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PARATY, RJ (FOLHAPRESS) – É possível que esta seja lembrada como a Flip do apagão. As intempéries climáticas -calor tórrido, chuva implacável e blecaute distópico- ofuscaram uma programação que escalou me – nos estrelas e contava com a boa vontade do público para descobrir escritores novos.

Ainda que diversas mesas tenham atingido metas ambiciosas e funcionado bem, nenhuma foi tão inesquecível a ponto de superar a noite traumática em que Paraty se apagou.

Imagina se turistas e o mundinho literário de todo o país fossem forçados a voltar para casa, derrotados pela impossibilidade de continuar sem ventilador para aplacar a quentura, wi-fi para se conectar, geladeira nos restaurantes e –cruz-credo– água bombeada nas caixas?

Isso tem a ver com a data da festa deste ano, atípica e desde o início reconhecida como longe do ideal pela organização. Julho é o mês tradicional, mas, como reflexo da pandemia, o evento ficou perto do verão em 2022 e agora.

Em entrevista à imprensa neste domingo, após o encerramento, o diretor artístico Mauro Munhoz prometeu a festa do próximo ano para setembro. Foi por causa da agenda de novembro, afinal, que foi difícil trazer ao Brasil autores estrangeiros que ainda estavam comprometidos com o fim do ano letivo ou outras questões profissionais quase no último mês do ano.

Isso colaborou para que os nomes da minam o noticiário -as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, só para dar dois exemplos. É verdade que é impossível para a curadoria pensar em uma programação presa a um noticiário, mas convidados traziam , em edições passadas, debates quentes.

Mas é algo que depende das mediações, parte delas problemática neste ano. A escritora Monique Roffey, de Trinidad e Tobago, é cofundadora do Writers Rebel, parte do Extinction Rebellion, movimento de resistência ao cataclisma climático. O tema não foi desenvolvido na mesa dela.

Muitos entrevistadores se dedicaram a elaborar perguntas difíceis de entender até para alguns convidados -incorriam numa espécie de “síndrome do comente”, ou seja, faziam introduções tortuosas e, em vez de propor uma questão direta, pediam que o convidado discorresse sobre aquilo tudo.

Já no primeiro debate de quinta, uma conversa entre a crítica cultural Flora Süssekind e a dramaturga Marion Aubert empacou diante de uma mediação confusa. Aubert chegou a dizer ao menos duas vezes que não sabia se tinha entendido. Um dos traços da Flip sempre foi ser o palco de um atrito -com frequência produtivo- entre debates acadêmicos e o aspecto popular da festa, seu lado de espetáculo.

É daí que vinham discussões profundas, mas acessíveis, e apresentações memoráveis. Neste ano, o terreno do abstrato foi muito presente. As mudanças revelam uma Flip com convicção de crescer e se transformar, com a consciência de que isso traz conflitos.

“Assumimos a curadoria com o compromisso de nunca nos adequarmos completamente”, disse Milena Britto. Se antes público e imprensa se dedicavam a contabilizar autores negros e mulheres no elenco, isso hoje não faz nem sentido.

A diversidade está consolidada e virou pressuposto. O contraste com a primeira Flip é evidente. Há 20 anos, os convidados eram medalhões -mas o conjunto era formado sobretudo por homens brancos, entre eles os escritores Eric Hobsbawm e Julian Barnes.

Esta edição também soube reconhecer a tradução como um ofício literário. Muitos convidados estrangeiros prestaram homenagens a seus tradutores brasileiros -afinal, é esse trabalho que permite a uma festa literária ser de fato internacional.

O mesmo vale para o destaque que as curadoras resolveram dar para a poesia, um gênero que amarga tiragens pequenas no mercado editorial.

E o evento teve sucesso ao mostrar como a literatura pode ir além da palavra escrita, como atestam as participações vibrantes de Leda Maria Martins, Glicéria Tupinambá e Luiza Romão. Foi bem-sucedida a celebração a Augusto de Campos.

A mesa de homenagem ao autor conseguiu unir profundidade e didatismo ao mostrar ao público como ele é um nome incontornável da cultura brasileira. Bom lembrar ainda a volta do show de abertura de um nome da música brasileira, com Adriana Calcanhotto. Paraty também é uma festa. Anna Virginia Balloussier, Maurício Meireles, Naief Haddad, Patrícia Campos Mello e Walter Porto.

