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BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – O acordo assinado entre o ditador Nicolás Maduro e parte da oposição venezuelana por eleições livres em 2024 não mudou a desconfiança da principal figura do antichavismo no momento. María Corina Machado, 56, diz à Folha que já foram abertos 15 processos de diálogo anteriores, e nenhum vingou.

“O regime dá a sua palavra, se compromete e depois não cumpre”, afirma. Ela é a favorita para ser escolhida como nome da oposição nas primárias que serão realizadas neste domingo (22).

Uma das dúvidas que Corina levanta é se Maduro vai de fato suspender a inabilitação eleitoral de nomes da oposição, inclusive ela própria, que foi impedida de concorrer a cargos por 15 anos devido a supostas “irregularidades administrativas” quando era deputada, de 2011 a 2014. A líder opositora crê na reversão da medida “porque vai haver ruído da comunidade internacional”.

*

PERGUNTA – Como a sra. vê o acordo entre o regime de Maduro e parte da oposição para haver eleições livres em 2024? 

MARÍA CORINA MACHADO – Nós não participamos dessas negociações, e desconheço o alcance preciso deste acordo. Com muita razão, nós, venezuelanos, temos uma profunda desconfiança em relação ao que o regime tem feito. Já há 15 processos de diálogos anteriores nos quais o regime dá a sua palavra, se compromete e depois não cumpre. De modo que a nossa posição neste momento é que o importante não é a assinatura, mas o cumprimento estrito, não só do que diz o acordo, mas do que estabelece a Constituição, para dar garantia aos venezuelanos de que teremos eleições limpas e livres em benefício do nosso povo.

Será possível a oposição escolher um candidato único para enfrentar Maduro nas eleições de 2024? Sim, essa é a intenção que os líderes dos partidos de oposição manifestaram.

Houve muitos obstáculos colocados pelo CNE [Conselho Nacional Eleitoral], pelo regime, que não queriam o voto de quem está no exílio, que proibiu que o voto fosse nos centros tradicionais de votação. E fomos derrubando todas essas barreiras.

P. – A sra. tem recebido apoio de ex-chavistas? 

MM – Posso assegurar que hoje, na base da nossa força, há muitíssimos chavistas. Nos últimos anos, eu fazia eventos para 300 ou 400 pessoas, hoje são mais de 3.000, e muitos são chavistas. Eles nos contam que estão cansados e desesperados.

Como acha que virou a opinião daqueles que a consideravam radical? Foi o chavismo quem me vendeu como uma pessoa radical e de ultradireita. Foi parte da campanha para me desacreditar. E isso foi ruindo, porque, ao final, as pessoas perceberam que a mudança, a redemocratização do país, se converteu numa luta existencial para mim. Hoje vejo esse reconhecimento. Nos meus atos, as pessoas me abraçam, oram, cantam. Há algo de catártico.

P. – Ainda que ganhe as primárias, a sra. está inabilitada. Como vai lidar com isso na eleição de 2024? 

MM – Esse não é um obstáculo que me tira o sono. Creio que foi um grave erro do regime, que gerou repúdio dentro e fora, e que o resultado das primárias irá deixar exposto. Ele pode ser derrubado porque é inconstitucional e porque vai haver ruído da comunidade internacional.

P. – Vários países se aproximaram do regime de Maduro, chegando a “normalizar” a situação da Venezuela. Líderes como Gustavo Petro, da Colômbia, e Lula, do Brasil. Isso atrapalha a oposição? 

MM – A esta altura está claro que a discussão na Venezuela vai muito além do ideológico ou da amizade e das afinidades que possam haver entre os distintos atores.

Maduro se converteu numa figura tóxica. Relatórios de órgãos de direitos humanos mostram claramente que na Venezuela há presos políticos, há tortura, há desaparecimentos forçados, há perseguição política sistemática. Eu fui um desses casos de perseguição.

Então se Lula, Petro, AMLO [presidente mexicano] e outros creem que devem se aproximar de Maduro por conta de ideologia ou afinidade, logo verão o erro que cometem.

Afinal, está claro que, para o próprio bem desses governos, será melhor que a Venezuela faça uma transição ordenada para a democracia. Só assim vamos deter a imigração e parar de exportar grupos criminosos.

