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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ela falava alto, muito alto. Era irreverente e sem papas na língua. Um pouco ruim de matemática, é verdade: só fazia contas de dividir. Mas, quando o assunto eram pessoas, sabia somar como ninguém. “Como é que a gente se despede de uma pessoa assim?”, questiona a cantora Olivia Byington ao falar da morte da amiga de infância, Mônica Figueiredo, 66.

Mônica faleceu neste domingo (20), em Lisboa, em decorrência de câncer de pulmão. Isso é o que vai constar nos documentos. Na prática, porém, deve prevalecer uma das ideias que transmitiu à atriz Maria Ribeiro: “Se a gente continuar falando das pessoas, elas não morrem”.

Então vamos falar. Falar alto. Mônica nasceu em 22 de outubro de 1956, filha de Abelardo e Laura Figueiredo. Por conta do trabalho do pai, um dos maiores produtores de música e teatro do país, cresceu em um ambiente cercado de arte e criatividade.

Aos 18 anos, escrevia uma coluna na revista Playboy sobre temas como gírias. “Ela tinha um talento criativo, explosivo”, elogia Olivia.

Da Playboy para a revista Geração Pop foi um pulo. Mas foi no comando da revista Capricho que Mônica colocou sua coragem e ousadia à disposição das palavras —ou seria o contrário?— e fez história com capas icônicas como a de Luana Piovani incentivando o uso de camisinha.

“Perdemos grandes amigos para a Aids, perdemos o Cazuza… E ela levou a importância da prevenção para uma geração inteira”, diz Olivia.

Maria Ribeiro integra essa geração. Ela assinava a Capricho e lembra que era tão fã de Mônica que aprendeu a copiar sua letra. “Era uma revista muito revolucionária. Falava de sexo, menstruação, conhecer o próprio corpo. Ela dava poder para as mulheres, nos deixava fortes”, diz. “Nesse sentido, a Mônica foi como uma mãe para mim.”

Alguns anos atrás, as duas foram apresentadas pela amiga em comum Fernanda Young e começaram a trocar ideias. Um projeto em discussão era a criação de um livro sobre mulheres inspiradoras. Mônica, conta Maria Ribeiro, será presença na obra.

A jornalista também foi uma figura muito especial na vida da cantora Maria Rita, que estava com passagem comprada para Lisboa para visitá-la.

“Mônica é uma mulher muito importante para mim, que sempre precisei buscar exemplos fortes depois que perdi minha mãe. Ela me acolheu não só na revista Capricho, em 1993 e 1994, mas também na vida”, compartilha Maria Rita.

“Ela dividiu comigo seus pais e amigos e, depois, sua filha Antônia; me trouxe minha mãe, me contando histórias delas (Abelardo e Laurinha, seus pais, foram padrinhos de casamento de minha mãe); me ensinou da afetividade maternal, de amor incondicional.”

“Ela me aceitava como sou, me estimulava e apoiava em tudo… gargalhava das minhas trapalhadas, me zoava sem dedos. Me alimentou a alma com sua coragem e sabedoria —e muitos vinhos”, recorda a cantora.

Mônica era desse jeito, contam as amigas. Ela tinha uma empatia impressionante com os jovens, os quais respeitava profundamente, e a capacidade de ajudar com leveza.

Com essas características, fez muitos amigos. Parte deles tem usado as últimas horas para se despedir com mensagens emocionadas, como o apresentador Zeca Camargo e a musicista Eugénia Melo e Castro.

Mônica se despediu hoje da gente, mas deixou a certeza de que sua amiga-irmã Rita Lee estava muito certa quando cantava: ‘Loucura pouca é bobagem!’. Posso até ver as duas bailando seja onde for… como se baila na tribo! Ficam as ondas de um enorme carinho e admiração”, escreveu ele.

“Mônica virou uma estrela e foi encontrar Laurinha, Abelardo, tia Selma, Silvia, Elis, Eduardo Conde, Fernanda, Rita, Raul… festa no céu! Para nós que tivemos o privilégio de sermos escolhidos por ela fica uma imensa saudade, lembranças hilárias e o dever de honrá-la”, compartilhou ela.

Não bastasse ajudar os adolescentes e os amigos, lá foi Mônica dar uma forcinha aos pais. Como editora da revista Pais e Filhos, tentou mostrar que educar alguém dá (muito) trabalho, mas pode ser uma tarefa feita com leveza, assim como ela buscou fazer com a filha Antônia, 26.

Pela Pais e Filhos, Mônica se mudou para Portugal e, num revés, trocou o jornalismo por bordados em que literalmente costurava amor.

Em julho, ao visitá-la, Olivia encontrou Mônica mais magra, com dores nas costas, tosse e cansaço. Os exames apontaram a presença de um tumor no pulmão em estágio avançado e a cantora iniciou uma vaquinha para as despesas médicas.

“Fico feliz por ter ajudado a dar esse conforto para ela e a Antônia no final. Mas o mérito é dela. Quantas pessoas não me escreveram depois falando que tinham sido ajudadas por ela?!”, afirma Olivia. “Mônica era uma pessoa absolutamente de luz.”

“Vou sentir a falta dela para sempre”, diz Maria Rita. “Mas sei que ela está em paz, cercada das melhores amigas no orun, gargalhando e fofocando insanamente —e isso me acalma o coração. E hoje, o vinho que eu beber será em celebração à Mônica Figueiredo. Cheers”!

