Warning: Undefined array key 0 in /var/www/vhosts/4x4dev.com.br/httpdocs/thmais/wp-content/themes/Newspaper-child/functions.php on line 690

Warning: Undefined array key 0 in /var/www/vhosts/4x4dev.com.br/httpdocs/thmais/wp-content/themes/Newspaper-child/functions.php on line 690
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio
spot_img

compartilhar:

O MPF (Ministério Público Federal) afirmou na última sexta-feira (1º) que o pedido de desculpas feito pelo Banco do Brasil por seu papel na escravidão não é suficiente para reparação histórica e que, embora valorize a iniciativa, essa não pode ser a única medida.

O posicionamento consta em despacho assinado pelos procuradores regionais dos direitos do cidadão Julio José Araujo Junior, Jaime Mitropoulos e Aline Mancino da Luz Caixeta, que analisam os desdobramentos do inquérito civil para apurar o vínculo do BB com o tráfico de pessoas negras escravizadas no século 19.

No documento, o órgão diz que o banco “quebrou o silêncio sobre sua própria história”, contribuindo para o debate público sobre os efeitos da escravidão. No entanto, ressalta a necessidade de aprofundar a reflexão sobre o tema.

“O pedido de desculpas já foi realizado, com ótima recepção de toda a sociedade brasileira. Mas não pode ser a única medida”, diz.

“No campo da pesquisa histórica, há questões a serem esclarecidas e vínculos a serem elucidados, não com um fim persecutório, mas para que possamos melhor compreender a formação do Estado brasileiro e nossa sociedade altamente hierarquizada e racista”, continua.

No dia 18 de novembro, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, pediu perdão ao povo negro pela atuação da entidade durante a escravidão. A declaração foi feita por meio de uma nota em resposta ao MPF.

“Direta ou indiretamente, toda a sociedade brasileira deveria pedir desculpas ao povo negro por algum tipo de participação naquele momento triste da história. Nesse contexto, o Banco do Brasil de hoje pede perdão ao povo negro pelas suas versões predecessoras e trabalha intensamente para enfrentar o racismo estrutural no país”, disse Tarciana, que é a primeira mulher negra a presidir a instituição.

O banco também destacou que tem uma atuação em prol da diversidade e que realiza ações neste sentido. Dentre as medidas, ressaltou uma cláusula de fomento à diversidade em contratos com fornecedores, além da promoção de workshops e prêmios no mesmo âmbito.

Citou também a criação de um edital de empoderamento socioeconômico de mulheres negras, que apoia o fortalecimento institucional das organizações sociais e empreendimentos econômicos solidários urbanos e rurais de mulheres negras.

Procurado, o BB disse que seu posicionamento está expresso no ofício entregue ao MPF no último dia 22 e na carta dirigida aos movimentos negros.

No novo despacho, os procuradores afirmam que as iniciativas apresentadas pelo banco estão aquém dos objetivos da reparação, pois são limitadas no tempo e não enfrentam problemas estruturais.

Segundo o MPF, há um campo de estudos que ainda precisa ser explorado para detalhar o cenário sobre a relação do banco com a escravidão e o tráfico transatlântico e que as medidas levadas ao inquérito merecem aprofundamento e ampla efetividade.

Para discutir a reparação, os procuradores sugerem a criação de uma plataforma de pesquisas sobre o tema, o adequado tratamento da história “oficial”, o financiamento de iniciativas de história pública e de material didático para ampla divulgação. Defendem também que exposições e publicações sobre essa história são fundamentais.

Em segundo lugar, o órgão fala no desafio de enfrentar a racialização das atividades do banco como aspecto central e constituinte em sua atuação.

“Já não se trata mais de avançar em programas específicos ou focais, e sim de repensar a própria forma como o banco encara os temas e acelera a sua transformação em prol de uma agenda de reparação de sua própria história”, diz.

O MPF também considera ser necessário discutir com a sociedade brasileira um programa de reparação específico sobre o tema. Nesse sentido, diz ser fundamental a escuta da população negra por meio de audiências públicas e outras formas de diálogo.

Nesse contexto, determina a abertura de uma consulta pública para que pessoas, entidades e movimentos sociais se manifestem em até 60 dias sobre o inquérito e apresentem propostas sobre as formas como essa reparação da escravidão deve ser feita.

Por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro, o MPF também solicita a manifestação do Banco do Brasil, no prazo de 20 dias, sobre o despacho que as informações “ainda não abrangidas pelas respostas apresentadas”.

Dá também 20 dias para a manifestação aos Ministérios de Direitos Humanos e Cidadania e da Igualdade Racial sobre as questões mencionadas no inquérito, sobretudo em relação ao plano de ação mencionado na manifestação do banco.

Determina ainda o agendamento de uma reunião com a direção executiva do Banco do Brasil para a próxima segunda-feira (11), em Brasília.

Desde que abriu o inquérito, o MPF realizou em 27 de outubro uma reunião com representantes do BB, pesquisadores e órgãos como os Ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e Cidadania para tratar do caso.

Na ocasião, os historiadores apresentaram estudos e percepções em relação ao banco ter se beneficiado, no passado, do tráfico de pessoas negras escravizadas. Os representantes do BB, por sua vez, destacaram que a análise deve considerar o contexto histórico, social, econômico, jurídico e cultural daquele período.

Em 18 de novembro, o MPF realizou, na quadra da escola de samba Portela, no Rio, a audiência pública “Consciência Negra e Reparação da Escravidão” para discutir a reparação para a população negra pelo período da escravidão no Brasil.

No evento, o banco divulgou o comunicado contendo o pedido perdão ao povo negro e um conjunto de medidas com o objetivo de promover a igualdade e a inclusão étnico-racial e combater o racismo estrutural no país.

