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FOLHAPRESS – Karlheinz Stockhausen era meio tarado. A vida do compositor alemão se resumiu ao binômio sexo e música. Antes de poligamia voltar a ser assunto, formou um trisal com duas mulheres. Não era, porém, um cafajeste ortodoxo. Constituiu família, um amontoado de filhos -foram seis ao todo- e atribuiu a obsessão sexual aos traumas da infância.

Está tudo no documentário “Licht: Stockhausen’s Legacy”, que integra o In-Edit, festival de cinema sobre música. Dirigido por Oeke Hoogendijk, o filme repassa as agruras da produção do ciclo de óperas “Licht” -ou luz, em português-, montado pela primeira vez em 2019 na Ópera Nacional da Holanda. “Licht” é composto por sete óperas, uma para cada dia da semana, e tem 29 horas de duração ao todo.

Stockhausen barbariza na megalomania, implora a presença de Richard Wagner. O conteúdo de sua epopeia se dilui numa “assemblage” de peças escritas entre 1977 e 2003. Nela se insere o “Quarteto de Cordas com Helicópteros”, de 1995. Os músicos levantam voo e tocam seus instrumentos. O som das cordas se contamina pelo ruído das hélices. O vídeo da performance é projetado para a plateia: eis a obra de arte.

O filme é bem produzido, com imagens de arquivo e depoimentos de familiares, as mil mulheres e filhos. Já a fotografia acerta no casamento entre imagem e música, na formulação de paisagens para o som de Stockhausen.

Mas o documentário não delimita o legado do compositor. Fica no meio do caminho, entre os depoimentos e os bastidores da ópera. Destinado ao público da música de concerto, se ensimesma ao se afirmar como obra artística, em detrimento da investigação sobre a obra do autor que tanto influenciou os Beatles.

Pioneiro da música eletrônica, Stockhausen compôs 370 obras. Entre elas, destacam-se “Mikrophonie”, de 1965, e “Tierkreis”, publicada uma década mais tarde. Ainda criança, Stockhausen viu a mãe ser internada no hospício.

Em 1951, casou-se com a pedagoga musical Doris Andreae. Depois, seria a vez da artista plástica Mary Bauermeister, morta em março passado. Viveu ainda um trisal com as instrumentistas Suzanne Stephens e Kathinka Pasveer. Elas são guardiãs da obra do ex-marido, morto em 2007, e aparecem a todo momento no filme, discutindo com Pierre Audi, o diretor da ópera. Quatro dos seis filhos se tornaram músicos, mas cada um deles precisou se desvencilhar subjetivamente do pai.

Numa cena memorável, o entrevistador pergunta a uma das filhas de Stockhausen se ela gosta de ouvir a música do pai. A moça emudece.

LICHT: STOCKAUSEN’S LEGACY

Avaliação Bom

Quando In-Edit: Sáb. (24) às 18h

Onde Centro Cultural São Paulo – r. Vergueiro 1000

Classificação Não indicada

Produção Holanda, 2022

Direção Oeke Hoogendijk

GUSTAVO ZEITEL / Folhapress

Filme pinta Stockhausen como gênio megalomaníaco e meio tarado

FOLHAPRESS – Karlheinz Stockhausen era meio tarado. A vida do compositor alemão se resumiu ao binômio sexo e música. Antes de poligamia voltar a ser assunto, formou um trisal com duas mulheres. Não era, porém, um cafajeste ortodoxo. Constituiu família, um amontoado de filhos -foram seis ao todo- e atribuiu a obsessão sexual aos traumas da infância.

Está tudo no documentário “Licht: Stockhausen’s Legacy”, que integra o In-Edit, festival de cinema sobre música. Dirigido por Oeke Hoogendijk, o filme repassa as agruras da produção do ciclo de óperas “Licht” -ou luz, em português-, montado pela primeira vez em 2019 na Ópera Nacional da Holanda. “Licht” é composto por sete óperas, uma para cada dia da semana, e tem 29 horas de duração ao todo.

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Stockhausen barbariza na megalomania, implora a presença de Richard Wagner. O conteúdo de sua epopeia se dilui numa “assemblage” de peças escritas entre 1977 e 2003. Nela se insere o “Quarteto de Cordas com Helicópteros”, de 1995. Os músicos levantam voo e tocam seus instrumentos. O som das cordas se contamina pelo ruído das hélices. O vídeo da performance é projetado para a plateia: eis a obra de arte.

O filme é bem produzido, com imagens de arquivo e depoimentos de familiares, as mil mulheres e filhos. Já a fotografia acerta no casamento entre imagem e música, na formulação de paisagens para o som de Stockhausen.

Mas o documentário não delimita o legado do compositor. Fica no meio do caminho, entre os depoimentos e os bastidores da ópera. Destinado ao público da música de concerto, se ensimesma ao se afirmar como obra artística, em detrimento da investigação sobre a obra do autor que tanto influenciou os Beatles.

Pioneiro da música eletrônica, Stockhausen compôs 370 obras. Entre elas, destacam-se “Mikrophonie”, de 1965, e “Tierkreis”, publicada uma década mais tarde. Ainda criança, Stockhausen viu a mãe ser internada no hospício.

Em 1951, casou-se com a pedagoga musical Doris Andreae. Depois, seria a vez da artista plástica Mary Bauermeister, morta em março passado. Viveu ainda um trisal com as instrumentistas Suzanne Stephens e Kathinka Pasveer. Elas são guardiãs da obra do ex-marido, morto em 2007, e aparecem a todo momento no filme, discutindo com Pierre Audi, o diretor da ópera. Quatro dos seis filhos se tornaram músicos, mas cada um deles precisou se desvencilhar subjetivamente do pai.

Numa cena memorável, o entrevistador pergunta a uma das filhas de Stockhausen se ela gosta de ouvir a música do pai. A moça emudece.

LICHT: STOCKAUSEN’S LEGACY

Avaliação Bom

Quando In-Edit: Sáb. (24) às 18h

Onde Centro Cultural São Paulo – r. Vergueiro 1000

Classificação Não indicada

Produção Holanda, 2022

Direção Oeke Hoogendijk

GUSTAVO ZEITEL / Folhapress

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