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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dos maiores nós criados pela Guerra da Ucrânia acaba de completar um mês, e nada indica que ele será rapidamente resolvido. Foi a ruptura, pela Rússia, em 17 de julho, do acordo que permitia aos ucranianos prosseguir exportando grãos para 45 países.

Uma possível saída para o impasse seria esperar que Moscou seja devidamente pressionada pela China, que era o maior cliente do milho produzido pela Ucrânia. Ao menos essa é a opinião de Caitlin Welsh, especialista no comércio internacional de grãos no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), instituição de pesquisa com sede em Washington.

Welsh foi a autora de um podcast recentemente dedicado à espinhosa questão nos Estados Unidos. Outro material, sob o título “Guerra da Rússia aos Alimentos”, foi do Global Dispatches, que é editado por Mark Leon Goldberg, também blogueiro sobre as Nações Unidas.

Goldberg aceita como procedente a denúncia de que, ao bombardear instalações agrícolas e de armazenamento em silos, forças russas destruíram só em julho algo como 180 mil toneladas da produção agrícola ucraniana. Seu podcast traz o vídeo de uma propriedade rural em Kherson, onde os bombardeios russos destruíram um estoque de 160 toneladas de trigo que acabara de ser colhido.

Ao bombardear instalações de armazenamento, a Rússia complementa a utilização de mísseis que atingiram navios que transportavam grãos e que deixavam portos da Crimeia ainda controlados por Kiev.

Foi também atingido, diz o Global Dispatches, o maior porto fluvial ucraniano, localizado no Danúbio, junto à fronteira com a Romênia. Foi uma operação militarmente arriscada, já que a Romênia é integrante da Otan, e, se ela fosse atingida, a reação poderia vir de toda a aliança ocidental e dos EUA.

Welsh, do CSIS, discorre sobre o que provavelmente está por trás dos planos da Rússia. O país procura comprometer um setor da economia ucraniana que ajuda a sustentar o país invadido. A Ucrânia, de fato, tem na agricultura 20% de seu PIB e 18% de sua mão de obra.

Ao inviabilizar as exportações ucranianas, o governo de Vladimir Putin atinge um duplo objetivo: machuca economicamente seu inimigo e favorece a si mesmo como fonte de fornecimento de produtos como trigo, milho e sementes de girassol, dos quais é tradicionalmente um produtor maior que a Ucrânia.

Em tempo, assinala Welsh, desde abril do ano passado a Rússia não divulga estatísticas sobre seu comércio de cereais, para que a comunidade internacional não quantifique o quanto ela está “furtando” de um mercado antes dominado pela Ucrânia. Há, porém, a ressalva de que os especialistas acreditam que os russos devem estar agora colhendo a maior safra dos últimos anos –calor excessivo na Europa e a manutenção dos regimes pluviométricos permitiram a colheita de uma tonelagem recorde de trigo.

Mas voltemos à Ucrânia. O acordo que colocou sob um regime de trégua militar a exportação de grãos pelo mar Negro foi firmado em julho do ano passado e entrou em vigor na primeira semana de agosto. As negociações, patrocinadas pela ONU, envolveram Ucrânia, Rússia e Turquia.

A participação de Ancara se deve não tanto ao fato de ser a dona do território no qual está localizado o estreito que define o acesso do mar Negro ao Mediterrâneo, cuja neutralidade em termos de tráfego naval é historicamente respeitada, mas porque é um país que mantém boas relações com russos e ucranianos -mesmo que, como pondera Welsh, os laços com Moscou estejam um pouco arranhados depois do aval turco à entrada da Suécia na Otan.

O fato é que o mecanismo de exportação de grãos funcionava muitíssimo bem. Ao todo a Ucrânia exportou desde o começo da guerra 38,8 milhões de toneladas de cereais -o que foi em muitos sentidos excepcional, já que depois da invasão militar russa a venda dos grãos havia entrado em colapso.

Olhando no mapa, é possível imaginar, em princípio, a possibilidade de compensar a interrupção das exportações pelos portos com a venda por terra. Já é o que acontece em escala muito pequena, mas com um encarecimento brutal do frete e com a criação de um problema político com os vizinhos.

Ao penetrar em seus territórios, os cereais ucranianos empurram para baixo o preço da produção local do país importador. O que provoca antipatia pela Ucrânia, num momento em que, em razão da guerra, Kiev precisa de muita solidariedade, diz a pesquisadora do CSIS.

