Warning: Undefined array key 0 in /var/www/vhosts/4x4dev.com.br/httpdocs/thmais/wp-content/themes/Newspaper-child/functions.php on line 690

Warning: Undefined array key 0 in /var/www/vhosts/4x4dev.com.br/httpdocs/thmais/wp-content/themes/Newspaper-child/functions.php on line 690
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio
spot_img

compartilhar:

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), leu nesta quarta-feira (26) o requerimento para a criação da CPI que busca investigar a atuação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

A iniciativa ocorre em meio às ações do movimento nas últimas semanas e à crescente pressão da bancada ruralista pela instalação da comissão. Parlamentares presentes no plenário da Câmara aplaudiram após a leitura de Lira.

Essa CPI tende a ser mais uma dor de cabeça para o governo Lula (PT), por atingir um aliado estratégico e também por obrigá-lo a mobilizar parte de uma base ainda reduzida e não formada no Congresso.

A seguir, perguntas e respostas sobre a CPI.

**1) De quem partiu a ideia da CPI, como ela será composta e qual seu objetivo?**

A CPI partiu de um requerimento do deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), com apoio de membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), mais conhecida como bancada ruralista.

A CPI terá 27 membros titulares e 27 suplentes. A leitura do requerimento significa que a comissão foi criada, mas não implica em sua instalação imediata –isso se dará apenas quando for realizada a primeira sessão da comissão. Para isso, é necessária a indicação de representantes pelos blocos partidários para a composição do colegiado.

Um dos mais cotados para assumir a relatoria da CPI do MST é o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP), enquanto a presidência ficaria com o deputado Zucco.

O objetivo da CPI é investigar as invasões de terra pelo MST, como seus objetivos e fonte de financiamento. Na prática, um dos objetivos é apontar o vínculo do movimento com o governo Lula, já que a frente que se mobiliza para a comissão é formada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

**2) O que motivou a corrida por assinaturas e a criação da CPI?**

O MST iniciou neste mês de abril o que chamam Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária com a invasão de fazendas, incluindo uma área que pertence à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), além de sedes do Incra.

As ações provocaram reações não apenas do agronegócio, mas também do próprio governo Lula.

As invasões neste mês marcam o aniversário do massacre de Eldorado do Carajás, quando, em 16 de abril de 1996, 19 trabalhadores sem-terra foram mortos por tropas da Polícia Militar do Pará. O massacre é um símbolo nacional e internacional de impunidade, e as ações dos sem-terra desde então passaram a ser chamadas de abril vermelho.

**3) Quais são as preocupações do governo com a CPI?**

São basicamente quatro as preocupações:

O governo já sabe que não terá o controle da comissão. Nomes da oposição e do agronegócio devem ser escalados como presidente e relator da CPI; Quer evitar que deputados concentrem forças e atenções nessa e em outras CPI e deixem em segundo plano votações consideradas importantes pelo governo, como as novas regras fiscais e a reforma tributária, além de medidas provisórias na fila para votação antes que percam a validade; Tentar ao menos tempo proteger um aliado histórico e evitar que depoimentos e documentos da comissão sejam usados pela oposição contra o governo; Evitar que o desgaste com o funcionamento dessa e de outras CPIs atrapalhe os planos do governo para consolidar uma base aliada sólida tanto na Câmara como no Senado, algo que ainda parece distante.

**4) O que diz o MST sobre a CPI?**

João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, afirmou nas redes sociais na noite desta quarta que a CPI não tem um objeto definido e é “mais um palco para destilar ódio contra nossa luta”.

Já em entrevista à Folha ele disse que a direita vai usar o parlamento federal e as Assembleias Legislativas do país inteiro para enfrentar o MST. “Junto com isso, há os meios de comunicação deles, as fake news e as milícias armadas dos clubes de tiro e dos CACs [Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores]. É uma mistura demoníaca.”

“Essa CPI é preventiva sobre o futuro. Não é sobre o passado porque não há fato que a justifique. Nossas ações estão dentro do marco na democracia. Se o Congresso reafirmar essa CPI, será uma perseguição política. Nós vamos judicializar junto ao Supremo Tribunal Federal porque ela é inconstitucional.”

**5) Qual a relação de Lula, PT e MST?**

O presidente e o MST têm uma relação histórica, em geral de aliança, mas também recheada de atritos. No meio de seu segundo mandato (2007-2010), por exemplo, Lula foi chamado por eles de “traidor”. A relação depois ganhou peso com o apoio dos sem-terra a Lula na Lava Jato e nas eleições de 2022.

O movimento foi criado em 20 de janeiro de 1984 e, um ano depois, no primeiro congresso dos sem-terra, elegeu a sua primeira direção nacional. Esse primeiro comando dos sem-terra se formou com 18 homens e 2 mulheres. Eles e elas representavam os dez estados nos quais o movimento estava organizado (RS, SC, PR, MS, SP, RJ, MG, ES, BA e RO).

O presidente carrega um histórico de promessas de que faria a reforma agrária na marra e na “canetada”. Nunca fez. Em seus dois mandatos anteriores fez um programa simplista de desapropriar terras a esmo, criando assentamentos sem infraestrutura e longe das bases acampadas do MST.

Lula, por exemplo, nunca cumpriu a promessa de atualizar os índices agropecuários usados para medir a produtividade de fazendas passíveis de desapropriação para a reforma agrária.

Além disso, Lula tem uma dívida política com os sem-terra. Foram eles que ajudaram a liderar as mobilizações a favor do presidente no auge da Lava Jato e no período em que ele ficou preso na Polícia Federal de Curitiba. O MST também mobilizou suas bases para a campanha eleitoral do ano passado.