SYLVIA COLOMBO / Folhapress

Regime Maduro dá sua palavra, mas não a cumpre, diz opositora

BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – O acordo assinado entre o ditador Nicolás Maduro e parte da oposição venezuelana por eleições livres em 2024 não mudou a desconfiança da principal figura do antichavismo no momento. María Corina Machado, 56, diz à Folha que já foram abertos 15 processos de diálogo anteriores, e nenhum vingou.

“O regime dá a sua palavra, se compromete e depois não cumpre”, afirma. Ela é a favorita para ser escolhida como nome da oposição nas primárias que serão realizadas neste domingo (22).

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Uma das dúvidas que Corina levanta é se Maduro vai de fato suspender a inabilitação eleitoral de nomes da oposição, inclusive ela própria, que foi impedida de concorrer a cargos por 15 anos devido a supostas “irregularidades administrativas” quando era deputada, de 2011 a 2014. A líder opositora crê na reversão da medida “porque vai haver ruído da comunidade internacional”.

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PERGUNTA – Como a sra. vê o acordo entre o regime de Maduro e parte da oposição para haver eleições livres em 2024? 

MARÍA CORINA MACHADO – Nós não participamos dessas negociações, e desconheço o alcance preciso deste acordo. Com muita razão, nós, venezuelanos, temos uma profunda desconfiança em relação ao que o regime tem feito. Já há 15 processos de diálogos anteriores nos quais o regime dá a sua palavra, se compromete e depois não cumpre. De modo que a nossa posição neste momento é que o importante não é a assinatura, mas o cumprimento estrito, não só do que diz o acordo, mas do que estabelece a Constituição, para dar garantia aos venezuelanos de que teremos eleições limpas e livres em benefício do nosso povo.

Será possível a oposição escolher um candidato único para enfrentar Maduro nas eleições de 2024? Sim, essa é a intenção que os líderes dos partidos de oposição manifestaram.

Houve muitos obstáculos colocados pelo CNE [Conselho Nacional Eleitoral], pelo regime, que não queriam o voto de quem está no exílio, que proibiu que o voto fosse nos centros tradicionais de votação. E fomos derrubando todas essas barreiras.

P. – A sra. tem recebido apoio de ex-chavistas? 

MM – Posso assegurar que hoje, na base da nossa força, há muitíssimos chavistas. Nos últimos anos, eu fazia eventos para 300 ou 400 pessoas, hoje são mais de 3.000, e muitos são chavistas. Eles nos contam que estão cansados e desesperados.

Como acha que virou a opinião daqueles que a consideravam radical? Foi o chavismo quem me vendeu como uma pessoa radical e de ultradireita. Foi parte da campanha para me desacreditar. E isso foi ruindo, porque, ao final, as pessoas perceberam que a mudança, a redemocratização do país, se converteu numa luta existencial para mim. Hoje vejo esse reconhecimento. Nos meus atos, as pessoas me abraçam, oram, cantam. Há algo de catártico.

P. – Ainda que ganhe as primárias, a sra. está inabilitada. Como vai lidar com isso na eleição de 2024? 

MM – Esse não é um obstáculo que me tira o sono. Creio que foi um grave erro do regime, que gerou repúdio dentro e fora, e que o resultado das primárias irá deixar exposto. Ele pode ser derrubado porque é inconstitucional e porque vai haver ruído da comunidade internacional.

P. – Vários países se aproximaram do regime de Maduro, chegando a “normalizar” a situação da Venezuela. Líderes como Gustavo Petro, da Colômbia, e Lula, do Brasil. Isso atrapalha a oposição? 

MM – A esta altura está claro que a discussão na Venezuela vai muito além do ideológico ou da amizade e das afinidades que possam haver entre os distintos atores.

Maduro se converteu numa figura tóxica. Relatórios de órgãos de direitos humanos mostram claramente que na Venezuela há presos políticos, há tortura, há desaparecimentos forçados, há perseguição política sistemática. Eu fui um desses casos de perseguição.

Então se Lula, Petro, AMLO [presidente mexicano] e outros creem que devem se aproximar de Maduro por conta de ideologia ou afinidade, logo verão o erro que cometem.

Afinal, está claro que, para o próprio bem desses governos, será melhor que a Venezuela faça uma transição ordenada para a democracia. Só assim vamos deter a imigração e parar de exportar grupos criminosos.

SYLVIA COLOMBO / Folhapress

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