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SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – É preciso separar o “desejo cultural da magreza” da obesidade, segundo Lee Kaplan, professor de medicina da Universidade Harvard e diretor do The Obesity and Metabolism Institute em Boston, Massachusetts (EUA).

A condição é considerada doença pela OMS (Organização Mundial da Saúde). O entendimento, porém, não é consenso entre especialistas, alguns dos quais indicam que é possível ser obeso e ter boas condições de saúde. Segundo eles, a classificação é uma visão patológica sobre corpos gordos. Kaplan, porém, discorda.

Para o docente, a obesidade pode ser caracterizada como um mal funcionamento do corpo. Entender a condição como doença seria uma das formas de controlar a escassez de remédios como Ozempic, de acordo com ele. Assim, seria mais fácil priorizar aqueles que mais precisam.

Em entrevista exclusiva à Folha de S.Paulo, o professor de Harvard fala como o alto custo e a falta dos medicamentos, atribuída por médicos ao uso indiscriminado para perda de peso, são alguns dos atuais gargalos no tratamento para obesidade. Culpabilizar o paciente, também. No Brasil, não é necessário receita médica para ter acesso ao fármaco, uso de forma off label para o emagrecimento.

“Médicos e outros cuidadores culpam o paciente, então eles não vão prescrever os medicamentos mesmo se eles estiverem disponíveis ou forem baratos”, afirma. “O mais importante é culpar a doença, não o paciente, e apoiá-lo no tratamento, como o médico faria com qualquer outra doença.”

Para ele, os novos medicamentos para obesidade revolucionaram os tratamentos para a condição, e que aqueles com complicações de saúde, como condições cardíacas e metabólicas, precisam ter prioridade no acesso a este tipo de fármaco -à frente, inclusive, de pacientes obesos sem comorbidades.

“Se você tem obesidade, apneia do sono, ataque cardíaco, gordura no fígado, diabetes e insuficiência renal, eu provavelmente o colocaria no topo da lista. Mas se você não tiver nenhuma dessas coisas, mesmo que pese muito, eu poderia colocá-lo mais abaixo na lista”.

Ele esteve no Brasil a convite da Novo Nordisk, fabricante dos Ozempic e Wegovy, para uma apresentação no congresso da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).

Wegovy, Ozempic e Mounjaro (tirzepatida da farmacêutica Eli Lilly) são medicamentos que simulam o hormônio GLP-1, responsável por controlar a quantidade de açúcar no sangue e o apetite. Os resultados causados pelas substâncias na perda de peso se tornaram virais nas redes sociais e contribuíram para a sua escassez em diferentes países, comprometendo o tratamento de pacientes. Segundo a fabricante, o Ozempic terá disponibilidade comprometida no Brasil até o final do ano.

Para evitar este tipo de dano, de acordo com o docente, o correto seria priorizar os pacientes segundo a gravidade da doença, incluindo a obesidade.

“Eu diria que as pessoas que mais precisam devem obtê-los primeiro. Neste momento, as pessoas que obtêm os remédios primeiro são as mais ricas. Isso não é justo. Isso é o que chamamos de acesso desigual”, afirma.

A OMS define o sobrepeso e a obesidade “como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura que apresenta risco à saúde”. É considerado com sobrepeso aqueles com IMC (índice de massa corporal) igual ou superior a 25 e obesos quem tem a métrica igual ou acima de 30.

De acordo com a organização, “a questão cresceu para proporções epidêmicas, com mais de 4 milhões de pessoas morrendo a cada ano como resultado de excesso de peso ou obesidade em 2017”. Ainda segundo a OMS, “as taxas de sobrepeso e obesidade continuam a crescer em adultos e crianças. De 1975 a 2016, a prevalência de crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade de 5 a 19 anos aumentou mais de quatro vezes, de 4% para 18% em todo o mundo”.

No Brasil, segundo dados da PNS (Pesquisa Nacional em Saúde) de 2020, 60% dos adultos brasileiros vivem com sobrepeso. Já a obesidade atinge 26% desta população.

Para Kaplan, o que determina a condição como doença é a incapacidade do corpo de regular a gordura corporal.

“Na obesidade, o corpo não está funcionando corretamente. A razão pela qual sabemos disso é porque o corpo normalmente regula sua gordura corretamente. Por exemplo, quando você tem um bebê, ele tem gordura de bebê. A gordura do bebê desaparece sozinha, você não coloca um bebê em uma dieta”, diz ele, dando exemplos de momentos em que o corpo controla a quantidade de tecido adiposo naturalmente, como na puberdade ou na gravidez.

