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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu nesta terça-feira (19) o filósofo italiano Gianni Vattimo, autor de obras como “O Fim da Modernidade” e “Para Além do Sujeito”, aos 87 anos. Segundo o jornal Corriere della Sera, ele estava internado na unidade de nefrologia do Hospital de Rivoli, em Turim, sua cidade natal, e teve a morte confirmada por seu companheiro, o ítalo-brasileiro Simone Caminada, nas redes sociais.

Filho de uma costureira e um policial, Vattimo perdeu o pai antes dos dois anos de idade, e cresceu em um ambiente proletário. Chegou a trabalhar na RAI, a emissora estatal italiana, antes de iniciar a carreira acadêmica. Em 1959, formou-se em filosofia na Universidade de Turim, onde trabalhou como professor de 1964 até se aposentar, em 2008.

Embora tenha escrito diversos livros sobre suas principais referências filosóficas —Martin Heidegger (1889-1976) e Friedrich Nietzsche (1844-1900)—, Vattimo ganhou fama graças a um conceito próprio. Trata-se do “pensamento fraco”, que fez dele um dos expoentes do pensamento pós-moderno.

O termo, retirado do título de uma coletânea de ensaios que ele organizou ao lado de Pier Aldo Rovatti em 1983, traz a ideia de que não há uma única verdade universal, capaz de refletir a realidade como um todo, ao contrário do que defendiam os filósofos da Antiguidade e da Idade Média. Ou, nas palavras do próprio Vattimo, “não existe uma única maneira de descrever os fatos objetivamente”. “Para aproximar-se deles, pode-se fazer uso de muitos pontos de vista”, afirmou ao jornal espanhol El País nos anos 1990.

Apesar desse viés pós-moderno, Vattimo não compartilhava com muitos de seus contemporâneos uma visão catastrófica do futuro. Ele se dizia um otimista, e argumentava que o “pensamento fraco” se conectava de maneira intrínseca à ideia da democracia —um sistema político que se baseia, afinal, no confronto entre diferentes “verdades”.

Também costumava afirmar que a humanidade não era suficientemente niilista. “Todos os terrorismos que conhecemos são de tipo fundamentalista, praticados por pessoas que creem tão intensamente a ponto de se matarem para impor sua crença aos outros”, disse em entrevista à Folha em 2002.

Além da carreira acadêmica, Vattimo, que defendia um “comunismo hermenêutico”, também atuou na política, tendo sido eleito duas vezes para o Parlamento Europeu —ele foi eurodeputado entre 1999 e 2004 e entre 2009 e 2014.

Ainda se debruçou amplamente sobre religião, tema do qual se reaproximou ao longo de sua trajetória. Abertamente homossexual e pioneiro na promoção dos direitos LGBTQIA+ em seu país, o filósofo defendia a prática de um cristianismo secularizado, independente das instituições eclesiásticas tradicionais e, portanto, compatível com sua orientação sexual.

Sua vida amorosa, aliás, foi marcada por tragédias segundo o Corriere della Sera. Em 1992, ele perdeu o companheiro, o também acadêmico Gianpiero Cavaglia, morto em decorrência de Aids. Depois, em 2003, outro de seus parceiros, Sergio Mamino, morreu no banheiro de um avião enquanto viajava para a Holanda para se submeter a um procedimento de eutanásia. Vattimo estava no voo com ele.

Mais recentemente, um dos relacionamentos do filósofo virou notícia nos tabloides italianos. Seu companheiro, Caminada, foi condenado em fevereiro a dois anos de prisão por abuso de incapaz. De acordo com a imprensa local, um tribunal de Turim descreveu o ítalo-brasileiro, que começou a se relacionar com o filósofo ao ser empregado como seu motorista em 2010, como um “aproveitador” que induziu o Vattimo a tomar decisões que prejudicaram o autor e visavam apenas os bens dele.

Nas semanas anteriores à sentença, o casal havia submetido um processo de união civil que acabou sendo bloqueado pela Justiça.

