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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Bastaram poucos acordes da “Sinfonia nº 6” de Johann Christian Bach para renovar, no público presente à Sala São Paulo na noite de terça-feira (6), o impacto único e insubstituível da música ao vivo.

Não há forma virtual de escuta capaz de dar conta do som de um grupo como a Camerata Salzburg. Dirigida por seu spalla (primeiro violino), Giovanni Guzzo, que também atuou como solista no “Concerto nº 5” de Mozart, a apresentação abriu a temporada internacional Cultura Artística 2023. O grupo ainda se apresenta na noite desta quinta-feira (8) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Níveis sutis de variação de intensidade sonora eram desenhados no espaço; vibratos e ornamentos entravam precisos em ataque e idênticos em velocidade; afetos e suas transformações caracterizavam-se com clareza, num trânsito entre energia e doçura.

Nascido em Leipzig, filho caçula do grande Johann Sebastian Bach, Christian tinha 15 anos quando o pai morreu. Foi a Berlim estudar com o irmão mais velho, seguindo mais tarde uma carreira de sucesso em Milão, Turim e Londres, onde passou o resto de seus dias.

Ele é a conexão entre a família Bach e a família Mozart –levado à Inglaterra aos oito anos de idade, em 1764 –numa das muitas viagens de estudos e apresentações como virtuose prodígio organizadas na infância pelo pai–, o jovem Mozart passou tempo suficiente com o filho de Bach para que isso deixasse marcas em seu estilo adulto.

Assim como Mozart, Christian Bach foi um bem-sucedido autor de óperas, e essa teatralidade dramática impregna a produção sinfônica de ambos, o que faz de Johann Christian um precursor direto de Wolfgang Amadeus.

O som das cordas do grupo austríaco na primeira obra do programa foi tão empolgante que chegou a esconder um pouco o oboé no movimento final, mas os sopros –tendo na flauta Jessica Dalsant, ex-integrante da Osesp– começaram a ter mais presença no “Concerto para Violino” de Mozart.

Foi incrível a entrada do solista no primeiro movimento. Mozart mostra raro poder de síntese, já que nenhuma informação é exposta desnecessariamente mais de uma vez. Há términos de frases súbitos, divertidos, e a surpresa final é uma seção em estilo oriental, bem rítmica, com um espetacular efeito de crescendo-decrescendo. Como bis, Guzzo tocou a “Sarabanda” da “Partita nº 2” para violino solo de J. S. Bach, o pai.

Criada na cidade natal de Mozart em 1952, a Camerata Salzburg teve apenas seis regentes titulares oficiais, e desde 2016 atua sem um diretor musical fixo. O último deles foi Louis Langré, convidado frequente e especial da Osesp, e que regeu aqui Ives e Rachmaninov em março passado.

O programa fechou com a mais mozartiana das sinfonias de Franz Schubert, a nº 5. Nela, o vienense chega a ser mais mozartiano do que Mozart, amparado pela forma da “Sinfonia nº 40” do antecessor, embora com menos malícia.

Mas a cada movimento que segue Schubert passa a somar a sua experiência particular, seu próprio humor e, no “Minueto” (terceiro movimento), revela o tanto que nos poderia oferecer um Mozart que tivesse ouvido Beethoven.

A sensação do público à saída era de alegria e jovialidade; de fato, o programa trouxe apenas partituras escritas por gente jovem –Christian Bach viveu só 46 anos, Mozart, 35, e Schubert, 31.

Esta deve ser a última temporada Cultura Artística na Sala São Paulo, já que as obras de reconstrução do teatro –destruído por um incêndio em 2008– estão em fase final e a inauguração deverá ocorrer em 2024.

A próxima atração será o duo de clarinete e piano formado por Andreas Ottensamer e Alessio Bax (dias 20 e 21 de junho). Como destaques no segundo semestre estão programados recitais dos pianistas András Schiff (setembro) e Maria João Pires (outubro).

CAMERATA SALZBURG

Quando: Qui. (8), às 18h

Onde: Theatro Municipal do Rio de Janeiro – pça. Floriano, s/n, Rio de Janeiro

Preço: R$ 50 a R$ 500

SIDNEY MOLINA / Folhapress

Música jovial da Camerata Salzburg une Mozart a precursor e sucessor

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Bastaram poucos acordes da “Sinfonia nº 6” de Johann Christian Bach para renovar, no público presente à Sala São Paulo na noite de terça-feira (6), o impacto único e insubstituível da música ao vivo.

