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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Popularizado pela psicanalista Melanie Klein, o conceito de que um terapeuta não é mais do que uma tela em branco, que deve ser pintada pelo paciente sem interrupções, é o ponto motor de “Senhora Klein”, a peça estrelada por Ana Beatriz Nogueira, Natália Lage e Kika Kalache no palco do Sesc 24 de Maio.

Interessado pela ideia da psicanalista, o diretor Victor Garcia Peralta saiu em busca de uma forma de traduzi-la no palco, e assim chegou à uma ambiência cênica completamente limpa. Em um chão branco, as três atrizes se movimentam por entre 18 cadeiras que ajudam a pintar a tela que narra uma noite marcante na vida de Klein.

O texto do britânico Nicholas Wright, traduzido por Thereza Falcão, flagra a psicanalista em pleno processo criativo, enquanto treina uma colega mais jovem para substituí-la. A veterana se prepara para viajar e enterrar o filho, morto em um acidente na Polônia.

Se as cores da tristeza e do luto parecem tomar conta do quadro, a entrada em cena de Melitta, filha da psicanalista, adiciona tintas de ressentimento, raiva e mágoa a um relacionamento conturbado que, ao menos na visão de Natália Lage, há espaço para o amor. “É uma relação tóxica, mas de paixão”, diz.

A complexidade da dinâmica familiar se dá pelo fato de Klein, antes de ser reconhecida como a mãe da psicanálise infantil, decidiu usar os próprios filhos como cobaias de seus estudos, o que causou uma cisão permanente na vida destas crianças.

“Ela fez uma escolha arriscada em prol da ciência e dela mesma. Acho difícil julgar porque avançamos muito graças a esses estudos”, explica Ana Beatriz Nogueira, uma das idealizadoras do projeto, ao lado de Peralta. “Ela é uma mulher fascinante, porque não se arrepende das coisas que fez, mas sofre com os ataques da filha.”

O fascínio por Melanie Klein, inclusive, acompanhou a atriz por pelo menos duas décadas, quando assistiu a segunda montagem do texto no Brasil, estrelado por Nathalia Timberg, em 2003.

Nogueira deixou o teatro tão impressionada que mergulhou na obra da psicanalista e guardou o desejo de remontar a peça por pelo menos 20 anos. O cúmplice perfeito foi o amigo e diretor Victor Garcia Peralta que, por coincidência, já havia ele mesmo assinado uma montagem do texto em 1993, na Argentina.

A partir daí, tudo se alinhou, mas a produção precisou ser postergada graças a pandemia de Covid-19. A obra que chega ao palco do Sesc 24 de Maio, contudo, bebe desse período de espera e da maturidade da direção e do elenco.

Se na montagem de 30 anos atrás, Peralta optou por sublinhar a tensão do drama familiar que ronda a relação de Klein e Melinda, nesta o desejo é partir para as ideias da psicanalista, que ganham luz sob a ótica de Paula, a jovem analista vivida por Kika Kalache, que enxerga a chance de outro de ela mesma analisar a dinâmica mãe e filha em tempo real.

“Ela fica nesse lugar quase de voyeur, mas tenta aplicar a teoria da Melanie nela própria, e o texto traz isso com uma riqueza muito interessante”, diz Nogueira, que acredita que, embora o espetáculo tenha uma tensão psicanalítica, vai encontrar uma aproximação muito forte com o público.

“Os diálogos são muito intensos, existem termos técnicos dela mesma, mas no fim, nós assistimos a uma relação familiar que, não importa o motivo, se deteriorou. E isso é universal.”

SENHORA KLEIN

Quando Qui. a sáb., às 20h; dom., 18h. Até 23 de julho

Onde Sesc 24 de Maio – r. 24 de Maio, 109, São Paulo

Preço R$ 40

Classificação 14 anos

Autoria Nicholas Wright

Elenco Ana Beatriz Nogueira, Natália Lage e Kika Kalache

Direção Victor Garcia Peralta

Adaptação Thereza Falcão

BRUNO CAVALCANTI / Folhapress

Ana Beatriz Nogueira encena obra de Melanie Klein com psicanálise e drama familiar

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Popularizado pela psicanalista Melanie Klein, o conceito de que um terapeuta não é mais do que uma tela em branco, que deve ser pintada pelo paciente sem interrupções, é o ponto motor de “Senhora Klein”, a peça estrelada por Ana Beatriz Nogueira, Natália Lage e Kika Kalache no palco do Sesc 24 de Maio.

