Warning: Undefined array key 0 in /var/www/vhosts/4x4dev.com.br/httpdocs/thmais/wp-content/themes/Newspaper-child/functions.php on line 690

Warning: Undefined array key 0 in /var/www/vhosts/4x4dev.com.br/httpdocs/thmais/wp-content/themes/Newspaper-child/functions.php on line 690
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio
spot_img

compartilhar:

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Entidades que atuam na defesa da liberdade de imprensa manifestaram preocupação com a aprovação, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), da tese que trata da possibilidade de responsabilização judicial de empresas jornalísticas por entrevistas, mas destacaram que ela é um avanço em relação ao texto original que chegou a ser proposto pelo ministro Alexandre de Moraes.

Nesta quarta-feira (29), o STF decidiu que meios de comunicação podem ser responsabilizados civilmente no caso de publicação de entrevista que impute de forma falsa crime a terceiros, quando há indícios concretos de que as declarações são mentirosas.

O texto aprovado diz que “a plena proteção constitucional à liberdade de imprensa é consagrada pelo binômio liberdade com responsabilidade, vedada qualquer espécie de censura prévia, porém admitindo a possibilidade posterior de análise e responsabilização”.

“Na hipótese de publicação de entrevista em que o entrevistado imputa falsamente prática de crime a terceiro, a empresa jornalística somente poderá ser responsabilizada civilmente se: (i) à época da divulgação, havia indícios concretos da falsidade da imputação; e (ii) o veículo deixou de observar o dever de cuidado na verificação da veracidade dos fatos”, diz a tese aprovada pelo Supremo.

O presidente-executivo da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Marcelo Rech, afirmou que a decisão é um avanço em relação à tese original de Moraes, que ele considerava “uma grave ameaça à liberdade de imprensa”.

Ainda assim, Rech disse que se mantém uma insegurança a respeito de como a imprensa poderá atuar, sobretudo por não definir o que são “indícios concretos de falsidade de imputação”. Outro ponto levantado pelo presidente da associação é que o STF não informou o que aconteceria, por exemplo, no caso de entrevistas ao vivo.

A entidade aguarda a publicação do acórdão (a decisão completa do caso) para que essas dúvidas sejam dirimidas.

Já a presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Samira de Castro, disse que a tese cria “um grau de responsabilização minimamente condizente com nossas preocupações da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão”.

“Esse dever de cuidado que os ministros citam é, na verdade, o fato de você ouvir o outro lado e dar espaço para o contraditório na medida em que o seu entrevistado impute o que posteriormente for chamado de falso crime, [como] calúnia, injúria e difamação”, disse.

Segundo ela, isso “abre espaço para um jornalismo responsável, que pratique de forma ética o direito ao contraditório”.

Katia Brembatti, presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), afirmou após a decisão do Supremo que as “organizações de liberdade de imprensa têm motivos para comemorar e lamentar”.

“A gente fez uma longa articulação com o STF para reduzir os danos, para que a decisão de hoje fosse menos ruim”, declarou. “Uma das teses que estava prosperando aumentava e muito a responsabilização da imprensa em situações que não estão no controle da imprensa.”

Segundo ela, caso a tese anterior prosperasse, a população deixaria de ser informada sobre assuntos importantes devido à autocensura que poderia ser praticada pelos profissionais e pelo risco real de responsabilização judicial.

Ela destacou ainda que é preciso buscar o Supremo para que sejam esclarecidos alguns aspectos do entendimento, entre eles o que são os “indícios concretos de falsidade” e como isso vai ser interpretado nas diferentes esferas do Judiciário.

O presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Octávio Costa, disse que pelo menos o STF “teve a responsabilidade de abrandar” a decisão. “De uma forma geral não é bom uma intromissão do STF na nossa atividade profissional e nos limites da liberdade de imprensa”, afirmou.

“O Supremo determinar que nós temos que ter o dever de cuidado é bater no molhado. Evidente que nós jornalistas e os órgãos de imprensa observamos isso, faz parte da nossa atividade profissional”, destacou.

Ele também considerou que é importante que o Supremo detalhe pontos da tese. “Eles vão ter que determinar muito bem o que é esse dever de cuidado.”

Taís Gasparian, advogada da Folha de S.Paulo e cofundadora do Instituto Tornavoz, disse que a decisão da corte “não parece boa”. “Às vezes o fato noticioso é a própria imputação que o entrevistado faz durante a entrevista. A responsabilidade é do entrevistado. Jamais poderia ser do veiculo.”