Não há forma virtual de escuta capaz de dar conta do som de um grupo como a Camerata Salzburg. Dirigida por seu spalla (primeiro violino), Giovanni Guzzo, que também atuou como solista no “Concerto nº 5” de Mozart, a apresentação abriu a temporada internacional Cultura Artística 2023. O grupo ainda se apresenta na noite desta quinta-feira (8) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

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Níveis sutis de variação de intensidade sonora eram desenhados no espaço; vibratos e ornamentos entravam precisos em ataque e idênticos em velocidade; afetos e suas transformações caracterizavam-se com clareza, num trânsito entre energia e doçura.

Nascido em Leipzig, filho caçula do grande Johann Sebastian Bach, Christian tinha 15 anos quando o pai morreu. Foi a Berlim estudar com o irmão mais velho, seguindo mais tarde uma carreira de sucesso em Milão, Turim e Londres, onde passou o resto de seus dias.

Ele é a conexão entre a família Bach e a família Mozart –levado à Inglaterra aos oito anos de idade, em 1764 –numa das muitas viagens de estudos e apresentações como virtuose prodígio organizadas na infância pelo pai–, o jovem Mozart passou tempo suficiente com o filho de Bach para que isso deixasse marcas em seu estilo adulto.

Assim como Mozart, Christian Bach foi um bem-sucedido autor de óperas, e essa teatralidade dramática impregna a produção sinfônica de ambos, o que faz de Johann Christian um precursor direto de Wolfgang Amadeus.

O som das cordas do grupo austríaco na primeira obra do programa foi tão empolgante que chegou a esconder um pouco o oboé no movimento final, mas os sopros –tendo na flauta Jessica Dalsant, ex-integrante da Osesp– começaram a ter mais presença no “Concerto para Violino” de Mozart.

Foi incrível a entrada do solista no primeiro movimento. Mozart mostra raro poder de síntese, já que nenhuma informação é exposta desnecessariamente mais de uma vez. Há términos de frases súbitos, divertidos, e a surpresa final é uma seção em estilo oriental, bem rítmica, com um espetacular efeito de crescendo-decrescendo. Como bis, Guzzo tocou a “Sarabanda” da “Partita nº 2” para violino solo de J. S. Bach, o pai.

Criada na cidade natal de Mozart em 1952, a Camerata Salzburg teve apenas seis regentes titulares oficiais, e desde 2016 atua sem um diretor musical fixo. O último deles foi Louis Langré, convidado frequente e especial da Osesp, e que regeu aqui Ives e Rachmaninov em março passado.

O programa fechou com a mais mozartiana das sinfonias de Franz Schubert, a nº 5. Nela, o vienense chega a ser mais mozartiano do que Mozart, amparado pela forma da “Sinfonia nº 40” do antecessor, embora com menos malícia.

Mas a cada movimento que segue Schubert passa a somar a sua experiência particular, seu próprio humor e, no “Minueto” (terceiro movimento), revela o tanto que nos poderia oferecer um Mozart que tivesse ouvido Beethoven.

A sensação do público à saída era de alegria e jovialidade; de fato, o programa trouxe apenas partituras escritas por gente jovem –Christian Bach viveu só 46 anos, Mozart, 35, e Schubert, 31.

Esta deve ser a última temporada Cultura Artística na Sala São Paulo, já que as obras de reconstrução do teatro –destruído por um incêndio em 2008– estão em fase final e a inauguração deverá ocorrer em 2024.

A próxima atração será o duo de clarinete e piano formado por Andreas Ottensamer e Alessio Bax (dias 20 e 21 de junho). Como destaques no segundo semestre estão programados recitais dos pianistas András Schiff (setembro) e Maria João Pires (outubro).

CAMERATA SALZBURG

Quando: Qui. (8), às 18h

Onde: Theatro Municipal do Rio de Janeiro – pça. Floriano, s/n, Rio de Janeiro

Preço: R$ 50 a R$ 500

SIDNEY MOLINA / Folhapress

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