NATHALIA GARCIA / Folhapress

Pedido de desculpas não é suficiente, diz MPF sobre reparação do BB por papel na escravidão

O MPF (Ministério Público Federal) afirmou na última sexta-feira (1º) que o pedido de desculpas feito pelo Banco do Brasil por seu papel na escravidão não é suficiente para reparação histórica e que, embora valorize a iniciativa, essa não pode ser a única medida.

O posicionamento consta em despacho assinado pelos procuradores regionais dos direitos do cidadão Julio José Araujo Junior, Jaime Mitropoulos e Aline Mancino da Luz Caixeta, que analisam os desdobramentos do inquérito civil para apurar o vínculo do BB com o tráfico de pessoas negras escravizadas no século 19.

- Advertisement -anuncio

No documento, o órgão diz que o banco “quebrou o silêncio sobre sua própria história”, contribuindo para o debate público sobre os efeitos da escravidão. No entanto, ressalta a necessidade de aprofundar a reflexão sobre o tema.

“O pedido de desculpas já foi realizado, com ótima recepção de toda a sociedade brasileira. Mas não pode ser a única medida”, diz.

“No campo da pesquisa histórica, há questões a serem esclarecidas e vínculos a serem elucidados, não com um fim persecutório, mas para que possamos melhor compreender a formação do Estado brasileiro e nossa sociedade altamente hierarquizada e racista”, continua.

No dia 18 de novembro, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, pediu perdão ao povo negro pela atuação da entidade durante a escravidão. A declaração foi feita por meio de uma nota em resposta ao MPF.

“Direta ou indiretamente, toda a sociedade brasileira deveria pedir desculpas ao povo negro por algum tipo de participação naquele momento triste da história. Nesse contexto, o Banco do Brasil de hoje pede perdão ao povo negro pelas suas versões predecessoras e trabalha intensamente para enfrentar o racismo estrutural no país”, disse Tarciana, que é a primeira mulher negra a presidir a instituição.

O banco também destacou que tem uma atuação em prol da diversidade e que realiza ações neste sentido. Dentre as medidas, ressaltou uma cláusula de fomento à diversidade em contratos com fornecedores, além da promoção de workshops e prêmios no mesmo âmbito.

Citou também a criação de um edital de empoderamento socioeconômico de mulheres negras, que apoia o fortalecimento institucional das organizações sociais e empreendimentos econômicos solidários urbanos e rurais de mulheres negras.

Procurado, o BB disse que seu posicionamento está expresso no ofício entregue ao MPF no último dia 22 e na carta dirigida aos movimentos negros.

No novo despacho, os procuradores afirmam que as iniciativas apresentadas pelo banco estão aquém dos objetivos da reparação, pois são limitadas no tempo e não enfrentam problemas estruturais.

Segundo o MPF, há um campo de estudos que ainda precisa ser explorado para detalhar o cenário sobre a relação do banco com a escravidão e o tráfico transatlântico e que as medidas levadas ao inquérito merecem aprofundamento e ampla efetividade.

Para discutir a reparação, os procuradores sugerem a criação de uma plataforma de pesquisas sobre o tema, o adequado tratamento da história “oficial”, o financiamento de iniciativas de história pública e de material didático para ampla divulgação. Defendem também que exposições e publicações sobre essa história são fundamentais.

Em segundo lugar, o órgão fala no desafio de enfrentar a racialização das atividades do banco como aspecto central e constituinte em sua atuação.

“Já não se trata mais de avançar em programas específicos ou focais, e sim de repensar a própria forma como o banco encara os temas e acelera a sua transformação em prol de uma agenda de reparação de sua própria história”, diz.

O MPF também considera ser necessário discutir com a sociedade brasileira um programa de reparação específico sobre o tema. Nesse sentido, diz ser fundamental a escuta da população negra por meio de audiências públicas e outras formas de diálogo.

Nesse contexto, determina a abertura de uma consulta pública para que pessoas, entidades e movimentos sociais se manifestem em até 60 dias sobre o inquérito e apresentem propostas sobre as formas como essa reparação da escravidão deve ser feita.

Por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro, o MPF também solicita a manifestação do Banco do Brasil, no prazo de 20 dias, sobre o despacho que as informações “ainda não abrangidas pelas respostas apresentadas”.

Dá também 20 dias para a manifestação aos Ministérios de Direitos Humanos e Cidadania e da Igualdade Racial sobre as questões mencionadas no inquérito, sobretudo em relação ao plano de ação mencionado na manifestação do banco.

Determina ainda o agendamento de uma reunião com a direção executiva do Banco do Brasil para a próxima segunda-feira (11), em Brasília.

Desde que abriu o inquérito, o MPF realizou em 27 de outubro uma reunião com representantes do BB, pesquisadores e órgãos como os Ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e Cidadania para tratar do caso.

Na ocasião, os historiadores apresentaram estudos e percepções em relação ao banco ter se beneficiado, no passado, do tráfico de pessoas negras escravizadas. Os representantes do BB, por sua vez, destacaram que a análise deve considerar o contexto histórico, social, econômico, jurídico e cultural daquele período.

Em 18 de novembro, o MPF realizou, na quadra da escola de samba Portela, no Rio, a audiência pública “Consciência Negra e Reparação da Escravidão” para discutir a reparação para a população negra pelo período da escravidão no Brasil.

No evento, o banco divulgou o comunicado contendo o pedido perdão ao povo negro e um conjunto de medidas com o objetivo de promover a igualdade e a inclusão étnico-racial e combater o racismo estrutural no país.

NATHALIA GARCIA / Folhapress

COMPARTILHAR:

spot_img
spot_img

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTICIAS RELACIONADAS

Thmais
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.