Warning: Undefined array key 0 in /var/www/vhosts/4x4dev.com.br/httpdocs/thmais/wp-content/themes/Newspaper-child/functions.php on line 690

Warning: Undefined array key 0 in /var/www/vhosts/4x4dev.com.br/httpdocs/thmais/wp-content/themes/Newspaper-child/functions.php on line 690
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio
spot_img

compartilhar:

Vaca profana, põe teus cornos

Pra fora e acima da manada

(Caetano Veloso)

Na Academia Araçatubense de Letras, trabalho diretamente com o escritor: com o Grupo Experimental e com a editora da entidade. Entre nós, não há nenhum são, mas alguns mais doidos do que os outros.

No meio dos vários membros, há aqueles que chegaram até o Grupo Experimental por recomendação médica. Você precisa ter um hobby, botar suas angústias pra fora, deixar o coração tomar conta de seu corpo. E lá estão!

O problema é que o poeta Tito Damazo, fã incondicional de João Cabral, fala descaradamente: para fazer poesia não precisa inspiração, nem coração (estou exagerando). Aí escuto um bochicho na plateia: “não liga não, o Tito é outro doido da turma!”   

Hoje escreve-se menos poemas, por exemplo, mas o problema não é a internet, como afirmam as teses mais rasas. A causa maior são os remédios que os psicóticos tomam atualmente.

Em vez de fazer arte, escrever, pintar (como se fazia antigamente), a pessoa vai à farmácia, ao psiquiatra. Em vez de matar alguém, faça um poema, pinte um quadro.

Charles Bukowski (1920-1994), escritor norte-americano de origem alemã, escreveu um livro chamado “Escrever para não enlouquecer”, que pode ser encontrado no Amazon. Ler também tem a mesma função. Deu insônia, vá ler que o sono chega. O resultado de tudo isso é a catarse: alívio prazeroso.

Mas não é só isso, a literatura tem mais funções: os estudiosos da área costumam dividi-las em cinco grupos — catártica, estética, cognitiva, político-social e lúdica.

ESTÉTICA: o escritor deve construir o seu texto com beleza que leva o leitor ao encantamento. Que coisa mais linda!

COGNITIVA: tanto escrever como ler leva escritor e leitor à reflexão, chegam a aprender sozinho. De repente, o cara é um filósofo, formata o cérebro para a escrita.

POLÍTICO-SOCIAL: o escritor transmite ao leitor a sua ideologia, suas experiências na sociedade com o ato de escrever; aprender a criar personagens, a lidar com a diversidade.   O leitor aprende a ver que cada pessoa é diferente, cada povo com sua cultura, passa a ter uma visão plural de mundo.  

LÚDICA: não só para a criança, também para o adulto, a leitura é um passatempo. Romances policiais, histórias encantadoras. E ao escrever, o escritor também vai rindo com suas construções. Escrever não é se martirizar.

DETALHANDO, ESCREVER E LER: reduz os sintomas de ansiedade e depressão; melhora o funcionamento imunológico, reduz o estresse físico; reduz o medo; melhora as funções cognitivas; ajuda a obter uma nova perspectiva sobre uma situação difícil; melhora relacionamentos.

Para ser escritor, literatura no sentido artístico (poemas, crônicas, contos, romances), não precisa fazer curso de letras. A pessoa precisa ter uma visão mais ampla do mundo, mais plural, aceitar o outro como é, viver e deixar o outro a viver também. Ter a cabeça acima da manada, ser vaca profana.

A função terapêutica da literatura

Hélio Consolaro
Hélio Consolaro
Hélio Consolaro, professor, jornalista e escritor, 75 anos. Oito livros publicados. Membro da Academia Araçatubense de Letras, foi vereador e secretário municipal de Cultura por oito anos.

Vaca profana, põe teus cornos

Pra fora e acima da manada

(Caetano Veloso)

Na Academia Araçatubense de Letras, trabalho diretamente com o escritor: com o Grupo Experimental e com a editora da entidade. Entre nós, não há nenhum são, mas alguns mais doidos do que os outros.

No meio dos vários membros, há aqueles que chegaram até o Grupo Experimental por recomendação médica. Você precisa ter um hobby, botar suas angústias pra fora, deixar o coração tomar conta de seu corpo. E lá estão!

- Advertisement -anuncio

O problema é que o poeta Tito Damazo, fã incondicional de João Cabral, fala descaradamente: para fazer poesia não precisa inspiração, nem coração (estou exagerando). Aí escuto um bochicho na plateia: “não liga não, o Tito é outro doido da turma!”   

Hoje escreve-se menos poemas, por exemplo, mas o problema não é a internet, como afirmam as teses mais rasas. A causa maior são os remédios que os psicóticos tomam atualmente.

Em vez de fazer arte, escrever, pintar (como se fazia antigamente), a pessoa vai à farmácia, ao psiquiatra. Em vez de matar alguém, faça um poema, pinte um quadro.

Charles Bukowski (1920-1994), escritor norte-americano de origem alemã, escreveu um livro chamado “Escrever para não enlouquecer”, que pode ser encontrado no Amazon. Ler também tem a mesma função. Deu insônia, vá ler que o sono chega. O resultado de tudo isso é a catarse: alívio prazeroso.

Mas não é só isso, a literatura tem mais funções: os estudiosos da área costumam dividi-las em cinco grupos — catártica, estética, cognitiva, político-social e lúdica.

ESTÉTICA: o escritor deve construir o seu texto com beleza que leva o leitor ao encantamento. Que coisa mais linda!

COGNITIVA: tanto escrever como ler leva escritor e leitor à reflexão, chegam a aprender sozinho. De repente, o cara é um filósofo, formata o cérebro para a escrita.

POLÍTICO-SOCIAL: o escritor transmite ao leitor a sua ideologia, suas experiências na sociedade com o ato de escrever; aprender a criar personagens, a lidar com a diversidade.   O leitor aprende a ver que cada pessoa é diferente, cada povo com sua cultura, passa a ter uma visão plural de mundo.  

LÚDICA: não só para a criança, também para o adulto, a leitura é um passatempo. Romances policiais, histórias encantadoras. E ao escrever, o escritor também vai rindo com suas construções. Escrever não é se martirizar.

DETALHANDO, ESCREVER E LER: reduz os sintomas de ansiedade e depressão; melhora o funcionamento imunológico, reduz o estresse físico; reduz o medo; melhora as funções cognitivas; ajuda a obter uma nova perspectiva sobre uma situação difícil; melhora relacionamentos.

Para ser escritor, literatura no sentido artístico (poemas, crônicas, contos, romances), não precisa fazer curso de letras. A pessoa precisa ter uma visão mais ampla do mundo, mais plural, aceitar o outro como é, viver e deixar o outro a viver também. Ter a cabeça acima da manada, ser vaca profana.

COMPARTILHAR:

spot_img
spot_img

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTICIAS RELACIONADAS

Thmais
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.