JOÃO BATISTA NATALI / Folhapress

Podcast discute problemas e soluções na crise dos grãos da Ucrânia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dos maiores nós criados pela Guerra da Ucrânia acaba de completar um mês, e nada indica que ele será rapidamente resolvido. Foi a ruptura, pela Rússia, em 17 de julho, do acordo que permitia aos ucranianos prosseguir exportando grãos para 45 países.

Uma possível saída para o impasse seria esperar que Moscou seja devidamente pressionada pela China, que era o maior cliente do milho produzido pela Ucrânia. Ao menos essa é a opinião de Caitlin Welsh, especialista no comércio internacional de grãos no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), instituição de pesquisa com sede em Washington.

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Welsh foi a autora de um podcast recentemente dedicado à espinhosa questão nos Estados Unidos. Outro material, sob o título “Guerra da Rússia aos Alimentos”, foi do Global Dispatches, que é editado por Mark Leon Goldberg, também blogueiro sobre as Nações Unidas.

Goldberg aceita como procedente a denúncia de que, ao bombardear instalações agrícolas e de armazenamento em silos, forças russas destruíram só em julho algo como 180 mil toneladas da produção agrícola ucraniana. Seu podcast traz o vídeo de uma propriedade rural em Kherson, onde os bombardeios russos destruíram um estoque de 160 toneladas de trigo que acabara de ser colhido.

Ao bombardear instalações de armazenamento, a Rússia complementa a utilização de mísseis que atingiram navios que transportavam grãos e que deixavam portos da Crimeia ainda controlados por Kiev.

Foi também atingido, diz o Global Dispatches, o maior porto fluvial ucraniano, localizado no Danúbio, junto à fronteira com a Romênia. Foi uma operação militarmente arriscada, já que a Romênia é integrante da Otan, e, se ela fosse atingida, a reação poderia vir de toda a aliança ocidental e dos EUA.

Welsh, do CSIS, discorre sobre o que provavelmente está por trás dos planos da Rússia. O país procura comprometer um setor da economia ucraniana que ajuda a sustentar o país invadido. A Ucrânia, de fato, tem na agricultura 20% de seu PIB e 18% de sua mão de obra.

Ao inviabilizar as exportações ucranianas, o governo de Vladimir Putin atinge um duplo objetivo: machuca economicamente seu inimigo e favorece a si mesmo como fonte de fornecimento de produtos como trigo, milho e sementes de girassol, dos quais é tradicionalmente um produtor maior que a Ucrânia.

Em tempo, assinala Welsh, desde abril do ano passado a Rússia não divulga estatísticas sobre seu comércio de cereais, para que a comunidade internacional não quantifique o quanto ela está “furtando” de um mercado antes dominado pela Ucrânia. Há, porém, a ressalva de que os especialistas acreditam que os russos devem estar agora colhendo a maior safra dos últimos anos –calor excessivo na Europa e a manutenção dos regimes pluviométricos permitiram a colheita de uma tonelagem recorde de trigo.

Mas voltemos à Ucrânia. O acordo que colocou sob um regime de trégua militar a exportação de grãos pelo mar Negro foi firmado em julho do ano passado e entrou em vigor na primeira semana de agosto. As negociações, patrocinadas pela ONU, envolveram Ucrânia, Rússia e Turquia.

A participação de Ancara se deve não tanto ao fato de ser a dona do território no qual está localizado o estreito que define o acesso do mar Negro ao Mediterrâneo, cuja neutralidade em termos de tráfego naval é historicamente respeitada, mas porque é um país que mantém boas relações com russos e ucranianos -mesmo que, como pondera Welsh, os laços com Moscou estejam um pouco arranhados depois do aval turco à entrada da Suécia na Otan.

O fato é que o mecanismo de exportação de grãos funcionava muitíssimo bem. Ao todo a Ucrânia exportou desde o começo da guerra 38,8 milhões de toneladas de cereais -o que foi em muitos sentidos excepcional, já que depois da invasão militar russa a venda dos grãos havia entrado em colapso.

Olhando no mapa, é possível imaginar, em princípio, a possibilidade de compensar a interrupção das exportações pelos portos com a venda por terra. Já é o que acontece em escala muito pequena, mas com um encarecimento brutal do frete e com a criação de um problema político com os vizinhos.

Ao penetrar em seus territórios, os cereais ucranianos empurram para baixo o preço da produção local do país importador. O que provoca antipatia pela Ucrânia, num momento em que, em razão da guerra, Kiev precisa de muita solidariedade, diz a pesquisadora do CSIS.

JOÃO BATISTA NATALI / Folhapress

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