Warning: Undefined array key 0 in /var/www/vhosts/4x4dev.com.br/httpdocs/thmais/wp-content/themes/Newspaper-child/functions.php on line 690

Warning: Undefined array key 0 in /var/www/vhosts/4x4dev.com.br/httpdocs/thmais/wp-content/themes/Newspaper-child/functions.php on line 690
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio
spot_img

compartilhar:

MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) – Horas após a derrota que o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) teve frente ao Partido Popular (PP) nas eleições regionais da Espanha, no domingo (28), o premiê Pedro Sánchez, do primeiro grupo, antecipou em quase quatro meses as eleições gerais que estavam programadas para 10 de novembro.

O escrutínio agora será realizado em 23 de julho, durante o verão europeu, algo inusitado na Espanha. A ideia do PSOE é conter um desgaste maior frente ao crescimento da direita e diminuir a possibilidade de que o conservador PP e o Vox, de ultradireita, consigam uma maioria capaz de eleger o próximo premiê.

“Assumo a responsabilidade desses resultados e acredito ser necessário dar uma resposta. Muitos políticos com gestão impecável já perderam o cargo. O melhor é que os espanhóis tomem a palavra para definir os rumos políticos do país”, disse Sánchez na manhã desta segunda.

“Embora as votações deste domingo tivessem alcance municipal e regional, o significado da votação transmite uma mensagem que vai mais longe. E é por isso que, como primeiro-ministro, e também como secretário-geral do Partido Socialista, assumo a responsabilidade pelos resultados e creio ser necessário dar uma resposta e submeter o nosso mandato democrático à vontade popular.”

Durante a tarde, o Conselho de Ministros se reuniu para dar formato jurídico à decisão, que inclui a dissolução do Parlamento. Antes, o rei Filipe 6º, chefe de Estado, foi avisado da movimentação.

Nas eleições de domingo para 8.135 prefeituras e para Parlamentos de 12 das 17 províncias, o PP conseguiu 750 mil votos a mais que o PSOE, invertendo a dinâmica das eleições de 2019. O PP teve 31% dos votos (23% há quatro anos), e o PSOE, 28% (29%). Já o Vox alcançou 7%, o dobro dos 3,5% de 2019.

No pleito passado, o PP havia tido o pior resultado de sua história, e o Vox era só uma possibilidade. Quatro anos depois, a esquerda vê o risco de o país passar a ser governado pela direita como provável.

“Sánchez é um político ousado e corre riscos que poucos correriam. Essa é sua maior aposta”, afirmou à reportagem Michael Reid, jornalista britânico que lançou há três meses o livro “Spain: The Trials and Triumphs of a Modern European Country” (Espanha: as provações e os triunfos de um país europeu moderno).

“A razão imediata de sua decisão é a séria derrota que seu partido sofreu nas eleições regionais. Ele temia que, se continuasse por mais seis meses, fosse visto como um líder enfraquecido e que se tornasse alvo de todos os lados. Em vez de sofrer seis meses, escolheu cortar a gangrena.”

Para Reid, ainda que seja comum no parlamentarismo que premiês convoquem eleições —Sánchez se referiu à prática como “a mais infalível” para ouvir a opinião do povo, a raiz do problema atual está na fragmentação da política espanhola nos últimos 10 ou 15 anos.

Até então, o PP e o PSOE eram os dois grandes partidos em luta pelo poder. Havia ainda o Ciudadanos, de centro-direita, que vem definhando para a irrelevância. Mais recentemente, blocos foram formados, como o PSOE e o Podemos (ultraesquerda, fundado em 2014) e o PP com o Vox (ultradireita, de 2013).

“Nessa ânsia para formar maiorias, Sanchéz buscou alianças polêmicas com certos partidos ou coligações”, diz Reid, citando separatistas do Eh Bildu, do País Basco, e a Esquerda Republicana, da Catalunha. “Os socialistas não gostaram dessas alianças e o risco agora é que eles não saiam para votar.”

Outra dificuldade para o governo é o atual embate interno do Podemos, que desestabiliza a esquerda. O fundador do partido, Pablo Iglesias, prefere apoiar Sánchez, mas Yolanda Díaz, comumente vista como sua sucessora, tem ambições próprias para La Moncloa, a sede do governo espanhol.

