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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Do boteco mais simples à mais alta gastronomia, os cardápios paulistanos têm muito mais salmão, que normalmente vem do Chile, do que tambaquis, espécie nativa das águas doces da Amazônia.

A questão, claro, é cultural: as cozinhas das grandes metrópoles sempre olharam mais para a gastronomia internacional do que para as culturas alimentares tradicionais. Mas com a pauta indígena e florestal cada vez mais em evidência, a alimentação baseada em pescados, frutos e vegetais brasileiros vem caindo no gosto do paulistano.

Neste mês, por exemplo, o centro da capital ganhou um restaurante dedicado à culinária amazônica. Na rua da Consolação, em frente à biblioteca Mário de Andrade, o DaSelva tem como carro-chefe justamente a banda de tambaqui, tão comum em Manaus quanto o parmigiana em São Paulo.

Servido sem espinhas, com baião feito com feijão-manteiguinha, farinha de Uarini, banana-da-terra, vinagrete e molho de pimenta-murupi com tucupi, o prato custa R$150 e serve até três pessoas.

“O brasileiro come menos peixes do que o recomendado. Mas eles são a base da dieta amazônica, na qual o mundo está de olho”, diz Jorge Aguirre, fundador do DaSelva.

Ali, o cardápio oferece filé de pirarucu grelhado (R$59), caldeirada amazonense de tambaqui (R$52), pudim de tapioca com coco e de cumaru, uma semente amazônica aromática que lembra baunilha (R$16) e também sucos de cupuaçu, bacuri e taperebá (R$12). Em breve, o segundo andar da casa também terá um empório, para que os clientes possam levar os produtos do cardápio para casa.

O DaSelva é a mais recente novidade de um movimento que começou nos anos 1980, quando a cozinha amazônica começou a ganhar projeção com ajuda do paraense Paulo Martins (1946-2010). À frente do Lá em Casa, em Belém, o chef ficou conhecido por promover a cultura gastronômica da região no festival Ver-o-Peso, que recebia anualmente chefs de diferentes partes do país na capital paraense.

Martins também apresentou ingredientes amazônicos a nomes internacionais, como o chef Ferran Adrià, do extinto El Bulli. Hoje, sua filha Joanna Martins comanda o empório online Manioca, dedicado aos produtos regionais.

Em São Paulo, o gênero voltou a ganhar fôlego em 2008, quando Paulo Leite, dos extintos Tucupi e do Carimbó, abriu o Amazônia Casa Brasileira, fincado no reduto do Bixiga. Aos finais de semana, o bufê dos sete clássicos (R$103 por pessoa) faz o salão lotar com entusiastas por pratos como o pato no tucupi, peixada, caranguejada, maniçoba, vatapá paraense, caruru e pirarucu de casaca.

“A comida amazônica é leve, saborosa e mata a fome, por isso tem um potencial de agradar muita gente”, diz Leite, lembrando de clientes que relataram ter certo preconceito com os pratos antes de visitar o restaurante, mas que acabaram saindo de lá animados. “Aos poucos as pessoas estão se abrindo para esse universo.”

Mais recentemente, o chef vem ganhando pares na cidade. Em 2016, a família da publicitária paraense radicada em São Paulo Íris Leite passava por dificuldades financeiras quando resolveu servir a comida da sua terra natal no quintal de casa, na zona norte.

O burburinho dos clientes fazendo fila no portão começou a incomodar os vizinhos e, já no ano seguinte, a família passou a tocar um food truck na rua Augusta. Surgia ali o Quintal Paraense, que neste ano cresceu e se tornou um restaurante, de fato, na Casa Verde.

Com apresentações de carimbó aos fins de semana e um menu degustação que inclui os tradicionais tacacá, vatapá, maniçoba, caruru e arroz paraense (R$180 para duas pessoas), a casa chega a ter mais de uma hora de fila todos os finais de semana —agora, sem reclamações de vizinhos.

Na zona sul, a Vila Mariana ganhou um gostinho amazônico em 2018. Primeiro veio o Amazônia Soul, hoje Namazônia, depois, a Casa Tucupi, da chef Amanda Vasconcelos, onde reina o tempero acreano. A Casa do Pará, um dos poucos lugares da capital onde se encontra um açaí tão gostoso quanto o original paraense, chegou ao Morumbi no ano seguinte.

Naquele mesmo ano, o chef Felipe Schaedler abriu a filial paulistana do manauara Banzeiro, no Itaim Bibi. Em um ano, a casa foi reconhecida pelo Michelin na categoria Bib Gourmand, que elege estabelecimentos de “excelente relação qualidade/preço”.

Quem também acompanhou todo esse boom da culinária nortista em São Paulo e, assim como eles, conseguiu sobreviver à pandemia e ver o movimento ganhar força novamente é a paraense Marina Cabral, que desde 2015 dirige a Combu, uma distribuidora especializada em produtos amazônicos. Ela vê o paulistano muito receptivo a gastronomias do mundo todo, inclusive respeitando e pagando o valor que se cobra.

