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BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Você conhece a casa em que o jovem Carlos Drummond de Andrade se reunia com outros escritores e participou de seus primeiros saraus em Belo Horizonte? E a igreja na capital mineira onde, no livro “Hilda Furacão”, de Roberto Drummond, a protagonista abandona o noivo no altar?

E sabia que o Clube da Esquina, um dos principais movimentos musicais do país, teve o embrião no centro da cidade, e não no tradicional bairro de Santa Tereza, onde ficou famoso?

A pé, passando em frente a construções que ainda existem, a outras que substituíram pontos históricos, estátuas e também por marcos, é possível mergulhar no passado e na vida de Drummond, na obra de Roberto Drummond, e na criação do Clube da Esquina.

Os dois escritores e o movimento musical receberam, cada um, roteiros de passeio guiado criados pelo casal Rafael Sette Câmara, 37, e Luísa Dalcin, 38, a partir da leitura de biografias, registros históricos e arquivos públicos.

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira (MG) em 31 de outubro de 1902. A família passou a viver em Belo Horizonte no início dos anos 1920. O livro “Hilda Furacão” teve a primeira edição lançada em 1991 e é narrado entre os anos 1950 e 1960.

O Clube da Esquina, que tem como principais nomes Milton Nascimento, Márcio Borges, Lô Borges, Telo Borges, Tavito, Toninho Horta e Beto Guedes, nasceu nos anos 1960.

O roteiro Drummond tem entre seus primeiros pontos um casarão na esquina entre as ruas Sergipe e Gonçalves Dias, na hoje região centro-sul da capital.

O casarão era conhecido como Salão Vivacqua. Pertencia à família Vivacqua, de imigrantes italianos, que moravam no Espírito Santo.

A mudança para a capital mineira ocorreu porque um de seus integrantes, Hércules Vivacqua, também jovem, foi diagnosticado com tuberculose. À época, Belo Horizonte era considerada uma cidade referência para o tratamento de doenças respiratórias.

Drummond conheceu Hércules e passou a frequentar o Salão Vivacqua. “Foi no casarão que Drummond teve o primeiro encontro com Pedro Nava, também escritor, que viria a ser amigo do poeta durante toda a vida”, diz Sette Câmara.

O casarão passa a ser um ponto de encontro entre escritores e artistas e ponto para realização de saraus.

Belo Horizonte aparece em vários poemas do escritor. Neles, Drummond fala dos jardins da praça da Liberdade, que tinha em seu entorno secretarias de Estado e o Palácio da Liberdade, criado para ser a sede do Poder Executivo de Minas Gerais. À época, bondes passavam por ali.

Bondes que faziam a ligação com o principal ponto cultural de Belo Horizonte à época em que Drummond viveu na cidade, a rua da Bahia, nos quarteirões próximos à Avenida Afonso Pena, no centro da capital, por onde segue o passeio.

Ali ficavam o Bar do Ponto, na esquina das duas vias, o Cine Odeon, subindo a rua da Bahia à direita, e mais à frente do mesmo lado, a Livraria Francisco Alves, todos frequentados por Drummond.

O roteiro passa ainda pelo Automóvel Clube, onde Drummond lançou seu primeiro livro “Alguma Poesia”, em 1930. O prédio fica na esquina da Afonso Pena com a também avenida Álvares Cabral.

É também o centro de Belo Horizonte que outro escritor mineiro, Roberto Drummond, põe como cenário para escrever uma de suas principais obras, “Hilda Furacão”.

A protagonista, moça de classe alta que deixa a família para viver na zona boêmia da cidade, abandona o noivo no altar da Igreja São José, que fica na Afonso Pena entre as ruas Tamoios e Espírito Santo.

“Hilda Furacão” tem personagens inspirados em pessoas que viveram à época na cidade, mas tem como cenário locais que ainda existem.

Além da Igreja São José, o prédio do então Conselho Deliberativo, espécie de Câmara Municipal de Belo Horizonte à época em que se passa a história, abriga hoje o Museu da Moda.

Fica na rua da Bahia, a mesma de Carlos Drummond, na esquina com a avenida Augusto de Lima. O prédio lembra uma igreja.

No livro de Roberto Drummond um projeto de lei seria votado pelo conselho para retirar as mulheres da zona boêmia. O texto, porém, acaba não sendo votado por pressão de Hilda Furacão, que conhecia os integrantes do conselho.

O roteiro Hilda passa também pela zona boêmia atual do centro de Belo Horizonte, que é a mesma do livro. Os locais onde funcionavam o Maravilhoso Hotel, onde a protagonista morava, e Montanhês Club, onde trabalhava, são pontos do passeio.

