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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nada é definitivo para Carlo Ancelotti, 64. Em seu primeiro emprego como técnico, fez a pequena Reggiana chegar à primeira divisão da Itália, em 1996. Considerou o trabalho muito estressante e garantiu que se aposentaria depois de três, no máximo, quatro anos.

Quase três décadas depois, o treinador tem um acordo verbal com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para assumir a seleção brasileira a partir de 2024. É um emprego que sempre prometeu rejeitar. Considerava improvável comandar um time nacional por não gostar de “trabalhar cinco dias por ano”.

“Ele é muito bom tecnicamente e taticamente, mas o diferencial é a forma como lida com as pessoas. A maior dificuldade do futebol é fazer um elenco com 30 jogadores e diferentes interesses convergir para um interesse maior. E o Ancelotti sabe fazer isso”, afirmou Kaká.

O italiano era seu técnico quando ele conquistou a Champions League de 2007 e, pouco depois, foi o último brasileiro a ser eleito melhor do mundo.

No esporte em que o trabalho do técnico é cada vez mais ligado a administrar relações humanas, Ancelotti foi um dos primeiros a perceber que a era do profissional autoritário, que considerava sua palavra a lei, estava no passado. Em 2010, ao chegar ao inglês Chelsea, espantou-se com os poderes dados ao treinador.

“Não é meu estilo impor. Gosto de convencer os jogadores do que estão fazendo. Isso leva mais tempo”, disse, em entrevista ao Financial Times.

É essa característica, mais do que sua capacidade tática, que o fez ser considerado pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para o ciclo da Copa do Mundo de 2026. Há a percepção de que é necessário ter um nome vencedor e capaz de administrar um vestiário repleto de astros, com seus egos e suas preferências particulares.

“O Ancelotti é um cara que eu admiro bastante pelo respeito com que trata a todos. É um prazer trabalhar e ser lapidado por ele”, afirmou Rodrygo, atacante que é comandado pelo italiano no Real Madrid e poderá ser também na seleção.

É impossível dizer que o estilo não funciona. Bicampeão da Champions League como jogador, ele venceu o torneio quatro vezes como técnico, um recorde. Foram duas conquistas pelo Milan (2003 e 2007) e outras duas pelo Real Madrid (2014 e 2022). Também ganhou a liga nacional em seis países diferentes: Itália (Milan), Inglaterra (Chelsea), Alemanha (Bayern de Munique), Espanha (Real Madrid) e França (Paris Saint-Germain).

A seus atletas, Ancelotti costuma dizer que nada no futebol é definitivo.

Ele já colocou isso em prática. Com fé cega em suas crenças táticas, recusou, quando estava no Parma, a oferta para ter Roberto Baggio. Acreditava que a maneira de seu time atuar não se encaixaria no estilo de um dos maiores astros de sua geração. Pelo mesmo motivo, concordou com a venda de Gianfranco Zola para o Chelsea. Ele hoje concorda que os craques precisam ter espaço e é função do treinador fazer isso.

Talvez falte ao Brasil um Carlo Ancelotti jogador. Meia clássico, às vezes visto como lento, ele foi peça-chave da Roma campeã italiana de 1983. Dividiu o meio-campo com Paulo Roberto Falcão, agora cotado para integrar o departamento de seleções da CBF.

Já naquela época, os problemas nos joelhos o atormentavam. Fizeram com que perdesse a final da então Copa da Europa (atual Champions) entre Roma e Liverpool, em 1984. Das tribunas assistiu à vitória inglesa nos pênaltis, o resultado que considera mais traumático da sua carreira. Mas foi o período que moldou a personalidade daquele que depois seria um dos técnicos mais importantes do planeta.

Do sueco Nils Liedholm aprendeu (e colocou em prática) a não se empolgar demais com as vitórias ou deprimir-se com as derrotas. No final de tudo, é apenas um jogo. Essa é uma visão que pode não cair bem na seleção brasileira, cargo em que a cobrança pode ser excessiva, ainda mais para um estrangeiro que não grita à beira do campo, não gesticula, não se desespera de um jeito que pode quase ser visto como fora de moda.

“A moda vai e vem. A classe é permanente. Carlo é como um terno azul ou cinza”, define outro técnico italiano, Massimiliano Allegri.

Se realmente assumir a seleção brasileira, seu desafio será aprender português. Além do italiano, ele fala espanhol e inglês.

Mesmo para alguém com tantos títulos no currículo, ser alvo de desconfiança não é novo. Em seu livro “Calcio Totale” (futebol total, em italiano), Arrigo Sacchi conta que precisou convencer o dono do Milan, o magnata e político Silvio Berlusconi (1936-2023) a comprar Ancelotti, então com 28 anos, da Roma. O treinador garantiu que, se a transferência acontecesse, a equipe seria campeã.

“Arrigo, como posso comprar um jogador que tem só 20% do joelho?”, questionou o patrão.

“Michelangelo pintava com a cabeça, não com as mãos. Eu não me importo com o joelho. Eu me importaria se a cabeça dele não estivesse funcionando”, respondeu o técnico.

Berlusconi foi convencido assim a contratar o então armador e hoje técnico chamado Carlo Michelangelo Ancelotti.

