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FOLHAPRESS – “Deus não existe, então tomei seu lugar”, grita o Alto Evolucionário, tirano intergaláctico da vez em “Guardiões da Galáxia Vol. 3”. Ele é um geneticista alienígena, diretor de uma corporação espacial cujo objetivo é criar uma espécie perfeita para povoar sua Contra-Terra, uma versão melhorada da Terra.

Em certa medida, o mote do novo blockbuster da Marvel encontra eco no final do romance “Partículas Elementares”, do escritor Michel Houellebecq, no qual o leitor descobre que o livro inteiro não passa de um relato sobre a substituição da humanidade por sua evolução geneticamente perfeita.

A história do principal responsável por esta mudança, um geneticista com problemas de socialização e sexualmente reprimido, é contada até o ponto em que ele termina a pesquisa da sua vida e some do mapa -presumidamente se suicidando.

Ele não vive para ver a terra prometida -a elaboração prática de sua pesquisa teórica-, mas, diferente de Moisés, o profeta do pentateuco, talvez nunca tivesse esse desejo. O livro termina com um tributo, escrito pelo ser transumano, a todas as imperfeições, paradoxos e tristezas que morreram conosco.

Da mesma forma, os experimentos do vilão do novo “Guardiões da Galáxia” são contra a lei intergaláctica, mas isso não o impede de criar e destruir populações inteiras a cada tentativa frustrada.

Ele é também o responsável pelas experiências que levaram à criação de Rocket Raccoon, o guaxinim biônico com uma das maiores inteligências do universo Marvel. É uma inteligência que permite que o Alto Evolucionário consiga finalmente dar um importante passo para a realização de seu objetivo.

Mas o guaxinim entende que, apesar de genial, não passa de um esboço descartável e que ele também nunca verá a terra prometida. Então, decide fugir antes de seu sacrifício e acaba se juntando à trupe dos Guardiões.

James Gunn, o diretor, quase não teve a chance de finalizar a trilogia que catapultou sua carreira dentro do estúdio Marvel. Depois que tweets antigos com piadocas sobre pedofilia vieram à tona, o todo-poderoso produtor executivo da Marvel, Kevin Feige, pediu sua cabeça para acalmar as têmporas de acionistas da Disney.

Ele acabou na Warner, escrevendo e dirigindo a continuação com classificação indicativa de 18 anos de “O Esquadrão Suicida” para a concorrente DC. Gunn pode ser creditado como o principal responsável pela mudança definitiva no processo de aperfeiçoamento da fórmula Marvel.

Ele pegou um núcleo de personagens risíveis da editora e os transformou em um fenômeno com seu cinema irônico, autorreferente e escatológico.

O primeiro filme da série, de 2014, foi recebido como a promessa de um cinema autoral dentro das já aparentes restrições do estúdio, mas o tempo mostrou que tudo não passou de um esboço para um plano maior, que absorveria e obliteraria sua contribuição original ao nível do simulacro.

Como Rocket Raccoon, Gunn foi um experimento feliz, mas imperfeito e, portanto, descartável. Um esquisito, como o descrito na música “Creep” que o guaxinim canta na primeira cena do filme -antes de voltar a ser caçado pelo Alto Evolucionário para que seu cérebro seja extirpado de seu corpo e sua inteligência seja estudada e integrada à nova espécie.

A saída nestes casos, como diz o filme, é parar de fugir e ir atrás de vingança. “Guardiões da Galáxia Vol. 3” vai aos limites da bastante limitada fórmula Marvel. É provavelmente o seu filme mais violento, com menos ironia gratuita e com mais sensação de finalização do arco narrativo entre as suas personagens.

O filme é guiado pela história de Rocket, que, embora seja um guaxinim, é o personagem mais humano do estúdio. Sua origem traumática e comportamento problemático afloram através de ressentimentos e angústias palpáveis. A história sempre foi sobre ele.

Naquele que aparenta ser o início do apagar das luzes de todo o fenômeno Marvel, temos um tributo a todas as imperfeições, paradoxos e tristezas que um cineasta com um pouco de liberdade conseguiu criar nas condições do estúdio.

As cenas pós-créditos não prometem tanto quanto já prometeram. Um alívio.