Redação / Folhapress

Flip viveu caos com apagão e enfrentou menor interesse do público pelos debates

PARATY, RJ (FOLHAPRESS) – É possível que esta seja lembrada como a Flip do apagão. As intempéries climáticas -calor tórrido, chuva implacável e blecaute distópico- ofuscaram uma programação que escalou me – nos estrelas e contava com a boa vontade do público para descobrir escritores novos.

Ainda que diversas mesas tenham atingido metas ambiciosas e funcionado bem, nenhuma foi tão inesquecível a ponto de superar a noite traumática em que Paraty se apagou.

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Imagina se turistas e o mundinho literário de todo o país fossem forçados a voltar para casa, derrotados pela impossibilidade de continuar sem ventilador para aplacar a quentura, wi-fi para se conectar, geladeira nos restaurantes e –cruz-credo– água bombeada nas caixas?

Isso tem a ver com a data da festa deste ano, atípica e desde o início reconhecida como longe do ideal pela organização. Julho é o mês tradicional, mas, como reflexo da pandemia, o evento ficou perto do verão em 2022 e agora.

Em entrevista à imprensa neste domingo, após o encerramento, o diretor artístico Mauro Munhoz prometeu a festa do próximo ano para setembro. Foi por causa da agenda de novembro, afinal, que foi difícil trazer ao Brasil autores estrangeiros que ainda estavam comprometidos com o fim do ano letivo ou outras questões profissionais quase no último mês do ano.

Isso colaborou para que os nomes da minam o noticiário -as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, só para dar dois exemplos. É verdade que é impossível para a curadoria pensar em uma programação presa a um noticiário, mas convidados traziam , em edições passadas, debates quentes.

Mas é algo que depende das mediações, parte delas problemática neste ano. A escritora Monique Roffey, de Trinidad e Tobago, é cofundadora do Writers Rebel, parte do Extinction Rebellion, movimento de resistência ao cataclisma climático. O tema não foi desenvolvido na mesa dela.

Muitos entrevistadores se dedicaram a elaborar perguntas difíceis de entender até para alguns convidados -incorriam numa espécie de “síndrome do comente”, ou seja, faziam introduções tortuosas e, em vez de propor uma questão direta, pediam que o convidado discorresse sobre aquilo tudo.

Já no primeiro debate de quinta, uma conversa entre a crítica cultural Flora Süssekind e a dramaturga Marion Aubert empacou diante de uma mediação confusa. Aubert chegou a dizer ao menos duas vezes que não sabia se tinha entendido. Um dos traços da Flip sempre foi ser o palco de um atrito -com frequência produtivo- entre debates acadêmicos e o aspecto popular da festa, seu lado de espetáculo.

É daí que vinham discussões profundas, mas acessíveis, e apresentações memoráveis. Neste ano, o terreno do abstrato foi muito presente. As mudanças revelam uma Flip com convicção de crescer e se transformar, com a consciência de que isso traz conflitos.

“Assumimos a curadoria com o compromisso de nunca nos adequarmos completamente”, disse Milena Britto. Se antes público e imprensa se dedicavam a contabilizar autores negros e mulheres no elenco, isso hoje não faz nem sentido.

A diversidade está consolidada e virou pressuposto. O contraste com a primeira Flip é evidente. Há 20 anos, os convidados eram medalhões -mas o conjunto era formado sobretudo por homens brancos, entre eles os escritores Eric Hobsbawm e Julian Barnes.

Esta edição também soube reconhecer a tradução como um ofício literário. Muitos convidados estrangeiros prestaram homenagens a seus tradutores brasileiros -afinal, é esse trabalho que permite a uma festa literária ser de fato internacional.

O mesmo vale para o destaque que as curadoras resolveram dar para a poesia, um gênero que amarga tiragens pequenas no mercado editorial.

E o evento teve sucesso ao mostrar como a literatura pode ir além da palavra escrita, como atestam as participações vibrantes de Leda Maria Martins, Glicéria Tupinambá e Luiza Romão. Foi bem-sucedida a celebração a Augusto de Campos.

A mesa de homenagem ao autor conseguiu unir profundidade e didatismo ao mostrar ao público como ele é um nome incontornável da cultura brasileira. Bom lembrar ainda a volta do show de abertura de um nome da música brasileira, com Adriana Calcanhotto. Paraty também é uma festa. Anna Virginia Balloussier, Maurício Meireles, Naief Haddad, Patrícia Campos Mello e Walter Porto.

Redação / Folhapress

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