O socialismo perdeu o controle em seis das doze comunidades autônomas, como Andaluzia, Aragão, Valência e Rioja. Contudo, o PP precisará se unir ao Vox para governar em cinco delas: Aragão, Valência, Cantabria, Baleares e Extremadura.

“Há o risco de que a derrota esteja fresca na cabeça das pessoas, mas a grande questão é se os eleitores socialistas irão normalizar o apoio aos partidos separatistas e se mobilizarão para votar”, afirma Reid. Já a direita parece ter conseguido essa mobilização, sob a ideia de “revogar o sanchismo”.

Há também, é claro, o aumento do custo de vida no país, potencializado pela Guerra da Ucrânia. Em 2019, a inflação na Espanha foi de 0,7% para todo o ano, enquanto em 2022 o número saltou para 8,39%. Uma reunião do governo para analisar os resultados foi realizada nesta segunda. Segundo o diário ABC, fontes disseram que não imaginavam uma derrota eleitoral de tal magnitude e que perderam o aspecto nacional da campanha.

Para El País, principal jornal da Espanha, “Sánchez, acostumado a decisões arriscadas ao longo de sua carreira, optou pela mais perigosa de todas, mas também a única que ninguém esperava na noite das eleições”. “O presidente [no país europeu, o cargo de premiê é chamado de presidente do governo] coloca os eleitores, sobretudo os progressistas, na posição de terem de decidir quase imediatamente se querem consolidar o resultado das eleições regionais e municipais, que entregam quase todo o poder ao PP e ao Vox, e de permitirem que isso chegue à Moncloa [sede do governo] ou se mobilizarem para evitá-lo.”

Nas eleições gerais, os espanhóis votarão em partidos, que, por sua vez, indicarão os deputados de sua preferência. O partido ou a coalizão que conquistar a maioria de 176 cadeiras estará apto a indicar o nome do primeiro-ministro. Sánchez concorrerá novamente ao cargo após cinco anos no poder, que se completam nesta semana.

IVAN FINOTTI / Folhapress

Premiê da Espanha antecipa eleições gerais após derrota em pleito regional

MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) – Horas após a derrota que o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) teve frente ao Partido Popular (PP) nas eleições regionais da Espanha, no domingo (28), o premiê Pedro Sánchez, do primeiro grupo, antecipou em quase quatro meses as eleições gerais que estavam programadas para 10 de novembro.

O escrutínio agora será realizado em 23 de julho, durante o verão europeu, algo inusitado na Espanha. A ideia do PSOE é conter um desgaste maior frente ao crescimento da direita e diminuir a possibilidade de que o conservador PP e o Vox, de ultradireita, consigam uma maioria capaz de eleger o próximo premiê.

- Advertisement -anuncio

“Assumo a responsabilidade desses resultados e acredito ser necessário dar uma resposta. Muitos políticos com gestão impecável já perderam o cargo. O melhor é que os espanhóis tomem a palavra para definir os rumos políticos do país”, disse Sánchez na manhã desta segunda.

“Embora as votações deste domingo tivessem alcance municipal e regional, o significado da votação transmite uma mensagem que vai mais longe. E é por isso que, como primeiro-ministro, e também como secretário-geral do Partido Socialista, assumo a responsabilidade pelos resultados e creio ser necessário dar uma resposta e submeter o nosso mandato democrático à vontade popular.”

Durante a tarde, o Conselho de Ministros se reuniu para dar formato jurídico à decisão, que inclui a dissolução do Parlamento. Antes, o rei Filipe 6º, chefe de Estado, foi avisado da movimentação.

Nas eleições de domingo para 8.135 prefeituras e para Parlamentos de 12 das 17 províncias, o PP conseguiu 750 mil votos a mais que o PSOE, invertendo a dinâmica das eleições de 2019. O PP teve 31% dos votos (23% há quatro anos), e o PSOE, 28% (29%). Já o Vox alcançou 7%, o dobro dos 3,5% de 2019.

