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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Esse livro é um grito de liberdade: eu existo”, declarou Fatima Daas, escritora argelina e muçulmana praticante, criada no subúrbio parisiense.

Na Feira do Livro, ela lamentou o olhar racista que ainda recebe do publico francês, apesar de seu livro vender bem no país, e afirmou que escuta com frequência que deveria deixar sua religião ou agradecer a França por tê-la recebido. “Agradecer pelo seu colonialismo?” ironizou.

Seu romance “A Última Filha” (Bazar do Tempo, 2023) mistura autoficção e poesia para explorar a descoberta da homossexualidade da personagem, Fátima, de família muçulmana praticante.

Fatima, seu pseudônimo e nome da personagem, não foi escolhido por acaso: o nome carrega forte simbolismo no islamismo, ligado a um bom exemplo de mulher.

“Quis criar uma personagem imperfeita, mas com quem as pessoas conseguem criar uma ligação”, explicou. Assim, Fatima precisa enfrentar o fardo de eventualmente decepcionar sua família para perseguir seu desejo por libertação.

Daas conta que escreveu a história pela necessidade de falar sobre a homossexualidade dentro do Islã, mas gostaria que a obra não fosse rotulada como autobiográfica. “Queria que fosse reconhecida simplesmente como um texto que consegui terminar. Eu discuto temas íntimos e profundos, mas contando a minha história também falo da realidade de muitos filhos de imigrantes na França.”

“Minha personagem é lésbica e mora na periferia parisiense, mas ao mesmo tempo desconstrói a ideia de identidade”. O sentimento de solidão por não poder falar com a família e amigos sobre sua sexualidade é central no livro, assim como a relação entre mãe e filha.

“Existe muito amor no silêncio entre as duas. Eu entendi que o amor pode ser representado em uma refeição preparada por horas e em conjunto, por exemplo”, contou, apresentando ao publico o que considera “apaziguamento e serenidade” na relação de ambas.

A escritora dividiu a mesa com Diogo Bercito, autor de “Brimos” (Fósforo, 2022), que traz uma ficção baseada em pesquisas reais sobre a imigração sírio-libanesa no Brasil. No livro, o personagem principal também é homossexual -o que Bercito considera uma tentativa de devolver a narrativa aos imigrantes LGBTQIA+ que existiram, mas não são relatados.

O texto de “A Última Filha” traz em sua composição a musicalidade da língua árabe, que Daas considera uma tentativa de reconciliação com sua primeira língua -ao passo em que ela tenta se apropriar do francês, ao utiliza-lo para escrever o livro.

No caso da imigração árabe no Brasil, Bercito completou que houve uma decisão consciente de deixar o uso da língua -fato que considerou triste- para forçar uma integração mais acelerada.

Daas concluiu lamentando que, por diversas vezes, sua lesbianidade foi desconsiderada na França devido a sua decisão de continuar seguindo o Islã.

“Eu não queria ser lésbica, porque para o Islã é pecado. Mas percebi que renunciar quem eu sou estava atrapalhando minha religiosidade”, disse. Hoje, relacionando-se livremente com outras mulheres, a autora diz conseguir agradecer a Deus com mais sinceridade.

Horas antes, no Espaço Folhinha, o violão de Hélio Ziskind em “Vitamina Tutti Frutti” foi acompanhado por palmas de pais e crianças que lotavam o local, na tarde deste sábado.

O compositor dos seriados infantis “Castelo Rá-Tim-Bum” e “Cocoricó” falou que o som dos fonemas, muito explorados em suas canções, ajudam a incentivar o interesse pelas palavras e, consequentemente, pela leitura.

Além de educar, como faz “Pé de Feijão” ao ensinar o que é metáfora, Hélio defendeu que as musicas ajudam também a moldar o vinculo entre a criança e sua família, além de promover a descoberta de gostos pessoais.

Ao cantar o sucesso “Ratinho Tomando Banho”, clássica de “Castelo Rá-Tim-Bum”, muitos adultos presentes fizeram coro com o músico, enquanto as crianças capricharam nas palminhas. Mesmo efeito se repetiu nas músicas “Chuva, Chuvisco, Chuvarada” e “Tu tu tu Tupi”.

Ziskind criticou os programas infantis com foco comercial que, segundo ele, pensam pouco no conteúdo que é transmitido -preocupação constante das editoras, fato que o levou a celebrar a aproximação das musicas infantis com o mundo editorial.

Leila, leitora mirim da Folhinha, quis saber quais foram a primeira e última musicas do compositor. “Saquinho Plástico” e “Blackinho Poderoso” foram relembradas, com direito a palhinha da primeira. Já Dudu pediu a música “Baião Balaio”, acompanhada com euforia pelas crianças.

