidade que nem sempre é encontrada. “Falar sobre o assunto, desmistificar o amor materno, e humanizar o papel da mãe são urgentes”.

As psicólogas, por sua vez, podem ampliar o olhar sobre a maternidade. “Muito tem sido estudado e discutido na perspectiva do desenvolvimento infantil, e pouco com foco na produção de cuidado e prevenção da saúde mental das mães. É necessária capacitação profissional para atender essas demandas”.

Além disso, a conselheira diz que é necessário mais políticas públicas de proteção a gestantes e mães. “Há muita insegurança nas leis trabalhistas para mulheres gestantes, pouco incentivo às empresas para contratação de gestantes e mães, é preciso flexibilização de horários, salas de apoio à amamentação, por exemplo. Faz-se necessário ampliação da licença-maternidade nas empresas privadas, ampliação da licença-paternidade”.

Para as mães e gestantes que precisam de ajuda, a indicação é procurar as unidades de saúde, aonde realizam o pré-natal. Há, ainda procura por psicólogos perinatais nas clínicas privadas.

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