Um fica ao lado do outro na rua Guaicurus, região que concentra o maior número dos chamados “sobe e desce” da cidade, que são pequenos prédios com quartos alugados por garotas e alta rotatividade de presenças masculinas.

No livro é citado como frequentado por Hilda o bar Café Palhares, que fica na rua Tupinambás, a dois quarteirões da Igreja São José. Foi inaugurado em 1938.

Dobrando a esquina da rua onde fica o Palhares e pegando a Afonso Pena à esquerda está uma das paradas de outro roteiro traçado pelo casal, o do Clube da Esquina. Hoje é uma loja desativada.

Nos anos 1960, era conhecido como Ponto dos Músicos. “Os artistas vinham até aqui para conseguir trabalho, e conseguiam indicações para tocar em bailes e estabelecimentos comerciais da capital”, diz Sette Câmara.

Uma placa no local mostra, entre os que arranjavam serviço pelo Ponto do Músico, artistas como Milton Nascimento, Wagner Tiso [um dos principais compositores parceiros de Milton] e Marilton Borges.

O nome do que viria a ser um dos principais movimentos da música brasileira foi eternizado pelo habitual encontro de seus integrantes em uma esquina no bairro Santa Tereza, região leste da cidade.

Porém, a história da esquina começa no centro de Belo Horizonte, no Edifício Levy, na avenida Amazonas, também no centro da capital. Milton Nascimento, que se mudou para a capital em 1963, passou a morar nesse prédio, em apartamento que talvez hoje fosse chamado de república.

A família Borges, dos irmãos Marilton, Lô, Márcio, que vivia em Santa Tereza, e depois re tornaria ao bairro, também morava no Edifício Levy.

“Um dia a mãe pede para Lô comprar pão. Desce as escadas e escuta alguém tocando violão muito bem. Era Milton Nascimento”, relembra Sette Câmara.

Também está no centro um dos bares em que Milton Nascimento tocou no início de sua carreira. É uma das paradas do passeio Clube da Esquina.

Caminhadas BH

Valores, tempo dos passeios e reservas pelo Instagram

LEONARDO AUGUSTO / Folhapress

Roteiros a pé mostram a BH de Drummond, Hilda Furacão e Clube da Esquina

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Você conhece a casa em que o jovem Carlos Drummond de Andrade se reunia com outros escritores e participou de seus primeiros saraus em Belo Horizonte? E a igreja na capital mineira onde, no livro “Hilda Furacão”, de Roberto Drummond, a protagonista abandona o noivo no altar?

E sabia que o Clube da Esquina, um dos principais movimentos musicais do país, teve o embrião no centro da cidade, e não no tradicional bairro de Santa Tereza, onde ficou famoso?

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A pé, passando em frente a construções que ainda existem, a outras que substituíram pontos históricos, estátuas e também por marcos, é possível mergulhar no passado e na vida de Drummond, na obra de Roberto Drummond, e na criação do Clube da Esquina.

Os dois escritores e o movimento musical receberam, cada um, roteiros de passeio guiado criados pelo casal Rafael Sette Câmara, 37, e Luísa Dalcin, 38, a partir da leitura de biografias, registros históricos e arquivos públicos.

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira (MG) em 31 de outubro de 1902. A família passou a viver em Belo Horizonte no início dos anos 1920. O livro “Hilda Furacão” teve a primeira edição lançada em 1991 e é narrado entre os anos 1950 e 1960.

O Clube da Esquina, que tem como principais nomes Milton Nascimento, Márcio Borges, Lô Borges, Telo Borges, Tavito, Toninho Horta e Beto Guedes, nasceu nos anos 1960.

O roteiro Drummond tem entre seus primeiros pontos um casarão na esquina entre as ruas Sergipe e Gonçalves Dias, na hoje região centro-sul da capital.

O casarão era conhecido como Salão Vivacqua. Pertencia à família Vivacqua, de imigrantes italianos, que moravam no Espírito Santo.

A mudança para a capital mineira ocorreu porque um de seus integrantes, Hércules Vivacqua, também jovem, foi diagnosticado com tuberculose. À época, Belo Horizonte era considerada uma cidade referência para o tratamento de doenças respiratórias.

Drummond conheceu Hércules e passou a frequentar o Salão Vivacqua. “Foi no casarão que Drummond teve o primeiro encontro com Pedro Nava, também escritor, que viria a ser amigo do poeta durante toda a vida”, diz Sette Câmara.