Interessado pela ideia da psicanalista, o diretor Victor Garcia Peralta saiu em busca de uma forma de traduzi-la no palco, e assim chegou à uma ambiência cênica completamente limpa. Em um chão branco, as três atrizes se movimentam por entre 18 cadeiras que ajudam a pintar a tela que narra uma noite marcante na vida de Klein.

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O texto do britânico Nicholas Wright, traduzido por Thereza Falcão, flagra a psicanalista em pleno processo criativo, enquanto treina uma colega mais jovem para substituí-la. A veterana se prepara para viajar e enterrar o filho, morto em um acidente na Polônia.

Se as cores da tristeza e do luto parecem tomar conta do quadro, a entrada em cena de Melitta, filha da psicanalista, adiciona tintas de ressentimento, raiva e mágoa a um relacionamento conturbado que, ao menos na visão de Natália Lage, há espaço para o amor. “É uma relação tóxica, mas de paixão”, diz.

A complexidade da dinâmica familiar se dá pelo fato de Klein, antes de ser reconhecida como a mãe da psicanálise infantil, decidiu usar os próprios filhos como cobaias de seus estudos, o que causou uma cisão permanente na vida destas crianças.

“Ela fez uma escolha arriscada em prol da ciência e dela mesma. Acho difícil julgar porque avançamos muito graças a esses estudos”, explica Ana Beatriz Nogueira, uma das idealizadoras do projeto, ao lado de Peralta. “Ela é uma mulher fascinante, porque não se arrepende das coisas que fez, mas sofre com os ataques da filha.”

O fascínio por Melanie Klein, inclusive, acompanhou a atriz por pelo menos duas décadas, quando assistiu a segunda montagem do texto no Brasil, estrelado por Nathalia Timberg, em 2003.

Nogueira deixou o teatro tão impressionada que mergulhou na obra da psicanalista e guardou o desejo de remontar a peça por pelo menos 20 anos. O cúmplice perfeito foi o amigo e diretor Victor Garcia Peralta que, por coincidência, já havia ele mesmo assinado uma montagem do texto em 1993, na Argentina.

A partir daí, tudo se alinhou, mas a produção precisou ser postergada graças a pandemia de Covid-19. A obra que chega ao palco do Sesc 24 de Maio, contudo, bebe desse período de espera e da maturidade da direção e do elenco.

Se na montagem de 30 anos atrás, Peralta optou por sublinhar a tensão do drama familiar que ronda a relação de Klein e Melinda, nesta o desejo é partir para as ideias da psicanalista, que ganham luz sob a ótica de Paula, a jovem analista vivida por Kika Kalache, que enxerga a chance de outro de ela mesma analisar a dinâmica mãe e filha em tempo real.

“Ela fica nesse lugar quase de voyeur, mas tenta aplicar a teoria da Melanie nela própria, e o texto traz isso com uma riqueza muito interessante”, diz Nogueira, que acredita que, embora o espetáculo tenha uma tensão psicanalítica, vai encontrar uma aproximação muito forte com o público.

“Os diálogos são muito intensos, existem termos técnicos dela mesma, mas no fim, nós assistimos a uma relação familiar que, não importa o motivo, se deteriorou. E isso é universal.”

SENHORA KLEIN

Quando Qui. a sáb., às 20h; dom., 18h. Até 23 de julho

Onde Sesc 24 de Maio – r. 24 de Maio, 109, São Paulo

Preço R$ 40

Classificação 14 anos

Autoria Nicholas Wright

Elenco Ana Beatriz Nogueira, Natália Lage e Kika Kalache

Direção Victor Garcia Peralta

Adaptação Thereza Falcão

BRUNO CAVALCANTI / Folhapress

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