Redação / Folhapress

Morre aos 87 filósofo Gianni Vattimo, autor do conceito de ‘pensamento fraco’

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu nesta terça-feira (19) o filósofo italiano Gianni Vattimo, autor de obras como “O Fim da Modernidade” e “Para Além do Sujeito”, aos 87 anos. Segundo o jornal Corriere della Sera, ele estava internado na unidade de nefrologia do Hospital de Rivoli, em Turim, sua cidade natal, e teve a morte confirmada por seu companheiro, o ítalo-brasileiro Simone Caminada, nas redes sociais.

Filho de uma costureira e um policial, Vattimo perdeu o pai antes dos dois anos de idade, e cresceu em um ambiente proletário. Chegou a trabalhar na RAI, a emissora estatal italiana, antes de iniciar a carreira acadêmica. Em 1959, formou-se em filosofia na Universidade de Turim, onde trabalhou como professor de 1964 até se aposentar, em 2008.

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Embora tenha escrito diversos livros sobre suas principais referências filosóficas —Martin Heidegger (1889-1976) e Friedrich Nietzsche (1844-1900)—, Vattimo ganhou fama graças a um conceito próprio. Trata-se do “pensamento fraco”, que fez dele um dos expoentes do pensamento pós-moderno.

O termo, retirado do título de uma coletânea de ensaios que ele organizou ao lado de Pier Aldo Rovatti em 1983, traz a ideia de que não há uma única verdade universal, capaz de refletir a realidade como um todo, ao contrário do que defendiam os filósofos da Antiguidade e da Idade Média. Ou, nas palavras do próprio Vattimo, “não existe uma única maneira de descrever os fatos objetivamente”. “Para aproximar-se deles, pode-se fazer uso de muitos pontos de vista”, afirmou ao jornal espanhol El País nos anos 1990.

Apesar desse viés pós-moderno, Vattimo não compartilhava com muitos de seus contemporâneos uma visão catastrófica do futuro. Ele se dizia um otimista, e argumentava que o “pensamento fraco” se conectava de maneira intrínseca à ideia da democracia —um sistema político que se baseia, afinal, no confronto entre diferentes “verdades”.

Também costumava afirmar que a humanidade não era suficientemente niilista. “Todos os terrorismos que conhecemos são de tipo fundamentalista, praticados por pessoas que creem tão intensamente a ponto de se matarem para impor sua crença aos outros”, disse em entrevista à Folha em 2002.

Além da carreira acadêmica, Vattimo, que defendia um “comunismo hermenêutico”, também atuou na política, tendo sido eleito duas vezes para o Parlamento Europeu —ele foi eurodeputado entre 1999 e 2004 e entre 2009 e 2014.

Ainda se debruçou amplamente sobre religião, tema do qual se reaproximou ao longo de sua trajetória. Abertamente homossexual e pioneiro na promoção dos direitos LGBTQIA+ em seu país, o filósofo defendia a prática de um cristianismo secularizado, independente das instituições eclesiásticas tradicionais e, portanto, compatível com sua orientação sexual.

Sua vida amorosa, aliás, foi marcada por tragédias segundo o Corriere della Sera. Em 1992, ele perdeu o companheiro, o também acadêmico Gianpiero Cavaglia, morto em decorrência de Aids. Depois, em 2003, outro de seus parceiros, Sergio Mamino, morreu no banheiro de um avião enquanto viajava para a Holanda para se submeter a um procedimento de eutanásia. Vattimo estava no voo com ele.

Mais recentemente, um dos relacionamentos do filósofo virou notícia nos tabloides italianos. Seu companheiro, Caminada, foi condenado em fevereiro a dois anos de prisão por abuso de incapaz. De acordo com a imprensa local, um tribunal de Turim descreveu o ítalo-brasileiro, que começou a se relacionar com o filósofo ao ser empregado como seu motorista em 2010, como um “aproveitador” que induziu o Vattimo a tomar decisões que prejudicaram o autor e visavam apenas os bens dele.

Nas semanas anteriores à sentença, o casal havia submetido um processo de união civil que acabou sendo bloqueado pela Justiça.

Redação / Folhapress

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