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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A certa altura em “G.A.L.A”, que estreia nesta quinta-feira (14) no Sesc Belenzinho, na zona leste, Fabiana Gugli brada ao telefone que Samuel Beckett não está mais aqui. Não é gratuita a citação ao dramaturgo irlandês.

Na visão do autor e diretor Gerald Thomas, a ausência de Beckett é, na verdade, a representação do fim de uma espécie de solidão comum no século passado, quando o ato de se sentir só levava a um processo de interiorização e de uma autoavaliação feita de dentro para fora.

Com a chegada dos smartphones e das redes sociais, esse processo mudou. “Agora, a solidão não é só compartilhada, como ela também emerge em movimentos sociais, como o MeToo e o Black Lives Matter. São todos resultados desse processo potencializado pelo digital, que já não é mais niilista”, diz o diretor.

Evocada em tom crítico em diversas passagens da encenação, a ausência do irlandês é o que norteia “G.A.L.A”, monólogo em que Gugli dá vida a uma mulher que, em um cenário de caos e catástrofe, enfrenta uma travessia interna, lidando com questões como uma separação, o fim da vida como conhecia e a finitude da vida.

A despeito do que se foi divulgado, o espetáculo nada tem a ver com Gala Dalí, a musa do pintor expressionista Salvador Dalí, mas sim com questões que ao longo dos últimos anos vem norteando o pensamento de Thomas.

A descrença política e a sucessão de despedidas que o diretor tem enfrentado são pontos cruciais para a montagem, que estreou em 2021 de forma virtual no palco do Sesc Avenida Paulista, ainda no isolamento da pandemia de Covid-19, e que ganhou sua primeira versão para os palcos presenciais no ano passado, no Festival de Curitiba.

A montagem que chega ao Sesc Belenzinho, porém, é diferente das outras. “Estamos adaptando muitas coisas e até a estreia muita coisa ainda vai mudar”, afirma o diretor, que ecoa nesta nova montagem as perdas de amigos próximos, como o escritor e psicanalista Contardo Calligaris, o cineasta e cronista Arnaldo Jabor, e a cantora Gal Costa, todos amigos próximos. Seu próprio medo da morte entra em cena na montagem que, garante, fala sobre tudo.

“Consegui falar sobre tudo o que eu queria, o que eu me questionava e questionava o mundo. Há um manifesto no final em que falamos sobre as questões sociais, sobre os movimentos, sobre tudo isso que está acontecendo, que não é crítico, mas acho que precisa ser dito e que não se está dizendo.”

Entre o que não se está dizendo, na visão do diretor, está a descrença com a política e com os partidos e, principalmente, com os avanços que são propostos a cada nova eleição. “Eu não acredito mais em democratas e republicanos, trabalhei pela eleição do Obama, mas hoje, quando as portas se fecham, todos dão as mãos.”

Thomas, no entanto, não se priva de elogiar o trabalho daqueles que considera como os que estão fora do jogo, como a deputada Erika Hilton. Não há uma crítica política velada em “G.A.L.A”, mas o diretor acredita que se possa pescar temas para reflexão.

Fabiana Gugli pensa de forma similar. Na pele da sua personagem, dá vida ao que acredita ser o trabalho mais desafiador de sua carreira. “É difícil acessar os lugares que ela pede para serem acessados. Tanto emocionalmente quanto fisicamente, não é simples ficar sempre à disposição dessa mulher”, afirma.

A atriz endossa as declarações de Thomas no campo das discussões sociais, mas diz não conseguir ter a mesma coragem de enfrentar os temas e as críticas. “Acho que o Gerald fala bem, ele vai nesse lugar, eu não me sinto confortável. Estamos construindo, e eu estou em um lugar de fazer. Estou fazendo.”

Laureada pela crítica no Festival de Curitiba como sua melhor performance em cena, o monólogo foi escrito especialmente para a atriz, trazendo questões íntimas do relacionamento profissional de mais de 20 anos com Thomas, com quem foi casada e ainda ocupa o lugar de musa.

“A gente sempre diz que os espetáculos são escritos para as pessoas, mas nem sempre é verdade. Esse foi escrito sob medida mesmo para ela, porque nós nos conhecemos muito bem. Há questões do nosso casamento e das nossas parcerias que estão em cena. E me interessa discutir isso. É tudo pessoal”, diz o diretor.

G.A.L.A

– Quando Sex. e sáb., às 21h30; dom. às 18h30. De sexta (15) a 8 de outubro

– Onde Sesc Belenzinho – r. Padre Adelino, 1000 – Belém

– Preço R$ 40

– Elenco Fabiana Gugli

– Direção Gerald Thomas

BRUNO CAVALCANTI / Folhapress

Peça de Gerald Thomas ecoa descrença política e relação com Fabiana Gugli

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A certa altura em “G.A.L.A”, que estreia nesta quinta-feira (14) no Sesc Belenzinho, na zona leste, Fabiana Gugli brada ao telefone que Samuel Beckett não está mais aqui. Não é gratuita a citação ao dramaturgo irlandês.

