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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Era para ser a noite que celebrava o centenário do hotel Copacabana Palace e de fato foi. Mas não daquilo que se pretendia um século atrás, ao se erguer imponente com sua arquitetura neoclássica. Mas das contradições que o bairro que o abriga, que tão bem sintetizam o Rio de Janeiro e o próprio Brasil.

Pouco depois das sete da noite, a socialite Narcisa Tamborindeguy, sua ilustre vizinha, com seu megafone e característicos óculos escuros de lentes no formato de abacaxis cravejados de brilhantes, conclamava o público da janela de seu apartamento no edifício Chopin para a apresentação do DJ Alok. “Ai, que loucura. Ai, que Alok.”

Considerado o quarto melhor DJ do mundo há quatro anos pela revista DJ Mag, especializada em música eletrônica, Alok ganhou uma produção digna de Réveillon. Era, afinal, o tal “show do século”. Numa pirâmide reluzente instalada sobre as areias de Copacabana, fizeram contagem regressiva para sua chegada metalinguística, exibida no telão, com direitos a fogos de artifício e chamas de verdade.

Disseram até que a chuva parou por causa dele. Procurados, são Pedro e santa Bárbara não responderam até o momento desta publicação.

O Copacabana Palace estava cercado por telas de arame e grades em todos os seus arredores como uma espécie de palácio dos Románov. Na pérgula, VIPs penteados, botocados, maquiados.

No chão de pedra portuguesa e nas areias, a vida real que afluiu das estações de metrô e dos morros que circundam o hotel. Ambulantes vendiam copos de plástico com o nome e a foto do DJ. O público, apesar de grande, foi estimado como menor de 1 milhão de pessoas, a expectativa inicial dos organizadores do evento.

Isso, porém, não impediu o caos.

Por volta das 20h45, fui dar um périplo. Ver melhor o público, conversar com os policiais, verificar as estruturas. Observei logo de cara que quase todos os policiais permaneciam dentro de viaturas. Na praia, numa área mais vazia, sentindo que o ambiente estava ameno, tirei o celular da bolsa para fazer uma foto e um rapaz veio até mim e falou para guardar o celular. Guardei.

Segui caminhando até uma área mais movimentada, já perto do hotel, para voltar à área de imprensa. A chuva estava apertando de volta. Percebi uma movimentação que me pareceu estranha, vi por onde atravessar para o hotel.

Nesse instante, puxaram minha bolsa e pediram o celular. Tentei me desvencilhar. Fui derrubado no chão de pedra portuguesa. Gritaram “esculacha.” Protegi o rosto e gritei por ajuda, que, claro, não veio.

Consegui levantar e sair. Uma mulher perguntou “foi briga?”. Fui até a uma viatura policial e o agente baixou o vidro e falou “tem que ir na delegacia.” Perguntei onde ficava a delegacia. “Não sei, não sou daqui.”

O caos já dava para ser previsto na chegada. Ante o grande movimento de gente, que em muito lembrava o Carnaval, a polícia simplesmente abriu mão de fazer a revista na rua Rodolfo Dantas, transversal da avenida Atlântica, na lateral do Copacabana Palace.

Voltei ao hotel para lidar com as burocracias de sempre nessas horas -com a diferença que tinha a apresentação de um DJ acontecendo e cada ligação teve de ser repetida três, quatro vezes para que a inteligência artificial do banco pudesse me ouvir.

E fui até o ambulatório do hotel para tratar das escoriações –hematomas no lado direito da cabeça, na testa, luxação no indicador esquerdo (felizmente o esquerdo)–, onde fui prontamente atendido.

Durante o autointitulado “show do século”, uma pessoa foi esfaqueada e os arrastões se concentraram na praia.

Depois da apresentação, os assaltos se voltaram para os automóveis e taxistas. Os assaltantes tentaram invadir os carros ou roubar pertences pelas janelas. Houve ainda furtos e ataques a ônibus na avenida Nossa Senhora de Copacabana. E, sim, a polícia estava por ali.

Em nota, a Polícia Militar do Rio de Janeiro, afirmou que conduziu “cerca de 500 pessoas às delegacias” da zona sul carioca e apreendeu “mais de 150 materiais perfurocortantes, entre facas, alicates, estiletes e bisturis,” nos pontos de revista espalhados por Copacabana.

As ocorrências, de acordo com a polícia, “foram concentradas na 12ª DP e 13ª DP, ambas em Copacabana e na 14ª DP, no Leblon, onde 17 maiores acabaram presos e outros 15 menores foram apreendidos”.

O Copa, para os íntimos, e seus VIPs, passaram incólume pela noite.

