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FOLHAPRESS – “Hoje, por mais estranho que possa parecer, a maior parte da humanidade não sabe se estamos sozinhos no Universo ou não.” Esta é a frase de abertura do astrofísico Carl Sagan (1934-1996), em sua famosa conferência “A era da exploração”, de 1994. Nela, o físico falava sobre a importância da exploração espacial e como esta possibilitaria a expansão do nosso conhecimento sobre o universo.

Cerca de 30 anos depois, a Nasa já planeja tripulações civis para levar o homem à Lua, mas ainda há quem considere que somos o centro do Universo.

Não é de se estranhar. Sagan já sabia, em 94, da resistência enorme e de uma certa prepotência do ser humano em acreditar ser único, especial, fruto de um processo de criação divina ou, para os menos crentes, pelo menos o resultado de uma evolução perfeita.

Mais difícil é aceitar que somos simplesmente fruto do acaso, de uma explosão cósmica ocorrida há 13,8 bilhões de anos, que formou sistemas e planetas e, depois, outro acaso, há 3,5 bilhão de anos, quando uma sopa primordial juntou átomos de carbono, hidrogênio e água criando assim as primeiras moléculas com capacidade de replicação.

O que se passou depois foram mais e mais eventos estocásticos, produzindo mutações que eram selecionadas —ou não— geração após geração, até chegar a uma espécie, dentro de uma dezena de outras, que de alguma forma dominou a linguagem, a tecnologia e a capacidade de modificar a vida a seu bel-prazer, criando assim também desastres ambientais e extinção de outros seres vivos.

Sagan compreendia que era fundamental olharmos com humildade para a imensidão do espaço —afinal, o fato de poder existir uma vida em um dos outros planetas das bilhões de galáxias existentes não é descartável. Só nunca a encontramos. E, por isso mesmo, nossa responsabilidade é ainda maior para preservar a vida na Terra.

Inspirada nisso, a peça “Universo”, do Coletivo Comum, traz a discussão da ciência e da arte, da universalidade com a religião, do homem como uma criatura feita à imagem de Deus a um primata um pouco inepto a habilidades de se pendurar em árvores e caçar insetos, mas com uma capacidade de comunicação e mobilização social que fez dominar praticamente todos os habitats da Terra.

Isso, é claro, não foi consenso ao longo da história da humanidade. A peça mostra as divergências históricas e —por que não— perseguições como se fossem criminosos de cientistas que ousaram afirmar que não, o homem não é o centro do mundo, e tampouco a Terra é o centro do Universo.

Da inquisição de Galileu às peças de Bertolt Brecht sobre a resignação humana, da teoria da relatividade de Albert Einstein à teoria evolutiva de Charles Darwin, o texto passa, em 90 minutos, por todos os desafios e novas fronteiras que foram colocadas na busca pela compreensão do nosso papel na Terra.

Para Fernando Kinas, diretor da peça, a relação de teatro (arte) com ciência não é algo inédito, mas o que desejava apresentar com essa peça é o que ele chama de “teatro: documento e compromisso social”. “O Universo para a gente como um todo foi muito importante, de pensar a ciência como diz Sagan, ela ‘convida a admitir os fatos e não só nossas expectativas e desejos’”, disse, em entrevista à reportagem.

No elenco, as atrizes Beatriz Calló e Fernanda Azevedo dão força ao roteiro, trazendo ainda um lado feminino para figuras em sua maioria representadas por homens: Deus e o cientista-conferencista (no lugar de Sagan).

Outro aspecto fundamental na trajetória é o negacionismo, ora enviesado por questões religiosas, ora por cunho político-partidário. Neste sentido, o espetáculo não deixa de citar o período de obscurantismo científico vivido nos últimos anos no país sob o governo Bolsonaro. “A separação de ciência e política não existe. É fundamental compreender que a ciência está dentro da política e vice-versa”, afirma.

Em um mundo em que até paradigmas científicos já há muito desvendados, como a Terra ser redonda e girar em torno do Sol, são colocados como opiniões, e não fatos, é clara a necessidade também de trazer a ciência para a nossa vivência: cultural, social e comportamental.

UNIVERSO

Avaliação Muito bom

Quando Sextas e sábados (21h30) e domingo (18h30) até 7 de maio

Onde Sesc Belenzinho

Preço R$ 30 (inteira) R$ 15 (meia) R$ 10 (credenciados Sesc)

Classificação 14 anos

– Produção Coletivo Comum

– Até quando curta temporada até 7 de maio (deve seguir para outras unidades do Sesc nos próximos meses)

– Sessão extra Sesc Campinas 12 de maio, às 20h

ANA BOTTALLO / Folhapress

Peça inspirada em Carl Sagan aborda universalidade e quebra visão antropocêntrica

FOLHAPRESS – “Hoje, por mais estranho que possa parecer, a maior parte da humanidade não sabe se estamos sozinhos no Universo ou não.” Esta é a frase de abertura do astrofísico Carl Sagan (1934-1996), em sua famosa conferência “A era da exploração”, de 1994. Nela, o físico falava sobre a importância da exploração espacial e como esta possibilitaria a expansão do nosso conhecimento sobre o universo.

