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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em termos diplomáticos, Taiwan se tornou um bichinho solitário. Foi recentemente abandonada por Honduras, que fechou sua embaixada em Taipé para abri-la em Pequim. O governo da ilha hoje mantém relações com apenas 13 dos 194 países-membros da ONU.

O assunto foi levantado em podcast da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. Detalhe interessante veio à tona: sete dos países que mantêm relações com Taiwan são da América Latina. E são nações menores ou de pequena expressão, como Belize e Haiti. Em termos de extensão geográfica, o maior interlocutor regional é o Paraguai.

Nos últimos anos Taiwan foi abandonada por 27 de seus antigos parceiros diplomáticos, disse Margaret Myers, diretora de Ásia e América Latina no think tank Inter-American Dialogue.

Mas há também um curioso contraste. O pequeno país —oficialmente República da China, em oposição à China continental, a República Popular da China— diminuiu em importância diplomática na mesma proporção em que cresceu em importância tecnológica e econômica.

É, por exemplo, um dos grandes produtores mundiais de chips para computadores e componentes de veículos. Esse dinamismo industrial se traduz no volume de dinheiro que o sistema financeiro local é capaz de gerir, com influência na Ásia e alhures.

Um pouco de história cai bem: Taiwan pertencia ao Japão até cair sob controle chinês quando o país é derrotado na Segunda Guerra Mundial. Anos depois, em 1949, em meio à guerra civil chinesa, os comunistas de Mao Tse-tung se apoderam de Pequim, marcam controle sobre o imenso território chinês e empurram os nacionalistas de Chiang Kai-shek para a ilha de Taiwan, também conhecida por Formosa.

Começa então um longo período da guerra fria local, opondo a China continental —com seus problemas derivados da superpopulação e das besteiras econômicas cometidas pelo Partido Comunista— e a pequena Taiwan, ditadura que se considerava “um porta-aviões ancorado” para a defesa do chamado mundo livre.

Nos anos 1970, a China entra em período acelerado de modernização, com o surgimento de uma burguesia dinâmica e paradoxalmente disciplinada às imposições do Partido Comunista. Enquanto isso, Taiwan se democratiza e deixa de lado seu ímpeto militarista.

Um único detalhe permaneceu imutável: a concepção da China de que o país é uma coisa só e que, mais cedo ou mais tarde, Taiwan precisaria se juntar à China continental, conforme a receita adotada em Hong Kong, ex-protetorado britânico onde a democracia em grande parte desapareceu neutralizada pelo autoritarismo dos comunistas.

Em 1971, a China conseguiu que a ONU adotasse a Resolução 2758, pela qual Taiwan foi expulsa do espaço das delegações da Assembleia-Geral e do Conselho de Segurança, sendo substituída pelos diplomatas de Pequim também em instituições como a OMS e a Unesco.

O mesmo ocorreu numa sequência em cascata de outras capitais, de Washington a Brasília. Nem por isso, no entanto, o pequeno país deixou de ser tratado como um aliado pelo governo dos EUA, que fornece a Taiwan boa parte de seu poder bélico e impede que a ilha seja engolida por seu grande e poderoso vizinho. Desde 1993, Taiwan tem inutilmente batido às portas da ONU para solicitar seu ingresso.

Mas voltemos a Margaret Myers e ao podcast. Na falta de embaixadas, ela cita os escritórios de representação —que não têm estatuto diplomático— como o instrumento pelo qual Taiwan exerce sua política externa. No caso do Brasil, diz ela, mesmo sem uma embaixada, há fortes vínculos no campo tecnológico.

A pesquisadora nega que Taiwan pratique a chamada “diplomacia do dólar”, que consiste em comprar o apoio de pequenos países. Não haveria dinheiro, diz, para financiar esse mecanismo, cuja existência Pequim afirma existir. O fato é que Taiwan se comporta como um parceiro leal com aqueles com quem mantém relações. Durante a pandemia de Covid, forneceu vacinas para o Paraguai e influiu para que os EUA fizessem o mesmo.

Myers cita, por fim, a visita feita no início do ano pela presidente do pequeno país, Tsai Ing-wen, a Guatemala e Belize. E aproveitou para visitar os EUA, sob protestos da China continental.

TAIWAN LOSES ITS FRIENDS

Autoria Universidade Johns Hopkins

Link: https://hopkinspofa.com/2023/04/24/taiwan-loses-its-friends/

Duração 24 mins. (em inglês)

JOÃO BATISTA NATALI / Folhapress

Podcast explica como Taiwan perdeu na diplomacia, mas ganhou em peso econômico

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em termos diplomáticos, Taiwan se tornou um bichinho solitário. Foi recentemente abandonada por Honduras, que fechou sua embaixada em Taipé para abri-la em Pequim. O governo da ilha hoje mantém relações com apenas 13 dos 194 países-membros da ONU.