DANILO THOMAZ / Folhapress

No ‘show do século’ de Alok, fui derrubado no chão e gritei por ajuda, que não veio

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Era para ser a noite que celebrava o centenário do hotel Copacabana Palace e de fato foi. Mas não daquilo que se pretendia um século atrás, ao se erguer imponente com sua arquitetura neoclássica. Mas das contradições que o bairro que o abriga, que tão bem sintetizam o Rio de Janeiro e o próprio Brasil.

Pouco depois das sete da noite, a socialite Narcisa Tamborindeguy, sua ilustre vizinha, com seu megafone e característicos óculos escuros de lentes no formato de abacaxis cravejados de brilhantes, conclamava o público da janela de seu apartamento no edifício Chopin para a apresentação do DJ Alok. “Ai, que loucura. Ai, que Alok.”

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Considerado o quarto melhor DJ do mundo há quatro anos pela revista DJ Mag, especializada em música eletrônica, Alok ganhou uma produção digna de Réveillon. Era, afinal, o tal “show do século”. Numa pirâmide reluzente instalada sobre as areias de Copacabana, fizeram contagem regressiva para sua chegada metalinguística, exibida no telão, com direitos a fogos de artifício e chamas de verdade.

Disseram até que a chuva parou por causa dele. Procurados, são Pedro e santa Bárbara não responderam até o momento desta publicação.

O Copacabana Palace estava cercado por telas de arame e grades em todos os seus arredores como uma espécie de palácio dos Románov. Na pérgula, VIPs penteados, botocados, maquiados.

No chão de pedra portuguesa e nas areias, a vida real que afluiu das estações de metrô e dos morros que circundam o hotel. Ambulantes vendiam copos de plástico com o nome e a foto do DJ. O público, apesar de grande, foi estimado como menor de 1 milhão de pessoas, a expectativa inicial dos organizadores do evento.

Isso, porém, não impediu o caos.

Por volta das 20h45, fui dar um périplo. Ver melhor o público, conversar com os policiais, verificar as estruturas. Observei logo de cara que quase todos os policiais permaneciam dentro de viaturas. Na praia, numa área mais vazia, sentindo que o ambiente estava ameno, tirei o celular da bolsa para fazer uma foto e um rapaz veio até mim e falou para guardar o celular. Guardei.

Segui caminhando até uma área mais movimentada, já perto do hotel, para voltar à área de imprensa. A chuva estava apertando de volta. Percebi uma movimentação que me pareceu estranha, vi por onde atravessar para o hotel.

Nesse instante, puxaram minha bolsa e pediram o celular. Tentei me desvencilhar. Fui derrubado no chão de pedra portuguesa. Gritaram “esculacha.” Protegi o rosto e gritei por ajuda, que, claro, não veio.

Consegui levantar e sair. Uma mulher perguntou “foi briga?”. Fui até a uma viatura policial e o agente baixou o vidro e falou “tem que ir na delegacia.” Perguntei onde ficava a delegacia. “Não sei, não sou daqui.”

O caos já dava para ser previsto na chegada. Ante o grande movimento de gente, que em muito lembrava o Carnaval, a polícia simplesmente abriu mão de fazer a revista na rua Rodolfo Dantas, transversal da avenida Atlântica, na lateral do Copacabana Palace.

Voltei ao hotel para lidar com as burocracias de sempre nessas horas -com a diferença que tinha a apresentação de um DJ acontecendo e cada ligação teve de ser repetida três, quatro vezes para que a inteligência artificial do banco pudesse me ouvir.

E fui até o ambulatório do hotel para tratar das escoriações –hematomas no lado direito da cabeça, na testa, luxação no indicador esquerdo (felizmente o esquerdo)–, onde fui prontamente atendido.

Durante o autointitulado “show do século”, uma pessoa foi esfaqueada e os arrastões se concentraram na praia.

Depois da apresentação, os assaltos se voltaram para os automóveis e taxistas. Os assaltantes tentaram invadir os carros ou roubar pertences pelas janelas. Houve ainda furtos e ataques a ônibus na avenida Nossa Senhora de Copacabana. E, sim, a polícia estava por ali.

Em nota, a Polícia Militar do Rio de Janeiro, afirmou que conduziu “cerca de 500 pessoas às delegacias” da zona sul carioca e apreendeu “mais de 150 materiais perfurocortantes, entre facas, alicates, estiletes e bisturis,” nos pontos de revista espalhados por Copacabana.

As ocorrências, de acordo com a polícia, “foram concentradas na 12ª DP e 13ª DP, ambas em Copacabana e na 14ª DP, no Leblon, onde 17 maiores acabaram presos e outros 15 menores foram apreendidos”.

O Copa, para os íntimos, e seus VIPs, passaram incólume pela noite.

DANILO THOMAZ / Folhapress

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