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BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – O movimento dos bailarinos, com gestos firmes e batidas ritmadas dos pés no palco, lembra o estilo de dança malambo, modo tradicional de um gaúcho demonstrar destreza e vigor em competições. O movimento é suave, lembra o vento que enverga o trigo. A vida no pampa é a premissa temática de “Estancia”, coreografia que o Grupo Corpo estreia nos Estados Unidos, na terça-feira, dia 18.

O balé assinado por Rodrigo Pederneiras, coreógrafo da companhia, surgiu de um convite do regente titular da Filarmônica de Los Angeles e um dos maestros mais importantes do mundo, o venezuelano Gustavo Dudamel. A composição sinfônica do argentino Alberto Ginastera, criada em 1941, é a trilha que dá nome ao espetáculo na programação do Hollywood Bowl, um teatro de 17.500 lugares, que fica na cidade californiana.

Pela primeira vez, a companhia se apresenta com uma orquestra ao vivo. Pederneiras conta que a articulação dos movimentos da dança com o andamento dos músicos tem sido um trabalho desafiador. Os ensaios seguiram a gravação da trilha enviada por Dudamel. “Coreografei até os silêncios, as pausas em que a orquestra tem de passar as páginas da partitura”, diz ele.

No palco, não há cenografia ou desenho de iluminação. A movimentação dos bailarinos na frente dos músicos foi estudada. O comprimento do palco, a profundidade reduzida e a falta de coxias foram provocações criativas para o desenvolvimento da coreografia.

O balé composto por Alberto Ginastera é inspirado no poema argentino, de caráter nacionalista, “O gaúcho Martín Fierro”, escrito por José Hernández, em 1872. Os versos exaltam o modo de vida gauchesco e criticam a arbitrariedade da luta política e militar oitocentista que empurra o protagonista para patrulhas policiais e o leva à ruína moral.

“Estancia”, de Ginastera, porém, não segue a jornada de Fierro. A peça sinfônica apreende a estrutura temporal do poema e traz episódios da vida de um gaúcho no ciclo de um dia. Os movimentos se dividem em cenas entre o amanhecer, o dia, a tarde, a noite e um novo amanhecer.

O enredo narra a história de um rapaz que, vindo da cidade, se apaixona por uma moça do campo. Para vencer a desconfiança dela e conquistar o seu amor, ele terá de provar todas as suas habilidades de montaria, doma e dança, como um verdadeiro gaúcho.

A coreografia do Corpo escapa de uma correspondência estrita e não se estrutura pela linha figurativa, como encenação da história. Há, no entanto, aproximações com os motivos da composição, como o primeiro pas de deux em que o desejo surge à flor de uma suave sensualidade.

Em “Estancia”, a fidelidade é à música, ainda que as relações entre literatura, sons e dança formem, por vezes, um todo indistinguível. Versos de “O gaúcho Martín Fierro” surgem cantados e recitados no balé do compositor. A passagem do dia no pampa, com a transformação da vasta paisagem e as interações humanas no cenário, também se desdobra na música e na dança com grandes grupos, entremeados de solos, pas de deux e grupos menores.

O amanhecer, com flauta solo e violino no movimento “Danza del trigo”, é marcado por gestos delicados. O ímpeto de “Los trabajadores agrícolas” aplica a intensidade gestual da lida campestre diária nos grupos de bailarinos. No amanhecer, A “Danza final” traz a orquestra com toda a sua potência.

O figurino de Janaina Castro, em tons de marrom, remete aos costumes tradicionais do pampa. As bailarinas usam saias pregueadas e ajustadas à cintura por uma faixa bem escura, com camisetas claras sem manga; os bailarinos vestem calças com a barra franzida e camisas de manga comprida na cor de café.

O convite de Dudamel para a apresentação em Los Angeles foi feito em 2019, mas o projeto ficou interrompido pela pandemia. Com a reabertura, a proposta foi reiterada. Ginastera, morto há 40 anos, é um dos nomes mais importantes da música de concerto latino-americana. O compositor tem um repertório variado que inclui óperas, música de balé e obras para piano.

De acordo com Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular da Filarmônica de Minas Gerais, “Estancia” talvez seja a obra mais famosa de Ginastera. “Ele conseguiu unir a rusticidade do folclore rural argentino ao lirismo que também caracteriza a música de raiz do nosso país vizinho”, afirma o maestro.

Regida por Mechetti, a Filarmônica de Minas Gerais e o Grupo Corpo apresentam “Estancia”, em agosto, na Sala Minas Gerais. O programa inclui ainda “Seis Danças Sinfônicas”, de Marco Antônio Guimarães, do repertório da companhia, e “Danças Norueguesas”, obra de Edvard Grieg.

ESTANCIA

Quando: Ter. (18), às 20h

Onde: Hollywood Bowl – 2301 N Highland Ave, Los Angeles, Estados Unidos

Preço: De $1 a $134

Classificação: Livre

Direção: Rodrigo Pederneiras e Gustavo Dudamel

ESTANCIA

Quando: De 3 a 5 de agosto, às 20h30

Onde: Sala Minas Gerais – r. Tenente Brito Melo, 1090, Belo Horizonte

Preço: Ingressos esgotados

Classificação: Livre

Direção: Rodrigo Pederneiras e Fabio Mechetti

JOÃO RABELO / Folhapress

Grupo Corpo vai a Los Angeles estrear espetáculo a convite de Gustavo Dudamel

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – O movimento dos bailarinos, com gestos firmes e batidas ritmadas dos pés no palco, lembra o estilo de dança malambo, modo tradicional de um gaúcho demonstrar destreza e vigor em competições. O movimento é suave, lembra o vento que enverga o trigo. A vida no pampa é a premissa temática de “Estancia”, coreografia que o Grupo Corpo estreia nos Estados Unidos, na terça-feira, dia 18.