“O que falta é ver a culinária amazônica não como exótica, mas como uma comida original do Brasil, nossa”, diz a empreendedora. “Meu sonho é ver o tucupi, por exemplo, sendo parte de um prato semanal tal qual a feijoada, que está em todos os botecos e grandes padarias da cidade.”

*

DA SELVA PEIXARIA AMAZÔNICA

R. da Consolação, 41, Centro Histórico, região central.

Ter. a sáb., das 12h às 22h e dom. das 12h às 15h.

daselva.com

AMAZÔNIA CASA BRASILEIRA

R. Rui Barbosa, 218, Bela Vista, região central, tel. (11) 99412-6142.

Ter. a dom. das 12h às 16h, Sex. e Sáb. também das 19h às 23h30

QUINTAL PARAENSE

Food Truck: R. Augusta, 1291, Consolação, região central.

Qua. a Sáb., das 16h às 22h.

Restaurante: R. Horácio Vergueiro Rudge, 535, Casa Verde, região norte.

Ter. a sáb. das 12h às 22h, Dom. das 12h às 17h.

@quintalparaense

NAMAZÔNIA

R. Áurea, 361, Vila Mariana, região sul.

Ter. a sáb., das 12h às 22h e dom. das 12h às 18h.

@namazoniarestaurante_

CASA TUCUPI

R. Maj. Maragliano, 74, Vila Mariana, região sul.

Qua. a dom., das 12h às 16h30 e das 18h30 às 21h30.

@casatucupi

CASA DO PARÁ

Rua Dr. Luiz Migliano, 1215, Jardim Caboré, região sul.

Seg. a sáb., das 12h às 22h e dom. até as 20h.

Há ainda uma filial apenas para retirada de açaí na r. Santa Cruz, 1671, Vila Mariana.

Todos os dias das 14h às 22h, e dom. até as 23h.

@amazoniasoulsp

BANZEIRO SP

Rua Tabapuã, 830, Itaim Bibi, região sul.

Seg. a sex., das 12h às 15h30 e das 19h às 23h30; sáb. das 12h às 16h30 e das 19h à 0h; dom. das 12h às 16h30.

@banzeirosp

COMBU – PRODUTOS DA AMAZÔNIA

R. Martiniano de Carvalho, 97, Bela Vista, região central.

Seg. a sex., das 9h às 17h.

combu.com.br

GABRIEL JUSTO / Folhapress

DaSelva, no centro, reforça onda da culinária amazônica em São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Do boteco mais simples à mais alta gastronomia, os cardápios paulistanos têm muito mais salmão, que normalmente vem do Chile, do que tambaquis, espécie nativa das águas doces da Amazônia.

A questão, claro, é cultural: as cozinhas das grandes metrópoles sempre olharam mais para a gastronomia internacional do que para as culturas alimentares tradicionais. Mas com a pauta indígena e florestal cada vez mais em evidência, a alimentação baseada em pescados, frutos e vegetais brasileiros vem caindo no gosto do paulistano.

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Neste mês, por exemplo, o centro da capital ganhou um restaurante dedicado à culinária amazônica. Na rua da Consolação, em frente à biblioteca Mário de Andrade, o DaSelva tem como carro-chefe justamente a banda de tambaqui, tão comum em Manaus quanto o parmigiana em São Paulo.

Servido sem espinhas, com baião feito com feijão-manteiguinha, farinha de Uarini, banana-da-terra, vinagrete e molho de pimenta-murupi com tucupi, o prato custa R$150 e serve até três pessoas.

“O brasileiro come menos peixes do que o recomendado. Mas eles são a base da dieta amazônica, na qual o mundo está de olho”, diz Jorge Aguirre, fundador do DaSelva.

Ali, o cardápio oferece filé de pirarucu grelhado (R$59), caldeirada amazonense de tambaqui (R$52), pudim de tapioca com coco e de cumaru, uma semente amazônica aromática que lembra baunilha (R$16) e também sucos de cupuaçu, bacuri e taperebá (R$12). Em breve, o segundo andar da casa também terá um empório, para que os clientes possam levar os produtos do cardápio para casa.

O DaSelva é a mais recente novidade de um movimento que começou nos anos 1980, quando a cozinha amazônica começou a ganhar projeção com ajuda do paraense Paulo Martins (1946-2010). À frente do Lá em Casa, em Belém, o chef ficou conhecido por promover a cultura gastronômica da região no festival Ver-o-Peso, que recebia anualmente chefs de diferentes partes do país na capital paraense.

Martins também apresentou ingredientes amazônicos a nomes internacionais, como o chef Ferran Adrià, do extinto El Bulli. Hoje, sua filha Joanna Martins comanda o empório online Manioca, dedicado aos produtos regionais.