STEFHANIE PIOVEZAN / Folhapress

Jornalista Mônica Figueiredo morre aos 66 anos, em Lisboa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ela falava alto, muito alto. Era irreverente e sem papas na língua. Um pouco ruim de matemática, é verdade: só fazia contas de dividir. Mas, quando o assunto eram pessoas, sabia somar como ninguém. “Como é que a gente se despede de uma pessoa assim?”, questiona a cantora Olivia Byington ao falar da morte da amiga de infância, Mônica Figueiredo, 66.

Mônica faleceu neste domingo (20), em Lisboa, em decorrência de câncer de pulmão. Isso é o que vai constar nos documentos. Na prática, porém, deve prevalecer uma das ideias que transmitiu à atriz Maria Ribeiro: “Se a gente continuar falando das pessoas, elas não morrem”.

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Então vamos falar. Falar alto. Mônica nasceu em 22 de outubro de 1956, filha de Abelardo e Laura Figueiredo. Por conta do trabalho do pai, um dos maiores produtores de música e teatro do país, cresceu em um ambiente cercado de arte e criatividade.

Aos 18 anos, escrevia uma coluna na revista Playboy sobre temas como gírias. “Ela tinha um talento criativo, explosivo”, elogia Olivia.

Da Playboy para a revista Geração Pop foi um pulo. Mas foi no comando da revista Capricho que Mônica colocou sua coragem e ousadia à disposição das palavras —ou seria o contrário?— e fez história com capas icônicas como a de Luana Piovani incentivando o uso de camisinha.

“Perdemos grandes amigos para a Aids, perdemos o Cazuza… E ela levou a importância da prevenção para uma geração inteira”, diz Olivia.

Maria Ribeiro integra essa geração. Ela assinava a Capricho e lembra que era tão fã de Mônica que aprendeu a copiar sua letra. “Era uma revista muito revolucionária. Falava de sexo, menstruação, conhecer o próprio corpo. Ela dava poder para as mulheres, nos deixava fortes”, diz. “Nesse sentido, a Mônica foi como uma mãe para mim.”

Alguns anos atrás, as duas foram apresentadas pela amiga em comum Fernanda Young e começaram a trocar ideias. Um projeto em discussão era a criação de um livro sobre mulheres inspiradoras. Mônica, conta Maria Ribeiro, será presença na obra.

A jornalista também foi uma figura muito especial na vida da cantora Maria Rita, que estava com passagem comprada para Lisboa para visitá-la.

“Mônica é uma mulher muito importante para mim, que sempre precisei buscar exemplos fortes depois que perdi minha mãe. Ela me acolheu não só na revista Capricho, em 1993 e 1994, mas também na vida”, compartilha Maria Rita.

“Ela dividiu comigo seus pais e amigos e, depois, sua filha Antônia; me trouxe minha mãe, me contando histórias delas (Abelardo e Laurinha, seus pais, foram padrinhos de casamento de minha mãe); me ensinou da afetividade maternal, de amor incondicional.”

“Ela me aceitava como sou, me estimulava e apoiava em tudo… gargalhava das minhas trapalhadas, me zoava sem dedos. Me alimentou a alma com sua coragem e sabedoria —e muitos vinhos”, recorda a cantora.

Mônica era desse jeito, contam as amigas. Ela tinha uma empatia impressionante com os jovens, os quais respeitava profundamente, e a capacidade de ajudar com leveza.

Com essas características, fez muitos amigos. Parte deles tem usado as últimas horas para se despedir com mensagens emocionadas, como o apresentador Zeca Camargo e a musicista Eugénia Melo e Castro.

Mônica se despediu hoje da gente, mas deixou a certeza de que sua amiga-irmã Rita Lee estava muito certa quando cantava: ‘Loucura pouca é bobagem!’. Posso até ver as duas bailando seja onde for… como se baila na tribo! Ficam as ondas de um enorme carinho e admiração”, escreveu ele.

“Mônica virou uma estrela e foi encontrar Laurinha, Abelardo, tia Selma, Silvia, Elis, Eduardo Conde, Fernanda, Rita, Raul… festa no céu! Para nós que tivemos o privilégio de sermos escolhidos por ela fica uma imensa saudade, lembranças hilárias e o dever de honrá-la”, compartilhou ela.

Não bastasse ajudar os adolescentes e os amigos, lá foi Mônica dar uma forcinha aos pais. Como editora da revista Pais e Filhos, tentou mostrar que educar alguém dá (muito) trabalho, mas pode ser uma tarefa feita com leveza, assim como ela buscou fazer com a filha Antônia, 26.

Pela Pais e Filhos, Mônica se mudou para Portugal e, num revés, trocou o jornalismo por bordados em que literalmente costurava amor.

Em julho, ao visitá-la, Olivia encontrou Mônica mais magra, com dores nas costas, tosse e cansaço. Os exames apontaram a presença de um tumor no pulmão em estágio avançado e a cantora iniciou uma vaquinha para as despesas médicas.

“Fico feliz por ter ajudado a dar esse conforto para ela e a Antônia no final. Mas o mérito é dela. Quantas pessoas não me escreveram depois falando que tinham sido ajudadas por ela?!”, afirma Olivia. “Mônica era uma pessoa absolutamente de luz.”

“Vou sentir a falta dela para sempre”, diz Maria Rita. “Mas sei que ela está em paz, cercada das melhores amigas no orun, gargalhando e fofocando insanamente —e isso me acalma o coração. E hoje, o vinho que eu beber será em celebração à Mônica Figueiredo. Cheers”!

STEFHANIE PIOVEZAN / Folhapress

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