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O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou neste domingo (8) que já começou os preparativos para as “operações ofensivas” da guerra que declarou após o ataque surpresa do grupo palestino Hamas, ocorrido na véspera.

Politicamente, ele não tem alternativa. A ação militar dos extremistas que comandam a Faixa de Gaza sob bloqueio desde 2007 pode não ter trazido o risco existencial que os três primeiros dias de avanços árabes na Guerra do Yom Kippur em 1973, mas impactou de forma muito semelhante a psiquê nacional israelense.

Imagens de jovens sangrando sendo sequestradas, mortos espalhados por rodovias e pontos de ônibus, a chuva de foguetes, tudo isso colocou em xeque a já questionada liderança de Bibi, como o político é conhecido, que embarcou num ataque institucional ao Judiciário israelense desde que voltou ao poder no ano passado.

Por óbvio, a guerra pode fortalecer o premiê neste primeiro momento, e é nele que as decisões mais importantes estão na mesa. Uma invasão terrestre de Gaza, como a retirada de civis de 24 cidades no entorno da região sugere, parece iminente.

Nos 16 anos em que, com a ajuda do Egito, Israel tornou o território uma paupérrima prisão na prática, todos os líderes do Estado judeu evitaram este momento. Para ficar no registro da cultura pop, basta assistir à série israelense “Fauda” (Netflix), na qual até os mais durões agentes de inteligência sabem que Gaza é “off-limits”.

Há um motivo para isso. Gaza é um pesadelo para qualquer planejador militar. Nas maiores operações anteriores contra o Hamas, como em 2014, o grosso do serviço foi feito pelo ar, com os potentes caças americanos à disposição de Israel. Eram ações chamadas sem desassombro na mídia do país de “cortar grama”, já que novas lideranças hostis seguiriam surgindo.

Em solo, trata-se de um território de difícil navegação, com ruas estreitas, infraestrutura urbana precária e infinitas possibilidades de pontos de emboscada. É evidente que o Hamas se preparou para isso, sabendo que a ação terrorista e militar do sábado talvez fosse incontornável do ponto de vista de resposta.

A etapa de bombardeio já começou, ainda não com intensidade máxima, no sábado mesmo. O banho de sangue de civis é inevitável, já que Gaza tem uma complexa rede de túneis para uso militar, mas não abrigos para seus 2,3 milhões de habitantes, o que poderá alterar o balanço do apoio internacional a Israel.

Ninguém vai mudar de lado em um dos temas internacionais que mais desperta paixões, claro, mas as nuances pró-Israel vistas no discurso turco e na moderação dos agora quase amigos sauditas, para não falar na sempre mais pró-Palestina Europa, podem ser revertidas se Bibi pesar a mão.

Sob a ótica interna, o primeiro-ministro sabe que um ataque por terra trará muitas baixas, e há a questão do número incerto de civis e soldados que foram sequestrados pelo Hamas no sábado. Aqui, a inteligência que fracassou em antecipar a ação será posta novamente à prova.

Por fim, não menos importante, há o risco de que uma ação brutal em Gaza estimule reações em outros pontos. O mundo observou sobressaltado a troca de foguetes entre Israel e o Hizbullah neste domingo, e o grupo xiita armado pelo Irã no Líbano é conhecido por uma gama de capacidades militares.

Houve também incidentes na Cisjordânia e o previsível espraiamento da tensão, com o assassinato de turistas israelenses no Egito. Por ora, nada que sugira uma guerra regional maior, mas é um risco claro e, no mínimo, a turbulência joga muita areia no processo de normalização de laços de Tel Aviv com a vizinhança árabe.

Os interesses do Irã são conhecidos, e passam pelo fim do namoro entre Israel e a Arábia Saudita, promovido pelos EUA, que já conseguiu casamentos pontuais de Tel Aviv como atores como os Emirados Árabes Unidos. Os instrumentos, também: Hamas, Jihad Islâmica, Hizbullah e outros grupos menores.

Outras potências, como a Rússia envolvida na guerra civil síria e a China, de olho em espaços regionais ao aproximar Riad e Teerã, também acompanham com atenção o desenrolar da crise, embora com o contexto da Guerra Fria 2.0 contra os EUA que as move.

Isso dito, se a excepcionalidade do sábado demanda ação, nenhuma das opções militares à mão dos israelenses é boa, e os riscos políticos, altos. Tudo isso é resultado da anomalia que é Gaza, responsabilidade de todos os lados à parte: de Israel, do Hamas, da Autoridade Nacional Palestina, do mundo muçulmano e do Ocidente.