GUARDIÕES DA GALÁXIA VOL. 3

Avaliação Bom

Onde Nos cinemas

Classificação 10 anos

Elenco Chris Pratt, Zoë Saldaña, Karen Gillan

Produção Estados Unidos, 2023

Direção James Gunn

JOÃO MONTANARO / Folhapress

‘Guardiões da Galáxia’ chega ao fim e mata a autoria de James Gunn

FOLHAPRESS – “Deus não existe, então tomei seu lugar”, grita o Alto Evolucionário, tirano intergaláctico da vez em “Guardiões da Galáxia Vol. 3”. Ele é um geneticista alienígena, diretor de uma corporação espacial cujo objetivo é criar uma espécie perfeita para povoar sua Contra-Terra, uma versão melhorada da Terra.

Em certa medida, o mote do novo blockbuster da Marvel encontra eco no final do romance “Partículas Elementares”, do escritor Michel Houellebecq, no qual o leitor descobre que o livro inteiro não passa de um relato sobre a substituição da humanidade por sua evolução geneticamente perfeita.

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A história do principal responsável por esta mudança, um geneticista com problemas de socialização e sexualmente reprimido, é contada até o ponto em que ele termina a pesquisa da sua vida e some do mapa -presumidamente se suicidando.

Ele não vive para ver a terra prometida -a elaboração prática de sua pesquisa teórica-, mas, diferente de Moisés, o profeta do pentateuco, talvez nunca tivesse esse desejo. O livro termina com um tributo, escrito pelo ser transumano, a todas as imperfeições, paradoxos e tristezas que morreram conosco.

Da mesma forma, os experimentos do vilão do novo “Guardiões da Galáxia” são contra a lei intergaláctica, mas isso não o impede de criar e destruir populações inteiras a cada tentativa frustrada.

Ele é também o responsável pelas experiências que levaram à criação de Rocket Raccoon, o guaxinim biônico com uma das maiores inteligências do universo Marvel. É uma inteligência que permite que o Alto Evolucionário consiga finalmente dar um importante passo para a realização de seu objetivo.

Mas o guaxinim entende que, apesar de genial, não passa de um esboço descartável e que ele também nunca verá a terra prometida. Então, decide fugir antes de seu sacrifício e acaba se juntando à trupe dos Guardiões.

James Gunn, o diretor, quase não teve a chance de finalizar a trilogia que catapultou sua carreira dentro do estúdio Marvel. Depois que tweets antigos com piadocas sobre pedofilia vieram à tona, o todo-poderoso produtor executivo da Marvel, Kevin Feige, pediu sua cabeça para acalmar as têmporas de acionistas da Disney.

Ele acabou na Warner, escrevendo e dirigindo a continuação com classificação indicativa de 18 anos de “O Esquadrão Suicida” para a concorrente DC. Gunn pode ser creditado como o principal responsável pela mudança definitiva no processo de aperfeiçoamento da fórmula Marvel.

Ele pegou um núcleo de personagens risíveis da editora e os transformou em um fenômeno com seu cinema irônico, autorreferente e escatológico.

O primeiro filme da série, de 2014, foi recebido como a promessa de um cinema autoral dentro das já aparentes restrições do estúdio, mas o tempo mostrou que tudo não passou de um esboço para um plano maior, que absorveria e obliteraria sua contribuição original ao nível do simulacro.

Como Rocket Raccoon, Gunn foi um experimento feliz, mas imperfeito e, portanto, descartável. Um esquisito, como o descrito na música “Creep” que o guaxinim canta na primeira cena do filme -antes de voltar a ser caçado pelo Alto Evolucionário para que seu cérebro seja extirpado de seu corpo e sua inteligência seja estudada e integrada à nova espécie.

A saída nestes casos, como diz o filme, é parar de fugir e ir atrás de vingança. “Guardiões da Galáxia Vol. 3” vai aos limites da bastante limitada fórmula Marvel. É provavelmente o seu filme mais violento, com menos ironia gratuita e com mais sensação de finalização do arco narrativo entre as suas personagens.

O filme é guiado pela história de Rocket, que, embora seja um guaxinim, é o personagem mais humano do estúdio. Sua origem traumática e comportamento problemático afloram através de ressentimentos e angústias palpáveis. A história sempre foi sobre ele.

Naquele que aparenta ser o início do apagar das luzes de todo o fenômeno Marvel, temos um tributo a todas as imperfeições, paradoxos e tristezas que um cineasta com um pouco de liberdade conseguiu criar nas condições do estúdio.

As cenas pós-créditos não prometem tanto quanto já prometeram. Um alívio.

GUARDIÕES DA GALÁXIA VOL. 3

Avaliação Bom

Onde Nos cinemas

Classificação 10 anos

Elenco Chris Pratt, Zoë Saldaña, Karen Gillan

Produção Estados Unidos, 2023

Direção James Gunn

JOÃO MONTANARO / Folhapress

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