Em São Paulo, o gênero voltou a ganhar fôlego em 2008, quando Paulo Leite, dos extintos Tucupi e do Carimbó, abriu o Amazônia Casa Brasileira, fincado no reduto do Bixiga. Aos finais de semana, o bufê dos sete clássicos (R$103 por pessoa) faz o salão lotar com entusiastas por pratos como o pato no tucupi, peixada, caranguejada, maniçoba, vatapá paraense, caruru e pirarucu de casaca.

“A comida amazônica é leve, saborosa e mata a fome, por isso tem um potencial de agradar muita gente”, diz Leite, lembrando de clientes que relataram ter certo preconceito com os pratos antes de visitar o restaurante, mas que acabaram saindo de lá animados. “Aos poucos as pessoas estão se abrindo para esse universo.”

Mais recentemente, o chef vem ganhando pares na cidade. Em 2016, a família da publicitária paraense radicada em São Paulo Íris Leite passava por dificuldades financeiras quando resolveu servir a comida da sua terra natal no quintal de casa, na zona norte.

O burburinho dos clientes fazendo fila no portão começou a incomodar os vizinhos e, já no ano seguinte, a família passou a tocar um food truck na rua Augusta. Surgia ali o Quintal Paraense, que neste ano cresceu e se tornou um restaurante, de fato, na Casa Verde.

Com apresentações de carimbó aos fins de semana e um menu degustação que inclui os tradicionais tacacá, vatapá, maniçoba, caruru e arroz paraense (R$180 para duas pessoas), a casa chega a ter mais de uma hora de fila todos os finais de semana —agora, sem reclamações de vizinhos.

Na zona sul, a Vila Mariana ganhou um gostinho amazônico em 2018. Primeiro veio o Amazônia Soul, hoje Namazônia, depois, a Casa Tucupi, da chef Amanda Vasconcelos, onde reina o tempero acreano. A Casa do Pará, um dos poucos lugares da capital onde se encontra um açaí tão gostoso quanto o original paraense, chegou ao Morumbi no ano seguinte.

Naquele mesmo ano, o chef Felipe Schaedler abriu a filial paulistana do manauara Banzeiro, no Itaim Bibi. Em um ano, a casa foi reconhecida pelo Michelin na categoria Bib Gourmand, que elege estabelecimentos de “excelente relação qualidade/preço”.

Quem também acompanhou todo esse boom da culinária nortista em São Paulo e, assim como eles, conseguiu sobreviver à pandemia e ver o movimento ganhar força novamente é a paraense Marina Cabral, que desde 2015 dirige a Combu, uma distribuidora especializada em produtos amazônicos. Ela vê o paulistano muito receptivo a gastronomias do mundo todo, inclusive respeitando e pagando o valor que se cobra.

“O que falta é ver a culinária amazônica não como exótica, mas como uma comida original do Brasil, nossa”, diz a empreendedora. “Meu sonho é ver o tucupi, por exemplo, sendo parte de um prato semanal tal qual a feijoada, que está em todos os botecos e grandes padarias da cidade.”

*

DA SELVA PEIXARIA AMAZÔNICA

R. da Consolação, 41, Centro Histórico, região central.

Ter. a sáb., das 12h às 22h e dom. das 12h às 15h.

daselva.com

AMAZÔNIA CASA BRASILEIRA

R. Rui Barbosa, 218, Bela Vista, região central, tel. (11) 99412-6142.

Ter. a dom. das 12h às 16h, Sex. e Sáb. também das 19h às 23h30

QUINTAL PARAENSE

Food Truck: R. Augusta, 1291, Consolação, região central.

Qua. a Sáb., das 16h às 22h.

Restaurante: R. Horácio Vergueiro Rudge, 535, Casa Verde, região norte.

Ter. a sáb. das 12h às 22h, Dom. das 12h às 17h.

@quintalparaense

NAMAZÔNIA

R. Áurea, 361, Vila Mariana, região sul.

Ter. a sáb., das 12h às 22h e dom. das 12h às 18h.

@namazoniarestaurante_

CASA TUCUPI

R. Maj. Maragliano, 74, Vila Mariana, região sul.

Qua. a dom., das 12h às 16h30 e das 18h30 às 21h30.

@casatucupi

CASA DO PARÁ

Rua Dr. Luiz Migliano, 1215, Jardim Caboré, região sul.

Seg. a sáb., das 12h às 22h e dom. até as 20h.

Há ainda uma filial apenas para retirada de açaí na r. Santa Cruz, 1671, Vila Mariana.

Todos os dias das 14h às 22h, e dom. até as 23h.

@amazoniasoulsp

BANZEIRO SP

Rua Tabapuã, 830, Itaim Bibi, região sul.

Seg. a sex., das 12h às 15h30 e das 19h às 23h30; sáb. das 12h às 16h30 e das 19h à 0h; dom. das 12h às 16h30.

@banzeirosp

COMBU – PRODUTOS DA AMAZÔNIA

R. Martiniano de Carvalho, 97, Bela Vista, região central.

Seg. a sex., das 9h às 17h.

combu.com.br

GABRIEL JUSTO / Folhapress

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