IGOR GIELOW / Folhapress

Riscos tornam invasão da Faixa de Gaza pesadelo militar e político para Israel

Bombardeio israelense contra prédio na Palestina | Foto: Reprodução Al Jazira

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou neste domingo (8) que já começou os preparativos para as “operações ofensivas” da guerra que declarou após o ataque surpresa do grupo palestino Hamas, ocorrido na véspera.

Politicamente, ele não tem alternativa. A ação militar dos extremistas que comandam a Faixa de Gaza sob bloqueio desde 2007 pode não ter trazido o risco existencial que os três primeiros dias de avanços árabes na Guerra do Yom Kippur em 1973, mas impactou de forma muito semelhante a psiquê nacional israelense.

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Imagens de jovens sangrando sendo sequestradas, mortos espalhados por rodovias e pontos de ônibus, a chuva de foguetes, tudo isso colocou em xeque a já questionada liderança de Bibi, como o político é conhecido, que embarcou num ataque institucional ao Judiciário israelense desde que voltou ao poder no ano passado.

Por óbvio, a guerra pode fortalecer o premiê neste primeiro momento, e é nele que as decisões mais importantes estão na mesa. Uma invasão terrestre de Gaza, como a retirada de civis de 24 cidades no entorno da região sugere, parece iminente.

Nos 16 anos em que, com a ajuda do Egito, Israel tornou o território uma paupérrima prisão na prática, todos os líderes do Estado judeu evitaram este momento. Para ficar no registro da cultura pop, basta assistir à série israelense “Fauda” (Netflix), na qual até os mais durões agentes de inteligência sabem que Gaza é “off-limits”.

Há um motivo para isso. Gaza é um pesadelo para qualquer planejador militar. Nas maiores operações anteriores contra o Hamas, como em 2014, o grosso do serviço foi feito pelo ar, com os potentes caças americanos à disposição de Israel. Eram ações chamadas sem desassombro na mídia do país de “cortar grama”, já que novas lideranças hostis seguiriam surgindo.

Em solo, trata-se de um território de difícil navegação, com ruas estreitas, infraestrutura urbana precária e infinitas possibilidades de pontos de emboscada. É evidente que o Hamas se preparou para isso, sabendo que a ação terrorista e militar do sábado talvez fosse incontornável do ponto de vista de resposta.

A etapa de bombardeio já começou, ainda não com intensidade máxima, no sábado mesmo. O banho de sangue de civis é inevitável, já que Gaza tem uma complexa rede de túneis para uso militar, mas não abrigos para seus 2,3 milhões de habitantes, o que poderá alterar o balanço do apoio internacional a Israel.

Ninguém vai mudar de lado em um dos temas internacionais que mais desperta paixões, claro, mas as nuances pró-Israel vistas no discurso turco e na moderação dos agora quase amigos sauditas, para não falar na sempre mais pró-Palestina Europa, podem ser revertidas se Bibi pesar a mão.

Sob a ótica interna, o primeiro-ministro sabe que um ataque por terra trará muitas baixas, e há a questão do número incerto de civis e soldados que foram sequestrados pelo Hamas no sábado. Aqui, a inteligência que fracassou em antecipar a ação será posta novamente à prova.

Por fim, não menos importante, há o risco de que uma ação brutal em Gaza estimule reações em outros pontos. O mundo observou sobressaltado a troca de foguetes entre Israel e o Hizbullah neste domingo, e o grupo xiita armado pelo Irã no Líbano é conhecido por uma gama de capacidades militares.

Houve também incidentes na Cisjordânia e o previsível espraiamento da tensão, com o assassinato de turistas israelenses no Egito. Por ora, nada que sugira uma guerra regional maior, mas é um risco claro e, no mínimo, a turbulência joga muita areia no processo de normalização de laços de Tel Aviv com a vizinhança árabe.

Os interesses do Irã são conhecidos, e passam pelo fim do namoro entre Israel e a Arábia Saudita, promovido pelos EUA, que já conseguiu casamentos pontuais de Tel Aviv como atores como os Emirados Árabes Unidos. Os instrumentos, também: Hamas, Jihad Islâmica, Hizbullah e outros grupos menores.

Outras potências, como a Rússia envolvida na guerra civil síria e a China, de olho em espaços regionais ao aproximar Riad e Teerã, também acompanham com atenção o desenrolar da crise, embora com o contexto da Guerra Fria 2.0 contra os EUA que as move.

Isso dito, se a excepcionalidade do sábado demanda ação, nenhuma das opções militares à mão dos israelenses é boa, e os riscos políticos, altos. Tudo isso é resultado da anomalia que é Gaza, responsabilidade de todos os lados à parte: de Israel, do Hamas, da Autoridade Nacional Palestina, do mundo muçulmano e do Ocidente.

IGOR GIELOW / Folhapress

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