ALEX SABINO / Folhapress

Nada é definitivo na carreira de Ancelotti, provável novo técnico da seleção

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nada é definitivo para Carlo Ancelotti, 64. Em seu primeiro emprego como técnico, fez a pequena Reggiana chegar à primeira divisão da Itália, em 1996. Considerou o trabalho muito estressante e garantiu que se aposentaria depois de três, no máximo, quatro anos.

Quase três décadas depois, o treinador tem um acordo verbal com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para assumir a seleção brasileira a partir de 2024. É um emprego que sempre prometeu rejeitar. Considerava improvável comandar um time nacional por não gostar de “trabalhar cinco dias por ano”.

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“Ele é muito bom tecnicamente e taticamente, mas o diferencial é a forma como lida com as pessoas. A maior dificuldade do futebol é fazer um elenco com 30 jogadores e diferentes interesses convergir para um interesse maior. E o Ancelotti sabe fazer isso”, afirmou Kaká.

O italiano era seu técnico quando ele conquistou a Champions League de 2007 e, pouco depois, foi o último brasileiro a ser eleito melhor do mundo.

No esporte em que o trabalho do técnico é cada vez mais ligado a administrar relações humanas, Ancelotti foi um dos primeiros a perceber que a era do profissional autoritário, que considerava sua palavra a lei, estava no passado. Em 2010, ao chegar ao inglês Chelsea, espantou-se com os poderes dados ao treinador.

“Não é meu estilo impor. Gosto de convencer os jogadores do que estão fazendo. Isso leva mais tempo”, disse, em entrevista ao Financial Times.

É essa característica, mais do que sua capacidade tática, que o fez ser considerado pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para o ciclo da Copa do Mundo de 2026. Há a percepção de que é necessário ter um nome vencedor e capaz de administrar um vestiário repleto de astros, com seus egos e suas preferências particulares.

“O Ancelotti é um cara que eu admiro bastante pelo respeito com que trata a todos. É um prazer trabalhar e ser lapidado por ele”, afirmou Rodrygo, atacante que é comandado pelo italiano no Real Madrid e poderá ser também na seleção.

É impossível dizer que o estilo não funciona. Bicampeão da Champions League como jogador, ele venceu o torneio quatro vezes como técnico, um recorde. Foram duas conquistas pelo Milan (2003 e 2007) e outras duas pelo Real Madrid (2014 e 2022). Também ganhou a liga nacional em seis países diferentes: Itália (Milan), Inglaterra (Chelsea), Alemanha (Bayern de Munique), Espanha (Real Madrid) e França (Paris Saint-Germain).

A seus atletas, Ancelotti costuma dizer que nada no futebol é definitivo.

Ele já colocou isso em prática. Com fé cega em suas crenças táticas, recusou, quando estava no Parma, a oferta para ter Roberto Baggio. Acreditava que a maneira de seu time atuar não se encaixaria no estilo de um dos maiores astros de sua geração. Pelo mesmo motivo, concordou com a venda de Gianfranco Zola para o Chelsea. Ele hoje concorda que os craques precisam ter espaço e é função do treinador fazer isso.

Talvez falte ao Brasil um Carlo Ancelotti jogador. Meia clássico, às vezes visto como lento, ele foi peça-chave da Roma campeã italiana de 1983. Dividiu o meio-campo com Paulo Roberto Falcão, agora cotado para integrar o departamento de seleções da CBF.

Já naquela época, os problemas nos joelhos o atormentavam. Fizeram com que perdesse a final da então Copa da Europa (atual Champions) entre Roma e Liverpool, em 1984. Das tribunas assistiu à vitória inglesa nos pênaltis, o resultado que considera mais traumático da sua carreira. Mas foi o período que moldou a personalidade daquele que depois seria um dos técnicos mais importantes do planeta.

Do sueco Nils Liedholm aprendeu (e colocou em prática) a não se empolgar demais com as vitórias ou deprimir-se com as derrotas. No final de tudo, é apenas um jogo. Essa é uma visão que pode não cair bem na seleção brasileira, cargo em que a cobrança pode ser excessiva, ainda mais para um estrangeiro que não grita à beira do campo, não gesticula, não se desespera de um jeito que pode quase ser visto como fora de moda.

“A moda vai e vem. A classe é permanente. Carlo é como um terno azul ou cinza”, define outro técnico italiano, Massimiliano Allegri.

Se realmente assumir a seleção brasileira, seu desafio será aprender português. Além do italiano, ele fala espanhol e inglês.

Mesmo para alguém com tantos títulos no currículo, ser alvo de desconfiança não é novo. Em seu livro “Calcio Totale” (futebol total, em italiano), Arrigo Sacchi conta que precisou convencer o dono do Milan, o magnata e político Silvio Berlusconi (1936-2023) a comprar Ancelotti, então com 28 anos, da Roma. O treinador garantiu que, se a transferência acontecesse, a equipe seria campeã.

“Arrigo, como posso comprar um jogador que tem só 20% do joelho?”, questionou o patrão.

“Michelangelo pintava com a cabeça, não com as mãos. Eu não me importo com o joelho. Eu me importaria se a cabeça dele não estivesse funcionando”, respondeu o técnico.

Berlusconi foi convencido assim a contratar o então armador e hoje técnico chamado Carlo Michelangelo Ancelotti.

ALEX SABINO / Folhapress

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