O assunto foi levantado em podcast da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. Detalhe interessante veio à tona: sete dos países que mantêm relações com Taiwan são da América Latina. E são nações menores ou de pequena expressão, como Belize e Haiti. Em termos de extensão geográfica, o maior interlocutor regional é o Paraguai.

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Nos últimos anos Taiwan foi abandonada por 27 de seus antigos parceiros diplomáticos, disse Margaret Myers, diretora de Ásia e América Latina no think tank Inter-American Dialogue.

Mas há também um curioso contraste. O pequeno país —oficialmente República da China, em oposição à China continental, a República Popular da China— diminuiu em importância diplomática na mesma proporção em que cresceu em importância tecnológica e econômica.

É, por exemplo, um dos grandes produtores mundiais de chips para computadores e componentes de veículos. Esse dinamismo industrial se traduz no volume de dinheiro que o sistema financeiro local é capaz de gerir, com influência na Ásia e alhures.

Um pouco de história cai bem: Taiwan pertencia ao Japão até cair sob controle chinês quando o país é derrotado na Segunda Guerra Mundial. Anos depois, em 1949, em meio à guerra civil chinesa, os comunistas de Mao Tse-tung se apoderam de Pequim, marcam controle sobre o imenso território chinês e empurram os nacionalistas de Chiang Kai-shek para a ilha de Taiwan, também conhecida por Formosa.

Começa então um longo período da guerra fria local, opondo a China continental —com seus problemas derivados da superpopulação e das besteiras econômicas cometidas pelo Partido Comunista— e a pequena Taiwan, ditadura que se considerava “um porta-aviões ancorado” para a defesa do chamado mundo livre.

Nos anos 1970, a China entra em período acelerado de modernização, com o surgimento de uma burguesia dinâmica e paradoxalmente disciplinada às imposições do Partido Comunista. Enquanto isso, Taiwan se democratiza e deixa de lado seu ímpeto militarista.

Um único detalhe permaneceu imutável: a concepção da China de que o país é uma coisa só e que, mais cedo ou mais tarde, Taiwan precisaria se juntar à China continental, conforme a receita adotada em Hong Kong, ex-protetorado britânico onde a democracia em grande parte desapareceu neutralizada pelo autoritarismo dos comunistas.

Em 1971, a China conseguiu que a ONU adotasse a Resolução 2758, pela qual Taiwan foi expulsa do espaço das delegações da Assembleia-Geral e do Conselho de Segurança, sendo substituída pelos diplomatas de Pequim também em instituições como a OMS e a Unesco.

O mesmo ocorreu numa sequência em cascata de outras capitais, de Washington a Brasília. Nem por isso, no entanto, o pequeno país deixou de ser tratado como um aliado pelo governo dos EUA, que fornece a Taiwan boa parte de seu poder bélico e impede que a ilha seja engolida por seu grande e poderoso vizinho. Desde 1993, Taiwan tem inutilmente batido às portas da ONU para solicitar seu ingresso.

Mas voltemos a Margaret Myers e ao podcast. Na falta de embaixadas, ela cita os escritórios de representação —que não têm estatuto diplomático— como o instrumento pelo qual Taiwan exerce sua política externa. No caso do Brasil, diz ela, mesmo sem uma embaixada, há fortes vínculos no campo tecnológico.

A pesquisadora nega que Taiwan pratique a chamada “diplomacia do dólar”, que consiste em comprar o apoio de pequenos países. Não haveria dinheiro, diz, para financiar esse mecanismo, cuja existência Pequim afirma existir. O fato é que Taiwan se comporta como um parceiro leal com aqueles com quem mantém relações. Durante a pandemia de Covid, forneceu vacinas para o Paraguai e influiu para que os EUA fizessem o mesmo.

Myers cita, por fim, a visita feita no início do ano pela presidente do pequeno país, Tsai Ing-wen, a Guatemala e Belize. E aproveitou para visitar os EUA, sob protestos da China continental.

TAIWAN LOSES ITS FRIENDS

Autoria Universidade Johns Hopkins

Link: https://hopkinspofa.com/2023/04/24/taiwan-loses-its-friends/

Duração 24 mins. (em inglês)

JOÃO BATISTA NATALI / Folhapress

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