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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Três anos depois do esvaziamento das ruas pela pandemia de Covid-19, a cidade de São Paulo tem uma nova dinâmica de trânsito. A quinta-feira se consolidou como o pior dia da semana para os motoristas, substituindo a sexta, e os horários tradicionais de rush estão mais amenos.

O motivo envolve a flexibilização da vida corporativa. Desde a adaptação forçada ao trabalho remoto e ao isolamento social, empresas fizeram um retorno parcial das atividades presenciais, dando a funcionários alguma escolha em relação aos dias em que comparecem aos escritórios.

Os congestionamentos estão aumentando gradualmente, mas comportam-se de maneira diferente, conforme dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) referentes ao monitoramento de todas as vias da capital. As informações analisadas abrangem o período da segunda semana de janeiro até agosto deste ano e de igual intervalo em 2019, antes do início da crise sanitária.

Nas principais avenidas, a diferença entre os horários de fluidez e os picos de lentidão hoje é ligeiramente menor, ou seja, as vias arteriais da cidade têm congestionamentos um pouco mais diluídos ao longo do dia.

Entre 12h30 e 17h, a lentidão já chega ao mesmo patamar do período pré-pandemia em vias como as marginais Tietê e Pinheiros e nos corredores Norte-Sul e Leste-Oeste. No pico de trânsito das 18h30, ainda é um pouco menor do que em 2019, ano que precede a chegada do coronavírus e a queda drástica na circulação de veículos.

Na cidade como um todo, porém, a média de lentidão ainda está 30% abaixo da realidade pré-pandemia. Isso sugere que os miolos de bairro ainda estão menos carregados de veículos, mesmo que as grandes avenidas tenham voltado a ficar abarrotadas.

O alívio do trânsito às sextas e segundas-feiras é uma tendência desde o ano passado. A Folha registrou essa mudança em maio do ano passado: a média de trânsito mantinha-se abaixo do período pré-pandêmico, mas a redução era maior às segundas e sextas por causa do efeito do home office.

O que ocorreu neste ano foi a cristalização desse cenário. Os dados da CET mostram que, quando se leva em conta o volume de trânsito agregado ao longo dos meses, 2023 é o primeiro ano em que a quinta-feira tomou de vez o lugar da sexta nos recordes de lentidão.

A diferença, em média, é de 16 quilômetros a mais em toda cidade. É uma avenida do Estado inteira de congestionamento (num só sentido), de um dia para o outro.

“Existe sim uma mudança de comportamento da lentidão ao longo da semana, é o que temos observado”, diz a gestora de trânsito Juliana Silveira Coelho, supervisora na central de operações da CET. “A quinta passou a ter 5% a mais de lentidão em relação à sexta. Observamos isso desde o segundo semestre do ano passado, e neste ano permanece esse comportamento.”

Em 2019, uma semana típica tinha aumento gradual do nível de trânsito ao longo dos dias úteis. Segundo Coelho, normalmente havia um incremento de 10% na média de lentidão entre segunda e terça-feira, e assim sucessivamente até a sexta —dia em que ficar preso no engarrafamento era parte importante do planejamento dos paulistanos.

O incremento de tráfego de segunda para terça agora é de 32%, segundo Coelho, ou seja, a terça-feira agora marca o início dos grandes congestionamentos na semana, assim como a quinta marca o seu ápice.

Além disso, o pico de trânsito da manhã está mais próximo do cenário pré-pandemia do que o rush do fim de tarde. Nas manhãs de quinta, os congestionamentos estão 10% maiores do que na sexta, acrescenta a supervisora da CET.

Isso não quer dizer que a sexta-feira se tornou um dia com trânsito tranquilo em São Paulo. O último dia útil da semana segue com média de 326 quilômetros de lentidão ao longo do dia, patamar semelhante à quarta.

O motorista só deve encontrar cenário melhor às segundas e terças, além do fim de semana. Na período da tarde de sexta, a lentidão ainda é maior do que na quinta, mas não o suficiente para superar a média diária.

A companhia municipal também nota uma antecipação do rush, em cerca de uma hora, no último dia útil da semana. “Provavelmente as pessoas estão saindo mais cedo do trabalho, e a lentidão se antecipa”, diz Coelho.

Até agora, o dia com maior congestionamento em 2023 está relacionado à chuva. Foi uma quarta-feira, 8 de março, quando uma mulher morreu em um carro submerso e São Paulo teve 13 pontos de desabamento e 29 de alagamento. A saída para o feriado, porém, era o terror dos motoristas há exatos quatro anos: 6 de setembro teve o recorde de congestionamento para 2019.

O coordenador de mobilidade urbana do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Rafael Calabria, diz que o fato da mudança ser observada no deslocamento de veículos —não há dados disponíveis sobre ônibus, por exemplo, com o mesmo detalhamento— indica que ela deve estar ligada a moradores com maior poder aquisitivo. São eles, afinal, que têm a opção do home office.

Calabria afirma que os picos menores de trânsito deveriam servir para que a CET desviasse o foco de ações que liberam mais espaço e mobilidade para carros, como faixas reversíveis e menor tempo de semáforo para travessia de pedestres.

“Como não há uma pressão tão grande do uso de carro, na comparação com o passado, a companhia pode mudar e atender outros modais de trânsito”, diz o coordenador. “A CET tem uma cultura de fluidez, uma tendência a querer atender o trânsito nos momentos de maior pressão, e isso acaba estimulando o uso do carro e traz mais congestionamento.”