O casarão passa a ser um ponto de encontro entre escritores e artistas e ponto para realização de saraus.

Belo Horizonte aparece em vários poemas do escritor. Neles, Drummond fala dos jardins da praça da Liberdade, que tinha em seu entorno secretarias de Estado e o Palácio da Liberdade, criado para ser a sede do Poder Executivo de Minas Gerais. À época, bondes passavam por ali.

Bondes que faziam a ligação com o principal ponto cultural de Belo Horizonte à época em que Drummond viveu na cidade, a rua da Bahia, nos quarteirões próximos à Avenida Afonso Pena, no centro da capital, por onde segue o passeio.

Ali ficavam o Bar do Ponto, na esquina das duas vias, o Cine Odeon, subindo a rua da Bahia à direita, e mais à frente do mesmo lado, a Livraria Francisco Alves, todos frequentados por Drummond.

O roteiro passa ainda pelo Automóvel Clube, onde Drummond lançou seu primeiro livro “Alguma Poesia”, em 1930. O prédio fica na esquina da Afonso Pena com a também avenida Álvares Cabral.

É também o centro de Belo Horizonte que outro escritor mineiro, Roberto Drummond, põe como cenário para escrever uma de suas principais obras, “Hilda Furacão”.

A protagonista, moça de classe alta que deixa a família para viver na zona boêmia da cidade, abandona o noivo no altar da Igreja São José, que fica na Afonso Pena entre as ruas Tamoios e Espírito Santo.

“Hilda Furacão” tem personagens inspirados em pessoas que viveram à época na cidade, mas tem como cenário locais que ainda existem.

Além da Igreja São José, o prédio do então Conselho Deliberativo, espécie de Câmara Municipal de Belo Horizonte à época em que se passa a história, abriga hoje o Museu da Moda.

Fica na rua da Bahia, a mesma de Carlos Drummond, na esquina com a avenida Augusto de Lima. O prédio lembra uma igreja.

No livro de Roberto Drummond um projeto de lei seria votado pelo conselho para retirar as mulheres da zona boêmia. O texto, porém, acaba não sendo votado por pressão de Hilda Furacão, que conhecia os integrantes do conselho.

O roteiro Hilda passa também pela zona boêmia atual do centro de Belo Horizonte, que é a mesma do livro. Os locais onde funcionavam o Maravilhoso Hotel, onde a protagonista morava, e Montanhês Club, onde trabalhava, são pontos do passeio.

Um fica ao lado do outro na rua Guaicurus, região que concentra o maior número dos chamados “sobe e desce” da cidade, que são pequenos prédios com quartos alugados por garotas e alta rotatividade de presenças masculinas.

No livro é citado como frequentado por Hilda o bar Café Palhares, que fica na rua Tupinambás, a dois quarteirões da Igreja São José. Foi inaugurado em 1938.

Dobrando a esquina da rua onde fica o Palhares e pegando a Afonso Pena à esquerda está uma das paradas de outro roteiro traçado pelo casal, o do Clube da Esquina. Hoje é uma loja desativada.

Nos anos 1960, era conhecido como Ponto dos Músicos. “Os artistas vinham até aqui para conseguir trabalho, e conseguiam indicações para tocar em bailes e estabelecimentos comerciais da capital”, diz Sette Câmara.

Uma placa no local mostra, entre os que arranjavam serviço pelo Ponto do Músico, artistas como Milton Nascimento, Wagner Tiso [um dos principais compositores parceiros de Milton] e Marilton Borges.

O nome do que viria a ser um dos principais movimentos da música brasileira foi eternizado pelo habitual encontro de seus integrantes em uma esquina no bairro Santa Tereza, região leste da cidade.

Porém, a história da esquina começa no centro de Belo Horizonte, no Edifício Levy, na avenida Amazonas, também no centro da capital. Milton Nascimento, que se mudou para a capital em 1963, passou a morar nesse prédio, em apartamento que talvez hoje fosse chamado de república.

A família Borges, dos irmãos Marilton, Lô, Márcio, que vivia em Santa Tereza, e depois re tornaria ao bairro, também morava no Edifício Levy.

“Um dia a mãe pede para Lô comprar pão. Desce as escadas e escuta alguém tocando violão muito bem. Era Milton Nascimento”, relembra Sette Câmara.

Também está no centro um dos bares em que Milton Nascimento tocou no início de sua carreira. É uma das paradas do passeio Clube da Esquina.

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LEONARDO AUGUSTO / Folhapress

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