Redação / Folhapress

Em 5 pontos, entenda a CPI do MST na Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) | Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), leu nesta quarta-feira (26) o requerimento para a criação da CPI que busca investigar a atuação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

A iniciativa ocorre em meio às ações do movimento nas últimas semanas e à crescente pressão da bancada ruralista pela instalação da comissão. Parlamentares presentes no plenário da Câmara aplaudiram após a leitura de Lira.

- Advertisement -anuncio

Essa CPI tende a ser mais uma dor de cabeça para o governo Lula (PT), por atingir um aliado estratégico e também por obrigá-lo a mobilizar parte de uma base ainda reduzida e não formada no Congresso.

A seguir, perguntas e respostas sobre a CPI.

**1) De quem partiu a ideia da CPI, como ela será composta e qual seu objetivo?**

A CPI partiu de um requerimento do deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), com apoio de membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), mais conhecida como bancada ruralista.

A CPI terá 27 membros titulares e 27 suplentes. A leitura do requerimento significa que a comissão foi criada, mas não implica em sua instalação imediata –isso se dará apenas quando for realizada a primeira sessão da comissão. Para isso, é necessária a indicação de representantes pelos blocos partidários para a composição do colegiado.

Um dos mais cotados para assumir a relatoria da CPI do MST é o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP), enquanto a presidência ficaria com o deputado Zucco.

O objetivo da CPI é investigar as invasões de terra pelo MST, como seus objetivos e fonte de financiamento. Na prática, um dos objetivos é apontar o vínculo do movimento com o governo Lula, já que a frente que se mobiliza para a comissão é formada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

**2) O que motivou a corrida por assinaturas e a criação da CPI?**

O MST iniciou neste mês de abril o que chamam Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária com a invasão de fazendas, incluindo uma área que pertence à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), além de sedes do Incra.

As ações provocaram reações não apenas do agronegócio, mas também do próprio governo Lula.

As invasões neste mês marcam o aniversário do massacre de Eldorado do Carajás, quando, em 16 de abril de 1996, 19 trabalhadores sem-terra foram mortos por tropas da Polícia Militar do Pará. O massacre é um símbolo nacional e internacional de impunidade, e as ações dos sem-terra desde então passaram a ser chamadas de abril vermelho.

**3) Quais são as preocupações do governo com a CPI?**

São basicamente quatro as preocupações:

O governo já sabe que não terá o controle da comissão. Nomes da oposição e do agronegócio devem ser escalados como presidente e relator da CPI; Quer evitar que deputados concentrem forças e atenções nessa e em outras CPI e deixem em segundo plano votações consideradas importantes pelo governo, como as novas regras fiscais e a reforma tributária, além de medidas provisórias na fila para votação antes que percam a validade; Tentar ao menos tempo proteger um aliado histórico e evitar que depoimentos e documentos da comissão sejam usados pela oposição contra o governo; Evitar que o desgaste com o funcionamento dessa e de outras CPIs atrapalhe os planos do governo para consolidar uma base aliada sólida tanto na Câmara como no Senado, algo que ainda parece distante.

**4) O que diz o MST sobre a CPI?**

João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, afirmou nas redes sociais na noite desta quarta que a CPI não tem um objeto definido e é “mais um palco para destilar ódio contra nossa luta”.

Já em entrevista à Folha ele disse que a direita vai usar o parlamento federal e as Assembleias Legislativas do país inteiro para enfrentar o MST. “Junto com isso, há os meios de comunicação deles, as fake news e as milícias armadas dos clubes de tiro e dos CACs [Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores]. É uma mistura demoníaca.”

“Essa CPI é preventiva sobre o futuro. Não é sobre o passado porque não há fato que a justifique. Nossas ações estão dentro do marco na democracia. Se o Congresso reafirmar essa CPI, será uma perseguição política. Nós vamos judicializar junto ao Supremo Tribunal Federal porque ela é inconstitucional.”

**5) Qual a relação de Lula, PT e MST?**

O presidente e o MST têm uma relação histórica, em geral de aliança, mas também recheada de atritos. No meio de seu segundo mandato (2007-2010), por exemplo, Lula foi chamado por eles de “traidor”. A relação depois ganhou peso com o apoio dos sem-terra a Lula na Lava Jato e nas eleições de 2022.

O movimento foi criado em 20 de janeiro de 1984 e, um ano depois, no primeiro congresso dos sem-terra, elegeu a sua primeira direção nacional. Esse primeiro comando dos sem-terra se formou com 18 homens e 2 mulheres. Eles e elas representavam os dez estados nos quais o movimento estava organizado (RS, SC, PR, MS, SP, RJ, MG, ES, BA e RO).

O presidente carrega um histórico de promessas de que faria a reforma agrária na marra e na “canetada”. Nunca fez. Em seus dois mandatos anteriores fez um programa simplista de desapropriar terras a esmo, criando assentamentos sem infraestrutura e longe das bases acampadas do MST.

Lula, por exemplo, nunca cumpriu a promessa de atualizar os índices agropecuários usados para medir a produtividade de fazendas passíveis de desapropriação para a reforma agrária.

Além disso, Lula tem uma dívida política com os sem-terra. Foram eles que ajudaram a liderar as mobilizações a favor do presidente no auge da Lava Jato e no período em que ele ficou preso na Polícia Federal de Curitiba. O MST também mobilizou suas bases para a campanha eleitoral do ano passado.

Redação / Folhapress

COMPARTILHAR:

spot_img
spot_img

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTICIAS RELACIONADAS

Thmais
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.