O balé assinado por Rodrigo Pederneiras, coreógrafo da companhia, surgiu de um convite do regente titular da Filarmônica de Los Angeles e um dos maestros mais importantes do mundo, o venezuelano Gustavo Dudamel. A composição sinfônica do argentino Alberto Ginastera, criada em 1941, é a trilha que dá nome ao espetáculo na programação do Hollywood Bowl, um teatro de 17.500 lugares, que fica na cidade californiana.

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Pela primeira vez, a companhia se apresenta com uma orquestra ao vivo. Pederneiras conta que a articulação dos movimentos da dança com o andamento dos músicos tem sido um trabalho desafiador. Os ensaios seguiram a gravação da trilha enviada por Dudamel. “Coreografei até os silêncios, as pausas em que a orquestra tem de passar as páginas da partitura”, diz ele.

No palco, não há cenografia ou desenho de iluminação. A movimentação dos bailarinos na frente dos músicos foi estudada. O comprimento do palco, a profundidade reduzida e a falta de coxias foram provocações criativas para o desenvolvimento da coreografia.

O balé composto por Alberto Ginastera é inspirado no poema argentino, de caráter nacionalista, “O gaúcho Martín Fierro”, escrito por José Hernández, em 1872. Os versos exaltam o modo de vida gauchesco e criticam a arbitrariedade da luta política e militar oitocentista que empurra o protagonista para patrulhas policiais e o leva à ruína moral.

“Estancia”, de Ginastera, porém, não segue a jornada de Fierro. A peça sinfônica apreende a estrutura temporal do poema e traz episódios da vida de um gaúcho no ciclo de um dia. Os movimentos se dividem em cenas entre o amanhecer, o dia, a tarde, a noite e um novo amanhecer.

O enredo narra a história de um rapaz que, vindo da cidade, se apaixona por uma moça do campo. Para vencer a desconfiança dela e conquistar o seu amor, ele terá de provar todas as suas habilidades de montaria, doma e dança, como um verdadeiro gaúcho.

A coreografia do Corpo escapa de uma correspondência estrita e não se estrutura pela linha figurativa, como encenação da história. Há, no entanto, aproximações com os motivos da composição, como o primeiro pas de deux em que o desejo surge à flor de uma suave sensualidade.

Em “Estancia”, a fidelidade é à música, ainda que as relações entre literatura, sons e dança formem, por vezes, um todo indistinguível. Versos de “O gaúcho Martín Fierro” surgem cantados e recitados no balé do compositor. A passagem do dia no pampa, com a transformação da vasta paisagem e as interações humanas no cenário, também se desdobra na música e na dança com grandes grupos, entremeados de solos, pas de deux e grupos menores.

O amanhecer, com flauta solo e violino no movimento “Danza del trigo”, é marcado por gestos delicados. O ímpeto de “Los trabajadores agrícolas” aplica a intensidade gestual da lida campestre diária nos grupos de bailarinos. No amanhecer, A “Danza final” traz a orquestra com toda a sua potência.

O figurino de Janaina Castro, em tons de marrom, remete aos costumes tradicionais do pampa. As bailarinas usam saias pregueadas e ajustadas à cintura por uma faixa bem escura, com camisetas claras sem manga; os bailarinos vestem calças com a barra franzida e camisas de manga comprida na cor de café.

O convite de Dudamel para a apresentação em Los Angeles foi feito em 2019, mas o projeto ficou interrompido pela pandemia. Com a reabertura, a proposta foi reiterada. Ginastera, morto há 40 anos, é um dos nomes mais importantes da música de concerto latino-americana. O compositor tem um repertório variado que inclui óperas, música de balé e obras para piano.

De acordo com Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular da Filarmônica de Minas Gerais, “Estancia” talvez seja a obra mais famosa de Ginastera. “Ele conseguiu unir a rusticidade do folclore rural argentino ao lirismo que também caracteriza a música de raiz do nosso país vizinho”, afirma o maestro.

Regida por Mechetti, a Filarmônica de Minas Gerais e o Grupo Corpo apresentam “Estancia”, em agosto, na Sala Minas Gerais. O programa inclui ainda “Seis Danças Sinfônicas”, de Marco Antônio Guimarães, do repertório da companhia, e “Danças Norueguesas”, obra de Edvard Grieg.

ESTANCIA

Quando: Ter. (18), às 20h

Onde: Hollywood Bowl – 2301 N Highland Ave, Los Angeles, Estados Unidos

Preço: De $1 a $134

Classificação: Livre

Direção: Rodrigo Pederneiras e Gustavo Dudamel

ESTANCIA

Quando: De 3 a 5 de agosto, às 20h30

Onde: Sala Minas Gerais – r. Tenente Brito Melo, 1090, Belo Horizonte

Preço: Ingressos esgotados

Classificação: Livre

Direção: Rodrigo Pederneiras e Fabio Mechetti

JOÃO RABELO / Folhapress

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