ALESSANDRA MONTERASTELLI / Folhapress

Fatima Daas denuncia colonialismo francês e diz que seu livro é libertário

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Esse livro é um grito de liberdade: eu existo”, declarou Fatima Daas, escritora argelina e muçulmana praticante, criada no subúrbio parisiense.

Na Feira do Livro, ela lamentou o olhar racista que ainda recebe do publico francês, apesar de seu livro vender bem no país, e afirmou que escuta com frequência que deveria deixar sua religião ou agradecer a França por tê-la recebido. “Agradecer pelo seu colonialismo?” ironizou.

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Seu romance “A Última Filha” (Bazar do Tempo, 2023) mistura autoficção e poesia para explorar a descoberta da homossexualidade da personagem, Fátima, de família muçulmana praticante.

Fatima, seu pseudônimo e nome da personagem, não foi escolhido por acaso: o nome carrega forte simbolismo no islamismo, ligado a um bom exemplo de mulher.

“Quis criar uma personagem imperfeita, mas com quem as pessoas conseguem criar uma ligação”, explicou. Assim, Fatima precisa enfrentar o fardo de eventualmente decepcionar sua família para perseguir seu desejo por libertação.

Daas conta que escreveu a história pela necessidade de falar sobre a homossexualidade dentro do Islã, mas gostaria que a obra não fosse rotulada como autobiográfica. “Queria que fosse reconhecida simplesmente como um texto que consegui terminar. Eu discuto temas íntimos e profundos, mas contando a minha história também falo da realidade de muitos filhos de imigrantes na França.”

“Minha personagem é lésbica e mora na periferia parisiense, mas ao mesmo tempo desconstrói a ideia de identidade”. O sentimento de solidão por não poder falar com a família e amigos sobre sua sexualidade é central no livro, assim como a relação entre mãe e filha.

“Existe muito amor no silêncio entre as duas. Eu entendi que o amor pode ser representado em uma refeição preparada por horas e em conjunto, por exemplo”, contou, apresentando ao publico o que considera “apaziguamento e serenidade” na relação de ambas.

A escritora dividiu a mesa com Diogo Bercito, autor de “Brimos” (Fósforo, 2022), que traz uma ficção baseada em pesquisas reais sobre a imigração sírio-libanesa no Brasil. No livro, o personagem principal também é homossexual -o que Bercito considera uma tentativa de devolver a narrativa aos imigrantes LGBTQIA+ que existiram, mas não são relatados.

O texto de “A Última Filha” traz em sua composição a musicalidade da língua árabe, que Daas considera uma tentativa de reconciliação com sua primeira língua -ao passo em que ela tenta se apropriar do francês, ao utiliza-lo para escrever o livro.

No caso da imigração árabe no Brasil, Bercito completou que houve uma decisão consciente de deixar o uso da língua -fato que considerou triste- para forçar uma integração mais acelerada.

Daas concluiu lamentando que, por diversas vezes, sua lesbianidade foi desconsiderada na França devido a sua decisão de continuar seguindo o Islã.

“Eu não queria ser lésbica, porque para o Islã é pecado. Mas percebi que renunciar quem eu sou estava atrapalhando minha religiosidade”, disse. Hoje, relacionando-se livremente com outras mulheres, a autora diz conseguir agradecer a Deus com mais sinceridade.

Horas antes, no Espaço Folhinha, o violão de Hélio Ziskind em “Vitamina Tutti Frutti” foi acompanhado por palmas de pais e crianças que lotavam o local, na tarde deste sábado.

O compositor dos seriados infantis “Castelo Rá-Tim-Bum” e “Cocoricó” falou que o som dos fonemas, muito explorados em suas canções, ajudam a incentivar o interesse pelas palavras e, consequentemente, pela leitura.

Além de educar, como faz “Pé de Feijão” ao ensinar o que é metáfora, Hélio defendeu que as musicas ajudam também a moldar o vinculo entre a criança e sua família, além de promover a descoberta de gostos pessoais.

Ao cantar o sucesso “Ratinho Tomando Banho”, clássica de “Castelo Rá-Tim-Bum”, muitos adultos presentes fizeram coro com o músico, enquanto as crianças capricharam nas palminhas. Mesmo efeito se repetiu nas músicas “Chuva, Chuvisco, Chuvarada” e “Tu tu tu Tupi”.

Ziskind criticou os programas infantis com foco comercial que, segundo ele, pensam pouco no conteúdo que é transmitido -preocupação constante das editoras, fato que o levou a celebrar a aproximação das musicas infantis com o mundo editorial.

Leila, leitora mirim da Folhinha, quis saber quais foram a primeira e última musicas do compositor. “Saquinho Plástico” e “Blackinho Poderoso” foram relembradas, com direito a palhinha da primeira. Já Dudu pediu a música “Baião Balaio”, acompanhada com euforia pelas crianças.

ALESSANDRA MONTERASTELLI / Folhapress

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