No pleito passado, o PP havia tido o pior resultado de sua história, e o Vox era só uma possibilidade. Quatro anos depois, a esquerda vê o risco de o país passar a ser governado pela direita como provável.

“Sánchez é um político ousado e corre riscos que poucos correriam. Essa é sua maior aposta”, afirmou à reportagem Michael Reid, jornalista britânico que lançou há três meses o livro “Spain: The Trials and Triumphs of a Modern European Country” (Espanha: as provações e os triunfos de um país europeu moderno).

“A razão imediata de sua decisão é a séria derrota que seu partido sofreu nas eleições regionais. Ele temia que, se continuasse por mais seis meses, fosse visto como um líder enfraquecido e que se tornasse alvo de todos os lados. Em vez de sofrer seis meses, escolheu cortar a gangrena.”

Para Reid, ainda que seja comum no parlamentarismo que premiês convoquem eleições —Sánchez se referiu à prática como “a mais infalível” para ouvir a opinião do povo, a raiz do problema atual está na fragmentação da política espanhola nos últimos 10 ou 15 anos.

Até então, o PP e o PSOE eram os dois grandes partidos em luta pelo poder. Havia ainda o Ciudadanos, de centro-direita, que vem definhando para a irrelevância. Mais recentemente, blocos foram formados, como o PSOE e o Podemos (ultraesquerda, fundado em 2014) e o PP com o Vox (ultradireita, de 2013).

“Nessa ânsia para formar maiorias, Sanchéz buscou alianças polêmicas com certos partidos ou coligações”, diz Reid, citando separatistas do Eh Bildu, do País Basco, e a Esquerda Republicana, da Catalunha. “Os socialistas não gostaram dessas alianças e o risco agora é que eles não saiam para votar.”

Outra dificuldade para o governo é o atual embate interno do Podemos, que desestabiliza a esquerda. O fundador do partido, Pablo Iglesias, prefere apoiar Sánchez, mas Yolanda Díaz, comumente vista como sua sucessora, tem ambições próprias para La Moncloa, a sede do governo espanhol.

O socialismo perdeu o controle em seis das doze comunidades autônomas, como Andaluzia, Aragão, Valência e Rioja. Contudo, o PP precisará se unir ao Vox para governar em cinco delas: Aragão, Valência, Cantabria, Baleares e Extremadura.

“Há o risco de que a derrota esteja fresca na cabeça das pessoas, mas a grande questão é se os eleitores socialistas irão normalizar o apoio aos partidos separatistas e se mobilizarão para votar”, afirma Reid. Já a direita parece ter conseguido essa mobilização, sob a ideia de “revogar o sanchismo”.

Há também, é claro, o aumento do custo de vida no país, potencializado pela Guerra da Ucrânia. Em 2019, a inflação na Espanha foi de 0,7% para todo o ano, enquanto em 2022 o número saltou para 8,39%. Uma reunião do governo para analisar os resultados foi realizada nesta segunda. Segundo o diário ABC, fontes disseram que não imaginavam uma derrota eleitoral de tal magnitude e que perderam o aspecto nacional da campanha.

Para El País, principal jornal da Espanha, “Sánchez, acostumado a decisões arriscadas ao longo de sua carreira, optou pela mais perigosa de todas, mas também a única que ninguém esperava na noite das eleições”. “O presidente [no país europeu, o cargo de premiê é chamado de presidente do governo] coloca os eleitores, sobretudo os progressistas, na posição de terem de decidir quase imediatamente se querem consolidar o resultado das eleições regionais e municipais, que entregam quase todo o poder ao PP e ao Vox, e de permitirem que isso chegue à Moncloa [sede do governo] ou se mobilizarem para evitá-lo.”

Nas eleições gerais, os espanhóis votarão em partidos, que, por sua vez, indicarão os deputados de sua preferência. O partido ou a coalizão que conquistar a maioria de 176 cadeiras estará apto a indicar o nome do primeiro-ministro. Sánchez concorrerá novamente ao cargo após cinco anos no poder, que se completam nesta semana.

IVAN FINOTTI / Folhapress

COMPARTILHAR:

spot_img
spot_img

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTICIAS RELACIONADAS

Thmais
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.