JOSÉ MARQUES / Folhapress

Entidades de imprensa cobram esclarecimentos do STF sobre responsabilização por entrevistas

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Entidades que atuam na defesa da liberdade de imprensa manifestaram preocupação com a aprovação, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), da tese que trata da possibilidade de responsabilização judicial de empresas jornalísticas por entrevistas, mas destacaram que ela é um avanço em relação ao texto original que chegou a ser proposto pelo ministro Alexandre de Moraes.

Nesta quarta-feira (29), o STF decidiu que meios de comunicação podem ser responsabilizados civilmente no caso de publicação de entrevista que impute de forma falsa crime a terceiros, quando há indícios concretos de que as declarações são mentirosas.

- Advertisement -anuncio

O texto aprovado diz que “a plena proteção constitucional à liberdade de imprensa é consagrada pelo binômio liberdade com responsabilidade, vedada qualquer espécie de censura prévia, porém admitindo a possibilidade posterior de análise e responsabilização”.

“Na hipótese de publicação de entrevista em que o entrevistado imputa falsamente prática de crime a terceiro, a empresa jornalística somente poderá ser responsabilizada civilmente se: (i) à época da divulgação, havia indícios concretos da falsidade da imputação; e (ii) o veículo deixou de observar o dever de cuidado na verificação da veracidade dos fatos”, diz a tese aprovada pelo Supremo.

O presidente-executivo da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Marcelo Rech, afirmou que a decisão é um avanço em relação à tese original de Moraes, que ele considerava “uma grave ameaça à liberdade de imprensa”.

Ainda assim, Rech disse que se mantém uma insegurança a respeito de como a imprensa poderá atuar, sobretudo por não definir o que são “indícios concretos de falsidade de imputação”. Outro ponto levantado pelo presidente da associação é que o STF não informou o que aconteceria, por exemplo, no caso de entrevistas ao vivo.

A entidade aguarda a publicação do acórdão (a decisão completa do caso) para que essas dúvidas sejam dirimidas.

Já a presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Samira de Castro, disse que a tese cria “um grau de responsabilização minimamente condizente com nossas preocupações da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão”.

“Esse dever de cuidado que os ministros citam é, na verdade, o fato de você ouvir o outro lado e dar espaço para o contraditório na medida em que o seu entrevistado impute o que posteriormente for chamado de falso crime, [como] calúnia, injúria e difamação”, disse.

Segundo ela, isso “abre espaço para um jornalismo responsável, que pratique de forma ética o direito ao contraditório”.

Katia Brembatti, presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), afirmou após a decisão do Supremo que as “organizações de liberdade de imprensa têm motivos para comemorar e lamentar”.

“A gente fez uma longa articulação com o STF para reduzir os danos, para que a decisão de hoje fosse menos ruim”, declarou. “Uma das teses que estava prosperando aumentava e muito a responsabilização da imprensa em situações que não estão no controle da imprensa.”

Segundo ela, caso a tese anterior prosperasse, a população deixaria de ser informada sobre assuntos importantes devido à autocensura que poderia ser praticada pelos profissionais e pelo risco real de responsabilização judicial.

Ela destacou ainda que é preciso buscar o Supremo para que sejam esclarecidos alguns aspectos do entendimento, entre eles o que são os “indícios concretos de falsidade” e como isso vai ser interpretado nas diferentes esferas do Judiciário.

O presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Octávio Costa, disse que pelo menos o STF “teve a responsabilidade de abrandar” a decisão. “De uma forma geral não é bom uma intromissão do STF na nossa atividade profissional e nos limites da liberdade de imprensa”, afirmou.

“O Supremo determinar que nós temos que ter o dever de cuidado é bater no molhado. Evidente que nós jornalistas e os órgãos de imprensa observamos isso, faz parte da nossa atividade profissional”, destacou.

Ele também considerou que é importante que o Supremo detalhe pontos da tese. “Eles vão ter que determinar muito bem o que é esse dever de cuidado.”

Taís Gasparian, advogada da Folha de S.Paulo e cofundadora do Instituto Tornavoz, disse que a decisão da corte “não parece boa”. “Às vezes o fato noticioso é a própria imputação que o entrevistado faz durante a entrevista. A responsabilidade é do entrevistado. Jamais poderia ser do veiculo.”

JOSÉ MARQUES / Folhapress

COMPARTILHAR:

spot_img
spot_img

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTICIAS RELACIONADAS

Thmais
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.