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Quando a gente vai chegando num ponto da vida em que o ontem tem mais voz do que o amanhã, bate um desejo de recompor os pedaços, como se fosse fácil, como se fosse um quebra-cabeça de principiante. Ledo engano.

E assim, nesse jogo do querer com o poder, recorremos às fotografias, uma espécie de ponte entre o agora e o antes, sobre o rio caudaloso dos dias. As fotos são as testemunhas caladas dos impérios de nossa alma. Nelas sofremos a angústia da materialidade do pensamento e da viagem do espírito às profundezas dos encantos e reencontros.

As fotos traduzem o surreal. Nelas ficamos mais velhos que nossos pais e mais crianças que nossos filhos. Nelas, impomos a regra das nossas vontades contra a vontade do tempo. Brincamos na ciranda da imaginação e voamos como pássaros destemidos.

As fotos sucumbem os nossos lamentos e nos fazem eternos. As fotos brincam de circo e nos colocam nos picadeiros da audácia. Pelas fotos, somos pedras. Pelas fotos, somos fogo e moldamos a prata e o ouro das nossas vitórias. Pelas fotos, reconhecemos a hora do nosso parto e a bênção da nossa morte.

Quando olhamos as fotos e descobrimos que muitos já se foram, partiram como folhas no vendaval, iniciamos dentro de nós o teatro das máscaras quebradas. Onde estão aquelas pessoas? Por onde passam seus pés de raiz e barro? Ainda sorriem como no clique da máquina? Ainda emanam o perfume encantador do convívio? Por acaso, cantam a velha canção do otimismo e da ternura?

Quando faltam as pessoas que estão nas fotos, faltamos nós. Deixamos um resto de divindade socorrer a nossa tristeza. Contamos nos dedos a ausência de quem amamos ou odiamos, não importa. Transportamos o nosso delírio a um mundo presente e ausente ao mesmo tempo, numa corrida insana entre o coração e as mãos arreadas e trêmulas.

Quando faltam as pessoas que estão nas fotos, sentimos o peso da estrada rústica. Queremos voltar a cena, como num filme sem herói e sem vilão. Esculpimos o mármore das nossas lágrimas, pintamos os quadros da nossa solidão, cantamos a música do nosso sangue pisado e incessante. Navegamos pelos barcos naufragados de nossa impotência diante da realidade.

Quando faltam as pessoas que estão nas fotos, entendemos o sentido do verbo sofrer. Conjugamos letra a letra o termo saudade. E assim, sonhamos um reencontro, que talvez nunca ocorra, mas, se ocorrer será intenso e vivo, como a foto que não amarelece, não se move, mas fere.

A fotografia faltante

Quando a gente vai chegando num ponto da vida em que o ontem tem mais voz do que o amanhã, bate um desejo de recompor os pedaços, como se fosse fácil, como se fosse um quebra-cabeça de principiante. Ledo engano.

E assim, nesse jogo do querer com o poder, recorremos às fotografias, uma espécie de ponte entre o agora e o antes, sobre o rio caudaloso dos dias. As fotos são as testemunhas caladas dos impérios de nossa alma. Nelas sofremos a angústia da materialidade do pensamento e da viagem do espírito às profundezas dos encantos e reencontros.

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As fotos traduzem o surreal. Nelas ficamos mais velhos que nossos pais e mais crianças que nossos filhos. Nelas, impomos a regra das nossas vontades contra a vontade do tempo. Brincamos na ciranda da imaginação e voamos como pássaros destemidos.

As fotos sucumbem os nossos lamentos e nos fazem eternos. As fotos brincam de circo e nos colocam nos picadeiros da audácia. Pelas fotos, somos pedras. Pelas fotos, somos fogo e moldamos a prata e o ouro das nossas vitórias. Pelas fotos, reconhecemos a hora do nosso parto e a bênção da nossa morte.

Quando olhamos as fotos e descobrimos que muitos já se foram, partiram como folhas no vendaval, iniciamos dentro de nós o teatro das máscaras quebradas. Onde estão aquelas pessoas? Por onde passam seus pés de raiz e barro? Ainda sorriem como no clique da máquina? Ainda emanam o perfume encantador do convívio? Por acaso, cantam a velha canção do otimismo e da ternura?

Quando faltam as pessoas que estão nas fotos, faltamos nós. Deixamos um resto de divindade socorrer a nossa tristeza. Contamos nos dedos a ausência de quem amamos ou odiamos, não importa. Transportamos o nosso delírio a um mundo presente e ausente ao mesmo tempo, numa corrida insana entre o coração e as mãos arreadas e trêmulas.

Quando faltam as pessoas que estão nas fotos, sentimos o peso da estrada rústica. Queremos voltar a cena, como num filme sem herói e sem vilão. Esculpimos o mármore das nossas lágrimas, pintamos os quadros da nossa solidão, cantamos a música do nosso sangue pisado e incessante. Navegamos pelos barcos naufragados de nossa impotência diante da realidade.

Quando faltam as pessoas que estão nas fotos, entendemos o sentido do verbo sofrer. Conjugamos letra a letra o termo saudade. E assim, sonhamos um reencontro, que talvez nunca ocorra, mas, se ocorrer será intenso e vivo, como a foto que não amarelece, não se move, mas fere.

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