Cerca de 30 anos depois, a Nasa já planeja tripulações civis para levar o homem à Lua, mas ainda há quem considere que somos o centro do Universo.

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Não é de se estranhar. Sagan já sabia, em 94, da resistência enorme e de uma certa prepotência do ser humano em acreditar ser único, especial, fruto de um processo de criação divina ou, para os menos crentes, pelo menos o resultado de uma evolução perfeita.

Mais difícil é aceitar que somos simplesmente fruto do acaso, de uma explosão cósmica ocorrida há 13,8 bilhões de anos, que formou sistemas e planetas e, depois, outro acaso, há 3,5 bilhão de anos, quando uma sopa primordial juntou átomos de carbono, hidrogênio e água criando assim as primeiras moléculas com capacidade de replicação.

O que se passou depois foram mais e mais eventos estocásticos, produzindo mutações que eram selecionadas —ou não— geração após geração, até chegar a uma espécie, dentro de uma dezena de outras, que de alguma forma dominou a linguagem, a tecnologia e a capacidade de modificar a vida a seu bel-prazer, criando assim também desastres ambientais e extinção de outros seres vivos.

Sagan compreendia que era fundamental olharmos com humildade para a imensidão do espaço —afinal, o fato de poder existir uma vida em um dos outros planetas das bilhões de galáxias existentes não é descartável. Só nunca a encontramos. E, por isso mesmo, nossa responsabilidade é ainda maior para preservar a vida na Terra.

Inspirada nisso, a peça “Universo”, do Coletivo Comum, traz a discussão da ciência e da arte, da universalidade com a religião, do homem como uma criatura feita à imagem de Deus a um primata um pouco inepto a habilidades de se pendurar em árvores e caçar insetos, mas com uma capacidade de comunicação e mobilização social que fez dominar praticamente todos os habitats da Terra.

Isso, é claro, não foi consenso ao longo da história da humanidade. A peça mostra as divergências históricas e —por que não— perseguições como se fossem criminosos de cientistas que ousaram afirmar que não, o homem não é o centro do mundo, e tampouco a Terra é o centro do Universo.

Da inquisição de Galileu às peças de Bertolt Brecht sobre a resignação humana, da teoria da relatividade de Albert Einstein à teoria evolutiva de Charles Darwin, o texto passa, em 90 minutos, por todos os desafios e novas fronteiras que foram colocadas na busca pela compreensão do nosso papel na Terra.

Para Fernando Kinas, diretor da peça, a relação de teatro (arte) com ciência não é algo inédito, mas o que desejava apresentar com essa peça é o que ele chama de “teatro: documento e compromisso social”. “O Universo para a gente como um todo foi muito importante, de pensar a ciência como diz Sagan, ela ‘convida a admitir os fatos e não só nossas expectativas e desejos’”, disse, em entrevista à reportagem.

No elenco, as atrizes Beatriz Calló e Fernanda Azevedo dão força ao roteiro, trazendo ainda um lado feminino para figuras em sua maioria representadas por homens: Deus e o cientista-conferencista (no lugar de Sagan).

Outro aspecto fundamental na trajetória é o negacionismo, ora enviesado por questões religiosas, ora por cunho político-partidário. Neste sentido, o espetáculo não deixa de citar o período de obscurantismo científico vivido nos últimos anos no país sob o governo Bolsonaro. “A separação de ciência e política não existe. É fundamental compreender que a ciência está dentro da política e vice-versa”, afirma.

Em um mundo em que até paradigmas científicos já há muito desvendados, como a Terra ser redonda e girar em torno do Sol, são colocados como opiniões, e não fatos, é clara a necessidade também de trazer a ciência para a nossa vivência: cultural, social e comportamental.

UNIVERSO

Avaliação Muito bom

Quando Sextas e sábados (21h30) e domingo (18h30) até 7 de maio

Onde Sesc Belenzinho

Preço R$ 30 (inteira) R$ 15 (meia) R$ 10 (credenciados Sesc)

Classificação 14 anos

– Produção Coletivo Comum

– Até quando curta temporada até 7 de maio (deve seguir para outras unidades do Sesc nos próximos meses)

– Sessão extra Sesc Campinas 12 de maio, às 20h

ANA BOTTALLO / Folhapress

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