TULIO KRUSE / Folhapress

Quinta-feira se consolida como pior dia de trânsito em São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Três anos depois do esvaziamento das ruas pela pandemia de Covid-19, a cidade de São Paulo tem uma nova dinâmica de trânsito. A quinta-feira se consolidou como o pior dia da semana para os motoristas, substituindo a sexta, e os horários tradicionais de rush estão mais amenos.

O motivo envolve a flexibilização da vida corporativa. Desde a adaptação forçada ao trabalho remoto e ao isolamento social, empresas fizeram um retorno parcial das atividades presenciais, dando a funcionários alguma escolha em relação aos dias em que comparecem aos escritórios.

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Os congestionamentos estão aumentando gradualmente, mas comportam-se de maneira diferente, conforme dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) referentes ao monitoramento de todas as vias da capital. As informações analisadas abrangem o período da segunda semana de janeiro até agosto deste ano e de igual intervalo em 2019, antes do início da crise sanitária.

Nas principais avenidas, a diferença entre os horários de fluidez e os picos de lentidão hoje é ligeiramente menor, ou seja, as vias arteriais da cidade têm congestionamentos um pouco mais diluídos ao longo do dia.

Entre 12h30 e 17h, a lentidão já chega ao mesmo patamar do período pré-pandemia em vias como as marginais Tietê e Pinheiros e nos corredores Norte-Sul e Leste-Oeste. No pico de trânsito das 18h30, ainda é um pouco menor do que em 2019, ano que precede a chegada do coronavírus e a queda drástica na circulação de veículos.

Na cidade como um todo, porém, a média de lentidão ainda está 30% abaixo da realidade pré-pandemia. Isso sugere que os miolos de bairro ainda estão menos carregados de veículos, mesmo que as grandes avenidas tenham voltado a ficar abarrotadas.

O alívio do trânsito às sextas e segundas-feiras é uma tendência desde o ano passado. A Folha registrou essa mudança em maio do ano passado: a média de trânsito mantinha-se abaixo do período pré-pandêmico, mas a redução era maior às segundas e sextas por causa do efeito do home office.

O que ocorreu neste ano foi a cristalização desse cenário. Os dados da CET mostram que, quando se leva em conta o volume de trânsito agregado ao longo dos meses, 2023 é o primeiro ano em que a quinta-feira tomou de vez o lugar da sexta nos recordes de lentidão.

A diferença, em média, é de 16 quilômetros a mais em toda cidade. É uma avenida do Estado inteira de congestionamento (num só sentido), de um dia para o outro.

“Existe sim uma mudança de comportamento da lentidão ao longo da semana, é o que temos observado”, diz a gestora de trânsito Juliana Silveira Coelho, supervisora na central de operações da CET. “A quinta passou a ter 5% a mais de lentidão em relação à sexta. Observamos isso desde o segundo semestre do ano passado, e neste ano permanece esse comportamento.”

Em 2019, uma semana típica tinha aumento gradual do nível de trânsito ao longo dos dias úteis. Segundo Coelho, normalmente havia um incremento de 10% na média de lentidão entre segunda e terça-feira, e assim sucessivamente até a sexta —dia em que ficar preso no engarrafamento era parte importante do planejamento dos paulistanos.

O incremento de tráfego de segunda para terça agora é de 32%, segundo Coelho, ou seja, a terça-feira agora marca o início dos grandes congestionamentos na semana, assim como a quinta marca o seu ápice.

Além disso, o pico de trânsito da manhã está mais próximo do cenário pré-pandemia do que o rush do fim de tarde. Nas manhãs de quinta, os congestionamentos estão 10% maiores do que na sexta, acrescenta a supervisora da CET.

Isso não quer dizer que a sexta-feira se tornou um dia com trânsito tranquilo em São Paulo. O último dia útil da semana segue com média de 326 quilômetros de lentidão ao longo do dia, patamar semelhante à quarta.

O motorista só deve encontrar cenário melhor às segundas e terças, além do fim de semana. Na período da tarde de sexta, a lentidão ainda é maior do que na quinta, mas não o suficiente para superar a média diária.

A companhia municipal também nota uma antecipação do rush, em cerca de uma hora, no último dia útil da semana. “Provavelmente as pessoas estão saindo mais cedo do trabalho, e a lentidão se antecipa”, diz Coelho.

Até agora, o dia com maior congestionamento em 2023 está relacionado à chuva. Foi uma quarta-feira, 8 de março, quando uma mulher morreu em um carro submerso e São Paulo teve 13 pontos de desabamento e 29 de alagamento. A saída para o feriado, porém, era o terror dos motoristas há exatos quatro anos: 6 de setembro teve o recorde de congestionamento para 2019.

O coordenador de mobilidade urbana do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Rafael Calabria, diz que o fato da mudança ser observada no deslocamento de veículos —não há dados disponíveis sobre ônibus, por exemplo, com o mesmo detalhamento— indica que ela deve estar ligada a moradores com maior poder aquisitivo. São eles, afinal, que têm a opção do home office.

Calabria afirma que os picos menores de trânsito deveriam servir para que a CET desviasse o foco de ações que liberam mais espaço e mobilidade para carros, como faixas reversíveis e menor tempo de semáforo para travessia de pedestres.

“Como não há uma pressão tão grande do uso de carro, na comparação com o passado, a companhia pode mudar e atender outros modais de trânsito”, diz o coordenador. “A CET tem uma cultura de fluidez, uma tendência a querer atender o trânsito nos momentos de maior pressão, e isso acaba estimulando o uso do carro e traz mais congestionamento.”

TULIO KRUSE / Folhapress

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