Na visão do autor e diretor Gerald Thomas, a ausência de Beckett é, na verdade, a representação do fim de uma espécie de solidão comum no século passado, quando o ato de se sentir só levava a um processo de interiorização e de uma autoavaliação feita de dentro para fora.

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Com a chegada dos smartphones e das redes sociais, esse processo mudou. “Agora, a solidão não é só compartilhada, como ela também emerge em movimentos sociais, como o MeToo e o Black Lives Matter. São todos resultados desse processo potencializado pelo digital, que já não é mais niilista”, diz o diretor.

Evocada em tom crítico em diversas passagens da encenação, a ausência do irlandês é o que norteia “G.A.L.A”, monólogo em que Gugli dá vida a uma mulher que, em um cenário de caos e catástrofe, enfrenta uma travessia interna, lidando com questões como uma separação, o fim da vida como conhecia e a finitude da vida.

A despeito do que se foi divulgado, o espetáculo nada tem a ver com Gala Dalí, a musa do pintor expressionista Salvador Dalí, mas sim com questões que ao longo dos últimos anos vem norteando o pensamento de Thomas.

A descrença política e a sucessão de despedidas que o diretor tem enfrentado são pontos cruciais para a montagem, que estreou em 2021 de forma virtual no palco do Sesc Avenida Paulista, ainda no isolamento da pandemia de Covid-19, e que ganhou sua primeira versão para os palcos presenciais no ano passado, no Festival de Curitiba.

A montagem que chega ao Sesc Belenzinho, porém, é diferente das outras. “Estamos adaptando muitas coisas e até a estreia muita coisa ainda vai mudar”, afirma o diretor, que ecoa nesta nova montagem as perdas de amigos próximos, como o escritor e psicanalista Contardo Calligaris, o cineasta e cronista Arnaldo Jabor, e a cantora Gal Costa, todos amigos próximos. Seu próprio medo da morte entra em cena na montagem que, garante, fala sobre tudo.

“Consegui falar sobre tudo o que eu queria, o que eu me questionava e questionava o mundo. Há um manifesto no final em que falamos sobre as questões sociais, sobre os movimentos, sobre tudo isso que está acontecendo, que não é crítico, mas acho que precisa ser dito e que não se está dizendo.”

Entre o que não se está dizendo, na visão do diretor, está a descrença com a política e com os partidos e, principalmente, com os avanços que são propostos a cada nova eleição. “Eu não acredito mais em democratas e republicanos, trabalhei pela eleição do Obama, mas hoje, quando as portas se fecham, todos dão as mãos.”

Thomas, no entanto, não se priva de elogiar o trabalho daqueles que considera como os que estão fora do jogo, como a deputada Erika Hilton. Não há uma crítica política velada em “G.A.L.A”, mas o diretor acredita que se possa pescar temas para reflexão.

Fabiana Gugli pensa de forma similar. Na pele da sua personagem, dá vida ao que acredita ser o trabalho mais desafiador de sua carreira. “É difícil acessar os lugares que ela pede para serem acessados. Tanto emocionalmente quanto fisicamente, não é simples ficar sempre à disposição dessa mulher”, afirma.

A atriz endossa as declarações de Thomas no campo das discussões sociais, mas diz não conseguir ter a mesma coragem de enfrentar os temas e as críticas. “Acho que o Gerald fala bem, ele vai nesse lugar, eu não me sinto confortável. Estamos construindo, e eu estou em um lugar de fazer. Estou fazendo.”

Laureada pela crítica no Festival de Curitiba como sua melhor performance em cena, o monólogo foi escrito especialmente para a atriz, trazendo questões íntimas do relacionamento profissional de mais de 20 anos com Thomas, com quem foi casada e ainda ocupa o lugar de musa.

“A gente sempre diz que os espetáculos são escritos para as pessoas, mas nem sempre é verdade. Esse foi escrito sob medida mesmo para ela, porque nós nos conhecemos muito bem. Há questões do nosso casamento e das nossas parcerias que estão em cena. E me interessa discutir isso. É tudo pessoal”, diz o diretor.

G.A.L.A

– Quando Sex. e sáb., às 21h30; dom. às 18h30. De sexta (15) a 8 de outubro

– Onde Sesc Belenzinho – r. Padre Adelino, 1000 – Belém

– Preço R$ 40

– Elenco Fabiana Gugli

– Direção Gerald Thomas

BRUNO CAVALCANTI / Folhapress

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