ANA GABRIELA OLIVEIRA LIMA / Folhapress

É preciso diferenciar a obesidade do desejo cultural pela magreza, diz professor de Harvard

SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – É preciso separar o “desejo cultural da magreza” da obesidade, segundo Lee Kaplan, professor de medicina da Universidade Harvard e diretor do The Obesity and Metabolism Institute em Boston, Massachusetts (EUA).

A condição é considerada doença pela OMS (Organização Mundial da Saúde). O entendimento, porém, não é consenso entre especialistas, alguns dos quais indicam que é possível ser obeso e ter boas condições de saúde. Segundo eles, a classificação é uma visão patológica sobre corpos gordos. Kaplan, porém, discorda.

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Para o docente, a obesidade pode ser caracterizada como um mal funcionamento do corpo. Entender a condição como doença seria uma das formas de controlar a escassez de remédios como Ozempic, de acordo com ele. Assim, seria mais fácil priorizar aqueles que mais precisam.

Em entrevista exclusiva à Folha de S.Paulo, o professor de Harvard fala como o alto custo e a falta dos medicamentos, atribuída por médicos ao uso indiscriminado para perda de peso, são alguns dos atuais gargalos no tratamento para obesidade. Culpabilizar o paciente, também. No Brasil, não é necessário receita médica para ter acesso ao fármaco, uso de forma off label para o emagrecimento.

“Médicos e outros cuidadores culpam o paciente, então eles não vão prescrever os medicamentos mesmo se eles estiverem disponíveis ou forem baratos”, afirma. “O mais importante é culpar a doença, não o paciente, e apoiá-lo no tratamento, como o médico faria com qualquer outra doença.”

Para ele, os novos medicamentos para obesidade revolucionaram os tratamentos para a condição, e que aqueles com complicações de saúde, como condições cardíacas e metabólicas, precisam ter prioridade no acesso a este tipo de fármaco -à frente, inclusive, de pacientes obesos sem comorbidades.

“Se você tem obesidade, apneia do sono, ataque cardíaco, gordura no fígado, diabetes e insuficiência renal, eu provavelmente o colocaria no topo da lista. Mas se você não tiver nenhuma dessas coisas, mesmo que pese muito, eu poderia colocá-lo mais abaixo na lista”.

Ele esteve no Brasil a convite da Novo Nordisk, fabricante dos Ozempic e Wegovy, para uma apresentação no congresso da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).

Wegovy, Ozempic e Mounjaro (tirzepatida da farmacêutica Eli Lilly) são medicamentos que simulam o hormônio GLP-1, responsável por controlar a quantidade de açúcar no sangue e o apetite. Os resultados causados pelas substâncias na perda de peso se tornaram virais nas redes sociais e contribuíram para a sua escassez em diferentes países, comprometendo o tratamento de pacientes. Segundo a fabricante, o Ozempic terá disponibilidade comprometida no Brasil até o final do ano.

Para evitar este tipo de dano, de acordo com o docente, o correto seria priorizar os pacientes segundo a gravidade da doença, incluindo a obesidade.

“Eu diria que as pessoas que mais precisam devem obtê-los primeiro. Neste momento, as pessoas que obtêm os remédios primeiro são as mais ricas. Isso não é justo. Isso é o que chamamos de acesso desigual”, afirma.

A OMS define o sobrepeso e a obesidade “como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura que apresenta risco à saúde”. É considerado com sobrepeso aqueles com IMC (índice de massa corporal) igual ou superior a 25 e obesos quem tem a métrica igual ou acima de 30.

De acordo com a organização, “a questão cresceu para proporções epidêmicas, com mais de 4 milhões de pessoas morrendo a cada ano como resultado de excesso de peso ou obesidade em 2017”. Ainda segundo a OMS, “as taxas de sobrepeso e obesidade continuam a crescer em adultos e crianças. De 1975 a 2016, a prevalência de crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade de 5 a 19 anos aumentou mais de quatro vezes, de 4% para 18% em todo o mundo”.

No Brasil, segundo dados da PNS (Pesquisa Nacional em Saúde) de 2020, 60% dos adultos brasileiros vivem com sobrepeso. Já a obesidade atinge 26% desta população.

Para Kaplan, o que determina a condição como doença é a incapacidade do corpo de regular a gordura corporal.

“Na obesidade, o corpo não está funcionando corretamente. A razão pela qual sabemos disso é porque o corpo normalmente regula sua gordura corretamente. Por exemplo, quando você tem um bebê, ele tem gordura de bebê. A gordura do bebê desaparece sozinha, você não coloca um bebê em uma dieta”, diz ele, dando exemplos de momentos em que o corpo controla a quantidade de tecido adiposo naturalmente, como na puberdade ou na gravidez.

ANA GABRIELA OLIVEIRA LIMA / Folhapress

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