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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Não tenho receio se dizer que abri caminhos para a comunidade LGBTQIA+ no Brasil e levei muitas pauladas”, afirma João Silvério Trevisan, na Feira do Livro. O autor de 78 anos -que diz não ter mais tempo para brincar em serviço- subiu ao palco sob fortes aplausos de uma plateia lotada no fim da tarde desta quinta-feira (8).

Questionado pelo mediador Renan Quinalha sobre o estado da comunidade LGBTQIA+ hoje, Trevisan faz questão de se levantar para um verdadeiro discurso político. “Estamos ensinando a amar”, diz. “Ir na Parada LGBT é uma experiência de democracia, e todos, inclusive quem não é LGBT, devem ir. É o único segmento que luta pelo direito de amar.”

Ele lembra que a epidemia de HIV/Aids nos anos 1980 e 1990 foi tratada como uma peste gay. “Vivíamos com a sensação de que tudo podia desabar, inclusive nosso amor”, diz. “Eu carrego a morte no meu amor.” Para ele, o caminho que a comunidade LGBTQIA+ vivia para encontrar segurança afetiva se tornou um pântano.

“No momento [de descoberta do HIV] decidi me proteger de um impacto que viria de vários setores, inclusive intelectuais”, conta, lembrando a decisão tomada em conjunto com seus irmãos de não abrir seu diagnóstico para o público.

Trevisan -que explora a masculinidade em sua obra autobiográfica que abarca o pai, em “Pai, Pai”, e o irmão, em “Meu Irmão, Eu Mesmo”-se demorou nas diferenças entre a figura paterna, alcoólatra e insensível, e a do irmão Claudio, que ele considera uma cauda do feminino carinhoso de sua mãe.

“Quando eu falei do meu pai, muita gente que nunca teve um pai alcoólatra ou abusivo me escreveu por ajudar eles a compreenderem os seus pais”, diz o autor, ressaltando que sua experiência não é única. Ele afirma que masculino pode ser salvo pelo feminino e diz que o feminismo foi essencial para sua obra, por rasgar a hegemonia da masculinidade.

A dureza da masculinidade aparece em histórias que ele classifica como sedimentares. O autor lembra um episódio em que ele, sem saber nadar, foi jogado no meio de um rio pelos primos, que riram dele e falavam: “É para você virar homem”.

Trevisan decidiu que viraria, sim, homem -mas não homem como eles. “Pai nenhum e mãe nenhuma estão preparados para criar seus filhos”, diz. O pai, “representação dolorosíssima e cruelíssima do masculino”, precisava da ajuda dele –filho mais velho decepcionante por ser, em suas palavras, um maricas- que veio na forma do perdão.

O feminino, por outro lado, é associado por Trevisan ao carinho de seu irmão, que o abraçou quando o autor comunicou ser gay, ainda nos anos 1970.

Apesar de reiterar que se considera, sim, uma referência, ele não se interessa pelo posto de herói. “Nós, humanos, merecemos a compaixão de nós mesmos”, discursa, para um público emocionado. Para ele, a dor é parte indissociável da vida –e deve ser abraçada e encarada de frente. “Não estou falando em autoajuda.”

BÁRBARA BLUM / Folhapress

Parada LGBTQIA+ é uma experiência de democracia, diz Trevisan na Feira do Livro

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Não tenho receio se dizer que abri caminhos para a comunidade LGBTQIA+ no Brasil e levei muitas pauladas”, afirma João Silvério Trevisan, na Feira do Livro. O autor de 78 anos -que diz não ter mais tempo para brincar em serviço- subiu ao palco sob fortes aplausos de uma plateia lotada no fim da tarde desta quinta-feira (8).

Questionado pelo mediador Renan Quinalha sobre o estado da comunidade LGBTQIA+ hoje, Trevisan faz questão de se levantar para um verdadeiro discurso político. “Estamos ensinando a amar”, diz. “Ir na Parada LGBT é uma experiência de democracia, e todos, inclusive quem não é LGBT, devem ir. É o único segmento que luta pelo direito de amar.”

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Ele lembra que a epidemia de HIV/Aids nos anos 1980 e 1990 foi tratada como uma peste gay. “Vivíamos com a sensação de que tudo podia desabar, inclusive nosso amor”, diz. “Eu carrego a morte no meu amor.” Para ele, o caminho que a comunidade LGBTQIA+ vivia para encontrar segurança afetiva se tornou um pântano.

“No momento [de descoberta do HIV] decidi me proteger de um impacto que viria de vários setores, inclusive intelectuais”, conta, lembrando a decisão tomada em conjunto com seus irmãos de não abrir seu diagnóstico para o público.

Trevisan -que explora a masculinidade em sua obra autobiográfica que abarca o pai, em “Pai, Pai”, e o irmão, em “Meu Irmão, Eu Mesmo”-se demorou nas diferenças entre a figura paterna, alcoólatra e insensível, e a do irmão Claudio, que ele considera uma cauda do feminino carinhoso de sua mãe.

“Quando eu falei do meu pai, muita gente que nunca teve um pai alcoólatra ou abusivo me escreveu por ajudar eles a compreenderem os seus pais”, diz o autor, ressaltando que sua experiência não é única. Ele afirma que masculino pode ser salvo pelo feminino e diz que o feminismo foi essencial para sua obra, por rasgar a hegemonia da masculinidade.

A dureza da masculinidade aparece em histórias que ele classifica como sedimentares. O autor lembra um episódio em que ele, sem saber nadar, foi jogado no meio de um rio pelos primos, que riram dele e falavam: “É para você virar homem”.

Trevisan decidiu que viraria, sim, homem -mas não homem como eles. “Pai nenhum e mãe nenhuma estão preparados para criar seus filhos”, diz. O pai, “representação dolorosíssima e cruelíssima do masculino”, precisava da ajuda dele –filho mais velho decepcionante por ser, em suas palavras, um maricas- que veio na forma do perdão.

O feminino, por outro lado, é associado por Trevisan ao carinho de seu irmão, que o abraçou quando o autor comunicou ser gay, ainda nos anos 1970.

Apesar de reiterar que se considera, sim, uma referência, ele não se interessa pelo posto de herói. “Nós, humanos, merecemos a compaixão de nós mesmos”, discursa, para um público emocionado. Para ele, a dor é parte indissociável da vida –e deve ser abraçada e encarada de frente. “Não estou falando em autoajuda.”

BÁRBARA BLUM / Folhapress

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