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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Por conceito, entrevistas acontecem, etimologicamente, “entre” duas ou mais “vistas”. Repertórios, interesses, vivências e opiniões subjetivas dos dois lados da conversa são indissociáveis do resultado final. Como interpretar a realidade a partir do jogo entre fato e memória, entre contexto e sentimento?

Estes são alguns dos pontos de discussão no livro “Arquitetura e Escrita: Relatos do Ofício”. A obra é uma conversa entre pares, -entrevistadores e entrevistados são arquitetos, professores, historiadores, filósofos e críticos de arquitetura- mas nem por isso perde sua relevância para quem vive além das portas da universidade.

O livro constrói um panorama da crítica de arquitetura e da discussão historiográfica a partir dos olhares de 24 autores formados entre os anos 1950 e 1980 -e que, portanto, testemunharam coletivamente o início do ocaso do modernismo brasileiro e da influência pós-moderna.

Os capítulos trazem nomes como Otília Arantes, Jean-Louis Cohen, Carlos Lemos e Kenneth Frampton, em conversas abertas e interdisciplinares, que orbitam o contexto da arquitetura no Brasil para extrapolar para áreas como sociologia, política e a construção de uma identidade nacional.

José Lira, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e um dos organizadores do livro, afirma que essa é a primeira geração de profissionais teóricos, que debatem os temas com uma profundidade e uma preocupação distintas do que era produzido até então. “Estão pensando como a arquitetura é uma parte da sociedade. Flui na vida das pessoas, modela mentalidades, reage a essas mentalidades, é palco de interesses que não são profissionais”, diz.

Sérgio Ferro é outro desses autores de destaque. “Nos Estados Unidos e na Inglaterra o pessoal está embasbacado com a potência desse olhar [de Sérgio Ferro]. Um olhar para as relações de produção. Envolve relações de trabalho e do canteiro de obras”, diz. “Estão aprendendo a falar dele como aprenderam a falar sobre Manfredo Tafuri.”

“Esses autores estão cada vez mais abrindo mão desse lugar especializado de falar sobre arquitetura e indo para um debate contemporâneo, mais público, justamente pelo entendimento dessa esfera política que a arquitetura tem”, afirma Paula Dedeca, outra arquiteta e professora entre os organizadores do livro.

O formato de entrevistas alavanca outra questão importante. O livro talvez seja menos um documento historiográfico e mais uma fotografia de atores que presenciaram movimentos culturais -com suas impressões e “vistas” ampliadas pelo contexto e pela memória.

“A gente tem que entender a entrevista como uma memória oral daquela figura que escolhe como narrar seus passos. Não um relato absolutamente verídico, mas um relato de memória”, afirma Paula sobre o formato.

O projeto é uma obra conjunta, bancada por uma campanha de financiamento coletivo. Os créditos no livro são extensos para fazer jus a tantos nomes que contribuíram de uma forma ou de outra para a construção do livro. Além dos 24 entrevistados, são sete organizadores e 25 entrevistadores.

“Arquitetura e Escrita: Relatos do Ofício” é uma leitura que pode ser densa, mas que também permite a digestão de suas entrevistas de maneira parcimoniosa. A independência entre os capítulos possibilita a leitura fora de ordem, um autor por vez, incluindo o público nas decisões dessa roda de conversa produtiva.

CAIO SENS / Folhapress

Livro costura arquitetura e história em um panorama dos últimos 70 anos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Por conceito, entrevistas acontecem, etimologicamente, “entre” duas ou mais “vistas”. Repertórios, interesses, vivências e opiniões subjetivas dos dois lados da conversa são indissociáveis do resultado final. Como interpretar a realidade a partir do jogo entre fato e memória, entre contexto e sentimento?

Estes são alguns dos pontos de discussão no livro “Arquitetura e Escrita: Relatos do Ofício”. A obra é uma conversa entre pares, -entrevistadores e entrevistados são arquitetos, professores, historiadores, filósofos e críticos de arquitetura- mas nem por isso perde sua relevância para quem vive além das portas da universidade.

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O livro constrói um panorama da crítica de arquitetura e da discussão historiográfica a partir dos olhares de 24 autores formados entre os anos 1950 e 1980 -e que, portanto, testemunharam coletivamente o início do ocaso do modernismo brasileiro e da influência pós-moderna.

Os capítulos trazem nomes como Otília Arantes, Jean-Louis Cohen, Carlos Lemos e Kenneth Frampton, em conversas abertas e interdisciplinares, que orbitam o contexto da arquitetura no Brasil para extrapolar para áreas como sociologia, política e a construção de uma identidade nacional.

José Lira, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e um dos organizadores do livro, afirma que essa é a primeira geração de profissionais teóricos, que debatem os temas com uma profundidade e uma preocupação distintas do que era produzido até então. “Estão pensando como a arquitetura é uma parte da sociedade. Flui na vida das pessoas, modela mentalidades, reage a essas mentalidades, é palco de interesses que não são profissionais”, diz.

Sérgio Ferro é outro desses autores de destaque. “Nos Estados Unidos e na Inglaterra o pessoal está embasbacado com a potência desse olhar [de Sérgio Ferro]. Um olhar para as relações de produção. Envolve relações de trabalho e do canteiro de obras”, diz. “Estão aprendendo a falar dele como aprenderam a falar sobre Manfredo Tafuri.”

“Esses autores estão cada vez mais abrindo mão desse lugar especializado de falar sobre arquitetura e indo para um debate contemporâneo, mais público, justamente pelo entendimento dessa esfera política que a arquitetura tem”, afirma Paula Dedeca, outra arquiteta e professora entre os organizadores do livro.

O formato de entrevistas alavanca outra questão importante. O livro talvez seja menos um documento historiográfico e mais uma fotografia de atores que presenciaram movimentos culturais -com suas impressões e “vistas” ampliadas pelo contexto e pela memória.

“A gente tem que entender a entrevista como uma memória oral daquela figura que escolhe como narrar seus passos. Não um relato absolutamente verídico, mas um relato de memória”, afirma Paula sobre o formato.

O projeto é uma obra conjunta, bancada por uma campanha de financiamento coletivo. Os créditos no livro são extensos para fazer jus a tantos nomes que contribuíram de uma forma ou de outra para a construção do livro. Além dos 24 entrevistados, são sete organizadores e 25 entrevistadores.

“Arquitetura e Escrita: Relatos do Ofício” é uma leitura que pode ser densa, mas que também permite a digestão de suas entrevistas de maneira parcimoniosa. A independência entre os capítulos possibilita a leitura fora de ordem, um autor por vez, incluindo o público nas decisões dessa roda de conversa produtiva.

CAIO SENS / Folhapress

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